Por Obra do Acaso.

Capítulo 7- Desastre...


Meses se passaram e assim que Tiranus se recuperou completamente, arrastou Kouki para as Bahamas e casaram-se em um pequeno e simples cartório civil, com documentos falsos obviamente. A partir daquele momento, eram o senhor e a senhora Yvanovich, mesmo não admitindo, aquilo era o que, secretamente, Kouki mais sonhava desde que o conhecera.

Pretendiam passar ao menos três semanas ali, caminhavam de mãos dadas lentamente pelas rústicas vielas do pequeno vilarejo que escolheram. Estava havendo uma grande feira livre onde Kouki comprara um chapéu de palha típico de turistas. Estar ali era maravilhoso, ninguém os conhecia e não havia perigos reais. A menos, é claro, que um vulcão resolvesse entrar em erupção, o que certamente não ocorreria.

Enquanto caminhavam, Tiranus também refletia sobre o que ocorria em suas vidas, lembrou-se de quando conhecera Kouki e de como pensara sobre sua beleza.

Naquela época, as únicas pessoas em que confiava eram Sam e Alexis, seus braços direitos aos quais devia inúmeras vezes suas vidas.

Após um grande confronto com outra gangue rival, resolveu sair para se distrair, nunca havia visto tanto sangue em sua vida e sentia-se entorpecido. Nero, que até então era o líder da facção única, apenas rira de de seu desespero e por isso deixara que saísse.

Kouki era a garçonete da casa noturna, a qual foram naquela noite, mas não foi assim que se conheceram, na verdade ela não os atendendo. Assim que fecharam a boate, Kouki saiu com seu casaco de pelos tentando aquecer as mãos frias nos bolsos aquecidos. Poucos segundos depois que saíra, dois homens mal-encarados a seguiram.

Nunca em sua vida Tiranus sentira tanta vontade de matar alguém a sangue frio. Pouco estava se importando com os traficantes e mercenários que matava, mas nunca admitira violência contra nenhuma mulher. Mas, antes que pudessem fazer alguma coisa ficaram estáticos observando-a praticamente espancá-lo após mostrar-lhe um belo revolver de pequeno porte.

Depois disso, ficara tão encantado que acabou chamando-a para sair e pouco tempo depois já estavam em um namoro sério cheio de loucuras e perigos.

Saiu de seus devaneios no momento em que sentiu as mãos de Kouki em seu rosto, olhou-a e sorriu.

— achei que nunca me pediria em casamento! Ela falou com um grande sorriso.

— você é especial Ele soltou sem pensar. - e provavelmente é a única pessoa que posso dizer que amo, é uma boa amiga... - Estava impressionado com as sensações que sentia, seu coração enchia-se de felicidade. Pela primeira vez, ficava feliz com a felicidade de outra pessoa, a abraçou e disse que a amava.

— acha que vamos ser bons pais? A loira questionou alisando a barriga, era uma das poucas vezes que pensava nisso.

— acho que sim, não sei... - Tiranus sussurrou colocando as mãos sobre as suas. - seremos pais normais quando ela nascer...

— você quer uma menina?

— sim, de preferência, loira como você!

Após caminharem um pouco, hospedaram-se em um hotel de luxo e pediram o almoço. Tiranus evitava ao máximo pensar no " trabalho" enquanto estivessem de férias, mas uma visita de Sam o preocupou.

— como assim estão me caçando? Tiranus questionou tomando mais uma dose de whisky, o outro parecia realmente preocupado e isso o entregava, Sam sempre fora centrado e estar ali mostrava o quanto a situação estava fora de seu controle.

— não é apenas a polícia e um ou outro cliente... Depois que você matou Calígula eu já estava pensando nisso, K está juntando um grande número de aliados contra nós e... começo a achar que ele sabe onde vocês estão... você está desarmado, e isso pode resultar na suas mortes...

— e o que você sugere que eu faça? Tiranus questionou esfregando as têmporas tentando achar algo que pudesse fazer para reverter a situação.

— mande a Kouki para a Suiça com o Alexis... com documentos novos e disfarçados...- Sam murmurou pensando rapidamente.

Mesmo sentindo um nó se formar em sua garganta Tiranus acabou fazendo o que o loiro sugeriu e mesmo com Kouki gritando pedidos de divórcio e xingamentos, Alexis acabou conseguindo levá-la junto a mais três bons homens.

Horas depois, Sam e Tiranus desembarcaram em Peterburg. A cada cinco minutos, ligava para saber se estava tudo bem e apenas assim, podia sentir-se um pouco tranquilo.

— quero todos os dados sobre esses desgraçados! Tiranus pediu assim que sentou-se na poltrona de seu escritório. - de certidões de nascimento a mandados de prisão, pra ontem!

— senhor! Caio entrou no escritório, de repente, estava pálido e ofegava muito forte. - não é o Sam que está respondendo as ligações... há outra pessoa com o celular dele... e o GPS está mostrando que a Kouki retornou para Moscou...

— mas que desgraça! O moreno gritou lançando o celular na parece, cinco minutos, fora exatamente o tempo suficiente para sua esposa ser sequestrada, uma minúscula brecha havia resultado nisso!

De repente, o celular de Sam começou a tocar, pego-o rapidamente e viu que era uma ligação do número pessoal de Alexis.

— parece que eu tenho algo que te pertence! K falou assim que a chamada foi colocada no alto-falante. Depois de dizer isso com uma risada psicótica, desligou e um vídeo foi carregado no aplicativo de rede social.

Nele, aparecia Kouki amarrava em uma cadeira, sua boca sangrava e ela chacoalhava seu corpo para os lados xingando dois homens encapuzados que apareciam ao fundo.

— È, parece que realmente estou com algo que te pertence! K, começou a rir puxando os cabelos da loira para aproximar seu rosto da câmera, para que assim, ele pudesse ver que ela estava com alguns hematomas já roxos.

— sei que está me caçando, sei também que meus aliados estão mortos, mas você só tem o seu irmãozinho então ainda posso dar um fim em você e na sua linda esposinha...

Quando o vídeo acabou, Tiranus chamou todos seus homens para caçar K, estava decidido a matá-lo e já possuía sua localização.