Pokémon Mystery Dungeon: Entre Dois Mundos 1

Eu sempre achei que ele tinha esse jeito de esquizofrênico


– Vamos voltar para casa? - perguntou Bruno, segurando o cristal do teleporte, que começou a brilhar.
– Sim. - Gabriela respondeu.
– O que vocês estão fazendo? Aonde irão? - perguntou Glaceon.
– Nós vamos desaparecer da sua vista. - disse Tiago.
– Não, por favor! Mal conheci vocês, e vão me abandonar? - Glaceon começou a chorar.
Gabriela se aproximou dela e a abraçou.
– Nós não vamos te abandonar nunca.
– Pra falar a verdade, nós iremos reaparecer assim que você piscar os olhos. - disse Leandro.
– Me deixem ir com vocês. Por favor, me levem. - pediu Glaceon.
– Desculpe, mas você não pode vir conosco. Pelo menos, não por enquanto. - disse Bruno.
– Tudo bem. - disse Glaceon - Estarei esperando por vocês. Ansiosamente.
– Eu sei que sim. - disse Gabriela.
– "Partiu", galera. - disse Leandro.

– Ainda acho que não será uma boa ideia trazer mais gente pra cá. - disse Gabriela, assim que ela e seus amigos voltaram ao mundo real.
– E quem disse que é pra cá? - disse Bruno - Vamos usar o computador da escola.
– Pior ainda! Você ficou maluco?
– Não se preocupe. Eu sei o que estou fazendo.
– Ô, seu "sem-noção"! As chances de sermos pegos são maiores.
– Vamos escolher alguém para ficar tomando conta da sala de informática, enquanto estamos em Aryion.
– Vish. - disse Leandro - Parece arriscado demais.
– Vou olhar no quadro de horários de aula da informática. Deve haver algum dia sem aulas à tarde. - disse Bruno.
– Você não quer fazer isso. - Gabriela olhou para ele com ameaças.
– Gente, - disse Tiago - foi um enorme prazer acompanhar vocês numa dimensão de pokémons. Afinal, não é todo dia que isso acontece.
– Ah, - Bruno sorriu e o cumprimentou - o prazer é meu.
Gabriela o abraçou.
– Vê se não some, hein.
– Falou, amigão - disse Leandro com um apertado cumprimento de mãos seguido de um quase abraço.
– Eu preciso ir agora. - disse Tiago - Tchau!
Gabriela fala com Bruno:
– Não faça o que está pensando. Nós podemos pensar em algo melhor.
– Vou pensar nisto.

No dia seguinte, 14 de novembro, quarta-feira, na sala de aula...
– Pessoal, - Bruno se levantou e falou alto - vocês não vão acreditar. Ontem eu estava jogando pokemon e aí ... eu entrei no jogo!
Primeiro, se fez um silêncio coletivo. Depois, todos riram à beça. Gabriela olhou para ele com enorme raiva e pensou: "Eu vou te esganar com uma corda tão grossa que vai paralisar sua circulação sanguínea no pescoço. Você não vai ter sequer fôlego para pedir desculpa."
– O Bruno deve ter fumado uma pedra estragada. - alguns disseram.
– Eu sempre achei que ele tinha esse jeito de esquizofrênico. Será que ele é bipolar? - outros comentaram.
– O pior é que ele ainda fala com convicção. - alguém do fundo da sala observou.
– Bruno, eu posso te ajudar a encontrar o telefone de um hospício. Aqui no centro tem um. - outro brincou - Desiste não, cara. Você vai superar esses problemas. Eu sei que você é um campeão. Basta você ter força de vontade.
Ao ver que ninguém o levou a sério, mas o debocharam e diminuiram, Gabriela entendeu o que Bruno estava tentando fazer, mesmo não concordando com ele.
No recreio, Bruno conversou com um de seus amigos de classe, Lorhan:
– Ei, cara. Tudo bem?
– Tudo ótimo, Bruno. É, sobre.... - Lorhan pensou em falar sobre o que Bruno fez na sala, mas temeu deixar seu amigo triste.
– O que houve na sala? Está tudo bem.
– Sério mesmo? Eu sabia que você estava apenas brincando.
– Você gosta de Pokémon, não é verdade?
– Sou "fanzaço".
– Vem jogar comigo no final da aula.
– Oh, maneiro. Aqui, posso trazer o Daniel e o Whit? Eles também jogam Pokémon.
– Pode, sim. Me encontrem lá na informática.
– Pode ser depois do almoço?
– Sim, claro.
– Demorou, então. Falou, Brunão!
Gabriela chega.
– Não me diz que você chamou mais uma pessoa.
– Uma pessoa? Não. Três.
– Se eu enfartar, a culpa é sua. Cancele isto.
– Já fiz.
Gabriela olhou em seus olhos.
– Eu juro que vou.... eu vou... Ah, nem vou te falar.
– É só pra pegar a chave. Depois, a gente dispensa eles.
– E se eles contarem a alguém?
– Ninguém vai acreditar.
– "Aff", você vai ver só... Não, você vai ver uma coisa. - ela foi embora para a sala de aula e não conseguiu se concentrar nas próximas aulas
No final do turno matinal, o coração de Gabriela já estava palpitando de tanta tensão que sentia. Bruno se aproximou dela.
– Quer vir comigo ao refeitório?
Ela assentiu que sim, mas mostrando em seus gestos e expressão que se sentia contrariada quanto a outras coisas. Assim que os dois se sentaram para almoçar, Lorhan e seus amigos acenaram de uma mesa próxima. Bruno acenou de volta.
– São eles? - perguntou Gabriela.
– Sim. - respondeu Bruno - Como eu disse, é apenas pegar a chave e sair. Serviço rápido.
– E quem vai tomar conta?
– Ninguém. E isso nem será necessário.
– Você tem certeza? - perguntou Gabriela.
– Sim. O Tiago vai abrir um portal na casa dele e nós abriremos um aqui. Todos nós poderemos voltar na casa dele quando terminarmos nossa missão.
– Você conhece bem aqueles três?
– Dois deles eu conheço tão bem quanto te conheço.
– Não é o suficiente.
Depois do almoço, todos se encontram na informática, agora vazia: Bruno, Gabriela, Leandro, Lorhan, Whit e Daniel. Depois que todos entraram, Bruno fechou a porta.
– Você também chamou o Leandro? - perguntou Gabriela a Bruno - Não era... digamos... necessário.
– Quando eu avisei meus planos, ele me disse que queria muito participar. - disse Bruno.
– É um jogo de PC? - perguntou Lorhan, ao ver Bruno pegar um CD.
– Não exatamente. - disse Bruno.
Quando o jogo foi iniciado, todos entraram no jogo. Bruno desativou o modo de escolha de pokemon através da personalidade para ativar o modo aleatório. Bruno e sua equipe retornaram ao local de onde partiram.
– Já voltaram? - perguntou Glaceon.
– Do outro lado, o tempo passa rápido. - disse Bruno.
– E, por falar em tempo, - disse Leandro - onde estão os novatos?
– Droga. - disse Bruno - Esqueci de configurar o "respawn point" para Lawncliff. Eles estão no mesmo local no qual aparecemos aqui pela primeira vez.
– Precisamos chegar lá antes que eles se percam. - disse Gabriela antes de conversar com Tiago – Você concordou com isso?
– O Bruno insistiu muito. - respondeu ele.
Enquanto isso, não muito longe dali, três pokémons acordam deitados na grama.
– Lugar legal... - disse Chimchar antes de se virar para os outros dois - ... pokémons aqui? Devo estar sonhando.
– Olhe quem fala. - disse Shinx - Você é o pokemon daqui.
– Eu perdi alguma coisa? - perguntou Buizel.
– Eu não sou pokemon, não. - Chimchar olhou para seu próprio corpo - Ué.
– Esse aí realmente tem "fogo no rabo". - disse Shinx, fazendo Buizel cair na gargalhada.
– Ah, é assim? - perguntou Chimchar - Vou queimá-lo até às cinzas ou meu nome não é Whit.
– Whit? Nome familiar. Inclusive, agora mesmo eu... - disse Buizel.
– Prazer. Eu sou o Lorhan. - disse Shinx.
– Será que é o que estou pensando? - perguntou Buizel - O jogo é real!!!
Os outros dois olharam para ele.
– Não estou sonhando? - disse Shinx - Ai, caramba. Agora me lembro.
– A gente até chamou o Bruno de louco. - disse Buizel.
Alguns minutos depois, Leandro sobrevoa o ponto de encontro e encontra os três.
– Daniel, Lorhan e Whit. Vocês foram trazidos para uma dimensão mágica... de pokemons. Precisamos de ajuda de vocês. Especialmente, se um de vocês for do tipo aquático.
– O Buizel aqui deve servir. - disse Shinx.
– Daniel, às suas ordens. - disse Buizel.