Pokémon Mystery Dungeon: Entre Dois Mundos 1
E eu amo quando você se expressa dessa maneira
Bruno e Gabriela então dançaram juntos naquele salão por longas horas. Foi um momento muito especial para os dois, mas principalmente para Gabriela, que agora se sentia muito especial, mais especificamente, a menina mais sortuda e feliz do mundo. Até agora, tudo havia sido perfeito e nenhum dos dois se sentia cansado ou com sono. Quando a última música do baile acabou, Bruno lhe disse:
– Estou me sentindo muito quente. Preciso tomar um pouco de ar fresco.
Os dois então foram até uma das enormes janelas daquele salão e contemplaram uma visão panorâmica da cidade e da vegetação em torno dela. O céu noturno estava limpo e iluminado pela luz da lua cheia.
Bruno pousou sua mão delicadamente sobre a de Gabriela.
– Você gosta disso? - perguntou Bruno.
– Claro que sim - se virou para ele e o abraçou fortemente. - Se você não jogar mais comigo, eu vou me vingar terrivelmente de você.
Ele estremeceu e deu um sorriso sem graça.
– Você não poderia imaginar o que eu sou capaz. - ela deu uma risada.
– E eu amo quando você se expressa dessa maneira. - Bruno sorriu para ela.
Pela distância e posição em que os dois estavam, além de suas expressões faciais, ficou claro que Bruno queria beijar-lhe a boca. Ela obviamente percebeu sua tentativa e retribuiu o ato. Não sei dizer se foi um beijo romântico, mas o foi o melhor que eles poderiam imaginar.
– Esse focinho... - disse Gabriela, dando uma risada. Ela continuou a beijá-lo.
Alguns instantes depois, eles se soltaram e voltaram o seu olhar para o ambiente externo, voltando a olhar-se mutuamente de tempos em tempos, sempre sorrindo.
– Então, como você se sente namorando um lobisomem? - disse Bruno, rindo.
– Eu não sei dizer com precisão, mas foi a coisa mais louca e inesperada que já fiz na vida... E foi uma das melhores, sem dúvidas.
Os dois riram.
Alguns minutos depois, Gabriela bocejou.
– Acho que é hora de vol... - bocejou - ...tar pra casa, né? - disse Bruno.
– Sim. - Gabriela concordou - Vamos voltar agora.
Os dois saíram do edifício e voltaram para Lawncliff pela estrada.
– Ah, hoje foi um ótimo dia, não é mesmo? - falou Bruno.
– O melhor de todos. - respondeu Gabriela.
– Amanhã será ainda melhor. Você vai ver. - piscou para Gabriela.
– Com certeza.
Eles ficaram mais uma hora conversando sobre como era mágico e lindo poder estar nesta dimensão e com uma companhia tão agradável. Também conversaram sobre o que iriam fazer em seguida. A conversa teve seu ápice quando o tema se tornou sobre quem seria o quarto membro da equipe de resgate. Bruno sugeriu que eles poderiam convidar mais amigos humanos. Gabriela gostou da ideia. E então eles chegaram à vila de Lawncliff e foram dormir na sua casa.
No dia seguinte, de manhã, Shaymin bateu à porta.
– Atende lá por mim, por favor? - pediu Bruno.
– Tudo bem. - disse Gabriela, ainda cansada.
– Bom dia, meus amigos. Vocês já tem o quarto membro? - perguntou Shaymin.
– Ainda não. - disse Gabriela.
– Tudo bem. Eu vou lá na sede do CTOT ver as notícias e aproveitar para conversar com os meus outros amigos daqui. Vocês podem descansar o dia de hoje também. - disse Shay sorrindo.
Gabriela sorriu ainda mais e disse:
– Mas é claro. Tenha um bom dia.
Fechou a porta, voltou ao quarto e desabou na cama.
– Ainda estamos de folga, capitão. - disse ela.
– Ele se revirou na cama e começou a roncar.
Algumas horas depois, os dois se puseram de pé e foram caminhar no campo, descansando na sombra de uma árvore, abraçados sobre a grama macia.
– Seria tão bom poder ficar aqui por mais tempo, né? Talvez até mesmo para sempre. – Bruno refletiu nessa possibilidade.
– Pena que não podemos. – disse Gabriela – Nós temos outra vida. Pode não ser tudo para nós, mas é importante para outras pessoas ter-nos ao seu lado, ajudando a todo instante, compartilhando a felicidade e união.
Bruno pareceu desinteressado no que Gabriela dizia, pois começou a dizer enquanto ela concluía sua frase:
– Humpf! Eu quero só você. E o resto que se dane.
– Você não está tentando ser romântico ao dizer isto, né? Porque isso é algo que eu jamais diria e não ficaria feliz ao ouvir meus amigos dizerem isto. – ela se levantou prontamente e se afastou para expressar sua indignação. Foi se sentar num local distante e observou o mar.
– Gabriela,... - disse Bruno, suspirando – Eu disse algo errado?
Ele refletiu por alguns instantes. Ele discordou que estava errado. Se aquela nova vida que ele possuía era realmente tão boa, tudo o que deveria fazer era largar o resto e perseguir sua felicidade e prazer a todo custo, segundo o seu próprio pensamento. Gabriela, no entanto, se sentia mal ao perceber que Bruno queria abandonar todas as pessoas do mundo real.
Alguns instantes depois, ele se aproximou dela:
– Me desculpe se eu disse algo errado. Eu não quis te ofender.
– Tudo bem. Fique aqui comigo.
Ele se assentou com ela.
– Não pense em viver somente aqui, está bem? – disse ela.
– Tudo bem. Mas você não acha que seria algo bom para nós?
– perguntou Bruno.
– Seria maravilhoso. – respondeu ela.
Ele sorriu.
Depois de algumas horas, eles desceram o penhasco, por uma ladeira segura, e foram até a praia.
– Você sabe nadar? – perguntou Bruno.
– Eu sei.
Os dois começaram a se molhar com a água do mar.
– Toma isso, seu bobo. – disse ela.
– Ah, é? Vai ser assim então? – Bruno reagiu, lançando nela uma boa porção d’água.
E então, o processo foi se repetindo de uma maneira menos intensa a cada instante, enquanto eles riam.
Eles se assentaram na praia e conversaram de novo. Depois de algumas horas, quando já era 16h da tarde, Bruno se levantou.
– Eu quero que você se vire de costas e feche bem os seus olhos.
– O que você vai fazer? – perguntou Gabriela.
– Psst. Não tente advinhar.
Ela se virou então. Bruno entrou no mar e nadou fundo. Depois de alguns minutos, Gabriela se preocupou, levantando-se. Ele surgiu da água e gritou à distância:
– Não vale olhar, hein!
Ela se assentou novamente e fechou os olhos. Quando ele chegou perto, disse:
– Posso te fazer uma pergunta?
– Claro.
Ele abriu um Shellder que estava segurando e mostrou uma pérola a Gabriela.
– Você me ama? – perguntou ele.
– Mas é claro que sim! Te amo muito.
Eles se abraçaram e se beijaram. E depois, riram muito.
– Nossa. Você não se cansa de me fazer feliz? – perguntou Gabriela.
– Nunca. – respondeu Bruno.
Os dois voltaram à sua casa na vila.
– Podemos voltar para casa agora. – disse Gabriela.
– Claro. – Bruno pegou o pingente de fuga e se concentrou.
O processo de fuga, no entanto, falhou. Eles continuaram tentando, mas a fuga não aconteceu.
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