Please be mine

Stop ! Stop lying to me


Música do Capítulo

Eu ainda olhava aquela cena, segurando o choro, catando cada caquinho do meu coração, sem saber o que fazer, ou o que pensar, eu simplesmente não conseguia acreditar no que meus olhos viam, eu queria acreditar que era apenas um pesadelo, daqueles horríveis que você não consegue acordar... Lexi me olhava atônita. Permiti que as lágrimas rolassem assim que vi que o beijo havia acabado, Joe olhava em volta parecendo perdido, e Blanda... aah, ela sorria, vitoriosa ! Eu fitei o chão tentando evitar que me vissem chorando, mas eu não consegui, eu precisava olhar para o Joe, precisava saber como ele teve coragem de fazer isso comigo, levantei meu olhar para olhá-lo de longe, ele ainda estava olhando em volta, parecia procurar alguém, até que nossos olhares se encontraram, Lexi o olhava com desprezo estalando a língua em forma de negação, e negando também com a cabeça.

– Demi ! – ele me olhava aflito

Não respondi, apenas o olhei, permitindo que as lágrimas corressem livremente pelo meu rosto.

– Ah para ! – Blanda o interrompeu – depois desse beijo que você me deu, você ainda vai atrás dessa coisinha ? – pude ver que ela segurava o braço de Joe impedindo que ele viesse até mim.

– ME SOLTA, GAROTA ! – Joe puxou o braço bruscamente

Eu não aguentei ouvir aquilo, senti minhas pernas trêmulas, eu só queria me esconder em algum lugar que ninguém pudesse me encher de perguntas, que eu pudesse chorar sem ter que explicar a minha dor.

– Demi, aqui não ! – Lexi falou de forma doce me puxando pelo corredor ao lado, indo em direção ao banheiro

– Demi ! Espera ! – Joe vinha atrás da gente

Lexi tentou parar e dessa vez eu a puxei, ainda indo em direção ao banheiro.

Chegamos ao banheiro e eu bati a porta, Lexi me olhava com ar de preocupação.

Me encostei na porta e fui deslizando até o chão do banheiro, juntei meus joelhos próximo ao corpo e abaixei minha cabeça, pra minha sorte não havia ninguém ali além de mim e Lexi...

Eu finalmente me permiti sentir de verdade toda aquela dor, permiti sentir cada aperto no peito ao lembrar daquele beijo, me permiti chorar como nunca havia chorado antes, eu não conseguia conter meus soluços, havia um vazio em meu peito que eu não sabia descrever, minha respiração estava ofegante por todo aquele choro desesperado e por aquela dor que parecia não ter um fim.

– Amiga... – Lexi disse em um tom baixo e calmo, como se fosse chorar comigo – shhh – ela disse enquanto sentava ao meu lado – eu estou aqui por você – me abraçou forte

Eu a abracei e fiquei ali chorando sem querer parar, na verdade, eu não conseguia.

– Demi – ouvimos Joe chamando ao bater seguidas vezes na porta

– Vá embora, Joseph – Lexi gritou de dentro do banheiro, foi inútil

– Demi, abre a porta, por favor – ele pedia insistente

– Eu não quero falar com ele – sussurrei pra Lexi

– Você não precisa – ela sorriu fraco – Joseph, vá embora ! Ela não quer falar com você – Lexi tinha um tom de voz mais irritado

– Eu quero falar com ela – ele insistia ainda batendo na porta – se você não quer abrir a porta tudo bem, eu vou ficar esperando aqui, vocês não podem ficar aí a vida inteira

– Demi, ele não vai desistir – Lexi sussurrou pra mim

– Deixa ele entrar – dei os ombros enquanto tentava secar as lágrimas

– Tem certeza ? – ela perguntou preocupada

– Sim, eu tenho – tentei sorrir, fracassei.

Lexi me ajudou a levantar do chão e abriu a porta devagar, eu estava de costas pra porta, eu estava de frente para a pia agora, tinha as duas mãos apoiada na pia de cabeça baixa.

– Demi, quer que eu saia ? – Lexi perguntou me olhando através do espelho

Dei os ombros e ela saiu

Troque a música

– Demi... – eu podia sentir Joe se aproximando

Não o olhei, não me movi, continuei como eu estava.

– Demi, eu sinto muito – ele começou a falar

Eu levantei o rosto e o olhei pelo espelho, ele parecia angustiado.

– Eu não quis aquilo – ele fitou-me pelo espelho – eu não a beijei – ele tentava explicar, mas nada do que ele dizia parecia ser real, nada me convencia de que ele não queria aquilo – foi ela quem me beijou – franziu o cenho – eu não a beijaria, eu gosto de você, não dela – se aproximou de mim e me puxou levemente de modo que ficasse de frente pra ele

– Não diga que gosta de mim, Joseph – ri irônica permitindo que as lágrimas voltassem a correr livremente pelo meu rosto

– Demi, por favor – ele suplicava – eu não quis aquilo, eu juro por tudo que é mais importante pra mim – ele colocou suas mãos uma de cada lado do meu rosto – eu amo você, eu não beijaria aquela garota – ele disse enquanto aproximava seu rosto do meu – acredite em mim – ele passou seus polegares pelas minhas bochechas limpando as lágrimas que rolavam – eu amo VOCÊ – ele tentou me beijar

– CHEGA DE MENTIR PRA MIM, JOE – me esquivei – CHEGA ! – eu gritei fazendo-o recuar – desde quando você quer beijá-la ? desde o msn ? – ri irônica secando rapidamente as lágrimas que insistiam em rolar – não diga que não quis aquilo, você a beijou, se você não quisesse, teria parado – fitei o chão

– Demi, eu não quis aquilo – ele me olhava com os olhos marejados – EU NÃO QUIS AQUELA MERDA DE BEIJO, EU NÃO DESEJEI POR NENHUM MOMENTO BEIJA-LA - agora ele se permitia chorar – EU NÃO SINTO NADA POR ELA, EU QUERIA PODER PROVAR ISSO PRA VOCÊ – ele parecia bravo, arrependido, não sei decifrar a expressão que ele estava nesse momento – POR FAVOR, ACREDITA EM MIM, AQUELE BEIJO NÃO SIGNIFICOU NADA PRA MIM, DEMI !!! A ÚNICA PESSOA QUE EU DESEJO BEIJAR É VOCÊ – fitou-me enquanto secava as lágrimas que ele permitia rolar enquanto falava – ME DESCULPA, DEMI ! POR UM BEIJO QUE EU NÃO QUIS, QUE EU NÃO DESEJEI, QUE FOI ROUBADO, QUE NÃO TEVE SIGNIFICADO NENHUM PRA MIM – ele suspirou

– Eu não ... – eu realmente não sabia o que dizer – eu... – fitei o chão

– Demi – ele se aproximou – por favor – posicionou suas mãos dos dois lados do meu rosto – eu te amo – ele aproximou nossos rostos e selou meus lábios de forma doce e intensa , eu não o impedi, eu não conseguia acreditar em nada do que ele dizia, mas no fundo eu sabia que ele estava sendo sincero, algo me impedia de acreditar nele, eu não sei o que era, nossos lábios ainda estavam colados, aquele selinho parecia não ter fim, estava com um mundo de sentimentos confusos e misturados.

– Joe... – eu interrompi o selinho – eu não posso – me afastei – eu vou pra aula – neguei com a cabeça e sai rapidamente do banheiro

Eu caminhava pelo corredor em direção ao meu armário para pegar meus livros de Biologia, eu sentia o peso de cada olhar de pena sobre mim que ainda estava por ali e havia visto toda cena do corredor, eu negava com a cabeça, mordendo os lábios tentando faze-los parar de tremer, tentando controlar o choro, cheguei ao meu armário, peguei os livros e fui até a sala que eu teria meus três últimos tempos de Biologia, tempos para os quais eu já deveria estar muito atrasada.

– Com licença – eu disse olhando a professora que já enchia o quadro de matéria, notei todos os olhares da sala sobre mim, provavelmente porque meus olhos deviam estar mega vermelhos, Lexi me olhava preocupada.

– Isso não são horas, Srta. Devonne – Sra. Hall havia parado de escrever no quadro e me olhava – não posso deixa-la entrar – ela negou com a cabeça – preciso que vá até a coordenação para explicar o motivo do atraso – ela ia dizendo

– Sra. Hall, por favor – eu suplicava quase voltando a chorar

– Deixe-a entrar, Sra. Hall, por favor – Damon pediu me olhando docemente

– Eu não sei se posso – Sra. Hall negou com a cabeça

– Isso não vai se repetir, não é, Demi ? – Damon perguntou calmamente

Neguei com a cabeça

– Tudo bem, Demi – Sra. Hall deu os ombros – sente-se ! – disse virando para olhar a turma e eu me sentei – e avise ao seu amigo Joseph que ele irá perder a aula de hoje – sorriu pra mim sem nem saber o que havia acontecido

– Amigo ? será que ainda são amigos ? – ouvi alguém rindo sarcasticamente no fundo da sala, não tive coragem de olhar, olhei minhas mãos tentando controlar o choro .

– Calada , Srta. Eggenschwiler – Damon a repreendeu

– Ué, você não sabe ? eles eram namoradinhos – riu irônica – até ele me beijar, claro – gargalhou

Eu me levantei da minha carteira, peguei meu material e saí pela porta.

Eu não conseguia mais aguentar aquela dor calada, eu iria explodir, eu precisava sumir, precisava ficar sozinha, eu e minha dor, sem ninguém que pudesse me olhar com pena ou me torturar ainda mais.