Sirius Black ficou remoendo insistentemente, o fato de Elizabeth fazer parte do grupo que estava arruinando as pegadinhas dos Marotos, e por alguns dias até ignorou as tentativas da garota em se aproximar dele.

Ao mesmo tempo em que o seu orgulho, o impedia de resolver a situação e assim recriar o laço que havia sido formado com Mcguire, outro lado o lembrava de que no próximo ano, o ex namorado de Lizzie estaria em Hogwarts.

A impressão que Black tinha, era o de possuir dois diabinhos que ficavam posicionados em seus ombros.

Um deles o mandava desprezar a sonserina, e o outro pedia para que ele esquecesse tudo o que havia acontecido, pois se ele não resolvesse o problema, o caminho estaria livre para Noah conseguir a sua segunda chance.

Outro ponto, que também deveria ser levado em consideração, era a falta que Elizabeth fazia nos dias de Sirius, e mesmo que ainda fosse penoso admitir, ele já estava completamente apaixonado pela estudante.

Como se fosse impossível recriar uma rotina sem ela.

—Olha, eu entendo que você tenha ficado bravo pela Lizzie ser dos Vingadores, mas você está indo longe demais. – Reclamou Remus.

—Eu queria ver, se fosse a Raven no lugar da Mcguire. – Retrucou Sirius, sem paciência.

—Eu não ficaria brigado com ela, por causa disso. – Argumentou, Aluado – Para mim, ela é muito mais importante do que as pegadinhas.

—E se por acaso fosse a Lilian que estivesse nesse grupo, eu também não ficaria bravo com ela. – Completou Potter – Falei, tô leve.

—É fácil falar, não aconteceu com vocês. – Rebateu Black.

—Eu só sei de uma coisa. – Disse James, colocando as mãos nos ombros de Almofadinhas – Ano que vem o ex dela volta, e ele está pronto para o amor.

—Ele que se dane. – Afirmou, se desvencilhando do amigo – O que importa agora, é descobrir quem são os outros Vingadores e se vingar de todos eles.

—Se vingar dos Vingadores. – Zombou James, rindo.

—Gente, vocês já pararam para pensar que talvez, os outros Vingadores sejam os amigos dela? – Questionou, fazendo com que os outros três marotos torcessem o nariz, devido àquela informação óbvia – E digo mais, eu não me surpreenderia se a Evans e a Fortescue estivessem nesse meio, também.

—Isso faz todo o sentido. – Afirmou Potter esclarecido, ao ligar os pontos, do motivo pelo qual Lilian havia descoberto a respeito do segredo de Remus, provavelmente ao segui-los com a capa de invisibilidade, que Mcguire detinha quando fora descoberta, Evans acabou se deparando com Lupin transformado ou até mesmo ouviu o grupo falando a respeito disso.

—E agora, vocês ainda estão de bem com as suas garotas? – Sirius cobrou uma posição.

—Bom, se a Lilian me der mais um beijo, eu esqueço o que ela fez com a gente. – Respondeu, dando de ombros.

—Frouxo. – Reclamou Black, antes de voltar a atenção para Lupin – E você, também não liga?

—Não. – Respondeu, de prontidão.

—Bando de pau mandado, do caralho. – Reclamou Black, revirando os olhos em sinal de frustração.

—Para de reclamar e vamos logo tomar café da manhã. – Pediu Pontas, já saindo do quarto na companhia de Aluado.

Sirius sentiu-se contrariado ao perceber que Remus e James não se importavam, com o fato de Raven e Lilian, possivelmente, fazerem parte dos Vingadores.

Será que eu estou exagerando? ” Pensou Black.

—Eu te entendo, Sirius. – Disse Pedro, ao perceber a feição de inconformado do amigo – Eu me sentiria traído, se fosse comigo.

—Pelo menos, você me entende. – Desabafou Sirius.

(...)

Durante a aula de Estudo dos Trouxas, o professor Christian Arc anunciou qual seria o último trabalho daquele ano letivo.

—A última atividade do semestre será focada na gastronomia, vocês terão que cozinhar e trazer na próxima aula um doce para ser avaliado em sala. – Explicou, pegando um saco com alguns papéis dobrados – O trabalho será em dupla e eu vou sorteá-las agora, do mesmo modo que os trouxas fazem.

—Além do senhor, mais alguém vai avaliar os nossos pratos? – Questionou uma aluna corvina.

—Sim, teremos a presença de um técnico muito especial. – Respondeu, antes de começar a retirar os nomes e pedir para que os estudantes sorteados se juntassem – Vamos à próxima dupla. – Disse, retirando o primeiro nome do plástico – Elizabeth Mcguire e... – Anunciou, antes de pegar o próximo nome –...Sirius Black.

—Eu não vou fazer o trabalho, com essa cobra. – Reclamou Black, se levantando.

—Cobra é a sua mãe. – Retrucou Lizzie, mal-humorada.

—Não nego que ela seja. – Disse, dando de ombros – E professor, me coloca com outra dupla.

—Sinto muito sr. Black, mas eu não posso refazer o sorteio. – Afirmou, encarando o aluno com atenção – Além do mais, logo esse atrito entre vocês vai acabar.

—É, vai acabar em Askaban. – Rebateu Mcguire.

—Não seria estranho, mais alguém da Sonserina por lá. – Debochou Almofadinhas.

—Meus jovens, sem brigas. – Pediu Arc, tentando acalmar os ânimos – Agora, sentem-se juntos para decidir o doce que vocês farão. – Disse Christian, calmamente – Bom, eu já falei com o diretor Dumbledore, a respeito do trabalho, e ele autorizou o uso da cozinha no sábado e no domingo. – Explicou – Com isso, eu peço a vocês que me passem a lista de ingredientes até quinta, para que eu possa comprar.

Elizabeth se virou para encarar Sirius e gesticulou para que ele se sentasse ao seu lado, já que Frank havia ido se sentar com a sua dupla.

—É a mesma distância daqui para aí. – Reclamou, cruzando os braços.

Sem paciência para continuar a discussão, Lizzie se levantou e foi até a mesa de Black, para se sentar ao seu lado.

—Pronto, mimadinho. – Disse Elizabeth, assim que se sentou ao lado do grifinório – Já pensou em algum doce para a gente fazer?

—Eu nunca, nem cozinhei. – Respondeu Sirius.

—Sério? – Zombou Mcguire – Eu nunca imaginaria isso, vindo de você.

—E você sabe fazer algum, por acaso? – Questionou Black, a encarando.

—Sei, sim. – Respondeu – E se chama brownie.

—E isso é feito, de que? – Perguntou Black, interessado.

—É um tipo de bolo de chocolate compacto, que tem nozes na mistura. – Respondeu – Tudo bem, se a gente fizer esse doce?

—Por mim, tudo bem. – Disse, dando de ombros.

—Então a gente se encontra na cozinha, no domingo à tarde para fazer. – Disse Elizabeth, antes de pegar um papel e uma pena, para anotar os ingredientes necessários para a receita.

—Nossa, você se lembra de todos os ingredientes. – Apontou, impressionado.

—Eu sempre faço esse doce com o meu tio, quando passo as férias com ele. – Explicou, ainda escrevendo os componentes do brownie.

—Eu ainda estou magoado, com o que você fez contra mim. – Desabafou Sirius, desviando o olhar para frente.

—Percebi. – Disse Lizzie, finalizando a lista de ingredientes – Você está a quase uma semana, me ignorando, quando não me ofende de graça.

—E você queria que eu fizesse, o quê? Fingisse que nada aconteceu? – Questionou, contrariado – As pegadinhas são importantes para mim, e em nenhum momento você levou isso em consideração.

—E você levou em consideração, que a minha vida foi um inferno em Ilvermorny, por causa das pegadinhas? – Rebateu, o encarando com atenção.

—Mas que culpa eu tenho, com o que você passou lá? – Se defendeu.

—Ah, deixa para lá. – Disse Elizabeth, sem paciência – Eu vou entregar a lista para o professor Arc e no domingo a gente se encontra na cozinha. – Informou, ao se levantar da cadeira e se aproximar da mesa de Christian – Mestre, aqui está a lista do que precisamos.

—Nossa, vocês foram rápidos com a escolha. – Parabenizou, olhando para o papel – Apesar dos desentendimentos, vocês trabalham muito bem juntos e eu tenho certeza de que vão tirar uma nota alta, com esse trabalho.

—Será que eu posso sair mais cedo dessa aula, professor? – Perguntou Elizabeth.

—Você está bem? – Perguntou, preocupado.

—Estou sim. – Respondeu, Mcguire – É que eu pensei em aproveitar esse tempo que resta, para adiantar alguma lição de outra matéria, já que a minha dupla já terminou o planejado.

—É por uma causa justíssima, pode ir. – Autorizou.

Lizzie se aproximou novamente de Sirius Black, mas sem proferir qualquer palavra, pegou o seu material e saiu da sala de aula.

—Sr. Black, se você quiser sair mais cedo dessa aula, assim como a srta. Mcguire, tem a minha permissão. – Afirmou Arc, ao chegar na mesa em que o grifinório estava sentado.

—Aconteceu alguma coisa, com ela? – Questionou Black, preocupado.

—Por que o sr. não descobre, por si mesmo. – Respondeu, no intuito de encorajar que o estudante fosse atrás de Elizabeth.

E foi exatamente o que Black fez, mas no momento em que ele conseguiu localizar Lizzie, a mesma estava conversando com Filch e a aquela cena o fez se lembrar da noite, em que ela fora pega em flagrante pelos Marotos.

Eu sou um idiota mesmo” Pensou.

(...)

Sirius e Elizabeth se encontraram em frente a uma pintura de taça de frutas, que daria acesso à cozinha de Hogwarts. O segredo para entrar no local, era o de fazer cócegas na fruta pêra, e essa ao se contorcer de rir, se transformaria em uma maçaneta verde, revelando a porta do lugar.

Assim que os dois entraram, um elfo doméstico se aproximou e iniciou uma conversa com os estudantes.

—Sejam muito bem-vindos à cozinha de Hogwarts, eu sou o Egyon e vou ajudá-los hoje. – Informou, gesticulando para que os dois alunos, que também haviam se apresentado, o seguissem – Nessa mesa aqui, estão todos os ingredientes que vocês pediram ao professor Arc, além das panelas, forma e utensílios que vocês vão precisar para fazer a receita. – Fez uma pausa – Assim que terminarem, me chamem para que eu os guie a usar o forno para o cozimento.

—Combinado. – Disse Lizzie, antes de voltar a sua atenção aos ingredientes na mesa – Pega uma panela e derrete a manteiga, que eu vou começar a misturar os ovos com o açúcar.

—Mas quanto dessa manteiga tem que derreter? – Perguntou Sirius, confuso.

—É para derreter tudo. – Respondeu, antes de quebrar o primeiro ovo e colocar em uma vasilha, que serviria para misturar todos os componentes do doce.

Assim que Mcguire finalizou a mistura dos primeiros ingredientes e percebeu que a manteiga já estava completamente líquida, pediu para que Black despejasse o item na vasilha e continuasse mexendo, para que ela pegasse os demais componentes.

O próximo alimento a ser colocado no recipiente fora o cacau em pó, e antes que o penúltimo componente fosse despejado, Elizabeth ensinou Sirius a untar a forma que receberia a massa do brownie.

Assim que ele finalizou a tarefa, Lizzie o chamou para verificar o estado, de uma quantidade de farinha que estava em uma de suas mãos.

—Ei, vem ver isso aqui. – Pediu, levantando a mão na altura do rosto de Black – Você também consegue ver essa mosca?

—Que mosca? – Perguntou, olhando para a farinha com atenção.

—Essa. – Respondeu, antes de assoprar a farinha que ficou espalhada pelo rosto, cabelo e parte da blusa do estudante.

—Sua filha da puta. – Reclamou, tentando limpar o rosto, enquanto Elizabeth ria descontroladamente – Você vai me pagar. – Disse, pegando o pacote do ingrediente, afim de jogar na cabeça da estudante.

—Espera, nós temos que finalizar a receita. – Pediu, o impedindo de lançar a farinha nela.

—Mas em mim, pode jogar? – Perguntou, colocando o pacote de volta na mesa.

—Esse era o plano. – Respondeu, antes de continuar a rir – Você está parecendo o Abominável Homem das Neves do Chapolin.

—Não tenho ideia, de quem é. – Disse Black, se aproximando – Mas você vai ficar igual a ele, também. – Ameaçou, antes de segurar a jovem pelos ombros e balançar os cabelos, para que a farinha caísse em Elizabeth.

—Me solta, pulguento. – Pediu, tentando se desvencilhar de Sirius, que continuava a espalhar o ingrediente na garota.

—Agora estamos quites. – Disse satisfeito, antes de se afastar um pouco de Lizzie e ver o estrago que ele havia feito.

—Eu só não te dou uma, porque nós temos que acabar a receita. – Afirmou seriamente, antes de cair na gargalhada novamente, fazendo com que o grifinório também tivesse uma crise de riso.

—O que aconteceu aqui? – Perguntou o elfo Egyon assustado, sem conseguir qualquer resposta dos estudantes, que continuavam a rir descontroladamente – Depois disso, eu vou precisar de férias.

(...)

Assim que Arc entrou em sua sala, para iniciar mais uma de suas aulas, fora perceptível a animação de seus alunos ao compartilharem, uns com os outros, o que haviam preparado para aquele último trabalho do ano.

—Vejo que todos conseguiram fazer os doces que eu pedi. – Afirmou, orgulhoso.

—Professor, esse foi o trabalho mais divertido de todos os semestres. – Afirmou um aluno lufano.

—Eu imagino que tenha sido. – Concordou, o professor – Os elfos me contaram que vocês se empolgaram muito, durante os preparos.

—Mas professor, cadê o outro técnico que vai avaliar os nossos pratos? – Perguntou Frnak.

—Bem lembrado, Longbottom. – Parabenizou, Christian – Vindo direto de Castelobruxo, deem às boas vindas, ao meu mais novo amigo, Keith Mcguire.