POV Audrey Griffin

Eu já havia coletado todas as ervas que poderia precisar pelos próximos dois meses, aproveitei para pegar algumas roupas e levar para a casa de Elijah. Olho para a minha antiga cama e me lembro de como me entreguei totalmente a ele no momento em que resolvi fazer o feitiço para protege-lo definitivamente. Tinha feito uma promessa a mim mesma de que na primeira oportunidade eu mataria os Mickaelson e cá estou eu dividindo a cama com um deles e o pior de tudo é estar completamente apaixonada.

- Que os mortos não consigam ver isso que fiz com a minha vida.

Peguei as roupas e desci as escadas já pronta para ir embora. Quando abro a porta estranho a cor do céu, um cinza muito intenso. Parecia que era noite, contudo ainda nem era início de tarde. Tentei buscar razões para essa mudança tão drástica no tempo, mas minhas atenções se voltam para outra coisa... diria que mais perturbadora.

Na entrada para a floresta havia uma figura, usando um capuz preto e por mais que eu não conseguisse ver seu rosto sabia que estava olhando para mim. E algo me dizia que essa pessoa sabia quem eu era.

Meu coração acelerou de maneira inevitável, mas eu tentei não aparentar. Comecei a caminhar até ela e quando estava a três metros de distância ela removeu seu capuz. Era uma senhora, pele morena, aparentava muita sabedoria e um poder que eu já era capaz de sentir.

— Quem é você? - Tentei não aparentar meu nervosismo.

- Eu vim lhe alertar, que se presa pelo sofrimento que tenta chamar de vida não volte para aquela casa - Ela olhava em meus olhos e era assustadoramente honesta.

- O quer dizer com isso?

— Que se voltar para aquela casa, não sairás mais. Aquele que te protegia já não se encontra mais lá¡.

- Está querendo me dizer que algo aconteceu com Elijah? - Não consegui disfarçar meu nervosismo - O que houve? Se você sabe deve me contar.

Ela abriu um sorriso.

- Se quer tanto saber, vá até lá. Mas deixo aqui o meu adeus para a famosa... ''garota do baile de máscaras''.

Eu saio correndo em direção a floresta, abandono as roupas e as ervas. Estou cega, preocupada, angustiada, as perguntas se multiplicavam em minha mente. Mas acima de tudo, porque aquela mulher me parecia tão sincera?

Quando finalmente chego perto da casa, um pensamento me invade ''e se tudo for uma armadilha?''. Talvez Elijah esteja bem, conversando com Hector e tudo esteja em suas ordens. Posso ter me impressionado atoa com as palavras daquela mulher.

Endireito a minha postura, disfarço meus olhos e rumo até a casa. A porta estão aberta, apenas encostada. Mas quando entro na casa, soube na hora que não estava tudo bem.

Os móveis estavam desarrumados, alguns quebrados, havia sinal de luta e eu vi sangue no tapete. Pelo cheiro logo o identifiquei... É de Elijah.

- Alguém entrou aqui - Falo para mim mesma.

- E quem garante que não foi você minha cara bruxa?

Meu sangue esfria instantaneamente ao escutar essa voz... mesmo depois de tantos séculos, ela seria irreconhecí­vel pra mim. Me viro rapidamente e o vejo, o cabelo e as roupas poderiam ter mudado. Mas os olhos frios e duros jamais seriam mudados.

— Você ? O que faz aqui? O que fez com o Elijah? - Minha voz era calmamente perigosa a qualquer momento poderia avançar sobre ele.

Eu? De onde você poderia me conhecerá - Ele dá uma leve risada - Sou apenas um europeu que veio de uma cansativa viagem para visitar o irmão mais velho - Nesse momento sua expressão endurece - que agora está morto, por sua culpa.

- Do que está falando?

— Confesse bruxa - Niklaus grita - Você o matou.

Nesse momento percebo que há mais alguém na sala, olho para trás e vejo Hector.

— Tente se acalmar Niklaus, ainda precisamos de provas contra ela. Audrey nunca me deu motivos para desconfiar dela. Me perdoe por essa situação minha querida, mas de fato ocorreu um assassinato.

— O que? - Involuntariamente meus olhos começam a se encher de lágrimas - Onde está Elijah? Eu exijo saber.

- Você não tem o direito de exigir nada sua bruxa assassina! - Nicklaus grita para mim e eu perco o controle.

- Então agora chegou a sua hora Mickaelson de encarar o seu pior pesadelo - Meu sangue se predomina como o de um vampiro, sinto meus olhos mudando e os caninos aparecendo. Pela expressão vejo que Niklaus se surpreendeu com a minha aparência, mas quando estava prestes a avançar sobre ele sinto algo em volta do meu pescoço.

Hector havia lançado sobre mim um chicote banhado em verbena sob meu pescoço. Sinto minha pele queimar e não vou conseguir cicatriz, pois o sangue de bruxa impede tal feito.

- Eu estava certo Nicklaus, ela é uma vampira. Me ajude, precisamos imobiliza-la -Grita Hector, mas o Michaleson parecia estar em estado de choque e demorou para reagir.

Quando voltou a si ele pega um pedaço de madeira de um dos móveis e tenta acertar meu coração, consigo desviar das primeiras tentativas mas sinto o chicote apertar mais o meu pescoço e faltar oxigênio em meus pulmões. Solto um grito e sinto a madeira penetrar meu coração.

Nesse momento o que me sustenta viva é o lado bruxa. Precisava sair dai imediatamente.

Invoco os meus poderes de Merlineana e solto um grito, as janelas tem seus vidros quebrados, a porta se abre e fortes ventos invadem a casa.

- O que diabos estão ocorrendo aqui? - Hector grita sem enxergar muito bem devido ao vento.

— Isso é totalmente impossível, o que foi que ela se tornou depois daquela noite? - Nicklaus tenta se aproximar de mim mas com um movimento de minha mão o eu o empurro para trás.

Sei que estamos em luz do dia e que é um suicídio, mas a minha melhor chance de sobrevivência será sair dessa casa agora. Eu tento correr para a porta, mas é como se meu corpo não obedecesse a mente. Tento retirar a estaca do coração, mas ela se parte ao meio, minha visão está turva, meu corpo está perdendo muito e eu sinto as queimaduras da verbena. Descendo as escadas da varanda eu preciso me apoiar e a luz do sol faz com que eu fique mais tonta ainda.

A última coisa de que me lembro é dos habitantes apontarem para mim, todos agora sabiam quem eu era de fato, em seguida sinto pontadas em minhas costas. Cinco para ser mais exata, ao olhar para trás vejo Hector com uma arma em suas mãos e do cano está saindo fumaça. Em seguida.... tudo ficou escuro.

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POV Hector

— Não tenham medo - Eu precisava acalmar a população, eles não poderiam saber sobre os vampiros - Esta mulher era uma assassina em série, ela matou um dos habitantes dessa cidade e estava prestes a cometer outro delito. Graças a Deus não conseguimos impedi-la.

— Mas prefeito - Escuto um dos habitantes - Os olhos dela estavam...

— Uso de alucinógenos... drogas. Lamentável o quanto essa criatura desceu, mas agora ela acerta¡as contas com uma força maior. Por favor, peço que circulem para que facilite o transporte do corpo.

As pessoas me escutam e em pouco tempo a rua fica vazia. Exceto por duas pessoas, que sei que são de minha confiança.

- Natalie, preciso que providencie uma carruagem discreta para que possamos transportar esse corpo. Ela não está morta, apenas desacordada.

— Uma vampira? - Pergunta avaliando o corpo de Audrey no chão.

— Muito mais do que isso, uma hí­brida. Metade bruxa e metade vampira.

- Mas isso é impossível - seu olhar é de espanto.

— Eu achava isso também, mas é o que teremos de descobrir. Certifique de que ela seja levada até a minha casa.

Caminho agora até meu outro ajudante.

- Paul, interdite essa rua inteira. Não quero ninguém se quer olhando muito para essa casa, precisamos chamar o mínimo de atenção e não deixar testemunhas de nada.

- Sim senhor - Quando estou para partir ele me pergunta - O que pretende fazer com ela?

— Meus caros companheiros, vocês estão diante do experimento número 1 da Fundação Augostine.

Continua...