ISIS

Garotinha do papai, princesinha, boneca, juro que vou socar o primeiro que usar um desses termos comigo. Não importa quanto eu cresça, como eu mude, tudo o que eles vêem é a menininha que precisa ser protegida, tudo o que o Wally vê é isso. É ridículo, Sara é uma das minhas pessoas preferidas e também a namorada dele, e eu sou apenas a irmãzinha do melhor amigo, filha do seus padrinhos e vista por ele como uma irmã, e por Deus, ele tem um quarto ao lado do meu.

Bufo me jogando na cama, preciso parar de pensar no Wally e em seus lindos olhos verdes, seu sorriso inocente e o jeito debochado de ser, não é como se tivesse tido alguma esperança de que isso desse em algo mesmo. Droga, eu já deveria ter superado, é o que Connor vive me dizendo, mas Connor é um idiota em 80% do tempo, não posso ser culpada por não dar ouvidos aos conselhos amorosos do galinha do meu irmão.

Olho em volta do meu quarto, decorado como o de uma princesa, todo em lilás e rosa, eu tenho treze anos! Me levanto, enrolo meus cabelos em um coque alto, e começo a tirar as cortinas, roupas de cama, e tapetes fofinhos. De que adianta ser filha de milionários se não posso fazer uma reforma de vez enquanto?

–Está acontecendo alguma obra aqui, e eu não fui informado? -meu pai coloca a cabeça para o lado de dentro do meu quarto e posso ver o espanto passar por seu rosto quando percebe o que estava fazendo. -Felicity, preciso de ajuda aqui! -grita antes de entrar.

–Não estou encrencada. -afirmo e ele apenas continua a me encarar sério. -Só quero mudar um pouco as coisas...

–Oi. -minha mãe chega com seu sorriso habitual, que murcha no momento em que olha em volta. -Oh não, mais um deles na adolescência! -lamenta engolindo em seco enquanto passava as mãos pelos cabelos.

–Isis, o que está acontecendo? -ele pergunta depois de um longo suspiro.

–Eu não sou mais... -olho em volta frustrada, procurando as palavras certas. -Não sou mais essa menininha pai, não quero ser. -digo baixinho olhando para meus pés.

–Você só tem treze...

–Oliver! -minha mãe o interrompe, e a vejo o conter com os olhos, fazendo com que recue. -Quer mudar a cortina e roupa de cama sweet? -me pergunta com a voz carinhosa. -Podemos fazer isso!

–Não é só isso mãe! -bufo. -É isso. -aponto para mim mesma. -Não quero mais ser a garotinha de vocês! Não quero ser a que precisa ser protegida, sou capaz de cuidar de mim mesma. -estufo o peito tentando parecer decidida. -Quero ser a Nigthmare, não nessas missões bobinhas que vocês me mandam, quero entrar para o time!

O rosto dos meus pais assume um tom quase papel, vejo minha mãe respirar com dificuldade enquanto meu pai cerra os punhos, com uma expressão sombria que raramente toma conta de sua face. -Nenhum de nós escolheu essa vida. -ele diz me olhando como se eu fosse uma criança levada. -Eu, sua mãe, seus padrinhos e até mesmo seu irmão. Nós tivemos que nos tornar o que somos para sobreviver, para proteger quem amamos, proteger você! -diz entre dentes. -Fizemos tudo isso para te dar uma escolha, e agora, está escolhendo errado!

–Não pai, você diz que eu tenho uma escolha, mas está escolhendo por mim, sempre tem alguém escolhendo por mim! -sinto meus olhos se encherem de lágrimas enquanto saio correndo, revoltada do quarto.

–Isis volta aqui! -o escuto gritar, mas em seguida ouço a voz de minha mãe pedindo que ele me desse um tempo.

Desço as escadas correndo e pego minha chave sobre a cômoda, com certeza minha mãe vai me rastrear pelo GPS do meu celular, mas se o deixar para trás, posso descobrir da pior forma que talvez ela tenha implantado algum microchip em mim. Só precisava de ar, relaxar e esfriar a cabeça. Resolvo então dar uma volta em nossa propriedade, e vejo a moto de Connor passar por mim em alta velocidade, indo para a nossa casa.

Não me parece justo, às vezes sinto que essa super proteção só acontece comigo por que sou uma garota. Quando Connor resolveu passar um tempo no mosteiro eles não se importaram, quando ele voltou atirando flechas quase tão bem quanto nosso pai, eles não se importaram mais uma vez, todos os dias quando ele sai para salvar o mundo eles não se importam, pelo contrário, o apóiam, confiam na capacidade dele. É demais pedir o mesmo tratamento?

–Não posso pensar nessa praga que logo o atraio. -murmuro escutando o motor de sua moto que de repente está ao meu lado.

–Quer matar nosso velho? -grita mais alto que o som do motor.

–Ele não é nada velho, está melhor do que você inclusive. -respondo olhando para frente. -Vai embora Connor.

–O dia em que obedecer qualquer coisa que você disser pirralha, pode saber que estou sofrendo de um tumor cerebral. -eu odeio esse idiota. O olho de esgueira e mesmo com a cabeça coberta pelo capacete posso ver as ruguinhas que se formam ao lado de seus olhos sempre que sorri.

–Me deixa em paz Connor. -murmuro e ele acelera a moto parando atravessado em minha frente. -Nenhuma das suas namoradas está livre? -provoco, o olhando cheia de petulância.

–Toma. -me oferece um capacete. -Vamos comprar um jogo de quarto novo para você.

–Jura? -questiono desconfiada.

–Isso, ou eu te levo para um terapeuta. -dá de ombros e eu tento não sorri enquanto pego o capacete e subo na moto segurando nele.

FELICITY

Oliver estava sentado na poltrona do quarto de Isis, olhando para o nada desde que ela saiu. Não sei ao certo o que fazer, essa idéia de a ter em perigo é mais do que posso lidar, mas a anos não via essa expressão no rosto de Oliver. E sei perfeitamente o que ela significa, ele pensa que falhou com a nossa garota.

–Connor vai falar com ela, eles podem ter as diferenças deles, mas não existe qualquer outra pessoa no mundo que consiga fazer com que o outro entre na linha. -não sei se dizia para me convencer, ou convencer Oliver.

–Ela só tem treze anos Felicity. -sussurra olhando para uma foto de nós quatro que ficava na cabeceira de sua cama. -Você conhece as histórias, lembra do que aconteceu com o Todd, depois Damian, e esse apelido que ela inventou! -bufa. -Só me falta ela dizer que quer se mudar para Gotham e treinar com o Batman.

–Ela não faria isso... -ou faria? Oliver me encara com uma sobrancelha levantada. -Não, ela não faria! -Oh meu Deus, ela faria sim!

–Até hoje eu temo, sempre que Connor sai em missão, e ele é bom, muito bom. Não posso lidar com isso envolvendo minha garota! -eu o entedia, é verdade, até mesmo concordava, mas entendo Isis também, o pai sempre foi seu herói preferido, ela o idolatra desde sempre, e ser uma heroína, talvez fosse a forma que ela julga que o deixaria orgulhoso.

–Sinceramente Oliver. -digo me agachando em sua frente para olhar nos olhos pelos quais me apaixonei anos atrás, os mesmos olhos que ainda hoje fazem com que minhas pernas fiquem bambas e meu coração bata acelerado em meu peito como o de uma adolescente. -Somos os pais dela, é nosso dever criá-la, educá-la e indicar os caminhos corretos.

–Por que sinto um “mas” chegando? -ele sorri fraco envolvendo meu rosto com suas mãos.

–Mas, nós não podemos decidir por ela, e gritar não vai adiantar em nada. Isis puxou seu gênio! -aponto para ele.

–O meu? -solta incrédulo. -Por que juro, que no momento em que ela saiu por aquela porta, até o jeito de andar era seu!

–Não vou ser a única progenitora sempre que ela fizer algo errado, que fique claro!

OLIVER

–Como assim não devo me preocupar, que isso é só uma fase? – imito a voz de Barry pelo telefone.

Estava sentado em meu escritório, com papelada da prefeitura até o pescoço. Está decidido, não vou tentar reeleição, minha cabeça está a mil com a crise que minha pequena princesinha resolveu ter essa manhã, não estou preparado para perder a minha pequena Isis para o monstro da adolescência. Quando Barry ligou para agradecer pela festa relâmpago que tínhamos dado para o meu afilhado, logo percebeu que havia algo de errado. E Barry não é das pessoas mais atentas do mundo, mas mesmo ele, notou que eu não estava no ápice, se tratando de humor.

‘Todos passamos por isso.’ ele tenta novamente. ‘E não é a sua primeira vez Ollie.’

–Realmente, Connor passou por isso, só que ele foi parar em mosteiro no sul da China. Quando chegou a vez de Sara, eu acabei a treinando. Wally... Wally reproduziu o seu acidente, Barry. Meu Deus! -passo o telefone para o viva voz, precisava de minhas mãos livres. -Nenhuma criança que conviveu conosco teve uma vida normal. E você fala assim, por que ainda não foram seus gêmeos. – viro minha cadeira para a ampla janela atrás de mim, para tentar me acalmar.

‘Você sabe que eu já passei por isso com o Wally, sei que não é fácil.’ agora Barry parecia mais sério.

–Eu sei. -murmuro, estava parecendo um narcisista. -O que quero dizer, é que com Wally, todos sabíamos que ele se tornaria. Esperamos por isso, nós o conhecemos como é hoje. – pondero levando a mão ao rosto. -Mesmo assim ficamos apavorados. -assumo.

‘Me apavoro até hoje. ’ admite.

–Isso nunca acaba Barry. -reclamo. -Primeiro tive que aprender com o Connor, e toda a dificuldade que foi o nosso relacionamento ainda na infância dele.

‘Não foi fácil, eu me lembro. ’

–Cara, é a Isis. Meu Deus! É a minha garotinha, não estou preparado para ter todas as lutas que tivemos com a Sara, com o Connor e até com o Wally, não tenho forças para isso. –confesso. - Você sabe qual foi o nome que ela decidiu adotar? – eu não espero que ele dê chutes aleatórios. – Nigthmare! – e aquilo foi o suficiente para Barry começar a gargalhar.

‘Só falta me dizer que ela quer treinar com o morcego. Se isso acontecer eu prevejo que a Felicity vai ficar viúva. Você enfarta antes de Isis fazer as malas. ’ nem posso me defender, por que não duvidaria que esse poderia ser sim nosso destino. ‘Aliás, como Felicity está com tudo isso?’

–Apavorada, mas não quer dizer nada na minha frente, por medo de uma reação digna do Oliver 2014. -tento fazer piada, mas não existia nenhum humor em mim naquele momento.

‘ Oliver. ’ chama. ‘Não foi diferente do que o John passou com a Sara, somos o que somos. ’ tenho que morder meu punho para não soltar um palavrão. – Você me disse uma vez que o raio me escolheu, aquilo veio para completar o que eu já era. Só que nunca se tocou de que você não precisou de um raio, Connor e Sara não precisaram, eles tiveram você, e Isis não precisará, por que você vai estar lá para guiá-la. Todos nós estaremos.

Por que ele acha que esse discurso motivacional me fará aceitar o fato que a minha filha quer enfrentar malucos como Vertigo ou Onomatopeia? Apesar de que com esse nome, ela atrairá psicopatas como o Coringa ou o Charada. Isso não era nada bom para a minha sanidade. Inferno, quem sabe alguns anos no mosteiro, ou melhor, em um convento, não resolvam o problema?

DAMIAN

–Qual é moleque? -Dick murmura ao perceber que estou me empenhando em ignorá-lo. -Eu perdi a festa de aniversário de um amigo, por que você insiste em invadir essa empresa. Sabe que não tem nenhuma prova de que o Pinguim está lavando dinheiro aqui na China, a meio mundo, para que iria percorrer essa distância toda se simplesmente pode lavar essa grana em um dos cassinos dele?– eu não precisava disso.

–Não te pedi para me acompanhar, não preciso de baba desde os meus três anos. –respondo seco.

Passei oito anos da minha vida em um programa de treinamento que inclui uma corrida no alto do Everest, bangee jump em um vulcão no Havaí, e mergulho em um mar infestado com tubarões brancos. Meu avô soube como me treinar, e por isso não preciso de supervisão, por que aos quinze anos sou mais letal que a maioria das pessoas que ficam se gabando lá em cima naquela estação, ou dentro daquela montanha no meio do nada, se vangloriando por serem heróis. Eles nunca estão dispostos a fazer o que é necessário para realizar a missão. Eu já sou bem diferente.

–Serio moleque, eu prefiro trocar as fradas do Al, a ter que conviver com essas suas paranoias. -não volto a encará-lo, continuava olhando para a fachada do prédio onde duas prostitutas tinham a passagem liberada pelo segurança. Muitas coisas aconteceram nesses seis anos em que eu estive morto, e a morte do mordomo foi uma delas.

Sei que morrer é meio que um requisito para minha família, ou sei lá como devo chamar isso que tenho. Não que o Todd mereça ser lembrado ao mesmo nível que eu, ele não é um Wayne, muito menos um Al Ghul, Todd é um fraco que sucumbiu a própria loucura e todo aquele medo de rejeição. Imbecil.

Mas o fato em questão é que morri. Fui assassinado por minha própria mãe, e na verdade só o que me surpreende nessa história, é que ela levou quinze anos inteiros para fazer isso. Meu corpo foi roubado do mausoléu do Wayne, colocado em uma cápsula e mandado para o espaço, o que quase fez com que meu pai assassinasse meu avô, e isso sim me surpreendeu. Resumindo a história, eles me recuperaram depois de um longo tempo, mas a falta de oxigênio do espaço me preservou com a mesma aparência da minha morte, assim, quando me mandaram para o Poço de Lázaro, eu ainda estava da mesma forma. Agora todos ficam esperando minha revolta iminente, como se eu tivesse qualquer motivo para ser diferente disso, desde o momento em que nasci. A diferença entre eu e o Todd é essa: Ele esperava que os outros se importassem, eu não ligo que não se importem.

–Isso deveria ser um prédio de negócios, o que essas modelos estão fazendo aqui?

–Às vezes eu me impressiono com a sua ingenuidade Grayson. – disparo o meu gancho no alto do prédio entrando por uma janela que estava aberta em um dos últimos andares, Asa Noturna para ao meu lago.

Sinalizo que precisamos subir, as provas estavam no último andar, como eu sabia disso? Simples, tinha torturado o engenheiro do prédio e agora sabia de todos os segredos, até mesmo a quantia que tinha sido superfaturada e ido parar em uma conta nas Bahamas. Lá em cima a sala estava sem vigilância, Grayson parece impressionado, mas o fato era que eu adorava espancar a cara das pessoas que mereciam, e para mim todos estavam adeptos a levar uma surra, mas não tinha tempo a perder, então foi muito mais fácil criar uma distração, e aquelas prostitutas no saguão eram parte do plano, elas mais vodca, tequila e whisky. Em resumo, teríamos um bom tempo para fazermos o nosso trabalho sem sermos incomodados.

O local estava escuro, mas não precisa de iluminação, o que eu queria estava ao fundo, encoberto por uma parede falsa, meu único desafio, sé é que podia ser chamado de desafio, era a combinação de cinco dígitos para abrir a porta do cofre.-Isso não é coisa do Pinguim? – Dick parecia furioso ao meu lado.

–Nunca disse que era. – coloco um dispositivo por sobre a tela do cofre e em cinco segundos a porta se abre, pego o dispositivo de dentro, mas um barulho ensurdecedor toma conta do prédio, as janelas são trancadas, estávamos presos.

–Depois que sairmos daqui você me deve uma explicação. – saímos pelo corredor de acesso tentando achar um jeito de escapar, mas somos impedidos de continuar por uma leva de tiros. – Nada de mortes. – Dick aperta o meu braço, isso iria atrasar os meu planos, ele parece ler a minha mente, toma à frente e dispara gás sonífero, em três segundo ouvimos baques no chão.

–Você tira toda a graça do serviço. – reclamo enquanto vou até uma das janelas e arrebento as trancas, logo aquele local estaria cheio de mercenários contratados, e por mais divertido que parecesse, não tinha tempo para isso, precisava avaliar esses arquivos, e precisaria de ajuda para isso.

ISIS

Connor já passou de dois Shoppings da cidade, e a não ser que esteja planejando me levar para fazer compras em Coast City, já começo a pensar que aquela história de terapeuta não era mesmo brincadeira. -Connor! -grito sobre o som do motor. -Onde estamos indo?

–É surpresa, mas se contar para nosso pai que te trouxe aqui ele me mata, eu dou um jeito de voltar, daí mato você. -ameaça entrando em uma espécie de beco, que por alguma razão inexplicável, tinha um elevador camuflado, que me lembra a entrada da caverna do Batman.

Assim que a moto para dentro do elevador, as portas se lacram, e começamos a descer. Connor trava a moto e começa a tirar o capacete, e depois se livra de todas as armas que usava, não que não conheça meu irmão, mas me assusto quando descubro um compartimento interno em sua jaqueta, e um fundo falso em sua bota de combate. Ele me olha esperando que faça o mesmo.

–Qual é Connor, sou uma garotinha de treze anos. -pisco algumas vezes enfatizando o argumento.

–Anda logo pivetinha, você pode enganar quem não te conhece, não sou uma dessas pessoas. -cruza os braços sobre o peito, sem se deixar levar.

Levanto a barra da minha calça e tiro um taiser de longo alcance, ele continua me olhando. Um canivete que Tim melhorou para mim, e por fim a presilha que estava prendendo a minha franja. Connor dá risada passando o braço por meus ombros.

–Não deixou nada não né?

–Por que não confia em mim? -sussurro chocada, ele me olha cético e bufo antes de tirar a fivela do meu cinto e juntá-la aos outros equipamentos que dispensamos.

–Por que se tivesse tirado tudo de vez, não seria minha irmã. -coloca as mãos sobre o peito de forma teatral. -Não me contenho em mim, de tanto orgulho.

–Idiota. -replico e ele sorri, satisfeito em constatar que é definitivamente a pessoa mais irritante que existe.

–É o seguinte, você não abre a boca, não pergunta nada enquanto estivermos aqui dentro, e para variar, vê se me obedece. -reprimo à vontade de revirar os olhos. -Eles são paranóicos. -sussurra.

E tudo o que pensava desaparece de minha mente assim que as portas se abrem. Esse lugar parece o que restou de uma cratera, mas com muitos equipamentos estranhos, e pessoas ainda mais estranhas trabalhando. Cinco caras armados nos esperavam à frente do elevador, ele cheiravam bebida barata, suor e colônia vencida. Um observa, enquanto os outro quatro nos revistam, dois para cada.

–Hey! -Connor chama a atenção dos caras que me revistavam, os olhando de forma ameaçadora. -Não encostem nela, podem usar os aparelhos, mas não quero ninguém a tocando. -não é surpresa quando fazem exatamente o que ele acabou de ordenar, Connor é muito bom em persuasão. -Teddy, não tenho escutas escondidas. -murmura para o homem barrigudo que nos observava. -Faz isso há anos, quando é que vão passar a confiar na gente?

–Não fale como se não fosse recíproco Jr. -responde, e depois de receber o aval dos outros, começa a nos guiar por túneis estranhos. -Lodai gosta de ser cauteloso.

–Quem é Lodai? -sussurro para Connor que fecha a cara em resposta. -Entendi, sem falar.

Já ouviu falar de Hefesto, ou Vulcano, como sua forma romana é conhecida? Por que se ele fosse real (o que pode realmente ser), esse cara, seria ele. Nunca vi ninguém mais feio antes. O homem usava um macacão jeans com uma camiseta preta por baixo, exibindo seus braços finos, cheios de veias aparentes. Metade de seu rosto era deformado, como se tivesse sofrido alguma paralisia, deixando seus olhos muito verdes, que poderiam ser a única coisa bonita nele, de tamanhos diferentes, e um deles parecia estar a ponto de saltar de sua face.

–Vocês pioram com os anos Lodai. -Connor diz de forma familiar para o homem, que acho, sorriu em resposta.

–Então, essa é Isis? -pergunta me observando como se me estudasse. -Tem o que, quinze anos?

–Treze. -meu irmão corrige. -Ela parece ser mais velha. -espera, eu senti um tom de elogio? O olho chocada, mas ele não estava prestando atenção em mim.

–Zeus, estão a cada dia mais novos. -Lodai murmura. -John não me mandou nenhuma encomenda.

–Eles não tem idéia que estamos aqui, e espero que não suspeitem nunca. -Connor “sugere”.

–Pagando, eu faço sempre à vontade do cliente. -ele se vira em direção a mesa que trabalhava. -Qual a encomenda?

–Queremos uma arma, para ela. Não quero encomendar, sabe como é quando essas crianças entram na adolescência. -faz careta, e eu o encaro séria. -Sei que tem um estoque aqui Lodai, nos mostre ele.

–O que ela usa, um arco? -começa a dizer indo em direção a uma espécie de armário, onde digita uma senha com seus dedos finos e curvados. -Por que se quiser um de qualidade, você mais do que ninguém deveria saber, que não tem como, se não for feito por medida...

–Ela não usa arcos, até sabe usar, mas seu objetivo de vida é ir contra o que nosso pai pensa. -provoca me fazendo bufar.

Lodai se aproxima, me olhando mais de perto, e reprimo à vontade de me afastar. -Qual é sua especialidade criança?

–Ela lida com qualquer arma, adagas, katanas, glocks. É muito boa em combate corpo a corpo, já domina duas artes marciais, e ainda estuda outras cinco, estamos indo com calma.

–Ele te proibiu de falar? -Lodai pergunta depois que meu irmão se apressou em responder por mim, apenas balanço a cabeça concordando. -Ela não parece perigosa. -constata e isso faz um sorriso largo aparecer no rosto de Connor. -Tenho uma arma perfeita para você criança. -caminha curvado em direção ao armário, tirando um pequeno baú dele. -Já ouviu falar de Helena? -franzo a testa pensando na Caçadora, e no quanto não dou a mínima para ela.

–Minha mãe não acha que ela seja um bom exemplo. -sussurro para Connor que dá risada.

–Helena errada. -responde piscando para mim. -Lodai está falando da Helena de Tróia. -diz após um longo suspiro, enquanto o olho surpresa. -O que é? Eu entendo de mulheres bonitas!

–Helena ganhou essa adaga como presente de casamento, do seu primeiro marido. -Lodai narra me entregando uma pequena adaga revestida por couro preto. -Se chama Katoptris.

–Espelho. -sussurro a tradução, e é a vez de Connor me olhar surpreso. -Eu presto atenção a minhas aulas. -dou de ombros desembainhando a adaga que tinha sua lâmina em bronze e o cabo de madeira polida, era a coisa mais bonita que vi na vida, mas não parecia ser nada perigosa. -Não me sinto ameaçada por isso. -murmuro me virando para Connor. -Se sente ameaçado por isso?

–O que nosso pai diz? -murmura ativando seu lado monge, que é ainda mais irritante do que o lado idiota.

–Não é a arma que usamos, nós somos as verdadeiras armas. -recito.

–Se sente atraída pela beleza dela. -Lodai diz me observando. -É sua.

–Não quero. -falo por reflexo, mas sem tirar meus olhos da lamina, conseguindo ver meu reflexo nela.

–Não é uma opção, agora saiam logo daqui. -diz indicando a porta.

–Espera! -Connor chama. -Quanto é? O que te devo?

–Nem sempre é por dinheiro Connor.

Enquanto subíamos, eu ficava me perguntando, em que essa adaga me seria útil, e por que Connor parece ter ficado tão tenso por ter economizado dinheiro, está ai uma coisa inédita. Ele faz o caminho de volta, e para em um shopping no centro da cidade, e eu pensando que não compraria meu jogo de quarto hoje. Assim que estamos mais afastados, ele pega o celular, disca um numero e espera.

–Oi Babs! -cumprimenta fingindo animação. -Como estão Chloe e Al? -ela parece responder, depois narrar algumas histórias. -Na verdade, não quero falar com Dick, estou precisando de um favor seu. -mais silencio enquanto ela o responde e o vejo fazer careta. -É verdade, minha mãe é sim muito boa, não sei nem mesmo dizer qual de vocês é melhor... Sim, estou fazendo algo escondido... Pelo amor de Deus Babs, você ainda nem me deixou dizer o que preciso!

‘Connor, Felicity é uma de minhas melhores amigas, e eu ficaria uma fera se ela ajudasse a qualquer um dos meus filhos por minhas costas!’ Babs falava tão alto, parecendo estar tão brava que Connor afasta o celular do ouvido, e mesmo eu estando a uns dois metros de distância dele, consigo ouvir com clareza. Devem ser os hormônios, já que não faz muito tempo que teve seu segundo filho.

–É só uma pesquisa... Tudo bem. -ele se joga em um dos bancos passando a mão pelo rosto. -Eu falo com ela... Babara, estou dizendo que vou falar com ela! -decido tomar o celular de sua mão, antes que ele o jogue longe.

–Oi Babs! -cumprimento.

‘Isis, querida. Me diga que não está no meio de seja o que for que seu irmão aprontou. ’ Franzo o nariz encurralada.

–Sinceramente? -questiono. -Nem sei o que ele te pediria para pesquisar. -não é mentira minha, mentira nenhuma!

‘Tudo bem então. ’ Murmura e escuto um choro ao fundo. ‘Preciso ir ver o Al. ’

–Ah, claro. Dê um beijo neles por mim. -digo antes de desligar e Connor me olhava abismado.

–Como diabo faz isso?

–Isso?

–Tem todo mundo em suas mãos Isis... Quer saber, não responde. -se levanta e toma novamente o celular de minhas mãos, disca outro número que não atende. -Me empresta sua presilha. -estende a mão em minha direção. -Nem me olhe com esse ar inocente, conheço um dispositivo de acesso remoto quando vejo um.

CONNOR

Se tem uma coisa que aprendi durante esses anos, é que cavalo dado, provavelmente tem dentes podres, isso se tiver algum dente. Posso jurar que algo se acendeu em Isis no momento em que seus olhos pousaram sobre a Katoptris, e isso nunca é algo bom, a menos que Lodai fosse o Olivaras, e minha irmãzinha o Harry Potter. Que inferno, eu só queria dar uma distração a ela, algo que a fizesse ver que apesar de todo o cuidado, nós sabemos que ela é uma guerreira, só não a queremos no meio de uma guerra.

Agora disco o numero de Luna, ela trabalha com minha mãe, deve saber fazer uma pesquisa, se tivesse tempo e algum lugar seguro a meu alcance, e livre de rastros para Felicity seguir, eu mesmo faria. Mas claro que ela não me atendeu, não que eu tenha feito algo de errado, ela não deve mesmo é estar afim de falar comigo hoje, e não me importaria com isso se não estivesse desesperado. E essa foi a razão de pegar o dispositivo de acesso remoto de Isis, e usar o numero do telefone da casa de nossos pais, assim, a minha esquisita, atende no primeiro toque.

‘Sra. Queen?’

–Não Luna, sou eu. -murmuro, sentindo uma insegurança ridícula.

‘Connor, eu não entendo essa sua mania de ser persistente... ’

–É uma emergência, e preciso de ajuda. -interrompo suas reclamações.

‘Oh, claro. Do que precisa? ’

–O que sabe sobe Katoptris?

‘Katoptris a adaga da Helena? Helena de Tróia. ’ Cara, ela é a esquisita, nerd, com problemas sociais, mais sexy que conheço!

–Isso! -exclamo animado, ignorando o olhar de minha irmã, as pessoas ultimamente, tendem a me olhar dessa forma quando estou com Luna no telefone.

‘Ela a ganhou do marido... ’

–Sei dessa parte, quero saber se tem alguma maldição nessa adaga. -interrompo impaciente. -Algo estranho em relação à ela.

‘Não me lembro direito, mas acho que é algo como vislumbres do futuro... Espera, me deixa pesquisar. ’

–Connor, o que está acontecendo? -Isis finalmente se dá conta do que está me preocupando, coloco o celular em viva voz quando ela se senta a meu lado.

‘É isso mesmo... Dizem que ela conseguiu ver mais do que o rosto do marido refletido pela lâmina, mas alguns pensam que ela teve um vislumbre da guerra de Tróia, mas Helena nunca confirmou, ou revelou a qualquer um suas visões. ’

–Luna, você é a melhor. -falo depois de um longo suspiro.

‘Precisa de mais alguma coisa?’ Era como se nem a tivesse elogiado, se não tivesse tão preocupado com Isis...

–Não. -respondo frustrado. -Nos falamos mais tarde.

‘Ligue se precisar de mais alguma coisa. ’ Fala casualmente, mas estava claro que é um limite. Por que não posso ter mulheres normais em minha vida? Ou melhor, por que não me interesso por elas?

–Essa coisa... -a voz de Isis me trás de volta dos meus devaneios. Ela olhava para a adaga encoberta por couro em sua mão. -Pode não ser a Katoptris original, ou... Nem mesmo Helena confirmou que podia ver o futuro com ela...

–Quantas lendas que conhecemos, são realmente lendas? -lanço um olhar cansado para ela, que não responde.

ISIS

Connor estava taciturno, eu sabia que esse era o modulo Connor preocupado, não falava, tinha a expressão fechada e o olhar que meu pai usa quando um de nós está em apuros. Se toda aquela história das Katoptris não fosse o suficiente para saber que estávamos com algo que era preocupante nas mãos, essa cara seria a confirmação que faltava, e eu não gosto disso.

Voltamos para casa em silencio, por que no final das contas estávamos usando uma moto, não tinha mesmo como conversar. Mas os ombros tensos e a postura do Connor, deixavam bem claro que ele estava além da preocupação. E como se isso não fosse o suficiente, teríamos que voltar em uma loja depois. Por que com tudo o que aconteceu, acabamos esquecendo de comprar o que saímos para comprar, isso iria acender um alerta em neon na cabeça de nossos pais, e não é o que precisaríamos agora.

Desci da moto já procurando o meu celular no bolso traseiro da calça. Uma rápida ligação, e Sara daria um jeito de me arrumar um jogo de cama, e o melhor sem muitas perguntas. Ela me devia essa, por que no final era sempre eu que dava a cobertura para ela fugir com o Wally. Então sim, esses dois me deviam muito. Não é toda alma evoluída que consegue fazer isso por seu amor platônico.

Porém antes que eu consiga fazer a ligação Connor pega em meu braço me puxando para a realidade, e não era nada boa. Pequenos traços, coisas quase imperceptíveis para outras pessoas, mas que nós fomos treinados para identificar, alguém estava em nossa casa. Connor tira um revolver de trás do casaco e passa para mim, e pega uma besta que ficava escondida em uma das estantes atrás das escadas. Seguimos em silencio o rastro, que por incrível que pareça, nos levava até o quarto do meu irmão.

–Você não registrou nenhum dos dados dessa missão nos computadores da Liga. – uma voz monótona vinha do cômodo. Connor parece agora com um trator, entra sem nem se preocupar com quem era, simplesmente esmurra a porta que abre sobre um forte baque.

–O que você pensa que está fazendo? – eu nunca tinha visto o meu irmão daquela maneira, mas parecia que o nosso visitante nem ao menos se importou.

–Quero os dados que você conseguiu sobre o projeto Amazo. Eles também não estão entre as suas revistas da Playboy. – Damian se levanta da cama onde estava despreocupadamente sentado e encara Connor.

Damian Wayne, eu não sei muita coisa sobre ele, acho que além do próprio pai, ninguém sabe muita coisa sobre esse cara aí. Mas o que eu sabia não era muito promissor. Assassinado pela mãe, ressuscitado pelo avô, garoto problema por onde passa. Se fosse um pouquinho mais cinéfila, poderia dizer que ele é a versão justiceira de James Dean em Juventude Transviada, mas isso seria uma coisa que Luna ou Connor, entenderiam melhor do que eu.

–E você invade a nossa casa achando que essa era uma boa maneira de me convencer a lhe fornecer essa informação? -ri sem humor, de uma forma ameaçadora. -É prepotência demais, até para um filho do Wayne. – acho que meu irmão vai precisar voltar para o mosteiro, por que estou vendo aquela veia em seu pescoço muito perto de explodir.

–Eu acho que vou ligar para alguém mediar, talvez o J’onn possa sair da Liga para tentar resolver esse problema com vocês. -entro no meio dois que estão a ponto de se jogar no chão e sair aos socos. – Ou podem, assim, como se não fosse nada, me explicar que inferno está acontecendo aqui? – quase grito no final, depois respiro fundo, e me acalmo os olhando de forma doce, antes de ameaçar. – Mas sempre podemos voltar a hipótese do J’onn, talvez a Felicity e Bruce ao mesmo tempo. – dou de ombros, o que parece ter surgido algum efeito em meu irmão, mas não em Damian.

–Isso deveria ser algo para me assustar? – Damian questiona prepotente.

– Eu tentando assustar alguém que já morreu? – questiono sentando na cadeira em frente ao computador de Connor, apontando para meu próprio peito. -Pelo que sei, você não é mesmo do tipo que respeita a autoridade dos pais... Família, e essas coisas. Não te julgo, foi criado pela Talia Al Ghul, dentro da Liga dos Assassinos. -faço careta. -Eu sei das histórias, não é um tipo legal de clube... -percebo que estou devaneando, e concerto minha postura, antes de voltar a olhar para ele, que nesse momento, não tinha mais expressão. – Mas como mesmo você morreu Wayne?

Não era a minha intenção pisar na ferida de ninguém, mas por Deus, eu acordei em meio a uma crise de identidade essa manhã, sou madura o suficiente para assumir isso. Depois passei por toda aquele dilema a respeito de uma adaga que deve ter milênios de existência, e provavelmente não deve mais funcionar como deveria. Minha casa tinha sido invadida, e agora esses dois estavam aí tendo uma disputa de queda de braços. Isso, sem falar do meu problema com Wally, bom, na verdade, meu problema comigo mesma, Wally não dá a mínima para ele. Eu não me sentia equilibrada para passar por mais esse drama, não agora.

–Ela é boa Damian. Desista. – Connor afirma, se apoiando na escrivaninha ao meu lado – Eu não vou te passar informação nenhuma, não sem saber o porquê do seu interesse. – começo a mexer no computador a minha frente, não era tão boa como minha mãe, mas sabia onde procurar as informações quando necessárias.

–Eu não tenho que te passar informações. – Damian começa a sair.

–Você não precisa, mas nós vamos saber o que você sabe, eventualmente, como por exemplo, que esteve na China essa madrugada, que invadiu um prédio, que o Dick estava lá também, e que está uma fera por que você escondeu informações. –me olha parecendo irritado. – Eu não preciso saber de tudo, apenas conhecer pessoas que tenham acesso a informação. Nesse caso o Tim. –eu não sei se aquilo no canto da boca de Damian era um sorriso, ou talvez uma careta contida, mas o importante foi ele me entregando um dispositivo. Como se assumisse que teria que ser dessa maneira, ou ele não teria o que precisava. E não sei se esse cara sabe o que isso significa. -Acho que agora e a hora em que você. –aponto para meu irmão. – Começa a falar.

–Foram algumas pistas que Merlin deixou ‘escapar’ para a Speed quando ela o resgatou da ARGUS, a onze meses atrás. Não demos importância, afinal, estamos falando do Merlin, mas coisas estranhas começaram a acontecer, e Speed passou a se perguntar se aquilo não era mesmo real. Roy sabia que não podíamos confiar nele, então pediu para que eu procurasse mais detalhes. – Connor começa a falar, ainda incerto do que deveria ou não revelar.

–Você sabe onde ele está? – Damian pela primeira vez mostra interesse.

–Não. Sei onde foi desenvolvido, os nomes de algumas pessoas por trás, até cheguei bem perto ontem, mas escapou causando uma avaria significativa em um dos prédios do CADIMUS, mas ao certo não sei o que é. –Connor falava e eu absorvia atentamente.

–Ele é um androide. – Damian estava em um dilema interno entre pegar o dispositivo da minha mão ou sentar novamente na cama, pelo que parece preferiu sentar. – Foi desenvolvido pelo Professor Ivo antes de morrer, o pai de vocês pode explicar isso melhor do que eu. Mas ao que parece a CADIMUS esteve esse tempo todo com os projetos dele. E acredito que depois do fiasco que foi com aquelas cartas malucas Amanda virou a atenção para esses planos, achei algumas pontas soltas que me levaram a China. O cara que tinha esses arquivos. –aponta para o dispositivo. – Não era nada, era um pirata daquela região dos mares da China, e de repente ele se torna um grande investidor da indústria civil local. Não foi difícil achar a fonte do dinheiro. –parecia ser o fim do que ele iria falar, mas eu tinha para mim que ele sabia de alguma outra coisa.

–Precisamos de um computador melhor para avaliar esses arquivos. –me levanto ainda sentido o peso da adaga no bolso da minha jaqueta.

–Não quero tornar isso uma missão da Liga, precisamos saber com o que estamos lidando. –não entendi o porquê de Connor não querer a Liga nisso, mas acho que por hora ele só estava tentando evitar os nossos pais, o que estava bom para mim.

–Caverna vai estar ocupada. – olho para Damian. – Acho que as duas. –ele confirma com um aceno de cabeça. – Sem Liga, e pelo visto sem os recursos dos Time também. –eles não estavam me deixando com muita alternativa. – Podíamos usar o escritório da nossa mãe à noite. A única coisa é que precisaremos de alguém lá de dentro para liberar o acesso a parte de pesquisa. – já me desanimo com a ideia.

–Eu consigo isso. – Connor parece animado, e tenho a impressão que Luna seria a nossa cumplice essa noite.