Meu pequenino... – a mulher loirade olhos verdes, vestido um vestido branco com rendas na altura do ombro, um par de luvas brancas abriu seus braços pronta para receber um abraço

Mãe...?

Meu pequeno Milo... como você cresceu.

– Mãe, o que você faz aqui. Você morreu há mais de quinze anos.

– Eu vim te ver oras. Senti sua falta.

– Quer dizer que eu... morri?

– Ainda não.

– O que a senhora faz aqui então?

– Vim matar a saudade do meu filho.

– Mas você morreu.

– Milo, me surpreende você ainda acreditar que a morte acaba tudo.

_________________###___________________

Ao lado da cama, Camus estava segurando a mão do marido e seu rosto estava baixo, este estava esperando que o loiro acordasse haviam quase vinte e quatro horas. Ele não apena segurava sua mão, orava aos deuses para que o poupassem e se lembrava de tudo o que haviam vivido esse tempo em que estiveram juntos.

– O que quer comigo caçador?

– Não lhe devo satisfações criatura.

– Ah não deve?! Está me seguindo e não me deve satisfações?! Pode pelo menos se apresentar?

– Sou Camus Lefantear, caçador de vampiros. Milo, minha missão é... minha missão é te proteger Sr. Milo Tibria!

– Me proteger? Do quê?

– Dos Leubrary, agora vamos, você não está seguro aqui.

O francês se lembrou do dia em que se conheceram, não tiveram uma primeira boa impressão um do outro, mas aos poucos começaram a se entender.

– Camy, fala comigo por favor... – o grego já chorava o segurando no colo

– Mi, preciso que me prometa uma ultima coisa...

– Pode pedir qualquer coisa.

– Nunca se esqueça – com suas ultimas forças disse baixinho – de mim...

– CAMUUUUUUUUUUUUS! ACORDA CAMY POR FAVOR...acorda.

O ruivo apertou a mão bronzeada com um pouco mais de força.

–Lembra que naquele dia você não queria me perder? Eu me sinto assim agora. Tenho tanto medo, eu admito, sinto medo... muito medo de te perder. Como eu fiz aquele dia, voltei pra você... volta pra mim.

Você está louco?! Isso aí não vai caber em mim.

– Até parece Milo...

– Camus... é o mesmo que tentar pôr uma melancia dentro de um melão. E... e-e-eu s-s-sou virgem... vai doer...

– Hey, você não confia em mim?

– C-c-confio.

– Então relaxe e deixe que eu faça o resto.

O ruivo lembrou-se do circo que o amado fez em sua primeira vez, um sorriso breve passou por sua face, em seguida algumas lágrimas vermelhas escorreram pelas esmeraldas de Camus e caíram na mão do grego.

________________________###____________________

– Ai! Buáááááá... papá, tá doedo! – o loirinho de cabelos rebeldes e olhos azuis chorava segurando seu joelho que sangrava

– Faei pá não colê! – o garotinho de cabelos azuis disse convencido

– Hyoga? Hyoga? Cadê você filho?

– Tô aqui!

Sem muita demora Milo surgiu perto das arvores procurando o filho, o localizou sentado no chão segurado seu joelho e com o rosto cheio de lágrimas.

O que aconteceu meu filho? – o grego pegou seu filho no colo e começou a mimá-lo

Ee caiu tio Mio. – Shiryu quem respondeu

Ee vai ficá bem? – Shun perguntou preocupado com o amiguinho

Sim, ele vai. Vamos pra casa pra eu passar um remédio nisso.– o mais velho foi andado com o garotinho no colo e os outros menininhos o seguiram

“ Você sempre cuidou de mim... até mesmo quando eu fui chato e não mereci... meu pai.” Como num pulo o loiro levantou de sua cama e correu até o quarto de seus pais. Chegando lá viu o loiro no mesmo estado do dia anterior e viu o pai segurando sua mão.

– Pai... você deve descansar um pouco, tomar um ar.

– Não.

– Tudo bem... posso ficar aqui com você?

– Claro filhote. – o francês sorriu, mas o russo sabia que era um sorriso falso. Ele via a tristeza e a angústia estampadas em sua face

– Pai...

– Sim?

– Você acha que ele vai acordar?

– Ele tem que acordar. Já tomou o antídoto, está apenas dormindo... – mentiu ele

– Eu sei. Não duvido de que a qualquer momento ele vá abrir os olhos e sorrir pra gente. – o russo virou seu rosto para que o pai não visse suas lágrimas – Ele prometeu, prometeu que a gente iria ficar junto pra sempre e que ia me proteger... SE VOCÊ MORRER EU NÃO VOU TE PERDOAR NEM EM UM MILHÃO DE ANOS! – o loiro gritou sem pensar

– Ele não vai mesmo. – Degél entrou no quarto com o marido

–Ainda há chance de ele abrir seus olhos nas próximas duas horas, se até lá ele não fizer isso... – o escorpiano abraçou o pai de Camus

___________________###_____________________

No jardim os outros moradores da casa estavam sentados na grama formado um grade circulo. Todos oravam aos deuses, pedindo pela alma de Shina e pela vida de Milo. Até mesmo Dimitri estava ali juto com Julian. Ao terminarem as preces, Afrodite olhou para Shaka.

– Eu não vou fazer...

– Faça, só você sabe do inicio. É pelo Milo...

Ruf! Está bem... eu começo. (N/A: Onde tiver um * é o Shaka que canta sozinho, os parênteses são a tradução do que eles estão cantando. E pra quem quiser ouvir a musica enquanto eles cantam... www.youtube.com/watch?v=O9KUZ5w9MzA )

*Kaze wa tamashi wo sarai
Hito wa kokoro wo ubau
Daichi yo ame kaze yo
Ten yo Hikari yo
Koko ni subete wo todomete
Koko ni subete wo todome
Koko de ikite

(O vento retira a alma,

O homem furta o coração

Oh terra... Oh tempestade...

Oh céus... Oh luz...

Que tudo seja acolhido aqui.

Que acolhem todas as coisas.

Que se vivam aqui.)

Tamashi yo kokoro yo
Ai yo omoi yo
Koko ni kaeri koko ni todomatte

(Oh alma... Oh coração...
Oh amor... Oh pensamento...
Volte aqui, se retenham aqui.)

Kaze wa tamashi wo sarai
Hito wa kokoro wo ubau
Sore demo koko ni todomari
Utai tsuzukeru

(O vento retira a alma,

O homem furta o coração

Mesmo assim, permaneço aqui

e continuo a cantar)

*Douka watashi no uta wo todokete

(Que a minha canção seja entregue.)

Douka watashi no uta wo uketotte

(Que a minha canção seja recebida.)

Ao fim da canção todos observaram o céu, embora houvessem poucas, as estrelas o deixavam muito belo.

_________________###_________________

Então é isso minha mãe, eu vou morrer...

– Você? Não diga bobagens. Tem muita gente que se importa com você, sua hora ainda não chegou meu pequeno.

– Não?

– Não. Todos estão orando aos deuses por tua vida, todos estão lamentando tua ausência.

– Nossa... eu não queria deixar nenhum deles triste.

– Você vai acabar deixando todos eles tristes se não retornar. Eu posso te mandar embora, mas se vai conseguir retornar depende apenas da sua força de vontade.

– Verdade?

– Sim.

– Faria isso?

– Claro, quero que você diga ao seu pai que eu desejo toda a felicidade para ele e para o Degel.

– Eu direi a ele, prometo

– Ah... mais uma coisa... seus amigos fizeram uma linda oferenda.

– Oferenda?

– Sim. Eles pediram aos deuses por meio de uma canção.

Nesse momento a visão da figura da mãe de Milo se tornou um grande clarão e a única coisa que o jovem ouviu foi a voz de sua mãe cantando.

Douka watashi no uta wo todokete
Douka watashi no uta wo uketotte

Foi entregue...

Depois de ouvir aqueles dois versos tudo sumiu, ele não sentia mais nada, não ouvia mais nada, agora estava entregue a sua força. (N/A: Pros interessados em ouvirem a mãe do Milo cantando -> https://www.youtube.com/watch?v=mwaWkzODT7U)

_______________###________________

Duas horas se passaram e Milo não havia acordado, Camus continuava segurando sua mão firmemente.

– Já se passaram as duas horas... – Degél olhou seu relógio.

– Não... ele vai acordar. – o ruivo disse

– Meu filho... – Kárdia olhou para o filho que continuava imóvel.

– Papai... – Hyoga se deitou sobre o peitoral do grego

– Ele vai acordar. – Camus repetiu com o rosto baixo

Hyoga se ergueu e disse que iria falar com Shun, os três homens mais velhos ficaram ali sozinhos com o corpo.

– Ele... – Camus se deitou sobre o amado e começou a chorar e apertou seu tronco com certa força – Eu sei que ele vai acordar.

– Não adianta... acho que ele... – Degél virou seu rosto, era certo que nem conhecia o rapaz, mas este já o havia conquistado

– Você... – a voz de Milo foi ouvida num tom bem baixo

– Mi-Milo? – o ruivo se afastou alguns centímetros e encarou o marido que estava de olhos abertos

– Você estava me apertando.

– Milo! – os três presentes disseram surpresos

– Acharam mesmo que eu os deixaria em paz tão fácil?

– Agradeço a Zeus que não. – o esposo o abraçou com muito mais força do que na vez anterior – Não faz mais isso... você me assustou.

– Desculpe.

– Vem comigo, estão todos tão preocupados.

O ruivo segurou o marido pelo pulso e correu até o jardim, puxando-o.

– Hey! – os dois pais gritaram perplexos e seguiram os dois em seguida.

No jardim todos estavam sentados na grama e, por incrível que pareça, em silencio. Assim que o francês ia se pronunciar, Hyoga localizou o pai e correu até eles.

– Pai! – o russo o agarrou com força já chorando - Que bom que o senhor está bem!

– Milo! – Afrodite gritou histérico

– Oi... – o grego disse com um largo sorriso no rosto

– Ele tá vivo! Ai meu Zeus! O Milo tá vivo! – Afrodite começou a pular feito louco, em seguida correu até o amigo, empurrou o russo e se jogou em seu colo. Antes de pegá-lo, Camus o puxou pro lado fazendo o sueco ir de cara no chão

– Agradeço. – Matteo disse

Runf! Runf! É muita maldade comigo... – o pisciano fingiu chorar

– Milo, fico feliz que esteja de volta. – Shaka o cumprimetou

– Eu te ouvi cantar.

– QUÊÊÊ???? – o indiano arregalou seus olhos como nunca havia feito antes.

– Sem essa, Sha... – Mú o empurrou delicadamente – Não nos assuste assim outra vez.

– Te juro que tentarei.

– Oi sogrinho... – Shun disse tímido

– Oi. Cuidou bem do meu filho?

– Claro, só não dei mamadeira por conta do senhor estar apagado. – o mais novo disse isso arrancando um riso de Milo e um bico emburrado de Hyoga

– Mas ele deu trabalho?

– Ah... um pouco. – o jovem riu, o sorriso logo desapareceu e ele fechou os olhos e levou a mão até a testa

– Você tá bem?

– Umhum... foi só uma tontura.

– Tem certeza?

– Sim... – Shun sorriu e se retirou

– Hyoga, é melhor ir ver se ele está mesmo bem.

– Tô indo, pai.

O russo seguiu o namorado que havia ido para seu quarto. Este havia entrado, mas deixado a porta entreaberta.

– Shun?

A única coisa que ouviu foi uma tosse,ao olhar bem notou que o namorado estava com a mão sobre a barriga, ajoelhado e tossia muito.

– Hey, calma. – o loiro se abaixou e segurou o namorado pelos ombros, o outro continuou tossindo – Eu vou chamar o Shion...

O garoto correu ao quintal e chamou Shion que veio junto com Mú e Dohko. Ao retornarem ao quarto, Shun estava desmaiado.

– Vamos levar ele pro meu quarto. – o avô do garoto disse.

– Tá.

O levaram, em seguida os mais velhos pediram para que Mú e Hyoga esperassem do lado de fora. Todos os outros vieram para a sala de estar, alguns minutos se sucederam e, enfim, Dohko surgiu.

– O que ele tem, pai? – Mú se levantou do sofá onde estava num pulo

– Peço que Hyoga entre primeiro...

– Sim senhor. – o loiro se levantou e andou até o cômodo, chegando lá, Shion também se retirou e ficaram apenas os dois jovens – O que houve?

– Oga... bem... eu...

– O que foi Shun?! Tá me assustando.

– Bem... – o garoto apenas pegou a mão do namorado e colocou em sua barriga

– A-ah... – o loiro não sabia o que dizer, então apenas ergueu um dedo como se perguntasse “Um?”.

O mais novo balançou a cabeça negativamente e arrumou os dedos da mão de Hyoga fazendo o número “2”.

– Gêmeos? – o loiro perguntou

– Umhum... – o mais novo disse envergonhado

– Ai Zeus... – o loiro o pegou no colo, o rodopiou, o beijou, o abraçou – Estou tão feliz!

– Eu também.

– Vem, vamos contar pros outros!

Os dois voltaram para a sala, todos já os olhavam apreensivos.

– E então, o que foi filho? – Mú perguntou preocupado

– Bem... é que... é que...

– Eu e o Shun estamos grávidos de gêmeos! – o russo disse de uma vez

– Ai meu Zeus... – Mú abriu um largo sorriso

–... – Shaka ficou quieto

– Nossa meu filho, meus parabéns.

–...- Milo também ficou calado

– Pai? – o russo perguntou

– SEU MOLEQUE! – de uma só vez Shaka e Milo começaram a correr atrás do russo que fugiu de ambos

– Hey! Não façam isso! – Mú correu atrás dos dois

– Milo, seu neto não pode nascer órfão! – o francês seguiu o tibetano

– Hey! Tios! Parem com isso! – Seiya e Shiryu começaram a correr atrás dos mais velhos para segurá-los.

– Pai se acalme! – Shun correu atrás dos mesmos

– VEM AQUI SEU MOLEQUE! – Os dois loiros gritavam juntos, logo todos estavam correndo tentando parar os loiros antes que esses matassem o russo.

Continua...