Mistério: sm.: 1 Segredo religioso. 2 Tudo quanto a razão não pode explicar ou compreender; enigma. 3 Coisa oculta; segredo.

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“Raito-kun...?”

Sem resposta. O olhar do outro permanecia vago, em sua direção, como se o atravessasse, sem vê-lo realmente.

“Raito-kun, está me ouvindo?” – O detetive cutucou o amigo, que rapidamente se movimentou.

“Ah, o que foi, Ryuuzaki?” – Ele perguntou, desviando o olhar para a mesa coberta de papéis que separava ele do detetive.

“Você não está se concentrando no caso.”

“Caso...?” – As ideias ainda não estava tão claras assim. Estava agindo como se tivesse acabado de acordar de um sono profundo; sentia-se meio grogue, até.

“O Caso Kira.” – L ergueu uma das sobrancelhas estranhando. Colocou seu dedão na boca, em sinal pensativo.

“Ah, sim.” – Respondeu com um ar entediado tomando conta de si.

L observava todas as pistas atentamente, fazendo algumas anotações entre um pedaço e outro do seu bolo Floresta Negra. Para Raito, L era um complicado e eterno mistério. Por isso ele continuava pensativo e aéreo, olhando entediado para os papeis e lançando alguns olhares para o amigo detetive, tentando descobrir o que se passava na mente do detetive. Suspirou de cansaço e se levantou.

“Acho melhor irmos dormir, está tarde.” – Disse ao outro, olhando-o de cima.

“Não estou cansado, Raito-kun.” – Respondeu-lhe absolutamente concentrado no que fazia.

“Mas eu estou. E a não ser que queira me livrar dessas algemas que me prendem a você, melhor arrumar as coisas e vir se deitar.” – Acabou soando um pouco ríspido demais, mas ele não ligou.

Ryuuzaki levantou o olhar para o amigo, talvez um pouco surpreso com a autoridade deste, mas acabou sorrindo e levantou-se também, guardando todos papeis e o que tinha sobrado do bolo.

Depois de se arrumarem, cada um deitou-se em sua cama, que não eram muito afastadas por causa das algemas.

“Raito-kun.”

“Que foi?” – Ele virou-se de frente para a cama do outro.

“No que esteve pensando a tarde toda?”

“Q-quê?!” – O moreno pôs-se rapidamente sentado em sua cama.

“Não estava concentrado no Caso.” – L sentou também e ficou observando o amigo. – “Você mal leu os papeis, não anotou nada. No que pensava?”

“Nada, volte a dormir.” – Ele virou-se na cama.

“Raito-kun.”

“O que é ago...!”

Não tinha dado tempo de completar a frase. L tinha subitamente se aproximado de si e lhe roubado os lábios em um beijo doce – literalmente falando. O mais novo ficou atônito, mas acabou correspondendo bem. Como era bom sentir aquele sabor de chocolate com chantilly e cereja, misturado ao sabor própriode L. Ryuuzaki foi forçando o outro a se deitar na cama, ficando por cima.

“Raito-kun... Eu te amo.”

“R-ryuuzaki...” – Ele gemeu entre o beijo. – “Eu também... Te amo.”

“Meu Kira...” – Ele sussurrou de tal forma que não foi possível Raito associar as palavras que o outro dissera.

É, por isso Raito amava tanto seu rival. Como não conversavam tanto assim, os momentos juntos valiam-se mais das ações. O que era algo bom, pois suas tardes/noites juntos nunca se tornavam cansativas, sempre existia algo novo, algum mistério para quebrar a monotonia. E, por todo esse mistério que sempre os envolvia, Raito nunca iria se cansar do seu amado e eterno rival.