Oxigênio

Oxygen - Capítulo 1


OXIGÊNIO

_ Ruki... Ruki-chan... Ru...

_ MATSUMOTO!!!

Levantei minha cabeça com os olhos ainda um pouco serrados até me deparar envolto pelos olhares de meus colegas de trabalho. Cocei os olhos e ajeitei meus cabelos enquanto um homem gordo e aparentemente calvo me olha com sua expressão enfurecida. Aoi me olhava realmente muito preocupado e eu ainda sonolento não o enxergava muito bem.

_ Sama, peço permissão para ajudar o Takanori a se recuperar.

_ Permissão concedida.

Ainda um pouco sonolento, senti uma das mãos de Aoi em meu braço fazendo menção de que eu me levantasse. Segui com Aoi pelo corredor dando tropeços muito vagos pelos meus próprios pés, o moreno ao meu lado me segurava para que eu não caísse enquanto eu me apoiava a ele e a parede alternando entre elas. Ao chegar ao banheiro, Aoi me apoiou a pia e deixou que eu me ajeitasse sozinho ficando apenas a me observar de braços cruzados. Eu teria que demorar um pouco pelo menos para parecer bem completamente, pois já sabia do que me aconteceria dali a alguns minutos, discussões com Aoi e blábláblá. Era realmente cansativo, mas teria que ser.

_ Ruki preciso saber do que anda acontecendo com você.

_ Não está acontecendo nada, Aoi. Eu só... Não dormi bem esta noite.

_ Há, só esta?? – ele me olhou incrédulo – Você nem foi para casa hoje. Eu te liguei o tempo todo e sempre caia na secretária eletrônica.

_ Isso não é da sua conta. Deixe-me em paz pelo menos um minuto.

Aoi me olhava duvidosamente enquanto eu não demonstrava afeto nenhum por sua preocupação. Minha vida havia se tornado uma alta destruição e eu já não sabia mais o que fazer além de me esconder atrás das garrafas de cachaça a fim de suprir meus desejos mórbidos de pura violência.

Passei por Aoi enfurecido me esbarrando de leve a ele que logo em seguida tratou logo de segurar meu pulso com força. Eu me debatia friamente contra ele, mas me segurou de tal maneira que não haveria escapatória. Era agora. Com a sua outra mão, empurrou minha cabeça para perto da sua sentindo o cheio de minha boca logo em seguida, segurou a gola de minha camisa aproximando sua cabeça sentindo o cheio dela também.

Fitou-me com total desprezo enquanto eu via seus olhos se enchendo de lágrimas que me faziam sentir meu coração se corroer a cada lagrima que me pareciam prestes a cair.

_ Você andou bebendo, não é? – ele falava enquanto dava passos lentos para trás em direção a porta e eu me mantinha fixo em meu lugar.

_ Aoi, eu...

_ E ME TRAINDO TAMBÉM! – ele gritou, minha pupila se dilatou e minhas pernas pareceram ficar bambas por aquele instante.

As lágrimas de Aoi se espalhavam constantemente por suas expressões. Seu rosto avermelhado, agora, me fazia sentir pelo menos uma parte de seu sofrimento e tudo por culpa de meu desejo porco de violência a mim mesmo.

O moreno saiu do banheiro batendo a porta com total força que fez o espelho se estremecer. Pus-me diante do mesmo involuntariamente e soquei o meu reflexo a frente, sentindo meu punho arder na mesma hora. O sangue que deslizava por entre meus dedos me fazia lembrar aquele que me levava ao pecado toda vez em que eu me sentia desprezado. Sem hesitar em momento algum, saí na rua e andei até a cabine telefônica mais próxima me fazendo discar o número que eu considerava mais perigoso, o mesmo que pedir para ir ao inferno. Não demorando nem um segundo, uma voz educada e sensual atendeu:

_Alô?

_ To... Tora? – disse com a voz rouca.

_ Ruki? Sabia que me ligaria novamente...

_ MALDITO! – gritei dentro da cabine e apoiei minha mão machucada a parede, o sangue que insistia em escorrer fez eu me controlar novamente.

_ Eu...Preciso de você!

_ Hum, eu acho que não ouvi direito. Como é, Ruki? – ele soltou uma risada debochada e eu então pedi pacientemente desta vez.

_ Eu preciso muito de você!

_ Muito? Quanto?

_ Muito, muito, MUITO! – ele riu outra vez e então prosseguiu.

_ Tudo bem, pequeno. Pode vir que eu cuido de você!

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POV’S ON

O pequeno andava pela rua vagarosamente como um cachorro abandonado. Seu rosto não deixava negar que Ruki, apesar de cretino, sofria como ninguém. Suas olheiras acusavam noites mal dormidas e em seus braços, hematomas quebravam o ar de brancura extrema.

Andou 2º minutos sem se preocupar com o emprego que havia largado bem ao meio de uma reunião que definiria o seu destino como detetive na caça há alguns chefes da yakuza.

Parou a porta de uma casa luxuosa fitando a porta por alguns segundos, respirou fundo hesitante e encostou sua mão machucada a campainha ainda sem tocá-la.

Já era fim do crepúsculo, as ruas quase escuras fizeram-o desistir de voltar ao seu trabalho porque, apesar de armado ele era um só.

Na verdade, só não voltava porque querendo ou não a atenção de que ele verdadeiramente precisava estava ali... Atrás daquela porta e se não fosse desta vez, tudo acabaria por ali. Seu emprego em uma das redes mais importantes da policia do Japão se perderia e ele ficaria praticamente a esmo.

“Ficar a esmo... ’’ Ruki balançou a cabeça negativamente, suspirou já decidido e tocou a campainha.

Ele escutou alguns passos calmos vindos de dentro da casa em direção a porta e sem que esperasse muito, um moreno alto apareceu à porta com um sorriso em seu rosto andrógino que enchia o pequeno detetive de luxúria.

_ Oi, Ruki... – olhou o menor de cima a baixo _ Achei que não fosse chegar nunca

_ Eu Po... Posso entrar?

_ deve! Não vai ficar aí o dia todo, vai?

O amante de Ruki estudava o corpo do menor de cima abaixo e como se sentisse excitação naquele momento, passou a língua por seus lábios lentamente deixando-os bem úmidos ao se deparar com o arranhão profundo que ainda não havia cicatrizado na mão direita de Ruki.

_ Trouxe um presentinho pra mim, Ruki-chan?

Ao mesmo tempo em que Tora o estudava, Ruki o olhava um pouco pasmo pelo estado em que o mais alto se encontrava. Ver Tora com roupas caseiras extremamente a vontade não era tão normal quanto parecia já que todas ás vezes em que se encontravam desde que se conheceram,o mais alto estava sempre com roupas sociais.

Sem mais, Tora puxou o menor para dentro e se dirigiu rapidamente ao frigobar que se encontrava em um canto da sala sem deixar de espiar por suas costas, Ruki. Notou que o olhar do menor para si não o deixava negar o quão sedutor estava. As pernas brancas e lisas de Tora que estavam à mostra por causa da boxer negra que usava deixariam qualquer um louco independente dos sexos. A camiseta preta dava um charme além de destacar a pele alva do maior o que o deixava ainda mais sedutor.

Depois de servir dois copos de Uísque com gelo, levou um até Ruki e dando um gole ao seu puxou a mão ferida do menor apertando com grande força fazendo com que o mesmo soltasse um gemido abafado.

_ geme para mim, Ruki. – ao notar a face contorcida de Ruki, apertou ainda mais fazendo com que ele, desta vez, fosse ao chão deixando que o copo caísse de sua mão e se quebrasse.

O detetive se ajoelhara de cabeça erguida mantendo seus olhos firmes aos de Tora que parecia cada vez mais tomado de desejo com os gemidos abafados em que soltava ao tentar se controlar para não gritar.

Depois de soltar a mão ferida do menor, Tora ajoelhou-se a frente de Ruki e aproximando a cabeça do outro a sua, tomou seus lábios em um beijo cheio de excitação e violência. O menor nada fazia a não ser deixar-se levar pelas emoções do outro que já se excitara tanto a ponto de Ruki poder sentir o membro já endurecido do outro roçar a sua perna. Percebendo que o moreno havia se acalmado em suas ações e apenas o beijava, Ruki tentou algo e acabou sendo ignorado por Tora que puxou os cabelos do menor com força fazendo a cabeça do mesmo pender para trás.

_ Tora.. Você ta me machucando.

_ Sério?? Problema é seu.

...

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