Santana estava rindo alto de algo engraçado que uma de suas companheiras Cheerios havia dito. Ela sabia que não era amiga de nenhumas das pessoas que estavam ao redor dela, mas o copo cheio pela metade em sua mão dizia muito sobre seu atual estado embriagado. Ela detestava a maioria dessas pessoas na verdade, mas ela estava se divertindo e era isso que importava no momento. Ela podia lidar com as consequências outra hora, ou simplesmente mandá-las para o inferno.

Sam estava longe de ser visto. Ele se separara de suas irmãs logo após chegar na casa de um dos jogadores de futebol que estava dando a festa. Nenhum deles conhecia o garoto, mas mais uma vez, isso não importava. Brittany havia estado com Santana até momentos atrás, também sustentando um copo batizado, mas agora ela estava se atracando com um garoto contra uma das paredes da sala parcialmente escura. Ela não tinha certeza se já tinha o visto na escola ou qual era o nome dele, mas ele era gatinho e beijava super bem, de acordo com a loira.

A festa já rolava há algumas horas. Beirava uma da manhã, a casa estava cheia de adolescentes bêbados e chapados, música alta e cheiro esquisito. Em uma área menos barulhenta, um grupinho peculiar ria alto e tentava conversar por cima da música. Rachel, Mercedes e Tina estavam nesse grupo. Elas conheciam essas pessoas porque, assim como elas, eles estavam no clube do coral, mas eles não eram amigos. No entanto, todos tinham um copo na mão, o que tornava tudo um simples momento de diversão.

Rachel não tinha certeza do que haviam colocado em seu copo, mas era rosa e piscava, e ela estava fascinada com aquilo e não se importava de pedir mais. No início ela estava hesitante sobre aceitar qualquer coisa, mas Mercedes se aventurara a provar e disse que tinha gosto de bala e que as outras duas meninas precisavam experimentar. Desde então, elas já haviam tido alguns bons goles.

Rachel já havia percorrido os olhos pelo local em busca do garoto alto que ela estava atualmente interessada. Na escola ela não atrevia se aproximar, mas agora não era ela mais falando por si mesma, e uma coragem inesperada havia surgido na pequena garota. Ela só não havia o visto ainda, tinha muita gente, mas ela sabia que ele estava ali em algum lugar. Ela só tinha que esperar a chance aparecer.

— Gente, eu preciso ir ao banheiro. – Mercedes falou enrolando a língua por conta do efeito da bebida – Tipo, agora!

— É naquela direção. – uma garota do grupo apontou. Mercedes olhou e gemeu. Parecia tão longe.

— Rach, vamos comigo. Você fica na porta e não deixa ninguém entrar. Ninguém mesmo. – a garota concordou e seguiu a amiga por entre os corpos balançando ao som da música.

Rachel ficou na frente da porta fechada enquanto balançava o corpo à batida do hip hop que tocava, vez ou outra dando goles em sua bebida. Aquele não era seu gênero musical favorito, mas naquela altura ela não ligava mais. E estranhamente aquela bebida doce estava fazendo com que ela quisesse dançar o tempo todo. Entre uma golada e outra, a adolescente finalmente capitou seu objeto de desejo: Finn Hudson. Alto, usando uma jaqueta dos Titãs, sorrindo, um copo igual ao dela na mão.

Mas ele não estava sozinho.

Ao seu lado, para surpresa de Rachel, estava Santana. Rindo. Segurando um braço do rapaz. Se inclinando para ele. Sussurrando algo para somente ele escutar.
Rachel franziu a testa em confusão e logo a ficha caiu, quando ela viu sua irmã puxar o garoto para um canto da sala e tascar um beijo nele. Seu queixo caiu e o copo em sua mão balançou. Seus nervos subiram a cabeça rapidamente e seu rosto se amassou em uma careta de desgosto.

Inferno, Santana!

Mercedes deixou o banheiro no mesmo tempo em que via sua amiga marchar apressadamente até o canto da sala, ela só se deu conta do que era alguns segundo depois, e se arrependeu de ter demorado tanto e não ter impedido Rachel de ir até lá.

— Oh, merda! – ela murmurou.

Rachel enxergava vermelho. Era mais efeito do álcool do que qualquer outra coisa, até porque sóbria a menina jamais faria um escândalo, ainda mais num lugar cheio de desconhecidos. Desconhecidos de sua escola.

— Santana!

Santana quase saltou pra fora de sua pele quando ouviu seu nome. Ela se afastou de Finn em um pulo, assustada. Finn tinha os olhos arregalados.

— Mas que porra é ess- Rachel?! – Santana gritou o nome da menina quando se deu conta de quem era – Que porra é essa, Rachel? Por que você me assustou assim?! Inferno, o que você está fazendo aqui?!

Rachel sentiu ainda mais raiva. Ela não iria responder nenhuma das perguntas de sua irmã. Ela não devia absolutamente nada à ela. Ela queria respostas.

— Eu quero saber o que você está fazendo, Santana! Eu nunca pensei que faria isso comigo!

Santana não podia estar mais frustrada e confusa. Ela primeiramente queria entender como Rachel fora parar ali, e depois, do que diabos ela estava falando. De repente Santana sentiu sua espinha gelar.

— Rachel, pelo amor de Deus, não diga que você contou pra mamãe e agora ela está lá fora nos esperando...

Rachel bufou impaciente e revirou os olhos.

— Não. Ela não sabe de nada.

Santana respirou aliviada por alguns segundos e então voltou a encarar sua irmã mais nova em confusão.

— Olha, eu não sei o que você quer dizer com o que eu supostamente fiz pra você, mas você pode me dizer depois. Agora nós vamos sair da- você tá bebendo?!

Santana sentiu seu sangue ferver. Além de pegar sua irmã numa festa que ela não deveria estar, ela estava bebendo. E encarando a menina, observando seus olhos turvos e o cheiro de sua respiração, Santana adivinhou que ela estava bêbada.

— Não importa, Santana. Eu quero que você me diga porque estava beijando Finn!

Foi a vez de Finn, que estava assistindo a confusão em silêncio, ficar confuso. Ele franziu as sobrancelhas e se aproximou logo que seu nome foi citado.

— Quem é essa, Santana?

Santana então se lembrou do garoto que estava beijando minutos antes e se virou com um suspiro.

— É minha irmã, Rachel. – ela acenou a menina mais nova, em seguida olhou para ela novamente – E Rachel, você não tem nada a ver com o que eu faço ou deixo de fazer. Você não deveria nem estar aqui. Vem, vamos procurar Sam e Brittany e te levar pra casa.

Santana pegou o braço da menina sem nenhum cuidado e começou a arrastá-la pra longe. As pessoas que estavam perto assistindo a discussão vaiaram pelo aparente fim do show que eles estavam tendo.

— Ei, podem continuar. Adoro briga de mulheres por um cara! – um deles gritou, bêbado.

— Vai se foder! – Santana gritou de volta, ganhando vários uivos dos outros que acompanhavam o rapaz que gritara.

Ela continuou rebocando Rachel até os dois irmãos loiros, sentindo a raiva cada vez mais presente em suas veias. Ela não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Rachel só fazia burrada!

— Como você chegou aqui?! – ela vociferou sem soltar o braço da menina mais nova.

— Me solta! Você tá me machucando!

— Responda, Rachel! Onde estão Mercedes e a asiática? Elas estão aqui também?

— Sim, nós viemos juntas. Não importa como viemos. Ai! – disse com a língua enrolada.

— Para de reclamar. Você deveria estar agradecida de ter me encontrado antes que algo pior acontecesse! Eu já te disse, Rachel, nessas festas tem todo tipo de gente doida. Eu sei lidar com eles, mas você não está acostumada.

— Mas eu quero ficar acostumada! – disse Rachel sem pensar muito. Ela não respondia por ela mesma desde o terceiro copo de álcool.

Santana ignorou sua irmãzinha bêbada e correu os olhos pelo quintal de trás da casa. Finalmente ela avistou Sam que ria junto dos garotos do time que ele agora fazia parte. O garoto não reparou nela até que ela o chamou depois de dar alguns passos largos até ele.

— O que foi agora, Sa- RACHEL?! – Sam engasgou quando viu Santana segurando uma Rachel aparentemente furiosa ao lado dela. Santana também não parecia muito feliz – O que ela tá fazendo aqui?

— Eu também não faço ideia, mas ela só apareceu e está bebendo! Nós temos que sair daqui. Onde está Brittany? – Santana disse tudo num fôlego só, os olhos novamente correndo pelo quintal.

— Ei, ei, ei. Calma lá. – Sam ergueu as mãos em defesa, uma delas segurando um copo vermelho – Nós não podemos sair agora. É o melhor momento da festa.

— Droga, Rachel. – Santana disse sob a respiração, passando a mão livre pelo cabelo escuro – Ela não pode continuar aqui. E ela tá bebendo!

Nesse momento Santana reparou que Rachel ainda segurava o copo e já estava quase tomando outro gole da bebida, rapidamente ela o arrancou da mão da irmã, cheirando o conteúdo e fazendo uma careta.

— Tem vodca nisso aqui. Quem te deu isso, Rachel?

— Eu não vou responder nada. Quero que você me deixe em paz!

Rachel balançou o braço até conseguir escapar do aperto de Santana, e quando o fez, não conseguiu dar mais que três passos antes de tropeçar e quase cair, fazendo-a achar graça de si mesma e rir.

— Temos que levá-la para casa. Se eu chegar sozinha com ela, podemos fazer algum barulho e nossos pais acordarem. Daí eles vão saber que vocês não estão lá. É a sua escolha.

— Merda. – Sam soltou antes de começar a
olhar ao redor por Brittany.

Quando encontraram a loira alguns minutos mais tarde, Brittany ficou chocada ao avistar Rachel. Diferente de seus irmãos, ela não ficara com raiva da menina por estar ali, mas que foi no mínimo esquisito e engraçado ver Rachel bêbada, foi.

— Agora preciso achar Finn novamente. Precisamos de carona. – Santana disse, levando Rachel pelo braço novamente e sendo seguida pelos dois irmãos loiros.

— Podemos pedir um Uber. – Sam ofereceu – Não vamos fazer Finn perder a diversão.

— Tudo bem. Isso vai sair da sua mesada! – Santana vociferou para Rachel, trincando os dentes. Rachel unicamente ignorou o que Santana disse, tonta demais para raciocinar direito. – Eu só preciso fazer mais uma coisa antes de irmos.

Ela olhou ao redor da sala a procura das duas meninas que acompanhavam Rachel. Rapidamente seus olhos pousaram nas duas e ela pisou fortemente até elas. Mercedes foi a primeira a percebê-la e arregalou os olhos.

— Ei, vocês. Nós estamos saindo agora. – Santana deixou-as saber, não dando tempo delas falarem qualquer coisa – Você, garota asiática. O quanto desses copos você já teve?

— U-um e m-meio. Eu f-fui a que me-menos bebeu. – Tina disse, intimidada pela garota mais velha.

— Ótimo. Então você irá me dizer exatamente
quem trouxe vocês.

Tina balançou a cabeça rapidamente em concordância. Ela apontou na direção do menino de cabelos escuros que segurava uma garrafa de água, perto das caixas de som. Tina se lembrava bem dele, porque no caminho para a festa ela havia ficado temerosa no carro daquele garoto e não parara de encará-lo pelo espelho retrovisor. Rachel era doida de sequer sugerir aquilo.

Santana deixou Rachel junto com os irmãos e as meninas e marchou até o garoto.

— Ei, você, moleque. Qual o seu nome? -Santana disse, intimidante. Ela recebeu um olhar de cima a baixo do garoto, e ergueu uma sobrancelha.

— Depende de quem quer saber. – ele disse, sorrindo.

— Olha aqui, Cabelo de Tigela, eu não tô com tempo pra isso. O que importa aqui é por que você achou que era inteligente trazer três meninas que você mal conhece à essa festa. Uma delas sendo a minha irmã!

O menino arregalou os olhos. Ele conhecia Santana, ele já havia a visto pelos corredores da escola, ele sabia que ela era uma Cheerio e que assustava quem quer que entrasse em seu caminho.

— D-Derek.

— Bom, Derek. Parece que você cometeu um erro e agora eu farei você consertá-lo. O quanto você bebeu?

— Apenas água.

— Ótimo. Então agora você irá mexer sua bunda daqui, colocar duas daquelas três meninas no seu maldito carro e me seguir até a minha casa. Você irá deixar aquelas meninas em segurança no mesmo lugar que você as pegou. Eu saberei se você fizer qualquer gracinha e então farei da sua vida na escola um inferno. Você entendeu?

Santana disse tudo isso em voz relativamente baixa. Derek assentiu vigorosamente, os olhos esverdeados arregalados. Se ele soubesse, nunca teria aceitado o suborno da garota baixinha. Mas inferno, ela podia ser insistente.

Santana puxou Derek pela gola da camiseta e o arrastou até onde os cinco a esperavam.

— Quem é esse, Santana? – Sam questionou.

— O Cabelo de Tigela aqui foi quem trouxe essas três pra essa festa. Eu não sei o que ele estava pensando, provavelmente ele é burro e não pensa, na verdade. – Derek lhe deu um olhar ultrajado que Santana ignorou – Ele irá levar as duas aí até nossa casa. – ela apontou na direção de Mercedes e Tina.

— O quê?! – Sam quase gritou – Por que?

— Porque, inteligência rara, se minha mãe acorda amanhã e a asiática ou a Aretha Franklin aqui não estão lá, será no mínimo estranho, não acha?

Mercedes e Tina se encararam e franziram o cenho com a menção de seus “nomes”, mas aquela era apenas Santana sendo Santana.

Sam bufou e assentiu, assim como Brittany e então os sete se dirigiram para o lado de fora da casa. Santana enfatizou outra vez que era melhor Derek levá-las com segurança, e rapidamente o garoto desapareceu dali com Mercedes e Tina o seguindo até o carro. Santana ficou satisfeita que ela tinha esse efeito nas pessoas. Ela havia aprendido aquilo com sua babá muitos anos antes. Sra. García teria ficado orgulhosa.

Restando agora apenas ela, os irmãos e Rachel, os quatro adolescentes ficaram na frente da casa lotada enquanto Santana acionava o aplicativo em seu celular para solicitar um carro para levá-los até em casa. Rachel estava metade rindo de seu próprio estado e metade ainda revoltada. Sam espelhava a expressão irritada de Santana e Brittany estava alheia à situação, ainda sorvendo de seu copo quase vazio. Cerca de dez minutos depois o carro preto solicitado parou em frente à casa, Santana identificou o motorista e os quatro entraram no veículo, fazendo com que o motorista gemesse internamente ao observar o estado de Rachel.

Derek observou de dentro de seu carro com Mercedes e Tina quando os quatro haviam entrado no carro e então se preparou para segui-los.

— Ela pode querer um pouco d’água. - O rapaz ofereceu educadamente. Santana assentiu e deu à irmã uma garrafa que o motorista lhe entregou.

— Eu não quero isso. - Rachel gemeu empurrando a mão de Santana.

— Eu não me importo. Beba toda essa garrafa.

Rachel pegou a garrafa a contragosto e se atrapalhou com a tampa. Sam, que estava sentado ao lado dela no banco traseiro, ficou impaciente e pegou a garrafa com uma bufada, abrindo a mesma e retornando-a à garota.

O trajeto até em casa pareceu demorar séculos com Rachel reclamando a cada poucos segundos que estava tudo girando e outrora rindo alto de qualquer coisa que ela achasse graça. Sam estava com raiva sentado o mais distante possível da menina, já tendo a ameaçado caso ela vomitasse nele. Finalmente eles chegaram e Santana foi a primeira a sair do carro, enquanto Brittany ajudava Rachel a descer do banco de trás. Derek parou o carro logo em seguida e então Mercedes e Tina saíram, fazendo o garoto arrancar logo em seguida, não querendo estar em mais nenhuma lugar perto de Santana.

Quando todos se juntaram no jardim da frente, Santana empurrou todos eles pela lateral da casa até os fundos.

— Rachel, por tudo que é mais sagrado nesse mundo, você precisa ficar quieta. Se a mãe ou Will acordam, eu mato você. O mesmo para vocês duas. – ela apontou.

— E depois eu ressuscito você e mato de novo. - Sam foi o próximo a expressar seu descontentamento com a menina mais nova.

— Eu vou ficar quieta. Prometo. – a menina mais nova disse irritada. Ela bateu o pé uma vez para enfatizar.

— Okay. Então faremos o seguinte: Sam entra primeiro e vigia o corredor para as escadas do terceiro andar. Britt, você pode ir para o seu quarto, mas cuidado. Eu vou levar o anão e as outras duas para o quarto dela e colocá-la na cama.

— Mas eu quero ajudar com a Rae. - Brittany pediu.

Santana suspirou.

— Ok, mas precisamos ser cuidadosas. O pirralho tem sono leve. - Todos assentiram - Tudo bem. Você pode ir, Sam.

Na ponta dos pés, cada um deles fez seu caminho para dentro da casa escura pela porta dos fundos. Santana teve que respirar fundo para não enforcar Rachel, que fazia qualquer coisa menos evitar fazer barulho. Por fim as cinco meninas subiram as escadas depois que Sam fez o sinal, Rachel sendo levada por cada braço por suas irmãs até seu quarto no segundo andar.

— Nós precisamos colocá-la no chuveiro, San. - Brittany sussurrou para Santana depois que a porta do quarto estava fechada.

— Não podemos, Britt. O banheiro fica no corredor e seria arriscado. Ela pode tomar um banho amanhã. Nós agora só precisamos de um balde, ela irá nos agradecer. – e então ela olhou para as duas meninas encolhidas no quanto – Vocês acham que vão vomitar a qualquer momento?

Duas cabeças balançaram negativamente ao mesmo tempo e Santana agradeceu internamente. Ela não tinha cabeça para lidar com três meninas bêbadas naquele momento. Rachel era o suficiente. Aparentemente sua irmãzinha era o elo fraco das três.

Santana pegou a lata do lixo que ficava no quarto da menina, embaixo da escrivaninha, e o deixou perto da cama caso Rachel vomitasse. Por essa altura, a menina mais nova já tinha aceitado seu estado miserável e tinha um olhar culpado, com a cabeça baixa. A garrafa de água havia ajudado, mas ela ainda não estava completamente sóbria.
Mercedes e Tina sabiamente haviam ficado caladas e apenas vestiram seus pijamas, alternando a vez dentro do closet de Rachel, deitando logo em seguida em seus colchões infláveis enchidos anteriormente.

— Eu não quero ir para a cama agora. É muito cedo. – Rachel choramingou. Santana revirou os olhos.

— O inferno, Rachel. Deita logo nessa droga de cama e vá dormir.

Rachel encolheu os ombros e se arrastou para a cama, deitando em cima do edredom rosa claro.

— Mamãe ficaria uma fera se ouvisse você agora. Ela odeia xingamentos. Ela iria chutar a sua bunda.

Santana revirou os olhos novamente e decidiu ignorar sua irmã, ela apenas rolou Rachel para o lado e puxou o edredom, Brittany de bom grado tirou os sapatos dos pés de Rachel e Santana a cobriu. Rachel enfiou a mão embaixo do travesseiro e puxou seu macaco de pelúcia que ela tinha desde criança, suspirando e ficando confortável.

— Ela é tão doce. – Brittany sussurrou a observando.

— Ela é um demônio, isso sim.

— San, eu não to me sentindo bem. – Rachel abriu os olhos e encarou sua irmã com a testa franzida. Santana rapidamente pegou a lixeira e colocou embaixo do queixo de Rachel, fazendo uma careta para sua irmã despejando o conteúdo de seu estômago.

— Quão doce ela é agora? – Santana encarou Brittany com as sobrancelhas erguidas.

Rachel rapidamente se jogou na cama depois de vomitar, Santana olhou com nojo para a lixeira e a colocou perto da porta para se livrar daquilo quando ela fosse para seu próprio quarto.

— Será que ela vai ficar bem? – Brittany perguntou preocupada.

— Espero que sim. Ela vai desmaiar agora.

Dito e feito, Rachel estava morta para o mundo em questão de minutos. Com um olhar para as duas meninas no chão, elas também já haviam apagado.

— Nós precisamos colocar outra roupa nela. Se Shelby entrar aqui e vê-la vestida assim, ela vai desconfiar de alguma coisa. – Brittany foi a voz da razão.

Com algum esforço Brittany e Santana conseguiram trocar as roupas de Rachel para uma camiseta grande que a menina usava para dormir e então saíram do quarto. Sam já havia ido para o dele também. Silenciosamente, Santana entrou no banheiro do corredor e tirou uma cartela de Advil do armário, em seguida ela desceu até a cozinha e pegou três garrafas de água na geladeira, levando tudo de volta para o quarto de Rachel. Agradeçam mais tarde. Ela pensou ao fechar a porta do quarto com cuidado.

— Espero que elas fiquem bem. – Brittany sussurrou enquanto ela e Santana subiam para o terceiro andar.

Santana unicamente suspirou e assentiu, no fundo ela apenas se preocupava com sua irmã. Rachel havia sempre sido o bebê até Blaine nascer, e até mesmo depois do irmão caçula ela era considerada um bebê, principalmente para Santana e Noah.
Ela deu um sorriso à Brittany e então beijou-a na bochecha, dando boa noite.

Já em seu próprio quarto e na cama, Santana finalmente pode respirar aliviada que havia dado certo, mesmo que sua noite terminara de forma totalmente inesperada. Ela sabia que Rachel teria um inferno de uma ressaca quando acordasse, e ela imaginava como sua irmã esconderia isso de sua mãe.

Ela só esperava que Rachel não desse com a língua nos dentes, senão, Santana a mataria.