Mal chegaram ao motel, Sam e Dean se sentaram à frente do laptop, Sam mexendo e Dean observando com atenção.

Depois de um tempo, Dean teve um lapso.

– Sam, lembra daqueles livros que Bobby enviou para o pai há um tempo? Para que John tomasse conta, enquanto se mudava?

– E ainda não teve tempo de vir buscar? Lembro - Sam afirma, confuso. - Mas...o que tem eles?

– Deve haver alguma coisa lá. Acho que me lembro de encontrar alguma referência a mudanças de cores de olhos ou algo do gênero. - ele diz, recordando-se. - Por que você não dá uma olhada enquanto eu fico aqui, no computador?

– Por que você não lê os livros? - indaga Sam, divertindo-se, sabendo bem qual a resposta para a própria pergunta.

– Maninho, de nós dois, quem tem mais dedo para pesquisa é você. Entre os livros complicados cheios de informações inúteis e uma rápida pesquisa no google, acho que nem tem o que pensar.

Sam ri. Apesar de Kath, que pesara muito nele durante todo o dia, ele sempre se sentia melhor pesquisando.

Sam se levanta e pega a chave do baby.

– Se você bater o porta-malas com força eu arranco sua cabeça! - grita Dean quando Sam desaparece atrás da porta.

Três minutos depois, Sam aparece novamente, com uma caixa seletiva em mãos.

.

– Dean, acho que achei alguma coisa.

A caixa podia ser só uma, mas os livros pareciam intermináveis, com suas letrinhas miúdas e anotações em japonês rabiscadas nos cantos.

Depois de quase duas horas e meia, Sam finalmente achara algo.

Dean, surpreso com o acontecimento, se virou rampidamente na cadeira, deixando uma perna de cada lado do encosto e apoiando os cotovelos sobre o mesmo.

– 'As cores e formas dos olhos podem ser algumas das características marcantes de determinadas criaturas. Por exemplo, os olhos dos demônios são sobretudo negros, sem íris nem esclera. Várias outras criaturas também são marcadas pela pupila em forma de fenda'...

– Tá, isso nós já sabemos - interrompe o primogênito, impaciente. - O que mais?

– '... mas tanto a forma quanto a cor podem ser alteradas, seja por falta de alimentação respectiva, envenenamento ou... maldições.'

Sam dá uma ligeira pausa antes de falar o terceiro item, enfatizando-o.

Dean fica em silêncio por um instante, processando a informação.

– Então - deduz ele, hesitante. - nós estamos sendo seguidos por três criaturas amaldiçoadas? Literalmente?

– É o que eu acho - diz Sam. - Além do mais, foi a coisa mais plausível que encontramos até agora a respeito.

Dean dá de ombros.

– Que ótimo. Como descobrimos agora o que eles são?

– Bom, temos que dar um jeito de testá-los. Com os materiais básicos...

– ... sal, ferro e prata - termina Dean para Sam. - E como faremos isso?

– Não sei. - admite ele. - Mas também há um outro jeito. Lembra do que o pai nos disse, de que um demônio sempre reage mal à palavra 'Cristo'?

– Lembro...

– Então, parece que várias outras criaturas também têm uma palavra-chave. Podíamos testar com as palavras, e, se não funcionar, com os materiais.

Dean se levantou, num salto.

– Perfeito! É fácil e prático! Por qual nome começamos?

– Pelo mais fácil de introduzir numa conversa. - afirma Sam. - Cristo.