Ter uma aliança é tentador, mas morrer, nem tanto

Mike puxa meu braço por três corredores seguidos.

- Pode me dizer o que eu estou fazendo aqui? - pergunto puxando meu braço quando entramos em um corredor escuro.

- Shh. - diz ele. - Só venha.

- Não até você me dizer quem está ai dentro.

Ele suspira.

- Caleb - Ele revira os olhos. - Pode entrar agora?

- Hm. - digo e ando na direção da porta, agora aberta com a mão de Mike na maçaneta.

Uma luz fraca está acesa. Entro no espaço, um pouco apertado com quase dez secretários sentados no chão. Caleb está de pernas cruzadas, no canto com os olhos atentos á tudo o que acontece no lugar.

- Ok. Vamos começar. - Claire observando Mike sentar-se ao seu lado no chão. - Brianna quer ser a primeira?

- Á que? - pergunto.

- Ninguém não disse até agora o que vamos fazer. - diz Caleb.

Claire revira os olhos e se arrasta pelo chão, acendendo uma vela e colocando perto da parede riscada com palavras.

- Sabem o que é isso? - pergunta ela se levantando. - Isso, são todos os nomes de secretários que passaram por aqui. A maioria deles fez isso, porque seríamos diferentes? Isso é uma tradição.

Caleb ri.

- Ok. Vamos escrever nosso nome na parede? - Ele se levanta e tira uma caneta prateada do bolso. Ele começa a escrever o C. Quando Claire segura seu braço.

- Seu verdadeiro nome. - Ela encara seus olhos.

Caleb faz um clique na caneta e a guarda de volta no bolso.

- Porque me chamaram aqui? - diz ele bravo.

- Sente-se. - diz ela.

Caleb volta para seu lugar e Claire me encara.

- Vai ficar em pé o dia inteiro?

Sento-me no lugar onde estava parada, perto da porta.

- Quer começar ou não? - pergunta ela.

- Começar o que? - pergunto.

- Meu Deus, mas você é muito burra. - diz ela. - Mike.

- Eu não vou começar. Você quer isso, então comece você.

- Eu estou indo. - diz Caleb. - Não vou participar disso. E são - Ele olha o relógio. - Cinco e quinze. Não faria isso se fosse vocês.

- Ninguém sai daqui. - diz Mike segurando seu braço. - Deixa de ser estúpido e seja como todo mundo.

Caleb volta para seu lugar e me encara.

- Bem, vocês podem fazer isso por bem ou por mal. - Ela tira vários envelopes prateados da bolsa dourada e sorri. - Vamos saber quem foram vocês de qualquer jeito. Diana começa então.

- O que? - pergunta Diana.

Claire abre um envelope e tira o papel.

- Aqui está. Ciara Smith. Cabelos castanhos, dentes retos, 1,55 de altura. Hm, um pouco baixinha não? Olhos castanhos, um pouco gordinha, seu funcionário deu um trato em você hein? Bem, vamos lá. Nossa! Temos uma verdadeira Nerd aqui! Olha só essas notas. Meu deus. Me diz Ciara. Porque quis ser uma secretária?

- Eu não quis ser uma secretária. - murmura Diana.

- Tem certeza? - pergunta Claire com um cartão de memória prateado na mão. Ela anda até um computador e liga o retroprojetor que dá na parede riscada, mostrando um palco, um parlamentar ao microfone e um monte de gente. Uma mão é levantada e Diana sobe ao palco. - É, eu acho que não. Continuando.

A cada nome declarado, uma filmagem, olhares assustados, risadas de Claire. Não sei porque nenhum deles reage. Porque ninguém tira os papeis de sua mão? Claire deve saber algo pior de cada um dela.

- Brianna. - diz ela sorrindo. - É o penúltimo nome. - Ela segura dois envelopes. - Quem vai primeiro? Brianna ou Caleb?

- Cadê o seu e o de Mike?

- Nós comandamos isso aqui, não temos obrigação de revelar nossos dados para vocês.

Todos se entreolham e Claire encara a mim e á Caleb.

Ela revira os olhos e abre um envelope.

- Brianna então. - Suspira ela.

Pulo em cima dela e arranco o envelope de sua mão. Socando sua cara e puxando seus cabelos.

Ela estapeia minha cara e soca meu nariz. Minha boca agora tem um gosto metálico.

Vejo alguém pegar os envelopes. Alguém puxa meu braço e me leva até fora da sala. Caio no chão e escuto a tranca da porta.

Olho para a porta, ainda meio tonta e tentando enxergar no escuro.

A pessoa larga os envelopes no chão e vem até mim. Meu cabelo cai sobre meu olhos.

Ouço batidas na porta. Chutes, socos e gritos começam a aumentar.

Sinto dedos tirando o cabelo de meus olhos. Não consigo enxergar nada.

Sinto-me bêbada. Não que eu já tenha ficado, mas já vi muita gente bêbada saindo de festas e passando por nossa casa.

Meu nariz e minha boca sangram. Sinto que quebrei alguma coisa. Desde um dente á um braço.

- Brianna? Consegue andar?

- Acho que não. - digo.

Sinto uma mão em minhas coxas e em minhas costas. Sinto a claridade embaçada em meus olhos.

- O que aconteceu com ela? - alguém grita.

- Vamos para dentro. Ai eu conto.

Sou deitada em algo macio e escuto alguém arrancar fios elétricos. As luzes são apagadas, mas logo voltam, só que desta vez, mais fracas.

- O que você fez?

- Desliguei as câmeras.

- Ah! Ótimo. E o que Candice vai dizer sobre isso?

- A sala está constantemente vazia.

- O que aconteceu? Porque está com envelopes nas mãos?

Sinto uma enorme dor de cabeça e não escuto mais nada.

Acordo em um quarto branco. Sinto frio em minhas pernas.

Abro os olhos e vejo uma porta com um botão azul anil brilhando próximo á ela. Levanto-me da cama e aperto o botão.

- Ah, você acordou. - ouço a voz de Adisson.

Seguro a maçaneta e me lembro que foi o que aconteceu comigo no primeiro dia que estive aqui.

Nada disso aconteceu de verdade?