Capitulo onze.
Supere ou sofra.

- Lá, lá, lá, lá, lá...
- Mione! Eu sei que você amou a minha festa. Mas, por favor, dá para parar de cantar? – Disse Gina deslizando a escova nos seus cabelos lisos.
- Meninas! Vamos logo! Não vai dar tempo de visitar o Hagrid se vocês não se aprontarem rápido! – Disse Harry jogando a mochila em um canto qualquer.
- Mas eu não quero ir! Estou com dor nas pernas!
- Porque será, Rony? Talvez seja porque você ficou dançando até as quatro da manhã ontem!
- Pára de preguiça, amor! – Disse Hermione o abraçando.
- Tudo bem! Mas a Gina vai junto? Ela nem conhece o Hagrid direito!
Ninguém respondeu.
- Ela vai? – Perguntou de novo.
- Algum problema, Ronald? – Perguntou Gina guardando a escova na mochila.
Eram oito da noite e eles se arrumavam para ver o gigante. Hagrid tinha enviado uma coruja dizendo que tinha uma grande surpresa para o três, no caso quatro.
- Não é problema nenhum, Gina! – Resmungou Rony, colocando o casaco de couro. – Porque você está me chamando de Ronald? Sou seu irmão! Me chame de Rony, ou Ron! Sei lá, Gina!
- Você não anda merecendo apelidos, Ronald! – Disse esticando o vestido novo que Harry comprara para ela.
- Você anda sendo muito infantil! Se você vai me chamar de Ronald, eu vou te chamar de Ginevra! – Disse decididamente emburrado.
- Quer saber, Ronald? Vão vocês três! Eu vou ficar aqui e estudar um pouco!
- Não, amor! Você vai junto! – Disse Harry a puxando para perto.
- Desculpe-me, Harry. Mas eu percebi que Rony não me quer junto!
- Mas eu...
- Me poupe, Ronald! Eu sei que não faço parte do trio de mágico! Sei que estou sobrando aqui! – Ela jogou a mochila em um canto qualquer da sala.
- Gina! Amor! Volta aqui!
Tarde demais. Ela já tinha ultrapassado o batente do dormitório feminino.
- Hermione, vai chamar ela, por favor! Não posso entrar no dormitório das garotas! – Pediu Harry fazendo cara feia para Rony.
- Não temos tempo, Harry! Nós nem deveríamos ir visitar o Hagrid. Quanto mais tarde nós formos, mas enrascados poderemos ficar!
- Viu o que você fez, Rony?
- Mas, Harry! Eu não fiz nada! Eu não disse nada! Ela está louca! Eu não tenho culpa que a Gina é neurótica! – Defendeu-se Rony se escondendo atrás de Mione.
- Chega, meninos! Vamos logo ver o que o Hagrid quer, depois, quando a gente voltar, você – Ela apontou para Rony. – vai pedir desculpas para a sua irmã! Ela já está sofrendo muita coisa para aturar você!
- Sofrendo? Sofrendo o quê, Hermione? – Perguntou Harry demonstrando-se nervoso.
- Eu disse so-sofrendo? Eu não quis di-dizer isso!
- Você está gaguejando! Diga logo!
- Eu não sei de nada! Vamos logo!
Harry acreditou e foi na frente. Ele estava triste, não queria ter deixado Gina sozinha.
- Não se preocupe! – Disse Mione colocando a mão sobre seu ombro. – Ela está bem! Ela está com a Patil, elas devem estar fazendo uma festa do pijama.
- Eu estou bem. – Mentiu. – Obrigado Mione. Você sempre sabe o que dizer.
- Ah... Harry... Sinto muito! Sei o quanto você ama ficar com a Gina. – Ela parou na descida do morro e deu um abraço em Harry.
Rony sempre fazia cara de ciúmes, quando presenciava uma cena de afeto entre os dois.
- Eu comprei vomitilhas, alguém quer? – Disse Rony na tentativa de acabar com o assunto.
- Para quê, eu vou querer vomitilhas, Ron? Para vomitar? – Perguntou Harry.
- Ér... bem... Vamos logo!
As arvores balançavam com o vento de verão. As vestes, de Hermione, dançavam no ar e Rony mancava com o pé dolorido. A lareira da cabana do meio-gigante estava acesa despejando uma grande quantidade de fumaça no ar.
Harry bateu na porta e logo uma figura imensa e sorridente apareceu.
- Entrem, entrem! Quanto tempo! – Ele abraçou um por um, esmagando-os. – Podem se sentar em qualquer canto! Prometo ser breve, não quero meter vocês em encrencas. Vocês estão muito comportados esse ano. Não quero estragar suas fichas, afinal, Snape teria um motivo decente para esculachar vocês na próxima reunião.
- Ele fica tentando caçar um motivo para nos encrencar?
- Sempre! – Disse Hagrid fazendo eles rirem. – Bom... Resumindo, eu queria dar isso para vocês.
Ele entregou um envelope comprido para cada um. Harry abriu o seu com desanimo.

Querido, Harry Potter.
Queremos te convidar para um casamento, tamanho gigante, na praia.
Com direito a um convidado especial.
Traje a rigor.
Contamos com a sua presença.
Abraços, Hagrid e Madame Máxine.

Logo, Harry trocou a cara de emburrado por um sorriso. Ele se levantou e abraçou Hagrid.
- Parabéns Hagrid! Fico muito feliz por vocês!
- É mesmo, cara! Parabéns Hagrid! – Disse Rony.
- Ah! Eu amo casamentos! É uma oportunidade de deixar o amor rolar! É quando as violetas estão azuis e quando as rosas desabrocham, quando o sol brilha mais forte e quando...
- Já entendemos, Mione! – Ele fez um basta com a mão. - Hagrid, faz tanto tempo que a gente não se vê, que até me esqueci de te perguntar como tem ido suas aulas dentro da escola. – Disse Harry empurrando a baba do Canino, para fora da sua calça.
- Ah! Você está muito atrasado, Harry! Eu estava dando aulas dentro de Hogwarts só no inverno. Agora no verão já estou dando aula aqui fora!
- Ah! Me desculpe... Entao Hagrid, aqui diz que podemos levar um acompanhante, certo?
- Certo! Bom... Como eu não sabia se estavam namorando... Eu coloquei isso. – Disse sem jeito. – Então... Vocês estão namorando?
Um silêncio preencheu a cabana.
- Eu estou! – Disse Harry com entusiasmo.
- É?! Com quem?
- Com a Gina!
- Oh! Com a Gina! Que legal! Você namora com a irmã do seu melhor amigo! Isso é realmente lindo! – Disse Hagrid batendo palmas.
Harry não soube se seus amigos queriam falar se estavam namorando, então ficou quieto.
- Esse cachorro já está bem velho, não é?! – Perguntou Harry para quebrar o gelo.
- É! Ele é meu velhinho!
- Hum... Ér... Acho que é melhor a gente ir.
- É... Vão logo! Não quero que se encrenquem. – Disse o gigante se levantando.
Os quatro saíram da cabana. O cheiro da brisa era realmente bom. Hermione foi descer o degrau, mas pisou em falso e caiu no chão.
- Mione! – Rony correu até ela, ajudando-a a levantar. – ‘Tá tudo bem, amor? Ah! Não é nada! Apenas um arranhão. Vai ficar tudo bem. – Rony deu um beijo nela, fazendo Hagrid arregalar os olhos.
- É... É impressão minha ou os dois se beijaram?
- Sim! Eles estão namorando. – Riu Harry.
- Uau! Nunca cheguei a imaginar que cão e gato poderiam ficar juntos!
Hermione riu timidamente.
- O problema é que eu o amo incondicionalmente.
- O problema é que sem ela, eu não ia querer mais viver.
- Nossa! Estou realmente passado! – Hagrid se despediu dos três e entrou na cabana.
- Harry! – Exclamou Rony. – Desde quando sua mochila é rosa e cheia de florzinhas?
- Oh! – Harry olhou para a mochila que jogara nos ombros e Hermione fez uma cara de assustada. – Acho que sem querer eu peguei a mochila da Gina! Opa! – Riu Harry.
- Ah! Eu posso ver o que a Gina leva na mochila?
- NÃO! – Gritou Hermione. – Claro que não! Rony você é muito xereto! Isso seria muita falta de privacidade.
Foi tudo tão rápido, que Harry não conseguiu acompanhar o que aconteceu.
Rony arrancou a mochila de seus ombros e saiu correndo, como uma criança que acabara de afanar um doce. Ele correu tanto, que parecia que seu pé não estava mais doendo.
- RONALD WEASLEY, - Berrou Harry. – volte aqui, agora!
- Ai Senhor! Se ele, ver o que tem dentro dessa mochila, tudo vai estar acabado!
- Porque, Hermione?
- Porque... Porque... Vamos logo procurar ele!
Eles entraram no colégio, olhando para todos os lados a procura do ruivo. Subiram e desceram, praticamente, quase todos os corredores.
- Já faz uma hora que a gente está procurando esse tonto! – Disse Harry virando no quinto andar.
- Não chame meu namorado de tonto! – Hermione deu um tapa audível nas costas de Harry. Harry segurou o grito. – Mas onde esse tonto foi se enfiar?
Eles riram.
- Vamos para a sala comunal. A gente ainda não viu lá!
- Tudo bem! Mas a Gina vai enlouquecer quando souber que Rony está com a mochila dela. Espero que ela não brigue comigo. – Disse Harry.
- Senha? – Perguntou a mulher gorda.
- Música e alvoroço.
- Errado! A senha mudou a meia hora.
- Mas não nem estávamos aqui! – Justificou Hermione.
- Ninguém mandou vocês irem namorar. – Disse a mulher gorda, girando o vinho em sua taça.
- Ora! – Hermione bateu o pé com força no chão. – Mas nós não estav...
A porta se abriu, mostrando os belos olhos do belo Neville.
- Oi gente. A nova senha é orelha de hipogrifo. – Neville deu um sorriso cabisbaixo e saiu.
Os dois amigos entraram na sala comunal e o coração de Harry partiu ao meio. Rony chorava em frente a lareira, apertando uma carta com força na mão. Mione correu até ele e se ajoelhou ao seu lado.
Harry se sentiu um corpo sem alma. Ele não conseguia mexer, nem sequer, um só músculo do corpo. Não sabia o que pensar. Ficou parado assistindo seus amigos chorarem.
A porta abriu novamente. Gina entrou chorando também. Sua maquiagem escorria nas bochechas vermelhas. Gina se sentou no chão ao lado de seu irmão.
- Ron... Você viu?
- Ele viu, Gina. – Respondeu Mione por ele.
Hermione se levantou e abraçou Harry.
- Ah, Harry... Isso é tão triste... – Ele encostou a cabeça nos ombros de Harry, enquanto chorava.
- O que aconteceu? – Perguntou.
Hermione sentou deixando as lágrimas rolarem.
- Alguém pode me dizer? – Perguntou de novo.
- Ron... Eu estou aqui com você. Vai ficar tudo bem. Ele vai ficar bem... Não chore, por favor. – Pediu Hermione.
- POR QUE VOCÊ NÃO ME CONTOU? – Gritou Rony para Gina.
- Eu não sabia como te contar! Eu só achei que se te contasse... Você ficaria assim!
- E como quer que eu fique? Sorrindo e dando festas, como você fez? – Disse atacando a carta no fogo.
- Fiz isso para... Rony, por favor! Pare de ser assim tão duro comigo! – Disse Gina engasgando com o choro.
- CARACAS! Tem como alguém me contar o que está acontecendo aqui?
- Harry... O Carlinhos...
- O Carlinhos! Mas ele é forte! Ele não pode ter... – Ele se calou ao ver a cara de Gina.
- Ele não...
- Ele ainda não morreu! – Disse Rony com frieza.
- Ainda?! Como assim? Me expliquem!
- Bom... – Disse Hermione com calma. – Um dragão se descontrolou e atacou fogo nele. Ele está em como a cinco dias...
- Seis com hoje!
- Isso... Seis. Estão tentando fazer de tudo, mas...
- Mas talvez ele não sobreviva! - Continuou Rony.
- Eu sinto muito! – Harry acordou seu corpo e acolheu Gina entre seus braços. – Sinto muito mesmo.
- Tudo bem... Eu estou bem. – Mentiu a ruiva.
- Diga por você! Você escondeu a carta da mamãe! Fingiu que nada estava acontecendo! – Berrou. – Você contou para a Mione! Contou para ela! Contou para ela e não contou para mim! Como você pode fazer isso comigo, Gina? Eu te conto tudo! TUDO! Se eu não tivesse aberto sua mochila e pego a carta, talvez eu nunca ficasse sabendo disso. Egoísta!
- Ron... Eu...
- Rony! Não fale assim com ela! – Repreenderam Harry e Hermione.
- Me poupe vocês! – Ele empurrou o quadro e saiu da sala. Hermione hesitou ir atrás dele, mas desistiu.
- GINA! Nós deveríamos ter contado!
Harry também se sentiu mal por Gina não ter confiado nele e contado, mas a ultima coisa que eles precisavam, era de mais uma briga.
Harry não conseguiu largar Gina de seu abraço por um bom tempo. E quando abriu seus braços, ela não se soltou dele.
- Fique comigo. Eu preciso de você agora.

- Potter! Preste mais atenção! Você tem quem saber isso! Isso é coisa de terceiro ano! Vou perguntar apenas mais uma vez. Qual é o feitiço para espantar o bichão-papão? - Perguntou o professor Snape, jogando o cabelo ensebado para o lado.
- Eu não sei!
- Excelente! Você é realmente um estúpido! Ao menos fez o dever. E porque o senhor Weasley não fez o dever?
Rony não falava com ninguém a dias. Apenas respondia o que perguntavam. Ele andava sumido. Não aparecia no dormitório e muito mesmo na sala comunal. Hermione chorava todos os dias e todas as horas. Gina parecia ter superado, mas as vezes, Harry a pegava chorando. Rony apenas aparecia nas refeições. Mas ele nem sentava com eles. Ele se isolava entre os alunos do quarto e do quinto ano.
- Não!
- Diga: Não, senhor.
- Que seja!
- Detenção Weasley! – Gritou fazendo a sala se encolher. Harry olhou em volta e percebeu que algo estava faltando. Sim. Os sorrisos. A sala inteira parecia estar em depressão, como se tivesse vários dementadores lá.
- Tudo bem.
- Tudo bem? Você acha que tudo bem, ficar comigo de detenção hoje a noite?
- Sim.
- Diga: SIM SENHOR!
- Sim senhor. – Disse com a cabeça colada nos braços.
- Excelente. O que nós vamos fazer na sua detenção...? – Perguntou enquanto corrigia os deveres.
- O que você... O que o senhor quiser. – Disse divagando.
- Hum... Senhor Malfoy, o que o você acha que devemos fazer com ele?
A cara de Draco não estava melhor que de Rony. As olheiras se destacavam em sua pele pálida. E o os olhos inchados e vermelhos, significam que tinha corado. E muito.
Ele estava visivelmente perturbado. O motivo provavelmente era a Luna. Ela, por si, não tinha sido vista desde o Hogsday.
- Você deveria dar um descanso para ele.
- Um descanso? Porquê motivo?
- Porque suas aulas são chatas e cansativas!
- É isso que o senhor acha? – Perguntou o professor, quase explodindo.
- É! É isso mesmo! – Respondeu atrevido.
- Então devo supor que também terei que te deixar em detenção.
Draco arrumou a gravata com indiferença.
- Não ligo.
- Ótimo para você. Quem mais quer pegar uma detenção?
- Eu! – Hermione levantou a mão, e Harry e o professor a olharam, indignados.
- A senhorita? Porquê?
- Por diversão. – Disse ainda mais atrevida que Draco.
- DIVERSÃO? O que vocês estão achando? Acham que a gente vai jogar Snap explosivo?
- Não ligo para o que eu vou fazer. Preciso de uma distração. Minha vida está péssima! E uma detenção não vai mudá-la. Quem sabe isso seja uma coisa boa? – Disse dando uma indireta para o ruivo.
Snape riu ao ouvir a palavra boa.
- Concordo com a Mione. – Disse Draco espreguiçando-se.
Harry olhou para os dois ao mesmo tempo. Então ele viu um olhar. Um olhar que passou de Draco para Hermione e de Hermione para Draco. Harry não gostou nem um pouco daquele olhar. Era um olhar quente. Como se cada um tivesse preso dentro do olho do outro. Era um olhar de amor proibido. Uma chama ardente sorriu dentro deles. Harry olhou para Hermione irritado.
O sino tocou, avisando que era hora de jantar. Mas antes de ir para o salão principal, ele chamou Hermione de canto.
- Eu vi! – Disse na lata.
- Viu? Viu o quê? – Disse desentendida.
- Eu vi! Eu vi! Eu vi! Eu vi! – Disse Harry pulando como uma criança.
- Viu o quê, exatamente?
- Eu vi!
- O QUE VOCÊ VIU, HARRY POTTER? – Disse impacientemente.
- Eu vi o jeito que você olhou para ele.
- Que jeito? Para quem?
- HERMIONE GRANGER! Eu vi os olhares picantes que você ficou trocando com o Draco, a aula inteira!
- Harry! Não foram picantes!
- AHÁ! Então admitiu que ficou trocando olhares com ele. – Pulou orgulhoso da descoberta.
- E daí?! Isso não é um problema seu!
- Claro que é! Você está namorando o Rony! – Gritou.
Ela começou a chorar alto.
- Ah! De novo? Para de chorar! Você chora toda hora! Pode ficar sem chorar por pelo menos um dia? – Harry percebeu que tinha sido grosso, porquê ela aumentou o choro. – O que foi dessa vez, Mione?
- Ele terminou comigo! Ele terminou!
Harry se calou.
- Já faz alguns dias... Ele disse algumas coisas como... Falta de confiança nele... E esconder segredos e... Ah! Ele terminou comigo, Harry!
- Vocês terminam de duas em duas semanas. Vocês vão voltar!
- Não se preocupe! Pois essa é a ultima vez. Porque a gente não vai mais voltar. Nunca mais! NUNCA MAIS!
- E por esse motivo você fica dando em cima do Draco?
Ela parou de chorar, se acalmando aos poucos.
- Bem... É! Gina me disse que agora eu posso curtir a vida loucamente. Porque eu estou solteira.
- Isso é! Não fique triste, e sim, aproveite a vida! Dê uma de louca e pegue todos os meninos dessa escola.
Eles riram.
- Mas eu estou em duvida quanto ao Draco. Nosso lance é meio estranho...
- Estranho tipo, ele se veste de guaxinim com bico de pato e pernas de cavalo no encontro de vocês ou estranho tipo...
- Estranho tipo, que ele ainda está preso à Luna e eu ao Rony! É que o nosso lance é meio visual. Porque eu não amo ele em si. Mas sim a fisionomia dele. Entende?
- Entendo! Vocês dois estão fazendo ciúmes! Como você fez da outra vez.
- Exatamente.
Rony passou perto deles. Harry o puxou pela camisa.
- Seu idiota! Como pode fazer isso com ela? Ela não teve culpa! Ela não fez nada! – Disse Harry se segurando para não socá-lo.
- Me solte!
- Não! Eu sei que você está sofrendo. Mas porquê você não pode dormir no dormitório ou fazer as refeições conosco? Porque terminou com ela?
- Me solte!
- Não vou! Responda Rony!
Ele caiu no choro. E Harry já estava farto de choros. Não agüentava mais assistir eles chorarem.
- PÁRA COM ESSA FRESCURA! Eu sei que está preocupado com o seu irmão, mas não vai adiantar nada ficar chorando aqui!
- Senhor Weasley, Potter e Granger, me acompanhem.
Eles seguiram a professora Minerva. Ela não avisou para onde iam. O caminho já era meio que conhecido. No meio do percurso, eles pararam em frente ao banheiro feminino.
- Senhorita Weasley. Venha cá. – Gina saiu do banheiro. Ela não estava chorando, mas parecia triste. – Me acompanhe.
Eles continuaram a andar em silencio.
- Cor de abóbora.
Eles entraram no escritório do diretor.
Professor Dumbledore andava de um lado para o outro. Parecia estar preocupado.
- Ah! Olá Minerva. Muito obrigado. Sentem-se.
Ela saiu e os quatro se sentaram em frente a escrivaninha do professor.
- Boa noite. Vocês devem estar com fome. Sinto muito ter que interromper o jantar de vocês. Mas receio dizer que é muito importante. – Ele deu uma longa pausa. – Vocês já devem estar cientes do estado de Carlinhos. A mãe de vocês dois, - Ele apontou para os ruivos. – me disse para chamá-lo para irem para A Toca. Porque eu contei para ela do seu comportamento, Ronald. Bom... Então acho que é melhor, vocês quatro fazerem as malas, pois vão ficar uma semana n’A Toca. Eu disse para a senhora Weasley que seria muito bom se os seus respectivos namorados fossem juntos. Pois quanto mais apoio melhor.
Hermione recomeçou a chorar
- O que foi, senhorita Granger? – Perguntou escondendo a mão machucada nas costas. Harry notou que tinha piorado.
- Não estamos mais namorando, senhor.
- Ah! Vocês estão sim. Aposto que isso é apenas uma fase do senhor Weasley. Ele com certeza vai querer voltar com você.
Ela sorriu enquanto Rony corava.
- Você precisa superar a dor, senão você vai sofrer Ronald. – Ele suspirou. – Bom! Vão jantar! Eu também preciso ir. Quero comer a torta de brigadeiro que o Dobby fez especialmente para mim.
Eles saíram da sala em silêncio depois de Gina agradecer imensamente.
- Quando essa sua fase vai acabar, cara?
- Me dêem um tempo! – Disse irritadiço.
- Não te dou nem mais um segundo! Você precisa parar! Eu sou seu melhor amigo. E eu preciso saber se você está do meu lado na próxima encrenca que a gente se meter com o Voldemort! Você vai me ajudar?
- Sim.
- Então você está do meu lado?
- Sim.
- Então você vai voltar a falar comigo?
- Sim.
- Vai me dar outra resposta com mais de uma palavra?
- Sim, Harry!
Rony riu e abraçou ele.
- Rony, me desculpe. Eu nunca mais vou esconder nada de você. Nunca mais. Eu prometo.
- Obrigada Gina. – Ele deu um abraço apertado na irmã, amassando suas vestes.
A única pessoa que sobrou foi Hermione. Ele a encarava enquanto passava de escarlate para roxo. Os minutos se esticavam e o silencio permanecia. Harry e Gina aguardavam ansiosos de mãos dadas. Eles esperavam Rony dizer alguma coisa.
- O problema é que sem ela, eu não ia querer mais viver.
Ela riu timidamente. Então ele se esticou e a beijou. Harry e Gina sorriram como se estivessem assistindo ao primeiro beijo deles, novamente.
- O problema é que eu o amo incondicionalmente.
Eles jantaram, riram, conversaram, cantaram e fizeram Rony esquecer Carlinhos por algumas horas.
- Opa! Eu esqueci que marquei jantar com o Draco hoje! – Cochichou Hermione no ouvido de Harry.
- Veja! Ele está conversando com a Luna.
E ele realmente estava. Eles pareciam felizes. Mas Neville não. Ele cutucava a comida com desgosto enquanto ouvia Cho falar sobre as férias dela em Nova York.
- Neville, você precisa esquecer a Luna. – Disse, Harry, baixinho para Neville. – Supere ou sofra.
- Eu acho que vou ter que sofrer. Porque superar é impossível. Nunca vou deixar de amá-la.
Ele continuou a comer indiferente. Mas os olhos azuis de Neville gritavam socorro.