Os Mutantes de Rineerland

Aconteceu muito rápido.


Por Clara.

Servia uma família bem vestida de verde e marrom quando uma garota extraordinária coberta pelas mesmas cores. Depois de algum tempo servindo em um dos palácios à família Real, já tinha decorado muitos nomes e cores respectivas às casas de Silveiros. Eu era realmente uma Rubra com boa memória.

A garota, mexia os dedos estranhamente, e dentro do palco protegido com duas camadas de uma bolha espessa de vidro explodia alguns bonecos de madeira que se reais, seriam vítimas. O nome daquela família, estranhamente, tinha me saído da memória, mas entre uns que eu servia, gritaram, entusiasmado com o talento da jovem.

— Bonbs! — Sua família gritou. Ela tinha controle dos objetos, e talvez, até mesmo de humanos. Movimentando os dedos mexia com os restos do boneco de madeira. Os explodia aos poucos.

Em pouco tempo ela já estava movimentando tudo no salão, apesar da bolha de proteção.

— Isso, Francesca! — Esse era o nome da jovem Bonbs. Francesca.

Quando menos notei a faca que estava segurando, já estava avançando em mim, então ela saltou no ar, pulando na minha direção. Então percebi, a faca era pontuda, ótima para assassinar-me. Recuei, tentando correr do meu provável destino, mas a faca iniciou uma maratona pelo ar continuando em minha direção. Eu já tinha andando tanto para trás que bati na parede, então, estiquei as mãos para frente.

Pare. Faça a faca parar, garota! Faça a faca parar!

Isso, era tudo que eu consegui pensar.

Não aguentei, e gritei a ordem, tomada pelo pânico.

— PARE COM ISSO, FRANCESCA!

Por trás das mãos, vi a garota se paralisar. Todos os objetos caíram, mas a faca continuou a planar no ar. Parada, pelo menos.

— Pare... — Continuei à repetir, mesmo ciente que já tinha acabado. A garota mexia os dedos à cada silaba minha pronunciada. Num de seus movimentos, a faca caiu. Senti um fervilhamento nas minhas veias. Era uma sensação de poder.

Todos me encaravam, e eu sabia exatamente porque.

— Bata palmas. — Pedi para a garota, testando o que poderia ser um talento. Ela bateu palmas sinistramente. Ela estava brincando comigo ou...

— Uma estrangeira! Traidora! Peguem-na! ALERTA 2.4! INTRUSA DE PIEDMONT INFILTRADA NO PALÁCIO! — Um guarda gritou. Os outros, se entre olhavam, esperando a permissão do rei. Ele cedeu, sem demoras e o seu herdeiro observava tudo, calado.
Quando os guardas espalhados pelo salão começaram a vir em minha direção, corri. Corri sem conseguir ao menos gritar de medo. Do pouco que tinha falado, já estava sem voz.
Tombei com alguém, caí no chão. Vi os olhos azuis do ser brilharem. Tudo escureceu, e eu fiquei jogada no chão.