Os Filhos De Carlisle Cullen

Capítulo 6 - O Reencontro


Os Harper estavam ansiosos, aquela seria a noite, eles finalmente iam encontrar os Cullen e conhecer a híbrida causadora de tantos problemas e o humano que havia dado uma surra em Felix e Demetri Volturi, sendo de grande interesse para Aro e Caius. Porém naquele momento essas não eram as únicas coisas, eles finalmente iriam conhecer seu pai e se apresentar a ele como seus filhos legítimos e além disso iriam se apresentar a todos como grande aliados a causa deles.

Por isso, Harry se encontrava em um difícil dilema.

O que ele deveria vestir para aquela noite?

— O que você acha irmã? — perguntou Harry a Helen, enquanto encarava seu guarda roupa. Estilo bad boy ou rico estudioso que toma vinho?

— Você é quem sabe. — respondeu ela. — Qualquer um deles fica incrível em você.

Harry revirou os olhos para a resposta da irmã que olhava suas unhas como se fossem as coisas mais interessantes do mundo.

— Eu sei que sim, mas essa não é a questão.

— Ah não?

— Não. — negou. — A questão é qual desses estilos combinam mais para essa ocasião incomum, afinal, essa é uma noite especial! Eu não posso vestir qualquer coisa! Talvez eu devêssemos combinar nossos looks o que acha?

— De jeito nenhum! — discordou Helen. — Eu estou muito bem como estou agora. Não vou trocar de roupa só porquê você não consegue achar algo que favoreça o seu grande ego o suficiente por esta noite!

Helen estava vestindo uma calça de couro de cintura alta, um cropped criss cross, botas pretas de salto grosso, seus belos anéis, o colar de de pedra azul e um batom vermelho carmin.

— Grossa. — murmurou. — Meu grande ego é sensível sabia?

Helen deu de ombros e voltou a olhar as unhas.

— Eu preciso de algo que seja confortável, mas ao mesmo tempo bonito. — falou para si mesmo. — E eu não posso perder a minha essência de Harry Harper é claro, além de tudo tem que combinar com meus anéis.

— Se precisa de tudo isso por quê não vai de rico estudioso que toma vinho com uma pitada de bad boy? — indagou Helen. — É confortável, causa uma boa impressão e combina com o meu estilo casual.

Harry vibrou com a sugestão da irmã, um grande sorriso surgiu em seu rosto.

— Eu posso te ajudar com isso se vocês quiser. — garantiu ela.

— Viu, é por isso que você é a minha irmã favorita.

— Eu sou sua única irmã. — replicou. — Se eu me tivesse como irmã, eu também seria a minha irmã favorita

— Depois eu que tenho um ego grande. — riu.

Apesar das piadas e brincadeiras dos dois, Harry estava nervoso e Helen sentia isso, tudo ficou cada vez mais nítido quando o rapaz soltou um longo suspiro e sentou-se na cama.

— O que foi? — interrogou Helen, colocando sua atenção em Harry. — Você está aflito, eu posso sentir. Qual é o problema, o que não está me contando?

Ele a encarou por alguns segundos e fez um sinal para que ela sentasse ao seu lado na cama, foi o que ela fez.

— Eu já estive em Forks antes. — revelou.

— O que? Quando?

— Foi no começo dos anos oitenta, você ainda estava na guarda de Aro e eu estava viajando pelos Estados Unidos, quando parei em Washington e as lendas da tribo Quileute me atraíram como um imã. — contou. — Eu estava curioso sobre aquele povo e sua cultura.

— E quanto aos Cullen? — perguntou Helen, afobadamente.

— Eles não estavam lá ainda. — esclareceu. — Contudo, outra coisa me esperava lá. — Os olhos de Harry brilharam com as memórias que invadiram sua mente. — Quando fui a Reversa me apresentei a eles como um historiador interessado nas tribos nativo americanos do país, para falar a verdade não muito difícil convence-los sobre quem eu dizia ser. Exceto por duas pessoas, Ephraim Black e Quil Ateara. Ephraim era o líder da tribo na época e Quil era seu braço direito, eles desconfiados com estrangeiros, principalmente com caras-pálidas como eu. — Ele riu. — Ephraim tinha um filho chamado Billy Black o qual eu me tornei amigo, juntamente com Harry Clearwater e sua noiva Sue Young que ignoravam todos os avisos sobre eu ser perigoso e uma péssima influencia para eles, o que sinceramente não me admira que eles tenham feito, eram jovens, por volta dos 20 e 23 anos.

— E dois deles já estavam noivos? — Harry assentiu. — Isso que é amor.

— Ah, aqueles dois se amavam muito. — afirmou. — Eram o tipo de casal que mesmo um deles morresse e eles encontrassem outro alguém, continuaram se amando da mesma forma e aí se o novo parceiro implicasse com o amor pelo falecido.

— Eles pareciam ser bem legais. — comentou Helen.

— E eles eram — Harry sorriu sozinho. — , mas isso já faz trinta e cinco anos. Eles devem estar velhos bem velhos agora.

— Entendo. Continue a história. — pediu.

— Eu vou... — confirmou. — Assim que eu pegar uma bebida.

— Boa sorte com isso, estamos no palácio dos vampiros mais poderosos do mundo sobrenatural e tudo que eles bebem é sangue.

Harry deu um sorriso debochado para sua irmã e abaixou-se tirando um baú retangular de lá, quando ele o abriu o queixo de Helen caiu e ela o olhou desacreditada. Estava cheio de bebidas alcoólicas como gim, vodca, vinho e uísque.

— Você realmente achou que eu fosse realmente vir para a Volterra e me meter em uma situação estressante dessas, sem trazer algo para que eu pudesse relaxar depois, achou? — Helen gargalhou do sorriso maroto do irmão. — Então, o que vai querer?

Agora Helen estava com uma taça de vinhos em mãos e Harry um copo de uísque, ele encostou na cabeceira da cama e voltou a contar sua história.

— Um dia, eu fui até a casa dos Black conversar com Billy, porém quem eu encontrei lá foi Ephraim, ele disse que Billy havia saído com Harry Clearwater e eu disse que voltaria outro dia, mas ele não me deixou partir e começou a me interrogar, insinuando coisas que a maioria das pessoas acharia estranha, contudo eu não sou a maioria das pessoas nem aquele velho. — Harry riu e tomou um gole do uísque. — Aquele coroa era muito esperto. Apesar não ver sinais de vampirismo, não poder sentir o meu cheiro, ele sabia...sabia que eu não era quem dizia ser.

— E o que você fez? — perguntou Helen, curiosa.

— Eu contei a ele minha história, o que eu realmente era e a minha natureza. — respondeu. — Ephraim ficou chocado com a minha revelação, ele não sabia que os frios eram capazes de procriar, eu expliquei a ele que era raro, uma chance de um em um milhão. Eles tinha muitas perguntas e eu disse que as responderia desde que eu ele me contasse sobre a verdadeira natureza de seu povo e mante-se minha natureza em segredo dos outros, um trato justo, ele concordou e passamos a tarde inteira trocando conhecimento. Billy estranhou quando chegou em casa e Ephraim não era mais tão hostil em relação a mim, fiquei mais algumas semana em Forks e depois parti me despedindo dos meus novos amigos e com novos conhecimentos sobre criaturas sobrenaturais em mãos.

— Esses Quileutes, o que eles são?

— Atualmente são Metamorfos, mas no caso deles podem ser muitas vezes confundidos com lobisomens, pois se transformam em enormes lobos, altos como um cavalo, fortes como um urso ou um touro, com dentes afiados como navalhas. Foi assim que Ephraim os descreveu para mim na época.

— Atualmente?

— Bom, antes de serem lobos, eles eram uma espécie de médiuns guerreiros ou espíritos guerreiros, guerreiros dos espíritos, como eles preferem chamar. Eram homens paranormais com uma ligação muito forte com a natureza e com o outro lado, eles podiam deixar o próprio corpo em espírito, controlar os ventos, falar com animais, coisas assim. — explicou.

— Por que está preocupado com eles?

— Bom, o primeiro ponto é que os Quileutes tem um histórico com os Cullen, um tratado imposto por Ephraim Black. E o segundo ponto é que depois do seu showzinho no salão principal eu busquei falar com Eileen e ela me contou a história de como se tornou vampira e de como descobriu sobre os talentos do filho, o que acontece aqui irmã é que o garoto é Quileute também. — revelou. — Os lobos são muito protetores com os seus e nunca abandonam um ao outro. E se os Volturi estiverem realmente interessados nesse garoto o que eu tenho certeza que estão...

— Então os lobos também lutarão nessa guerra. — deduziu Helen.

— Sim. — afirmou Harry. — E o que é melhor que uma boa guerra para exterminar seus inimigos naturais, os únicos obstáculos para conseguir o que você quer?

— Nada, eu imagino.

— Pois é. — Harry deu mais um gole em seu uísque. — É um alívio contar isso para você, me sinto até mais leve.

— É, eu sei. Posso sentir o que você sente, esqueceu? — Harry riu. — E por isso eu sei que tem mais alguma coisa te incomodando.

Harry suspirou e tomou do líquido que ainda estava no copo o colocando na mesinha de cabeceira logo em seguida.

— Estamos indo direto para uma guerra que pode nos custar muita coisa, nosso segredo, nossa segurança, nossa reputação, nossa identidade... — Ele deu uma pausa. — Nossas vidas.

— Nós já participamos de outras guerras antes, nada disso nunca te preocupou.

— Antes era só eu e você. — esclareceu. — Tio Jack tem séculos nas costas, ele ficaria bem sem nós, mas agora as coisas mudaram Helen. Nós construímos uma família, temos pessoas que dependem de nós agora, da reputação que criamos, da segurança de nosso segredo. Não somos mais nós três, agora nós temos crianças para proteger.

— Com exceção da Elle, eles não são mais crianças, Jayme ficaria bem sem nós, ela tem duzentos anos, já tem sua própria vida e sabe se cuidar, você a criou bem. — argumentou Helen.

Nós a criamos bem. — corrigiu. — Além de que minha preocupação não gira em torno da Jayme, eu sei que ela já é grandinha e sabe se cuidar, sinceramente as vezes até eu tenho um pouco de medo dela. — Ainda assim também temos o Damian...

— Damian já tem trinta e três anos, eu sei que é pouco comparado a maioria de nós. — Harry a interrompeu.

— Você acha que o seu garotinho ficaria bem sem você?

Nosso garotinho. — corrigiu. — Eu sei que sim, fiz um bom papel na vida dele como a tia rica e cuidadora. — garantiu Helen com um sorriso doce e sincero.

— Você quer dizer que mimou ele. — alfinetou.

— Se dar o mundo a alguém significa mima-lo, então sim, eu o mimei muito. — admitiu.

Helen Harper ama crianças, quando não são dela é claro.

Ela é o tipo de pessoa que adora ficar com crianças, dar presentes, ler histórias, brincar, mas que quando cansa gosta de poder devolve-las aos pais e ter seu tempo de paz. Em resumo, adora ser tia e não mãe. É claro que ela participou da criação e formação de cada um dos híbridos que passaram pelos Harper, provavelmente é o mais perto que todos eles tem de uma figura materna, mas nunca se interessou realmente pela maternidade.

— Apesar disso, creio que essa conversa não seja sobre os seus dois filhos mais velhos.

— Você tem razão. — admitiu. — É sobre a minha garotinha. Faz 4 dias que eu não a vejo, sinto falta dela e ao mesmo estou preocupado com ela. Elle é a mais nova de nós, ela ainda é apenas uma criança, Elle depende mim afinal de contas ela é minha filha caçula.

— Está preocupado com o que possa acontecer com ela se algo acontecer com você.

— Não só com ela, com o três, mas ás vezes quando vou dormir, eu fecho os meus olhos e penso em tudo o que está acontecendo agora e que se por causa de algum deslize algo acontecer comigo ou eu a puser em perigo de alguma forma e nós nos separarmos, eu nunca mais poderia vê-la, nunca mais poderia abraça-la, vê-la sorrir, ler uma história para dormir, brincar com ela, ensina-la. Eu penso eu revivo todas as minhas memórias sobre ela desde o momento em que ela nasceu e penso que eu nunca mais vou ter isso, que ela ficara sozinha sem mim, desprotegida. — desabafou.

— Eu te entendo Harry, você tem a preocupação de um pai, mas Elle ficaria bem, nós temos uma família.

— Helen. — Ele se levantou da cama rapidamente. — Quem cuidaria dela se eu morresse? Se nós morrêssemos? Jayme? Eu a amo, mas por favor! Ela é fria, sádica e tem uma certa aversão por crianças caso não se lembre? Além de ser uma péssima influencia para Elle em alguns sentidos, sentido que tenho uma plena consciência da grande parcela de culpa na formação deles, porém foi a maneira que eu arrumei de me conectar com ela na época. — explicou. — Obviamente eu me orgulho da mulher forte e imponente que ela se tornou e sei que Elle admira muito isso na Jay, ela é simplesmente imbatível e apesar de não demostrar sei que se importa com a nossa família, tenho certeza que ela caçaria até o inferno se precisasse quem ousasse machucar alguém da família.

— Enquanto ao Jack?

— Jack? — Agora o semblante de Harry mudara para raiva. — Eu nunca a deixaria com ele! Eu nunca permitiria que ela tivesse uma infância de merda com ela como a nossa foi? — Helen ia dizer algo em protesto, mas Harry não a deixou falar. — Foi por causa dele que eu deixei aquela casa assim que atingi a maior idade! Ele era um desgraçado abusivo e só você se recusa a ver isso! A ver ele como ele realmente é! Um monstro, com zero capacidade de criar uma criança.

— E Damian? Ele adora a Elle.

A expressão de Harry se amenizou.

— Pode até ser. Damian, ele é afetivo e na maioria das vezes bondoso, apesar disso ele é jovem e transita muito entre Nova Orlenas, Las Vegas e Los Angeles, isso já é motivo o suficiente para eu não deixar ele criar a Elle, ambientes voltados para festas, álcool e cassinos não é algo ideal para uma criança. Se ele deixasse essa vida de lado, provavelmente seria um bom pai para ela. — ponderou.

— Eu acho que ele faria isso por ela.

— Eu não acho justo que Damian tenha que desistir da alegria da juventude dele para cuidar da filha de outra pessoa.

— Ele é o irmão mais velho dela.

— Mesmo assim Helen, a única pessoa que eu confiaria de pé junto e mãos nas costas para cuidar da minha filha, é você! — disse ele com sinceridade. — E mais ninguém.

— Me sinto lisonjeada irmãozinho, mas se você morrer, eu morro junto.

— Isso é impossível! Seu escudo é impenetrável, nada nesse mundo é capaz de matar, a não ser que você queira ser morta. O que nunca vai acontecer com você, eu espero.

— Isso nunca vai acontecer com nós dois, Harry.— garantiu. — Quando tudo isso vai acabar, nós vamos nos reunir com a nossafamília e você vai poder ver a Elle de novo, Jayme e Damian. Eu prometo.

Na verdade ter seus próprios filhos sempre foi o sonho de Harry, por isso ele era o pai a quem Helen entregava as crianças quando cansava de ficar com elas. Poderíamos dizer que Harry Harper tinha um certo dom com crianças, ou que ele simplesmente é um excelente pai. Ele nunca teve uma figura paterna descente, mesmo assim se esforçava ao máximo para ser o melhor pai que aqueles híbridos poderiam ter, nenhum deles era biologicamente dele, mas isso nunca importou.

Harry Harper faria tudo pelas suas crianças.

Harry Harper era um bom pai.

Uma batida na porta foi ouvida.

— Eu resolvo isso, vai se arrumar. — ordenou.

Helen foi até a porta e a abriu revelando Demetri.

— O que você está fazendo aqui? — perguntou Helen arisca.

— Não te encontrei no seu quarto, então vim procura-la aqui e parece que acertei meu alvo.

— O que você quer, Demitri? — perguntou ríspida.

— Aro, solicita a sua presença no salão principal. — anunciou.

— Apenas a minha?

— Sim, seu irmão não é necessário no momento, porém se ele deseja lhe acompanhar será bem-vindo.

— Não, eu dou conta. — garantiu. — Eu já volto Harry, não vista nada que eu não vestiria.

Helen deixou o quarto de Harry e seguiu junto a Demetri para o falar com os Volturi.

Os olhos de Carlisle ainda se encontravam arregalados, ele estava em choque, depois de tanto tempo o vampiro nunca pensou que veria Jack novamente, ele nunca havia nem cogitado a possibilidade de Jack estar vivo depois do ocorrido no vilarejo a trezentos anos.

— Jack? — perguntou Carlisle, incrédulo.

— Olá, Carlisle. — respondeu Jack — Já faz muito tempo que não nos vemos não é mesmo? Velho amigo...

Carlisle não conseguia dizer uma única palavra, estava chocado demais para isso, em apenas alguns segundos um turbilhão de memórias e emoções passou por sua mente e em um ato impulsivo movido pela saudade e pela dor da perda, o jovem Cullen o abraçou fortemente. Jack, por sua vez retribuiu o abraço como em um glorioso reencontro entre irmãos que não se viam a tempos por conta de uma grande guerra.

— Como isso é possível? — perguntou Carlisle eufórico, enquanto se desvencilhava do abraço. — Eu pensei que estivesse morto!

— O que? Por que você pensaria isso?

— A vila, o chalé, a floresta foram todos destruídos, não houve sobreviventes.

— E você pensou que eu estivesse entre essa vítimas?

— No começo não. Eu percorri a Europa inteira tentando achar você, mas como não tive sucesso presumi o pior. — admitiu. — Sinceramente eu nunca me estive tão feliz em estar errado em toda a minha vida.

Carlisle e Jack sorriram e se enrolaram em mais um abraço rápido.

— É bom ver você vivo também jovem Cullen. — soltou.

— Tenho muito a te contar. — disse Carlisle. — Eu construí uma família de uns tempos para cá e fiz bons amigos também.

— Digo o mesmo Carlisle, há tantas coisas que você perdeu velho amigo. — comentou. — Sim, eu fiquei sabendo disso. Afinal, é por causa de dois de seus filhos que estou aqui

— Alice e Jasper — ele murmurou. — , eles foram até você? — Jack assentiu. — Por que?

— Porque eu posso ajudar Carlisle — declarou. — , posso ajudar de verdade, não apenas testemunhando com os outros, mas também entregando as respostas de suas perguntas sobre o a natureza híbrida de sua criança.

— Como assim?

Jack sorriu gentil.

— Eu explicarei isso a você logo, porém primeiro gostaria de conhecer a sua família e amigos.

Carlisle sorriu e deu passagem para seu amigo fechando a porta logo em seguido, ambos subiram para o segundo andar da casa onde todos se encontravam em silêncio. Eles haviam ouvido a conversa de Carlisle e estavam muito curiosos a respeito de Jack, principalmente Bella que estava interessada em ouvir o que Jack tinha a dizer sobre sua filha.

— Pessoal esse é meu amigo mais antigo e meu criador, Jackson Hills. — apresentou.

— Obrigado, Carlisle. — Agradeceu. — Espero não ter chegado muito tarde para a reunião.

Uma mulher pálida de cabelo marrom caramelado e o rosto em formato de coração com um olhar quente e compassivo, um sorriso com covinhas e sobrancelhas delicadas.

— Esta é minha esposa, Esme.

— É um prazer senhor Hills. — Ela sorriu docemente. — Carlisle falou muito do senhor.

— O prazer é todo meu. — Ele a cumprimentou retribuindo o sorriso. — Aliás, agora é Jack Harper. Este é o nome pelo qual eu respondo de alguns séculos para cá.

— Harper. — murmurou Carlisle. — É o mesmo sobrenome de — Por alguns segundos ele paralisou e seus olhos se encheram de dor e preocupação. — Elizabeth.

— Sim. Eu adotei o nome Harper após a destruição da vila — explicou. — , infelizmente Elizabeth não teve a mesma sorte que eu de sair viva daquele lugar.

— O que aconteceu lá, Jack? — perguntou Carlisle.

— Eu vou explicar à você, antes disso termine de me apresentar sua família. — sugeriu, quase como uma ordem a qual Carlisle ficou mais do que feliz em cumprir.

— Alice e Jasper, você já conheceu. — Carlisle guiou Jack com pondo uma das mãos em suas costas o direcionando. — Estes são Emmett, Rosalie e Edward. — disse ele apontando para cada um deles. — E esta é a esposa de Edward, minha mais nova filha Bella, ela e Edward são os pais biológicos de Renesmee.

— Renesmee deve ser a criança, eu presumo. — Carlisle assentiu e continuou a apresentar todos da sala.

Alguns deles como Amun, Kebi e Alistair, Jack conhecia por estar a muito tempo nesse mundo e outros como Eleazer e Carmen ele conhecera pelo velha amizade que compartilhara com os Volturi no passado, e as amazonas Senna e Zafrina ele as conheceu quando ainda eram recém-criadas e não conseguiam controlar sua sede, espalhando assim grande terror pelas tribos da época, ele ouvira falar sobre a matança e resolveu investigar o motivo.

O que foi uma surpresa para Carlisle quando Jack o contou aquilo. De certa forma para Jack, foi bom rever alguns amigos do passado e conhecer os novos amigos que seu "filho" havia feito com o passar dos séculos.

Quando a apresentação terminou, uma mulher se direcionou a ele e perguntou:

— Você conheceu Alice? Como ela está? — Era Bella Swan.

Jack analisou a jovem vampira, o cabelo longo e castanho, a pele pálida, a mandíbula estreita com queixo pontudo, o nariz fino, os lábios cheios e os olhos com íris escarlate o encarando com preocupação, ela se parecia com sua finada irmã.

Isabella Swan se parecia com Elizabeth Harper, tanto na aparência quanto no raro acaso terem conhecido um vampiro em sua juventude, se apaixonado por ele, engravidarem dele, deram à luz, se tornaram vampiras e caminharam para a morte por amar alguém demais. A diferença é que Bella ainda não havia morrido e Elizabeth já se fora a mais de três séculos.

Um relampejo de dor assolou passou rápido por seus olhos e seu coração gélido se apertou.

— Sim, ela e Jasper estão muito bem. — respondeu ele. — Eu os mandei para o Brasil para que pudessem achar respostas ou melhor testemunhas.

— Mais testemunhas? E como isso vai ajudar? — perguntou Emmett. — Nós já temos muitas delas.

Jack direcionou-se a Emmett e disse:

— Eles são diferentes, são híbridos como a sua criança. — revelou. — Eles vão ajuda-los a provar para os Volturi que meio vampiros não são uma ameaça para o nosso segredo, eles já adultos.

— Quantos anos eles tem? — perguntou ela com um certo desespero em sua voz.

— A maioria deles tem mais de um século de idade. — respondeu. — Dois deles ainda são muito novos, tem menos de meio século de idade.

— A maioria? Existem muitos mais? — indagou Rosalie curiosa.

— Não muitos, pelo menos não que eu saiba. — respondeu. — Pela minha experiência, híbridos raros já que a maioria dos vampiros tendem a enxergar mulheres humanas como refeições e diversão, sendo que ambos geralmente terminam com a fêmea da espécie morta, de um jeito ou de outro.

— Então como você conheceu esses híbridos a que se refere. — questionou Edward. — Eu não consigo ler a sua mente.

Jack inclinou a cabeça o encarando e sorriu, ele levantou a mão direita mostrando uma anel de prata com a imagem de um escudo feito de obsidiana fundido ao metal.

— Anel protetor. — esclareceu. — É mágico. Mantem meus pensamentos seguros. — Ele deu uma piscadela para Edward. — Respondendo a sua pergunta. — Ele pigarreou. — É simples, eu criei duas desses híbridos aos quais me refiro e quando digo as criei, quero dizer que conheci uma mulher humana grávida de um vampiro e quando os bebês dela nasceram, ela não sobreviveu e eu cuidei deles.

— E eles encontram outros híbridos. — deduziu Edward.

— Não apenas isso, meus sobrinhos também criaram outros híbridos. — acrescentou.

— E com criar você quer dizer que eles conheceram mulheres humanas grávidas de um vampiro e quando os bebês delas nasceram, elas não sobreviveram e eles cuidaram deles. — presumiu Edward e Jack assentiu.

— Você entendeu rápido. — Jack olhou para Carlisle. — Garoto esperto esse que você criou. — Ele abriu um sorriso ladino. — Infelizmente não consegui mandar Alice atrás dos meus sobrinhos, como eu gosto de os chamar e sim atrás dos híbridos que meus sobrinhos criaram, meus sobrinho-netos de certa maneira.

— Por que não os mandou direto para seus sobrinhos? — Dessa vez quem perguntou foi Siobhan do clã Irlândes que até então estava calada.

— Que bom que entrou nesse assunto, querida Sionbhan. Era exatamente sobre meus sobrinhos que eu queria falar, mas antes respondendo sua pergunta eu não pude manda-los até eles por conta dos Volturi.

— Como assim? O que os Volturi tem a ver com eles? — perguntou Tania.

— Meus sobrinhos não são apenas meio vampiros, eles também descendem de uma linhagem de artesãos, não quaisquer artesãos, eles eram Magiourives ou em outras palavras magos artesões. Eles criavam peças mágicas, como o anel que mostrei a Edward. — Agora Jack falava com todos na sala. — Meus sobrinhos herdaram essa habilidade da mãe deles e aprenderam a confeccionar esse objetos por meio de grimórios antigos da família que a mãe deles deixou sobre minha proteção.

Magiourives, Carlisle já havia ouvido esse nome antes há muito tempo atrás, ele forçou a memória buscando as informações que precisava e flashs de sua juventude o atingiram em cheio.

(...)

Era 1663, Carlisle estava perambulando pelos corredores da Mansão Harper procurando por Elizabeth, ele estava havia se saído muito bem em controlar a sua fome por isso Jack começou a permitir que ele passasse tempo com a garota Harper. Quando ele finalmente o encontrou ela estava no jardim da casa que ficava atrás da mansão, a única coisa que separar o campo florido da floresta densa e vasta era uma grande cerca de metal.

Elizabeth estava dentro do pequeno coreto na lateral do jardim, ela estava sentada no chão do coreto com uma caixinha de joias repleta de anéis, pulseiras, brincos, colares e braceletes.

— Elizabeth! — chamou ele.

— Carlisle! — Ela fez um sinal para que ele se aproxima-se e para que ele senta-se ao seu lado. — Vem aqui. — ela pediu, com sua voz doce e melodiosa.

— Uau, quantas joias! — comentou ele ao observar o porta joias.

— Bonitas não é? — perguntou Elizabeth, tirando de lá de dentro um colar de prata talhado em olhos com uma lápiz-lazúli no formato de gota alongado no centro. — E poderosas também.

— Como assim?

— Já que está se integrando bem a nova vida e ao mundo sobrenatural, acho que não vai ter problema eu te contar. — Elizabeth olhou para os lados e colocou o colar. — Já se perguntou como as pessoas não desconfiam do Jack? Como ele aparenta ser tão humano? Quero dizer, você sabe como ele é de verdade. Nunca notou nenhuma diferença de quando você o viu pela primeira vez na nova vida e como ele era quando você ainda era humano? — perguntou ela a ele.

Carlisle forçou a memória, era difícil lembrar de sua vida humana, mesmo sendo novo as imagens eram muito embaçadas, mas ele começou a entender o que Elizabeth queria dizer. Quando ele o viu pela primeira vez na igreja, ele estava diferente, seus olhos eram castanhos, ele não tinha olheiras e sua pele não era tão pálida quanto na vez em que o viu após a transformação.

Também lembrou-se da vez em que apertou a mão dele, ela era quente e macia como a de um ser humano comum, porém quando ele o abraçou após a transformação sua pele era fria como gelo e dura como uma pedra, então como ele se disfarçava tão bem entre humanos?

— Você tem razão, ele era diferente quando eu o conheci. — concordou. — Mais...humano.

— Exatamente. — disse Elizabeth. — Já se perguntou como? — Carlisle negou e esperou que ela continua-se. — Magia.

Os olhos de Carlisle se arregalaram.

— Como assim, magia? Você é uma bruxa?

— Não exatamente. — Ela balançou a cabeça em negativa. — Eu descendo de uma longa linhagem de magos artesãos ou como somos conhecidos no nosso meio, Magiourives.

— Magiourives? O que é isso?

— Magiourives são magos responsáveis por criar objetos mágicos. — explicou. — Usamos encantamentos para dar uma funcionalidade mágica a um objeto normal, geralmente usamos coisas de pequeno porte, que de para carregar sempre consigo e que não chamem tanto a atenção como anéis, colares e pulseiras por exemplo.

— Uau! — exclamou. — Isso é incrível.

— Eu sei. — gabou-se. — Nós fizemos um anel para que Jack pudesse andar entre as pessoas sem ser notado, quem sabe eu possa fazer um desses para você também. — Ela deu um sorriso brilhante.

(...)

Carlisle se lembrava de terem conversado um pouco sobre a família Harper a partir da aí, ela o contou que Jack resgatara a família de uma inquisição na Prússia e os trouxera para Londres para que pudessem viver com ele. Jack salvara a família de mals lençóis, deu a eles abrigo, comida, roupas, uma vida do bom e do melhor e em troca eles mantinham seu segredo seguro e fabricavam objetos encantados para ele, como uma forma de agradecimento.

Os Harper tinham um grande dívida com Jack e faziam o possível para agradá-lo, ele era bom para eles e Elizabeth o admirava muito, ele a ensinara sobre arte, história, poesia, filosofia, sobre os pensadores gregos de sua época e suas teorias e ideias, ele a permitiu aprender e estudar o que não era bem visto para uma mulher no século em que estavam. Porém, ele não se importava que ela pensasse por si só e isso a cativava cada vez mais.

Jonathan Harper, o líder da família Harper até tentou ensinar a Jack a arte dos magiourives, apesar dele conhecer muito bem a arte do artesanato já que ele havia sido praticamente criado por um na casa grega dos Floros, seu corpo imortal não era capaz de produzir magia, o que o deixou muito frustrado por um tempo, mas que ele aceitou e continuou a proteger os Harper como se fossem sua própria família.

Jack dissera que seus sobrinhos eram magiourives, então Carlisle começou a juntar os pontos. Mas, será que era realmente possível?