Felicity apoiou-se contra a parede do elevador, como se sem ela não conseguisse permanecer em pé. Tentava concentrar-se apenas em sua respiração. Sendo honesta consigo mesma, não foi com uma ruiva no braço que ela tinha imaginado encontrar Oliver novamente. 11 anos depois, lá estavam novamente os dois fazendo a si mesmos de idiotas novamente. A cara dele quando a viu era impagável, e a voz esganiçada dela dizendo o nome dele era ridícula, pra dizer o mínimo.

Ela tinha que falar com Emma para coletar dados. Acima de tudo, ela tinha que descobrir o que ela ia fazer. Agora o plano das meninas tinha ficado mais óbvio. Oliver estava comprometido e elas estavam tentando unir novamente os dois, o que era um plano ridículo e cheio de buracos.

O elevador parou e as portas se abriram para o corredor do andar de seu quarto. O número de seu quarto tinha sido deletado de sua cabeça, de modo que ela andava pelo corredor olhando para todos os números, tentando fazer com que algum soasse familiar a sua mente. Finalmente, ela resolveu parar.

“Emma Hooper!”, ela gritou.

As portas do quarto 753 e 761 abriram-se simultaneamente e suas duas filhas saíram. Felicity gemeu.

“DEUS! Por favor, foram duas taças. Três, no máximo. Não posso ver em dobro por causa disso!!!”, ela disse.

A gêmea na frente do quarto 753 deu um passo em direção de Felicity.

“Mãe, sou eu. Liv!”

Felicity suspirou com alívio e estendeu os braços. Liv correu em sua direção e prendeu seus braços em sua cintura. Ela soltou uma risada e beijou o topo de sua cabeça. Emma correu para a frente também, e Felicity não perdeu tempo puxando-a para o abraço. Depois de um momento, ela afastou as duas do abraço, olhando para ambas.

“Nós precisamos conversar...”, disse ela.

Um rosto apareceu da porta do quarto 753. “Oi pessoal”, disse Diggle. “Por mais tocado que eu esteja com esse reencontro, vocês não acham que é melhor continuar essa conversa lá dentro?”

Felicity adiantou-se para dar um beijo no rosto de Diggle. “Eu não sei o que foi mais difícil”, ela disse. “Separar-me de Oliver ou de você”, completou.

“Então você ainda se lembra de mim?”, perguntou ele.

Os dois riram e se dirigiram para o quarto 761, onde não havia risco de serem interrompidos por Oliver ou sua noiva. Apenas Sara permaneceu no quarto 753, onde dormia tranquilamente, alheia a tudo o que acontecia.

“Certo. Onde vamos começar? Acredito que seja apropriado começar afirmando que eu suspeito fortemente que vocês duas armaram para cima de mim e que Oliver não fazia a menor ideia que eu vinha”, disse Felicity.

“AAAAAH não!” disse Liv. “Você já encontrou o papai?”, perguntou ela.

“Já o encontrei de relance. E se eu posso tomar sua expressão como base, ele pareceu tão surpreso como se eu fosse o Gasparzinho em pessoa.”, disse ela.

“Gasparzinho, em pessoa?” perguntou Diggle, rindo.

“Em espírito seria melhor?” respondeu ela.

Diggle sorriu. Ela não mudou absolutamente nada, ele pensou.

Um alegre assobio preencheu a sala. Ruth saía do banheiro vestida apenas com um biquíni e uma toalha no pescoço. Felicity arqueou uma sobrancelha.

“Indo para um mergulho, Ruth?”

“Eu estou de férias! Oh, me perdoe, eu esqueci. Eu sou o apoio emocional.”

Ela se virou para sair, mas ela foi bloqueada por Diggle, que estava perto da porta. Ao vê-lo, ela parou.

“Oh. Eu estou atrapalhando sua passagem. Olá”, disse Diggle.

Felicity revirou os olhos. Ela sabia que Lyla tinha morrido em campo dois anos depois da sua partida. Ali estava Ruth: bonita, solteira, excelente com crianças. E ali estava Diggle: bonito, viúvo, com uma filha de 13 anos. Não precisava pensar muito para ver onde aquilo ia dar.

“Eu sou Ruth Wilson”, disse a amiga de Felicity. “Assistente, amiga e apoio emocional”, completou.

“Eu sou John Diggle”, disse ele. “Ex-motorista, ex-guarda costas, amigo e apoio emocional”, completou ele.

“Voltando para o foco aqui...” disse Felicity. “Porque vocês não contaram ao seu pai que eu vinha? O que vocês estavam pensando? Que ele ia me ver, cair de amores novamente e largar a ruiva?”

“SIM!!!”, responderam ambas, em uníssono.

“Ela é horrível, mãe”, disse Liv. “Ele claramente não a ama. E de alguma forma, ela conseguiu fazer com que ele a pedisse em casamento. Eles se casam dentro de um mês! Ela acha que eu não sei, mas eu sei. Tudo o que ela quer é o dinheiro dele, mãe!”, completou ela.

“E a única maneira dele não casar com ela... É a vendo novamente. Aí ele casa com você”, Emma finalizou.

Felicity deu uma risada curta, seca, fazendo Emma e Liv sentarem no sofá.

“Eu admiro o romantismo das duas, mas tudo isso é irrelevante. Havia um motivo pelo qual seu pai e eu nos separamos.”

O trabalho dele” afirmou Diggle, com um olhar significativo. Quando Lyla morreu... ele parou de trabalhar, disse ele. Ela entendeu. Ele tinha se aposentado de ser o Arrow apenas dois anos depois que ela foi embora? Ela não sabia disso. O Arqueiro ainda fazia aparições na cidade, ela tinha certeza de ter ouvido sobre ele uma ou duas vezes.

Como se lendo seu pensamento, Diggle interveio. “Roy assumiu o cargo”, ele disse.

“Isso é irrelevante”, disse ela, depois de algum tempo. O que é relevante é o fato de que Oliver Queen e eu não temos absolutamente mais nada em comum. E esse conto de fadas da cabeça de vocês é apenas isso: um conto de fadas, que nunca vai acontecer!”, disse ela, que saiu batendo a porta e deixando todos assustados dentro do quarto.