— Estávamos trabalhando no caso Ferrell quando ela levou um tiro. – Emily respondeu à pergunta não pronunciada por Luke.

— Garcia levou um tiro? – Luke sentiu aquelas palavras afundarem.

— Foi há dez anos. – JJ respondeu. – Era um policial corrupto chamado Colby Baylor e ele a atraiu com encontros.

Aquelas palavras queimaram no coração de Luke como ferro de marcar. Ele percebeu o porquê ela mantinha distância de novas pessoas. Juntando o problema dos pais dela terem morrido quando ela tinha apenas dezoito anos e isso a fez ter medo.

— Luke, eu acho que você deveria ficar. – Emily falou direto para ela. – No momento, você precisa ajudar Penelope a ver que ela não está sozinha.

— Ok. – Luke concordou e colocou alguns de seus arquivos na mesa próxima.

Ele começou a fazer um dos perfis do caso, o canibal parecia saber o que estava acontecendo podia ser exatamente e torcendo para que não fosse realmente o canibal.

Luke viu Penelope passar pelo Bullpen, parando em frente à mesa dele e sentando em sua cadeira. Ele estava realmente chocado pelo estado atual dela. A cara cheia de pequenos pontos vermelhos como se tivesse chorado o fez se levantar e ir até ela.

Penelope viu Luke e o vendo se levantou e saiu para seu escritório, trancando a porta e em seguida escorrendo até o chão. Ela não queria ser vista assim. Ela queria ficar sozinha.

O caso transcorreu com Penelope aturando Luke enquanto eles não falassem sobre o tiro que ela recebeu, mas depois de mais um flashback a atingira e ela sair correndo da sala, Luke decidiu partir para a ofensiva.

— Está certo. – Luke entrou e trancou a porta. – Eu preciso que você me explique o que raios está havendo com você.

— Eu não posso conversar sobre isso. – Penelope falou. – Não quando foi tudo minha culpa.

— Você não pediu para ser baleada. – Luke praticamente gritou. – Eu não posso saber sobre aquele dia, mas que droga, eu quero.

— Quer saber como a bala entrou no meu peito e eu fiquei sobre os degraus? – Penelope começou a enfrentar também. – Ou o fato que eu e Derek compartilhamos um ”eu te amo” logo depois e ele nunca me viu como nada mais que uma amiga.

— Você amava Derek? – Luke a parou na sua frente. – Eu preciso que você me diga. Eu preciso saber.

— Eu o amei por muito tempo e ele foi embora para uma vida melhor. – Penelope estava se sentindo tonta. – Eu não posso me apaixonar por você, se você for embora.

— Você me ama? – Ele viu o olhar de Penelope e era toda a resposta que ele precisava. – Eu também te amo. E eu sei que isso é complicado de dizer agora.

— Eu não posso me apaixonar por você! – Penelope gritou tão alto quanto podia. – Luke, eu não me sinto bem.

Luke deu dois passos longos antes de pegar Penelope nos braços enquanto ela desmaiava. Luke sentiu como ela estava quente e então, tudo fez sentido.

Penelope tinha rompido os pontos antigos. Destravando a porta, Luke a pegou nos braços e a levou para a SUV e a colocou no banco de trás. Ligando os faróis e sirenes, ele correu com ela para o hospital.

Ele ligou para Emily do hospital, depois que Penelope foi levada para a cirurgia. Luke sentiu a mão de Derek no seu ombro e então se permitiu chorar.

— Eu não posso perder ela, Morgan. – Luke confessou. – Não quando eu disse a ela as palavras.

— Sei que você a ama. – Derek foi direto. – E sei que ela era apaixonada por mim, porém, você está aqui e pode fazer ela feliz.

O resto da equipe chegou logo depois de pegarem finalmente Floyd e o mandarem para a cadeia dessa vez. Todos reunidos e rezando pela amiga em comum.

Era quase de manhã quando o médico saiu do consultório.

— A senhorita Garcia passou sem problemas pela cirurgia e esperamos uma recuperação completa. – Ele respondeu. – Agente Alvez? Ela acordou segundos antes de a levarmos para a sedação e ela disse algumas coisas.

— O que ela disse? – Luke estava curioso.

— Ela disse: "Diga a Luke Alvez que eu o amo." – O médico viu o agente sorrir. – Acho que ela pensou que eu era um anjo, mas mesmo assim, eu lhe dei o recado.

— Eu posso ver ela? – Luke perguntou. – Por favor.

— Claro. – O médico levou Luke para o quarto de Penelope e apesar do cano para oxigênio, ela estava bem. – Eu vou deixar vocês a sós.

Luke se sentou na cama de hospital de Penelope e tocou seu cabelo. Ele arrumou uma franja e colocou de volta no ombro dela.

— Eu queria que você estivesse acordada. – Luke começou. – Eu acho que aquela discussão te fez mal e deus, eu queria voltar para o começo. Eu posso repetir tudo quando tiver acordada, mas eu te amo, Penelope. Te amo muito.

Então, ele se sentou na poltrona e deixou os olhos se fecharem e ele adormeceu com a mão na mão de Penelope.

Penelope abriu os olhos e notou a picada desconfortável em sua mão e o som do bip do monitor cardíaco.

Ela viu Luke dormindo e Rossi lendo um livro.

— Você acordou. – Rossi a olhou com amor. – Você deixou toda a equipe preocupada. – Apontando com a cabeça para um adormecido Luke ele continuou. – Aquele homem ali, ficou a noite toda esperando e quando te trouxeram para o quarto, ele dormiu.

— Sinto muito. – Penelope suspirou. – O que aconteceu?

— A cicatriz do tiro. – Rossi falou. – Ele se abriu e seu corpo se encheu de sangue.

— Tipo Hotch? – Penelope perguntou.

— Sim, mas você foi rápido demais. – Rossi tocou sua mão. – Eles tiveram que abrir você rapidamente na sala de urgências.

— Penelope? – Luke acordou rapidamente. – Você acordou!

— Eu vou deixar os dois se ajeitarem. – Rossi olhou para Luke. – Se você a machucar, ninguém encontrará seu corpo e se o fizerem, não vão saber quem foi.

Luke sabia que Rossi era uma espécie de pai de Penelope.

Nos quarenta minutos seguintes, Penelope e Luke conversaram sobre tudo e mais um pouco.

Eles começaram a namorar, é claro. Penelope contou a Luke quase tudo sobre o que aconteceu com ela e quem era Jason Clarck Battle. É claro que Luke fez uma visita no tumulo de Battle. Ou o que sobrou dele.

Ele encontrou os relatórios do caso em um arquivo e viu que Kevin Lynch era o analista do caso e deixou coisas passar.

Quando ele e Penelope ficaram noivos, todos vibraram. Porque pela primeira vez ela estava sendo feliz.

Não foi uma surpresa ela se casar grávida de quase oito meses de Luke. E quando Elizabeth Garcia Alvez nasceu, tudo fez sentido para eles.