One Step Closer
Capítulo X
Conseguimos sair graças a um dos guardas que era cúmplice dos dois, digamos assim. Fomos de carro com o Binho dirigindo até o tal barzinho. Ele era bem rústico, com algumas placas, e as pessoas de lá tinham um estilo bem específico. Quase todas usavam preto, assim como nós. Eu gostei, sempre quis ir á um lugar diferente assim, que não fosse as festas formais que tinham no castelo.
– Vocês! – Um grupo de pessoas veio até nos, nos cumprimentando.
– Quanto tempo. – Disse Mili abraçando uma das meninas.
– Gente, essa é a Ana. – Binho me apresentou e eu sorri para o resto do pessoal.
– Hummm, a Ana? Sua noiva? – Perguntou uma das meninas fazendo graça.
– Sim Vivi. – ele respondeu rindo. - Mas aqui ela é só minha namorada, ok? As pessoas podem suspeitar...
– Pode deixar! - Ela respondeu.
– Por falar em noiva, eu preciso falar com você Vivi.
As duas foram para um canto e eu fiquei com Binho, um menino e mais um casal que eu não conheço.
– Binho, quando vai ser o casamento? – Disse esse menino.
– De quem?
– Da sua irmã.
– Esse final de semana... – Ele respondeu lamentando e eu não entendi nada.
– Ata... – Ele disse e logo saiu, pois Mili e Vivi estavam o chamando.
– Quer tomar alguma coisa? – Binho me perguntou e eu fiz que sim com a cabeça. – Nós já voltamos, casal! – Eles riram.
Fomos até o balcão e sentamos nas banquetas. Binho pediu dois drinks e enquanto o garçom pegava, ele ficou me olhando. Eu sem jeito, acabei rindo.
– Que foi? – Perguntei.
– É que eu ainda não disse que você está lindamente linda hoje.
– Obrigada. – Eu senti minhas bochechas corarem.
Os drinks chegaram e eu tomei bem devagarinho, pois não estava acostumada com álcool. O gosto era forte, fiz até uma careta no primeiro gole, que tentei disfarçar, mas apesar disso era bem gostoso.
– Eu deveria ter perguntado se você não preferia um refrigerante. – Ele disse rindo.
– Eu gostei. – Eu ri também.
– Então ta bom...
– Como você conheceu esses seus amigos? – Eu perguntei.
– Nós estudamos na mesma escola quando meus pais decidiram que poderia ser melhor frequentarmos uma ao invés de estudar em casa. Algumas pessoas, a maioria na verdade, nem se aproximavam da gente. Sei lá, pareciam que achavam que nós éramos de mentira, sabe? – Concordei. – Mas eles não, eles sempre foram legais com a gente, amigos de verdade.
– Vocês têm sorte. Meus pais nunca gostaram que eu me “misturasse”. Sempre fui contra isso, mas fazer o que.
– Se eles soubessem onde eu ando te levando com certeza me odiariam.
– Provavelmente. – Eu ri.
– Vamos dançar? – Ele perguntou e eu aceitei.
Fomos até a pista e eu peguei no ombro de Binho e segurei sua mão com a outra mão. Ele riu da minha cara.
– Que foi? – Eu disse rindo também, mas sem saber o motivo.
– Não é assim que se dança esse tipo de música, Ana.
– Ata. Como dança?
– É só se soltar. Não tem nenhuma regra, só se joga.
Foi só ele dizer isso que um indivíduo me empurrou e eu fui parar nos braços de Binho. Senti seus músculos através da jaqueta de couro que ele vestia e olhei para ele. Naquele momento tudo o que eu queria era me aproximar mais, e mais.
– Você levou isso de se jogar a sério né? – Ele disse brincando e eu ri envergonhada, voltando para o “meu lugar”.
– Desculpa... É que alguém me empurrou. – Eu ia continuar me explicando, mas ele colocou seu dedo indicador em minha boca, como sinal de silêncio.
– Não precisa se explicar. Na verdade eu acho que isso serviu pra alguma coisa. – Eu olhei sem entender.
Ele se aproximou e segurou em minha cintura, eu gelei ao pensar no que ele poderia estar pensando em fazer.
– Já faz muito tempo que eu queria fazer isso.
Ele juntou seus lábios nos meus, me beijando. Naquele momento não existia casamento forçado, não existia Thiago e nem ninguém à nossa volta. Só existíamos nós dois.
Fale com o autor