Once we believe

Wonderland, Palácio Real, noite


Jafar ouvia calmamente os relatos do coelho sobre como Alice chegou ao País das Maravilhas, esperando-o terminar. Estava confortavelmente sentado em sua cadeira, com uma lareira acesa. A noite não estava fria fora do palácio, mas lá em baixo, nas masmorras, as paredes de pedra não permitiam o calor de fora passar. O coelho tremia, por medo e por frio.

— Por favor, majestade, eu já cumpri com o ordenado – suplicava.

— Eu dou as ordens, coelho, e você às cumpre. Terá sua família quando eu disser. Agora, quero que vigie Alice e me diga cada coisa que ela faz.

— Sim, senhor. – O coelho suspirou, temeroso e angustiado. – Posso sair?

— Não. Antes me diga, e é bom que diga a verdade. Ela está sozinha?

— Bem... Ela... Ela...

— DIGA A VERDADE OU CORTO SUAS ORELHAS! – Gritou Jafar.

— Ela-está-acompanhada-senhor-de-um-homem-que-não-faço-ideia-de-quem-seja! – mentiu. O coelho sentiu que já havia traído Alice tão intensamente que precisou compensar de alguma forma, escondendo a identidade de Will Scarlet pelo máximo que poderia.

— Então saia daqui e descubra. Saia! – Gritou Jafar. O coelho desapareceu às pressas, e Jafar contemplou a solidão.