Olívia apertou os joelhos com força. Aquela saleta escura trazia um sensação desagradável, uma lembrança ruim, mas ela não sabia porque. Walter a deixaria trancada por dias, disso estava certa. E ela disse a si mesma que era forte, era uma lutadora. Mas a sensação ruim ainda estava ali apertando seu peito, tentando fazer o medo tomar conta. Olívia sacudiu a cabeça e focou-se em outra coisa, na sua última visão antes de ficar completamente no escuro há algumas horas. Walter a olhando pelo vidro. Não, Walternativo. Porque o homem gentil que conhecia aquele monstro não era.

O rosto do Walternativo desaparecendo através do vidro lhe era tão familiar, era como um déjà vu. Olívia queria saber porquê.

Cansada de pensar e continuar sem respostas, tentou resistir às lágrimas, pressionando a cabeça contra a parede gélida, mas sua bravura não durou muito. Por fim, ela chorou. A total percepção de sua própria condição naquele universo era apavorante.

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Walter aproximou-se da porta e, através do vidro, observou a frágil figura feminina. Olívia Dunhan estava sentada no canto abraçando os joelhos, encarando o chão. Completamente sozinho no corredor, o Secretário ali permaneceu estudando a silhueta diminuta da agente. Ela chorava quieta, soluçava baixinho. Aquela figura frágil era o total oposto da mulher feroz que ele havia visto. Sozinha naquela cela escura, Olívia Dunhan era para Walter a garotinha chorosa que, sem saber, havia atravessado os universos para pedir sua ajuda e lhe dado a resposta que ele tanto queria. E mais importante ainda, havia mostrado a ele por meio de um desenho que Peter estava bem.

Por causa disso Walter sempre seria grato à ela. Não à feroz agente Dunhan, e sim à menininha que lhe pediu ajuda aos prantos.

E por um momento que durou um nada de segundo, o Secretário desejou não precisar usá-la daquele modo cruel para depois matá-la porque a Olívia mulher significava muito para seu filho Peter, e a menina, a pequena Olive, havia sido a esperança para ele próprio.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.