O que eu mais desejo

Capítulo 63 - Realeza


Dimensão 13, 01 hora — Castelo.
O rei Afonso acaba de guardar alguns arquivos que o mesmo estava trabalhando há muito tempo. Eram planos nos quais foram muito bem calculado por quase vinte anos.
Ele suspira como se estivesse cansado embora o nunca fique, pois, aquilo era o que realmente amava trabalho e poder. O mesmo roda sua cadeira para trás olhando a vista que a janela o proporcionava.
A paisagem dava para ver os muros do castelo e um pouco a frente o belo brilho da cidade acordada em meio a madrugada, poderia parecer ridículo mais por diversos anos ele sempre quis estar ali.
Flex-Black - Vinte e sete anos atrás.
Afonso e Harry seguiam pelo corredor do castelo carregando suas espadas, e trajes ainda do treinamento que tinham acabado de sair. Ambos param na frente da porta do escritório do pai deles.
Uma voz forte pede para que eles entrem antes mesmo de baterem, Harry a abre o rei Richard ainda estava assinando alguns documentos, eles se aproximam.
— Demoram mais do que a última vez - fala o Richard sem olha-los.
— Desculpe meu pai, quando mandou nos chamar ainda não tinha terminado o tempo do treinamento - responde Harry de maneira calma.
Richard olha para eles e coloca a mão no rosto de maneira pensativa.
— Desobedecendo ordens do seu próprio rei? - fala ele semicerrando os olhos.
— Por favor se for punir alguém que seja eu é minha culpa - diz Harry, neste mesmo instante a expressão brava de Richard desapareceu dando lugar a um suave sorriso.
— Não vou punir ninguém Harry, mas fico feliz por tomar a frente se responsabilizando é isso que um rei sempre faz - fala Richard se levantando - Apenas os chamei para avisar que a cerimônia de coroamento foi marcada.
Afonso olha para chão como se estivesse ressentido com o que escuta, o mesmo agora foca em frente, seu olhar se encontra com o de seu pai, o mesmo desvia e foca no mais velho.
— Harry você já pode ir, quero conversar com o Afonso a sós - diz o rei, o príncipe regente faz uma leve reverência com a cabeça e logo se retira.
Ambos se encaram por alguns segundos até Richard iniciar a conversa.
— Sei que deve estar com raiva consigo ver em seus olhos - fala o rei em quanto se aproxima, Afonso apenas ficou em silêncio - Mas tem que entender esta sala não sera sua meu filho, Harry é o primogênito será um bom rei seu trabalho é outro tão importante quanto governar Quena.
— E qual seria? - Afonso se atreve a perguntar.
— O de casar com uma bela princesa e aumentar o reino, de estar na frente liderando nosso exercito, de ajudar seu irmão crescer cada vez mais - responde Richard colocando sua mão no ombro dele e esboça um sorriso.
Afonso permanece neutro e logo responde:
— Veremos.
Depois daquelas palavras ele se retira de escritório real...
Fim do Flex-Black.
Ele é trazido de volta quando a porta do seu escritório é aberta por Elena a mesma se aproxima e esta vestindo um roupão de cetim azul-claro com os cabelos louros soltos a deixavam bonita mesmo estando tão simples.
— Não vai dormir? - pergunta ela, ele se vira para a mesma.
— Ainda não terminei - responde ele calmamente.
— E não poderia acabar amanhã? - diz Elena - Ficar naquela enorme cama sem você é estranho.
Afonso sorri para ela.
— Tudo bem já estou subindo - fala ele.
— Estarei te esperando - responde ela andando na direção da porta.
Na manhã seguinte Afonso, e James estavam em uma reunião sobre a segurança da fronteira alguns dos membros mais importantes da SIG estavam lá com o capitão, e vise o pessoal da Lotus Black também estavam presentes.
Cecília estava do lado esquerdo do rei a mesma era realmente muito detalhista sabia de tudo e orientava da melhor forma possível. Em quanto a ninfa explicava suas táticas de defesa um dos coronéis parece não aprovar nada do que ela diz.
— Não acredito que seja uma boa ideia - fala Daniel, todos da mesa agora focam nele.
— Por que o senhor crê nisto? - pergunta Cecília calmamente.
— Começando porque a senhora não é nem de Quena e segundo que cada dia que passa as fronteiras do Submundo andam chegando mais perto, logo postos como estes serão alvos fáceis - responde o coronel indicando os lugares no mapa que esta na mesa.
— Fique o senhor sabendo que os pontos de segurança 23 e 42 são muito bem guardados - retruca a almirante - O fato de eu não ser uma cidadã da aqui não significa que amo menos esta nação.
— Não estamos falando de amor, apenas que uma almirantizinha tão jovem como você não tem a noção do perigo que estamos correndo - fala Daniel de maneira seria.
— Para mim seus argumentos são apenas restos do seu orgulho que se sobrou quando eu me tornei almirante e o senhor não, agora como eu estava dizendo cavalheiros a fronteira de Ahist… -Cecília continua explicar em quanto Daniel parecia cada vez mais bravo.
Após a reunião Afonso ainda estava colocando em ordem todos seus pensamentos, olhando para o relógio já eram 18 horas, certamente o horário perfeito para conversar com Esmeralda.
Ele pega alguns documentos e segue para o grande salão, como previsto lá estava a princesa Alleana tomando chá sozinha admirando a vista para o jardim. A mesma olha para atrás.
— Majestade - diz Esmeralda de maneira surpresa.
— Olá - responde ele se aproximando - Posso? - pergunta ele com a mão na cadeira.
—Lógico, quer chá? -a mesma pergunta, Afonso balança a cabeça positivamente assim que é servido a xícara.
— Vim porque queria conversar - Afonso fala calmamente.
— Imaginei, no que posso ajudar? - pergunta Esmeralda olhando diretamente para ele.
— Quero que assine um documento - fala o rei empurrando os papeis na direção da mesma - É sobre seu casamento com James.
Esmeralda pega os papeis na mão e analisa rapidamente era um documento de diversas paginas, mas a mesma entendeu que deveria ser algo extremamente importante e que tinha a ver com seu dote e poder sobre Allea.
— Fale mais - insiste ela.
— Como quiser, a princesa sabe que James será o futuro rei e que é dono de tudo aqui até as fronteiras e logo a senhorita estará dentro da nossa família, os papeis que esta segurando, na verdade é um documento de segurança como um “seguro”, mas fique tranquila James também ira assinar ele - explica Afonso de maneira calma.
— Posso pensar um pouco? - diz Esmeralda de maneira pensativa.
— Com certeza, sei que tomara a decisão certa, estes papeis são copias os originais estão no escritório quando decidir chame o James para ir assinar junto - fala Afonso se levantando - Eu o criei da melhor maneira possível, e fico muito feliz em saber que ele irá se casar com uma moça tão boa e responsável como você, sei que os dois não iram me decepcionar.
Após estas palavras ele se retira deixando ela ali novamente sozinha, a princesa olha para o teto perfeitamente pintado de maneira pensativa.
—Decepcionar - ela repete o que ele disse pensando no cristal, a mesma se levanta e se retira da ali indo rumo a sala das mulheres com esperança de encontrar Bonni.
Assim que ela adentra Bonni esta conversando Arabella, a princesa se aproxima e ambas olham para ela.
— Bonni podemos conversar um momentinho? - pergunta a princesa, ela balança a cabeça positivamente.
— Licença princesa Arabella, e sobre o que estávamos conversando acredito que azul ficara melhor na senhorita - fala Bonni se levantando e logo em seguida indo atrás da princesa que atravessava os corredores bem mais rápido que o normal.
Assim que às duas estão no aposento de Esmeralda a mesma tranca a porta, mas não antes de ver se tinha alguém lá, as empregadas que estavam no quarto foram rapidamente dispensada pela dama de companhia que se senta na cadeira e olha pacientemente para frente.
— Pode me dizer o que esta acontecendo? - pergunta Bonni curiosa.
— Sim, bom isto - responde a princesa entregando o documento para ela que folheia levemente e lê algumas frases de maneira aleatória.
— Pelo que entendi é um contrato sobre as fronteiras de Allea e Quena em caso de risco ou perca dos governantes - fala Bonni, Esmeralda balança a cabeça positivamente - O que pretende fazer?
— Não sei, o rei parecia muito crente que eu assinaria, e também acrescentou que James fará o mesmo - explica a princesa de maneira pensativa.
— Bom não estou vendo nem um mal no documento princesa - fala a companhante.
— Devo estar ficando paranoica mesmo, por um instante tive uma sensação ruim sobre estes papeis - diz Esmeralda se sentando na cama.
— Talvez seria uma boa ideia ir falar com seu noivo, ele deve ter noção de tudo - fala Bonni sorrindo - E se a senhorita não quiser eu mesma analiso ele para você se bem que a primeira ideia é mais tentadora.
— Para de sorrir assim, me deixa envergonhada - diz Esmeralda corando e fazendo Bonni rir.
— Mas realmente vá lá vocês não conversam já faz um tempo - fala ela.
— Esta certa vou agora mesmo - diz a princesa de maneira corajosa.
Em quanto às duas saem a corredores afora, Arabella estava no grande salão sozinha a mesma estava admirando os quadros, alguns deles foram pintados pela antiga rainha em uma das pintura tinha toda a antiga família real, os pais dela estavam ao lado dos de James.
Afonso estava voltando para seu escritório quando ele vê sua filha olhando aquela pintura, o mesmo adentra no cômodo que ela esta, a mesma parece não ter percebido sua chegada.
— No mesmo dia desta pintura em seis anos no futuro você nasceu sabia? - pergunta Afonso, Arabella se vira rapidamente para o pai dela a mesma parecia surpresa por vê-lo fora do escritório neste horário.
— Não - responde ela - É uma bela pintura, James se parece muito com o pai dele.
— As vezes quando o olho tenho a ligeira sensação que meu irmão ainda esta vivo - diz ele.
— Deve ser muito triste para você pai, perder seu irmão e seu pai em uma época tão complicada como aquela - fala Arabella de maneira gentil - Fico feliz por você e a mamãe terem conseguido guiar Quena para o melhor futuro possível.
— Este é nosso dever Arabella, da família toda - diz Afonso - Querida já pensou em ser a rainha?
— Nunca - responde ela sorrindo - Sempre tive plena consciência que eu não governaria a menos que me casasse com um rei, e bom olhando em volta não a muitos solteiros - ela complementa de maneira gentil, o que fez Afonso sorrir o mesmo coloca a mão os cabelos delas e bagunça suavemente.
— Mas deveria tem sangue azul correndo em suas veias, um dia isso tudo pode ser seu e caso ao contrário sei que ainda assim será responsável por muitas coisas - diz Afonso de maneira gentil.
O mesmo se afasta e logo se retira de lá deixando Arabella apenas observar em quanto um sorriso impossível de se conter aparece no rosto dela. Realmente este momento com o pai dela eram cada vez mais raro já faziam quase meses desde que os dois não falavam mais que cumprimentos um para outro.
Esmeralda estava no divã em quanto James procura os papeis que o tio dele tinha dado para o mesmo hoje mais cedo, ele coloca a mão no rosto pensativo estava tudo espalhado pelo escritório, mas ele não conseguia achar.
— Desculpe princesa não estou achando - diz ele se aproximando - Porém, me lembro sobre o que informava.
O príncipe se senta na poltrona perto dela, que sorri.
— Me chame de Esmeralda - fala ela olhando diretamente para ele embora isto esteja exigindo muita coragem da parte dela já que a mesma é bem tímida.
— Certo então a partir de agora também pode me chamar pelo primeiro nome - responde ele, ela balança a cabeça positivamente - Bom é realmente um seguro caso eu ou você não deixarmos um herdeiro antes de morrermos.
Esmeralda arregala os olhos.
— Já estão falando de herdeiro? Nós nem nos casamos - fala a princesa surpresa o que fez ele rir, a mesma agora foca nele.
— Desculpa, é que o fato de que vamos casar é o top de fofoca nos dois reinos, diversas pessoas vem aqui atrás de manchetes escandalosas que envolvam o nome de um de nós - explica James de maneira calma.
— Sei disto, antes de vir para cá passei por um rígido treinamento com sua cultura para não envergonhar ninguém - fala Esmeralda se lembrando.
— Não iria me envergonhar pelo contrário trazer um pouco da sua cultura faria muito bem, sei que em Allea por ser um clima mais quente vocês são bem mais alegres e animados - diz ele.
— Um pouco, mas é verdade adoramos uma boa festa - fala Esmeralda - Um dia gostaria que fosse para Allea, aposto que iria gostar.
— Sabe agora você me dizendo isto parece que tem muita saudade de casa - diz ele.
— Sim, mas é meu dever ficar e permanecer bem aqui - fala Esmeralda - Mas imagino que aquela sua amiga deve ter contado diversas coisas sobre meu reino.
— Na realidade a Rubi nunca me disse mais do que era de lá, às vezes penso que ela guarda algum segredo - diz James pensando nela.
— E qual seria? - pergunta.
— Bom não sei, mas deve ter a ver com o por quê dela estar aqui - responde ele - Tenho medo de descobrir e ela tenha que ir embora - confessa, Esmeralda esboça um sorriso triste.
— Você a ama não ama? - pergunta ela diretamente o que fez ele ficar surpreso, demorou alguns segundos até o príncipe poder responder.
— Eu penso que sim, mas isso não importa - responde James de maneira triste.
— Claro que importa, já falou para ela? - pergunta.
— Não - fala James balançando a cabeça negativamente - É meio estranho falar sobre outra mulher com você.
— Tudo bem, eu já me apaixonei - fala Esmeralda entrelaçando os dedos uns nos outros - Ele era concelheiro do meu pai.
James sorri para ela.
— Ainda o ama? - pergunta ele.
— Tento me manter neutra, mas as vezes é difícil, porém nunca te trai desde que fiquei sabendo do nosso casamento - explica ela.
— Obrigado eu acho, mas mesmo se tivesse feito não me importaria porque sei que eu seria muito capaz de fazer o mesmo - fala James de maneira calma, ela esboça um sorriso.
Esmeralda se levanta e foca em James que faz o mesmo ambos estavam relativamente perto um do outro.
— Estou muito feliz por termos abrido o jogo um com outro, espero um dia que consigamos ser felizes sem precisar de outros amores além do nosso - diz Esmeralda.
Só agora ela reparou o quão perto estava o príncipe os olhos brilhantes verdes a deixavam encantada, e ele não poderia negar que a vontade de beija-la era enorme. E foi o que ele fez se aproximou mais acariciou gentilmente o rosto dela e logo a beijou de maneira suave, mas doce o suficiente.
O coração da princesa agora estava mais acelerado do que quando entrou no escritório dele, o gesto inesperado do príncipe a surpreendeu de uma boa maneira a mesma respondia o beijo com a mesma ternura.
Quando ambos param de se beijar o rosto deles estavam corados principalmente o dela, Esmeralda da, um passo para atrás e sorri.
— Já vou nos vemos no jantar - a mesma diz se apresando para sair.
James balança a cabeça positivamente para ela, que logo sai. Na aquela madrugada o rei Afonso estava no subsolo do castelo, em uma das diversas passagens secretas.
Assim que ele chega em uma pequena sala escura ele acende as luzes ali não tinham muitas coisas além de mapas com todas as trajetórias secretas, uma mesa e um armário velho.
Afonso abre as portas do armário que range lá dentro tem uma pequena caixinha da cor azul, ele apanha a mesma na mão e tira o cordão com uma chave do pescoço para poder abri-la.
Dentro contém um pequeno frasco transparente com um líquido preto dentro, ele esboça um sorriso doentio olhando para o objeto. O mesmo logo o guarda e sai de lá com o veneno.
Subindo as escadas ele não encontrou ninguém, voltando para seu escritório fecha a porta rapidamente, e caminha até a pintura que tem do lado esquerdo da parede tirando a obra da ali revela um cofre.
Após abri-lo ele guarda a caixinha lá dentro e o fecha novamente, deixando tudo perfeito como se nunca tivesse mexido ali…