O que eu mais desejo

Capítulo 64 - Pequena esperança


Dimensão 13, 02 horas — QG.
Durante o sono Rubi teve uma visão onde mostrava o rei guardando o mesmo veneno que usou para matar seu irmão mais velho, logo em seguida a humana consegue ver James e Esmeralda assinando um contrato.
E logo algumas palavras apareceram para a protegida que acorda ofegante e suando frio ela olha ao redor, mas tudo estava perfeitamente tranquilo, demorou alguns minutos para ela poder se recuperar.
Todas aquelas visões estavam acabando com ela cada vez que a mesma via parecia que as coisas ficavam piores, Rubi coloca suas mãos na cabeça e suspira devagar.
“James esta em perigo”, pensa ela olhando para chão certamente o rei iria fazer algo para mata-lo e provavelmente matará a Esmeralda também. A humana não poderia deixar que ele fizesse estas coisas.
Rubi volta a se deitar na cama a mesma rola para o lado direito ficando de costa para a parede, ela segura o colar com força como se ele passasse um pouco de tranquilidade para a mesma poder se acalmar.
Talvez devesse contar para a Cecília, mas Rubi sabia que a almirante poderia muito bem manda-la de volta para Ahist ou para outro reino vizinho a colocando de maneira inerte na situação atual.
Após algum tempo a humana conseguiu adormecer novamente. Quando a mesma acordou o sol raiava lá fora, ela olha para a janela, mas as cortinas lilases mascaravam um pouco a luz.
Não demorou muito para Rubi estar no refeitório em quanto toma café da manhã ela pensava sobre o que poderia fazer para impedir que o pior acontecesse, Neilan se senta na mesma mesa que ela, o anjo agora foca nela.
— Não teve uma noite boa de sono? - pergunta ele, fazendo a humana notar sua presença.
— Mais ou menos - responde ela esboçando um sorriso de lado.
— Vou sair em missão hoje atarde - informa o anjo antes de dar uma mordia na maçã que esta na sua bandeja.
— Já? - pergunta ela um pouco surpresa.
— Estamos parados a mais de um mês Rubi, se eu não voltar a trabalhar logo ficarei sem dinheiro - diz ele sorrindo, o que fez a mesma rir.
— Entendo, espero que volte logo - fala a protegida - Agora que você esta longe terei que procurar alguma coisa para passar o tempo.
— Poderia visitar a Melinda, desde que o irmão dela foi preso a mesma se afastou da guarda se não me engano ela voltou para casa - informa Neilan pensativo.
— Esta certo vou conversar com a Cecília e vou aqui a pouco - fala Rubi pensando na pequena Sentinela.
Algumas horas mais tarde Rubi se despediu de Neilan, e seguiu para a estação porém Cecília não queria que a mesma fosse sozinha e já que a maioria dos conhecidos estavam fora o jeito foi levar um rastreador com sigo.
O trem naquela tarde estava praticamente vazio, a protegida se sentou em um dos primeiros bancos, olhando a paisagem que se passava ela se recordou dos primeiros incidentes rebeldes, aquilo de certa forma a deixava triste por Onze, Quinze e por Phillip e até mesmo por Charli.
Foram cercas de uma hora e meia de viagem para chegar na cidade de Maxari, a humana desceu do trem indo direto para a casa de Melinda que não era muito longe da ali.
As ruas estavam bem movimentadas, mas aquilo não incomodava ela pelo contrário toda aquela agitação passava uma boa energia. Chegando na frente da casa Sophia esta sentada no banquinho em quanto tricotava algum tipo de manta, a mesma levanta o olhar para a visitante.
— Rubi? -pergunta ela.
— Sim, parece que se lembra de mim - responde a humana de maneira gentil.
— Nunca esqueço um rosto - diz Sophia se levantando - Veio ver a Melinda?
— Sim, ela esta? - pergunta a protegida, a garota balança a cabeça positivamente.
— Me acompanhe - diz ela guiando Rubi.
Quando às duas entraram Melinda estava sentada no sofá lendo um livro, a mesma não tinha notado a presença das duas até Rubi chama-la a mesma olha surpresa pela presença da humana.
Às duas não se viam já fazia um bom tempo, Melinda fica de pé e olha zangada para Rubi.
— O que você faz aqui? - pergunta.
— Vim ver como você esta, fiquei sabendo que saiu da guarda - fala a humana.
— Meio tarde não acha - responde Melinda arqueando a sobrancelha.
— Sim, esta certa - fala Rubi de maneira calma - Não tivemos tempo para conversar sobre o que aconteceu.
A irmã mais nova apenas observa a conversa de ambas sem entender muita coisa Sophia não foi informada que seu irmão mais velho tinha sido preso por traição mas sim que estava em uma missão muito longa.
— Sophi tome conta da casa eu e a Rubi vamos conversa lá fora - diz Melinda saindo a protegida segue ela que esta na frente indo para um lugar onde sua irmã não poderia ouvi-las.
As duas param perto da entrada da floresta, ambas se encaram por alguns segundos.
— Pode me contar agora - diz ela focando em Rubi que parecia não saber como começar esta conversa direito.
— Eu quero pedir desculpas - fala Rubi de maneira seria - Fiquei sabendo que Charli era um espião desde o dia que me trouce aqui.
— Por que o escondeu por tanto tempo? Você poderia ser presa junto com ele - pergunta a jovem.
— Porque ele era seu irmão, não queria mago-la e eu não tinha certeza de muitas coisas quando aconteceu - fala a humana fazendo uma pequena pausa - E sabia que no momento que eu contasse Liam iria prende-lo.
Um sorriso triste apareceu no rosto da ex-sentinela, os olhos dela estavam marejados também.
— Talvez eu pudesse ter resolvido tudo sozinha, impedido da invasão aquelas mortes e quem sabe até poderia ter conseguido convencer o Charli a desistir, mas fui fraca - fala Rubi triste - E continua igual a antes tempos atrás mal consegui salvar o Neilan.
— Você não poderia convence-lo, ele olhou nos meus olhos e jurou lealdade a Solaria na minha frente e fui eu que foi fraca tive uma real oportunidade de impedi-lo, mas não consegui - diz Melinda - Eu que te devo desculpa - a mesma logo entra em lágrimas.
Rubi caminha até ela e abraça a mesma, provavelmente todas as lágrimas que ela não conseguiu chorar por Charli agora vieram a tona, a mesma sabia que a protegida não tinha culpa alguma e que ao contrario de qualquer outra pessoa pensou nela e escondeu seu irmão.
Quando as lágrimas secaram um suave sorriso apareceu no rosto de ambas, Rubi parecia, mas leve, pois a mesma sabia que parte de tudo de ruim que aconteceu era culpa dela.
— Obrigada - diz Melinda.
— Não precisa agradecer, mas você deveria voltar para o QG você é uma sentinela - fala Rubi.
—Não posso voltar até conseguir me perdoar pelo que fiz, não horei a coroa do meu rei - diz Melinda seria.
— Ele era seu irmão é totalmente compreensivo, Cecília pediu para te entregar isso- fala Rubi tirando um emblema do bolso e entregando para ela que agora percebe é o mesmo simbolo que os Sentinelas carregam - E também me dize que você é parte do QG, e para voltar logo todos estamos com saudades.
Ela esboça um sorriso e olha para Rubi.
— Já te perdoaram só falta você - complementa a humana.
— Vai me fazer chorar de novo - diz ela - Vou voltar com você.
Mais tarde ambas estavam voltando para o QG Melinda se sentia renovada e tinha que pedir desculpa para Magno quando chegasse o mesmo não gostou nada quando ela foi embora.
Durante a viagem Rubi acabou adormecendo e novamente as visões a levam para o rei Afonso agora ela conseguia ver com mais nitidez ele esconder o veneno dentro do cofre e a combinação do mesmo.
Logo em seguida a humana aparece em um quarto as luzes estavam apagadas e apenas a luz na lua entrava iluminando levemente o comôdo, andando um pouco sobre ele Rubi repara que tem alguém no chão e uma pessoa deitada na cama.
Assim que ela se abaixa o corpo está com o rosto para o chão a protegida o vira revelando a face de James que estava pálido e seus olhos incolores a mesma o solta assustada.
O coração dela estava acelerado fora que a mesma soava frio com um pouco de coragem ela segue a passos receosos até a cama com medo de quem poderia esta ali e neste momento que ela vê Esmeralda sua pele estava muito clara, e seu corpo tremia a mesma olha na direção de Rubi, porém parecia que não a enxergava.
A protegida conseguiu vê-la dar seu último suspiro a mesma tinha um tipo de colar na mão, porém a pedra era escura e tinha uma pequena rachadura no mesmo momento que ela iria apanha-lo um brilho forte se espalhou por todos os lados a jogando para fora da visão.
Quando Rubi tomou novamente sua consciência ela acordou tremendo e o suor
frio escoria do seu rosto, Melinda olha assustada para ela.
— Esta tudo bem? - pergunta a sentinela.
— Não eu preciso salva-lo - responde Rubi a cabeça a mesma doía muito.
Assim que às duas desceram do comboio seguem direto para o QG Melinda insistiu para que ela fosse para enfermaria, já era anoite a mesma entra lá após o antedimento ela recebeu um encantamento magico e um remédio para dores.
Andando até seu quarto ela vê Liam o mesmo parecia espera-la ele esboça um sorriso para a mesma que parecia cansada, o vampiro se aproxima.
— Esta tudo bem? - pergunta ele.
— São só as visões - responde ela olhando o mesmo.
— E o que é desta vez?
— Nada para se preocupar, é meio confuso - diz ela, Rubi sabia que mentir para
Liam era totalmente errado já que ele tinha a responsabilidade de protege-la.
— Certo mas qualquer coisa me avise, amanhã Magno disse que queria falar conosco, virei te chamar cedo então descanse - fala o guardião, abraça ela que retribuí o gesto.
Eles se soltam devagar, e logo seguem caminhos diferentes durante a noite ela mal conseguiu dormir, pois, ficava vendo varias vezes aquela mesma cena que de certa forma parecia machucar seu corpo físico.
Quando é por volta às sete da manhã a humana escuta alguém batendo na porta dela e imaginou que seria Liam, se levantando lentamente ela segue para abrir a porta e lá estava o guardião.
— Bom-dia - cumprimenta ele.
— Bom-dia - responde Rubi esfregando os próprios olhos - Vou me trocar e já vamos.
Alguns minutos mais tarde ela e o guardião seguem para o centro de informações de Quena a cidade de manhã não era tão agitada o que facilitou a chegada mais rapidamente.
Magno espera ambos lá na frente ele tem algum tipo de livro nas mãos, ele sorri ao ver os dois se aproximando. O capitão os guia para uma sala vazia e coloca o livro sobre a mesa.
Os três se sentam Magno observa eles por um instante, Rubi parecia muito cansada e o guardião certamente esta preocupado embora tente disfarçar, ele suspira fazendo os dois focarem nele.
— O que descobriu? - pergunta Liam de maneira direta.
— Foi muito difícil traduzir a língua antiga dos anjos, mas Neilan me ajudou bastante e conseguimos entender que apenas quem te trouce pode leva-la de volta - responde Magno de maneira explicativa - Você sabe nos dizer quem te trouce para cá Rubi?
— É muito confuso como disse daquela vez eu estava no jardim quando a Dama da Noite apareceu e depois estava em Quena - fala Rubi se recordando.
— Então foi a rebelde que te trouce para cá - pressupõe Liam.
— Ou... - ela toca no colar - Talvez ele tem me trazido para cá.
— Acha que foi o mesmo seu colar? - pergunta Magno arqueando a sobrancelha.
— As vezes as visões me mostram o futuro, e se comunica comigo de maneira indireta onde não consigo controlar, porém, é provável que eu mesma tenha cometido este erro - fala a humana olhando eles, Liam coloca a mão dele o ombro dela e esboça um sorriso de lado.
— Então suponhamos que realmente você tenha se mandado para cá, sabe como fez isso? Porque poderia voltar para casa agora mesmo - diz Magno de maneira calma.
— Posso tentar - fala Rubi confiante se levantando a mesma segura o colar dela e fecha os olhos deixando a energia fluir dentro de si - Colar por favor me leve para casa.
Neste exato momento um brilho extraordinário iluminou aquele cômodo, Liam e Magno foram obrigados a fecha os olhos, a energia dali era quente, mas não machucava, porém, nos segundo seguintes tudo se apagou.
Liam abre os olhos e ali estava Rubi olhando para baixo, Magno agora foca nela também.
— Não funcionou? - pergunta o capitão.
— Parece que não - responde ela olhando para eles - Tive a impressão que faltava algo.
— Pelo menos o colar respondeu suas ordens - diz Liam pensativo - Se isso não funcionou voltamos para o plano A de capturar a Dama da Noite e obrigarmos ela te mandar de volta.
— É - concorda Magno cruzando os braços - Vamos dar um jeito de te levar de volta baixinha - diz ele sorrindo.
A humana balança a cabeça positivamente, depois da ali Liam e ela voltam para o QG, Magno ficou para procurar mais informações a mesma sabia que o capitão esta se esforçando e devia muito ele agora.
Chegando lá ela e o guardião decidiram que iriam treinar um pouco. Rubi olha para o céu esta completamente azul e com um sol suave o vampiro se aproxima e entrega a espada para ela que se posiçona.
Não demorou muito para o guardião derrubar a espada dela, Liam foca nos olhos dela que pareciam distantes.
— Você esta mais desatenta hoje do que o normal - diz ele.
—Impressão sua - responde ela pegando novamente a espada do chão.
— Acho melhor ficarmos apenas no treinamento magico quero te ensinar uma coisa - diz o vampiro se sentando na arena Rubi acompanha o mesmo - Lembra daquela vez que você quase acabou com a energia do QG?
— Sim - responde ela.
— Se para fazer aquilo você concentrou energia então tente libera-la em sua forma primitiva assim você poderá usa-la como defesa - explica o vampiro - Veja.
Neste mesmo momento uma chama aparece em sua mão era intensa e de alguma forma Rubi sentia que conseguia ver através do fogo como se aquilo estivesse se comunicando com a mesma. A humana foca nos olhos de Liam que faz o mesmo com ela, e a chama se apaga.
— Perdi a concentração desculpe - diz ele passando a mão direita pelo cabelo, ela sorri.
Rubi abre às duas mãos dela e fecha os olhos como sempre a energia corria rapidamente entre duas veias logo tomando forma física, Liam apenas observa aquelas pequenas fagulhas se transformarem em uma carga viva percorrendo os dedos dela.
Pelo brilho que emitiam parecia ser bem forte ela abre os olhos que pareciam mais brilhantes a mesma olha para suas mãos e semicerra os olhos aquelas finas tiras elétricas começam a encorpar o suficiente para todas se tormentarem uma só.
As horas se passaram voando quando a mesma deu por si, tinha acabado de entrar no quarto dela, era por volta das 23 horas ela se deita na cama e fecha os olhos e novamente lá estava naquela mesma visão.
A protegida se levanta apresada e troca seu pijama por sua roupa de soldado, ela olha para frente e pega a adaga para levar com sigo, a mesma entendia que teria que pegar aqueles documentos e o veneno que estavam no escritório do rei tudo aquilo seria para um bem maior…