O destino

Capítulo 16


Nos direcionamos para cozinha, que por sinal estava linda.

A lasanha com queijo gratinado estava borbulhando sobre a mesa, os talheres todos organizados, cada um com sua função. Havia duas taças para minha mãe e para Hannah, uma com vinho e outra com água.

— Mãe eu também quero vinho!

— Você não tem idade para isso - Disse servindo-se.

— Não sou mais criança... - Resmunguei.

— Eu também quero! - Disse Cameron.

— Você Cameron? Nem pensar...

— Desculpa, mas qual o problema de vocês? Acham que vão poder proteger a gente para sempre? Que vão estar a vida toda ao nosso lado? Infelizmente não vão. Temos que começar a tomar nossas próprias decisões e temos a consciência que cada uma delas terá uma consequência - Desabafei.

É claro que tudo isso que falei não era por causa de uma simples bebida, mas elas precisavam entender isso, não éramos mais os bebês delas.

Todos me olharam calados por alguns segundos, minha mãe deu um pequeno sorriso com uma pontada de orgulho.

— Tá bom, pode tomar! Peço apenas que tenham equilíbrio em tudo na vida de vocês. De acordo Hannah?

— Com certeza, faço de suas palavras as minhas. Acho que essa é a palavra da vida "equilíbrio" nunca impedimos vocês de namorarem, mas pedimos isso. E que a verdade prevaleça sempre no relacionamento de vocês. E claro que não poderia deixar de falar para terem juízo, afinal querendo ou não vocês ainda são adolescentes.

— Sim é isso que queremos para nós, já pisei muito na bola com a Alexia. Mas eu mudei, e estou fazendo tudo diferente!

— Já chega gente, minha glicose está subindo com essa conversa. Aliás estou morrendo de fome e não vamos deixar essa comida maravilhosa esfriar não é mesmo? - Falei enquanto me servia, tentando desviar esse papinho entediante.

Sim, eu sempre tenho que estragar o clima, é um dom que tenho.

Depois de jantarmos, chupamos sorvete. Eu amo sorvete, quem não ama sorvete? Eu chupei tanto sorvete que até meu estômago gelou... tá bom é claro que é mentira, estou exagerando. É só para tentar demostrar o quando amo sorvete.

Levantei para colocar as louças na pia e tive uma ideia... eu e minhas ideias...

Peguei três ovos na geladeira, Cameron ainda estava sentado á mesa, distraído...

Sim, eu fiz isso.

Fui por trás dele e quebrei os três ovos em sua cabeça , um por um rapidamente. A essa altura o chão estava todo sujo, o rosto dele então...

— Sou vingativa baby! - Falei.

— Alexia Johnson, eu vou te matar! - Disse ainda sem acreditar que eu havia feito aquilo.

— ALEXIA JOHNSON! - Minha mãe gritou, com uma cara que ia me matar, daquela noite eu não passava - Como você faz uma coisa dessa? Você tem problemas garota? Porque se tiver vamos ao médico imediatamente. - Me repreendeu.

Isso foi o máximo que ela falou, para respeitar as visitas, mas eu sabia que assim que fosse embora ela ia brigar comigo.

Minha mãe está certa eu realmente devo ter algum problema, minha sogra estava ali e eu taquei ovo na cabeça do filho dela. Mas era minha oportunidade, precisava me vingar.

— Alexia, nem vou falar nada - Disse Cameron passando a mão no rosto.

Minha mãe estava soltando raio laser pelos olhos de tão brava que ela estava, já a mãe do Cameron ficou quieta, ela não gosta de interferir em nosso relacionamento. Eu agradeço por isso.

Apesar de tudo isso, eu não conseguia parar de rir.

— Vem tomar um banho! - Disse.

— Tem algumas peças de roupa sua lá no carro, vou pegar - Anunciou sua mãe.

Assim que ela voltou com as roupas em um sacola, subimos para o meu quarto.

Estava pegando uma toalha no meu guarda-roupa quando ele deu um sorriso muito malicioso.

— O que foi?

— Nada não, é que eu, você, seu quarto... pensei em umas coisas aqui. Mas é melhor eu ficar quieto, deixa pra lá! - Falou sorrindo.

Sorri e empurrei ele.

— Vai logo tomar banho, você está fedendo... Se meu quarto ficar cheirando ovo eu vou fazer você limpar!

— Só se você me ajudar a tomar banho, parei! - Comentou sorrindo.

— Para com isso Cameron - Falei tímida.

Desci até a sala enquanto ele tomava banho, depois de um tempo, subi para ver se precisava de alguma coisa.

Assim que abri a porta, ele estava com a toalha presa à cintura, não conseguia parar de olhar para aquele tanquinho espetacular. Assim que ele passou a mão no cabelo para tirar o excesso de água, a toalha se soltou e caiu no chão.

Eu fiquei sem reação, fiquei com os olhos arregalados. Rapidamente ele prendeu novamente, isso foi coisa de segundos... E que segundos hein...

— Meu Deus, me desculpa! - Falou extremamente tímido e vermelho.

— Não foi nada...eu...só queria...perguntar se precisava de algo - Falei dando pausas entre uma palavra e outra.

— Não, eu só vim pegar minha roupa que ficou na sua cama - Falou voltando para o banheiro para se trocar.

— Tudo bem, vou te esperar lá em baixo.

Deitei no sofá, enquanto Hannah e minha mãe arrumavam a cozinha. Elas garalhavam e não paravam de falar por um segundo. Faz tempo que não via minha mãe feliz desse jeito.

Depois de alguns minutos Cameron desceu (vestido), fomos até a varanda lá havia um banco, um balanço velho que meu pai fez para mim quando eu era pequena, uma cadeira de balanço e um jardim ao lado.

Ele sentou-se na cadeira de balanço e eu sentei em seu colo.

Ficamos calados por um tempo, até que interrompi o silêncio dizendo:

— Lembra daquele dia que eu disse que só falaria "eu te amo", quando esse sentimento fosse verdadeiro?

— Lembro... - Falou passando a mão em meus cabelos.

— Então... acho que esse dia chegou! Te amo Cameron.

Ele fixou seus olhos nos meus e me beijou.

— Eu te amo já faz muito tempo.

Ele colocou a mão no bolso e tirou uma caixinha de aliança de lá.

— Agora é oficial! - Disse sorrindo.

Abri um sorriso enorme, porra eu amo esse garoto. Nunca pensei que falaria isso em toda minha vida.

***

No dia seguinte no colégio, é claro que corri para contar para Karla tudo que aconteceu.

Nos encontramos no refeitório, chegamos um pouco mais cedo, Adam e Cameron ainda não haviam chegado.

— Ai que aliança linda. Ele tem bom gosto.

— É claro que tem, por que você acha que ele namora comigo? - Brinquei.

— Trouxa!

— Amiga meus pais vão viajar e estou pensando em fazer uma pequena festa em casa somente para os amigos mesmos, mais ou menos umas 30 pessoas. Minha irmã mais velha vai vir de Carolina do Sul para ficar comigo até eles voltarem.

— E como pretende fazer alguma coisa com sua irmã lá?! - Perguntei.

— Ela é mais sem juízo do que eu! - Comentou.

— Tô dentro!