Maria por fim tinha uma família, um namorado maravilhoso, um lar e finalmente o ressentimento por sua mãe tinha se dissipado e ela podia por fim seguir ao lado dela, mas Maria não podia esquecer o quando sua avó tinha sido maldosa em dizer tantas coisas sobre sua mãe e ainda pior. Bernarda sabia perfeitamente quem era sua mãe e nunca contou, eram magoas que ela não sabia quando poderia perdoar mesmo a amando tanto.

Depois da sobremesa eles foram para o sofá e Maria fez questão de sentar ao lado de sua mãe e deitou em seu peito recebendo o amor de Victória que sorria a beijando sempre que podia enquanto acariciava seus cabelos e braços, elas prestavam atenção na conversa de Max e Heriberto e riam sem conseguir se conter com as palhaçadas que falavam as vezes. A campainha tocou e eles estranharam já que não estavam esperando visitas e olharam para a figura que se apresentou ali para eles, era o primeiro encontro de Victória e João depois do acidente e Heriberto não gostou nada.

Victória estava surpresa com a visita dele não esperava, mas sabia que mais cedo ou mais tarde aquele encontro teria que acontecer e que eles iriam precisar conversar. Ela sabia que Heriberto não o queria por perto e o olhou ficar vermelho e se levantar, Maria também fez o mesmo e Victória com calma também, era a hora de enfrentar o seu passado mais uma vez mesmo não gostando.

— O que faz aqui papai? - Maria quebrou aquele silêncio todo.

— Se é aqui que vai viver, é aqui que tenho que te visitar! - falou sério olhando a todos. - Minha mãe disse que você saiu levando tudo e ela ficou desesperada.

Maria sentiu seu corpo todo tremer e olhou para a mãe que estava ao lado de Heriberto ainda encarando João, estava tão decepcionada com Bernada que não queria saber dela ou daquele desespero mentiroso que ela demonstrou ao pai.

— Eu não sei como autorizaram a sua entrada aqui em minha casa, mas eu quero que se retire! - Heriberto foi direto. - Eu já te disse que o quero longe de minha mulher!!

Maria se aproximou dele e falou baixo.

— Papai, não é um bom momento!! - tocou a mão dele. - Eu te procuro amanhã! - não queria constranger a mãe e muito menos Heriberto.

Ela estava ali a poucas horas e não queria que o momento fosse estragado pela visita indesejada que ela sabia que ele era ali naquela casa. João a olhou e depois olhou para Victória que não tinha dito uma palavra se quer e apenas observava.

— Eu fico feliz que tenha se recuperado satisfatoriamente, queria ter podido visitá-la antes, mas não consegui! - falou e olhou para Heriberto.

— Obrigada, mas não precisava se incomodar e vir até aqui! - foi direta também.

— Precisamos conversar! - foi direto também.

— Não temos mais o que conversar! - se recusou porque não tinha o que conversar com ele.

— Temos uma filha e acho que esse é um bom motivo para que conversemos como adultos!!

Victória no mesmo momento sentiu a veia de seu pescoço saltar, agora ele queria falar da filha? Agora ele achava que eles tinham algo para conversar? Ele tinha escondido Maria dela por muito tempo e agora queria conversar?

— Agora você quer conversar? Porque não pensou em conversar Quando descobriu que Maria era minha filha? - respirou pesado. - Quando descobriu que ela era a nossa filha!!

— Você sabe que o segredo de confissão me impedia de falar pra você!

— Porque sua mãe é um demônio que não mede esforços pra me ferir! - falou sem dosar as palavras. - Um demônio que você precisa salvar, mas ela não tem salvação porque a alma dela é podre e você não é um santo!!

Ele respirou pesado já se arrependendo de estar ali.

— Não fale da minha mãe! - ele sabia que a mãe era capaz de tudo, mas ainda assim era a sua mãe.

— Eu falo como eu quiser e se já acabou seu show pode sair da minha casa! - falou mais alto apontando a porta.

Maria segurou a mão do pai para que ele fosse com ela, não queria que a mãe ficasse alterada daquele modo e nem que ele sofresse com as palavras dura que recebia dela. Ela amava os dois e sabia que ali não era o momento para conversar e nem sabia se teria um momento certo.

— Papai, por favor. - ela suplicou.

João ainda olhava para Victória e seu coração estava acelerado com as duras palavras que recebia sempre dela, mas sabia que ela tinha todo o direito de falar assim. Ela tinha sofrido a vida toda por conta de Bernardar e suas maldades e qualquer palavra que saísse de seus lábios era pouco.

— Precisa se libertar desse rancor. - ele falou sério.

Victória sorriu com sarcasmo e foi até ele.

— Eu tenho é pena de você, pena por se esconder atrás dessa batina. - o olhava nos olhos. - Eu vou me libertar de qualquer sentimento que eu tenha contra você, basta você ficar bem longe de mim.

— Não se preocupe que eu ficarei longe da sua casa, mas não longe da minha filha.

— Infelizmente isso eu não posso impedir, Maria é uma mulher feita e pode tomar suas próprias decisões, mas na minha casa quem manda sou eu e eu não te quero aqui!

João apenas assentiu e depois de beijar sua filha, ele se foi. Maria olhou a mãe com os olhos cheios de lágrimas, não queria ver os pais em guerra e Victória a puxou para seus braços.

— Me desculpe por essa cena. - beijou seus cabelos. - Você pode ver seu pai quando quiser, mas aqui não!

— Tudo bem mamãe. - ela a olhou. - Eu não sabia que ele viria...

— Não estou te culpando, meu amor. - sorriu. - Ele viria a qualquer momento e nos sabemos disso.

— Se vocês me permitirem quero levar Maria pra tomar sorvete. - Max se manifestou querendo terminar aquele assunto.

— Vocês já comeram sobremesa! - foi mãe e eles riram.

— Meu amor, eles querem namorar! - Heriberto falou.

Victória teve que rir e não mais os segurou ali e permitiu que eles saíssem, mas que não demorasse tanto e ela foi para o quarto com seu amor, se trocaram e deitaram agarradinhos. Ele beijou os cabelos dela e ficou em silêncio por longos minutos.

— Não te quero assim toda vez que tiver que estar frente a ele. - ela quebrou o silêncio.

Ele suspirou.

— Eu não gosto dele! - era sempre assim. - Ele pode ser um padre, mas eu não gosto dele!

Ela deu um meio sorriso e o beijou no peito.

— Eu só amo você!

— Mas já o amou também. - falou ciumento.

— João foi uma ilusão, você é quem eu amo! - o olhou e o beijou nos lábios. - Vamos esquecer que ele esteve aqui e apenas deixar que a felicidade dessa noite continue! - o beijou mais. - Eu te amo.

— Eu também te amo Victória! - a beijou mais e ela voltou a deitar em seu peito, estava cansada e o melhor a se fazer era dormi e eles pegaram rapidamente no sono...