— Eu não gosto dele! - era sempre assim. - Ele pode ser um padre, mas eu não gosto dele!

Ela deu um meio sorriso e o beijou no peito.

— Eu só amo você!

— Mas já o amou também. - falou ciumento.

— João foi uma ilusão, você é quem eu amo! - o olhou e o beijou nos lábios. - Vamos esquecer que ele esteve aqui e apenas deixar que a felicidade dessa noite continue! - o beijou mais. - Eu te amo.

— Eu também te amo Victória! - a beijou mais e ela voltou a deitar em seu peito, estava cansada e o melhor a se fazer era dormi e eles pegaram rapidamente no sono...

(...)

MESES DEPOIS...

A recuperação de Victória foi satisfatória e ela já corria por todos os lados, voltou ao trabalho e a ser o que era: Uma mulher destemida e aclamada por sua essência. Ela estava preste a voltar ao mercado com uma belíssima coleção de verão e isso a deixava orgulhosa, tudo estava voltando a ser como antes e ela somente sorria com sua filha a seu lado e seu amor, mas também se preocupada com a ausência de Bernarda que sempre a odiou, mas naqueles seis meses se quer deu as caras e isso era preocupante.

João seguia vendo a filha longe da casa ou da empresa de Victória e sempre que se encontraram era uma chuva de farpas da parte dela e ele apenas respirava fundo para não enlouquecer, o que ele queria era apenas ficar em paz com ela, mas Victória não acreditava nele e pior ainda foi quando descobriu que ele tinha se afastado da igreja. Aquilo foi como uma bomba para Heriberto que se sentiu estranho e até mesmo inseguro com aquela noticia.

Ele não precisava ter medo, mas seu inconsciente o sabotava e o fazia pensar coisas que não eram e isso os fazia brigar, Victória queria que ele entendesse que João não tinha a menor chance com ela e que o homem de sua vida era ele e sempre mantinha João longe para que eles não brigassem. Victória também passou a ir ao medico já que estava difícil de engravidas e queria saber se estava com algum problema depois do acidente, mas nada constou em seus exames e o medico apenas pediu paciência que o bebê viria na hora certa mais Victória estava ansiosa e tinha medo que fosse tarde demais para tornar Heriberto pai.

Naquela manhã ela estava sentada na privada e em suas mãos tinha mais um teste de gravidez, quinze dias atrasado e ela estava gelada e cheia de medo de fazer o teste e mais uma vez dar negativo, abriu a caixa e depois de contar até dez ela o fez. Cinco minutos era o que mostrava na indicação da caixa e ela sabia tudo que estava escrito ali já que o usava a três meses e nada dos dois tracinhos aparecerem para a alegria dela. Olhou no relógio e já tinha se passado dez minutos, dez e ela não teve coragem de ver.

Victória ficou de pé e se olhou no espelho, passou as mãos no cabelo e por fim o pegou, olhou e seus olhos se encheram de lágrimas e uma batida foi ouvida na porta a fazendo limpar o rosto e rapidamente jogar tudo no lixo.

— Amor, você está bem? - a voz de Heriberto soou.

— Eu já vou meu amor! - jogou água na cara e fechou melhor seu roupão, foi a porta e abriu.

— O que foi? - tocou seu rosto percebendo que ela chorava.

— O shampoo irritou meus olhos... - mentiu. - Preciso trocar! - deu um meio sorriso.

— Tem certeza?

Ela assentiu e o beijou nos lábios.

— Vá tomar seu banho que precisamos trabalhar! - o beijou mais uma vez e foi direto para o closet procurar uma roupa.

Heriberto entrou no banheiro e fechou a porta, caminhou diretamente até o lixo sabendo que a demora dela era o teste de gravidez, ele pegou e suspirou com aquele resultado mais uma vez negativo estavam ansiosos e por esse motivo não conseguiu. Ela estava mais ansiosa que ele para que aquele filho viesse e isso não estava fazendo bem a ela, ele tomou um banho rápido e quando saiu a encontrou sentada de frente a sua penteadeira, foi até ela e beijou seu pescoço todo carinho e a fez levantar para que ficasse de frente a ele.

— Meu amor, eu quero que pare de se sabotar! - ela o olhou sem entender. - Não quero que se desespere em me dar um filho, parece que quer tanto esse bebê somente para me compensar pelos anos em que esperei! - foi verdadeiro.

— Não diga uma coisa dessas. - encheu os olhos de lágrimas. - Eu jamais faria isso com você!

— Então eu quero que pare de se pressionar porque assim não vai acontecer!

— Mas já faz meses que estamos tentando e nada! - começou a chorar e ele a abraçou. - E se eu não puder mais?

Ele suspirou.

— Se não puder a gente adota um lindo casal e seremos felizes do mesmo jeito! - falou com emoção.

— Eu quero sentir a sensação de poder gerar um filho novamente! - o olhou.

— Você está saudável e perfeita, mas a sua ansiedade está estragando tudo e eu quero que pare com isso! - beijou os lábios dela. - Me promete que vai parar de se pressionar e vamos apenas fazer amor como sempre e esperar a hora em que seremos os pais mais babões do mundo! - sorriu lindamente para ela.

— Eu te amo tanto!

— Eu amo mais! - brincou e a beijou na boca, ele a queria calma para viver aquele momento. - Vou me vestir e depois vamos tomar um belo café ali na esquina!

Ela assentiu e antes que ele fosse para o closet o beijou apaixonada e ele a segurou em seus braços desfrutando do prazer que era tê-la ali em seus lábios, sorriu no meio do beijo e logo a soltou, Victória voltou a se sentar e terminou sua maquiagem. Depois de prontos os dois saíram de casa e foram para a cafeteria perto dali, mas o café que era para ser doce ficou logo amargo antes mesmo de ser pedido, com a presença de Bernarda ali, ela sorriu em completo deboche e levou uma dedo ao centro de sua testa.

— Victória...

— Bernarda... - trincou os dentes ao dizer o nome dela...