O Sonho

Capítulo 6 - Senhor Smith


– Eu só não sabia que... - Ele hesitou. – Que aquela coisa estaria aqui, para te atacar.

A essa hora eu já deveria estar acostumadíssima com essa coisa totalmente maluca que eu chamo de vida, mas ... não ,eu não estou conseguindo digerir toda a informação de uma só vez, o que era aquele bicho cinzento e com asas?

E as duas perguntas que mais estão martelando na minha mente: quem é Henry Cromwell e o que ele tem a ver com toda essa loucura?

Posso ouvir vozes do outro lado da porta ... e elas não parecem felizes...

– Deixe-me entrar, ela é minha neta e merece saber sobre tudo e tem que ser agora! – Era a voz de um senhor , acho que já de idade...avançada.

– Acalme-se senhor Smith – Disse outra voz.

(N/A: pensem na imagem de engrenagens finalmente funcionando)

Espera ai ... Smith? Meu sobrenome é Smith.

– Quem era? – Pergunto.

– Ninguém importante. – Respondeu Henry. – Por enquanto.

Outra resposta evasiva...sabe que eu estou ficando cansada disso?

Henry fez o curativo em minha mão e uns adicionais que eu realmente precisei e que não estavam nos meus planos e nem naquele sonho...

Seus cabelos negros estão bagunçados ,lhe dando uma aparência de “acabei de acordar, mas estou ótimo” . Olhando para o chão ,eu vi a poça de sangue já secando, uma poça de sangue, meu sangue e gotas que iam da poça até a janela...

– Descanse – Sugeriu Henry. – Nós vemos amanhã.

Ele deu um beijo em minha testa e saiu do quarto ,fechando a porta atrás de si... como se isso fosse completamente normal... sendo que não é!

////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

Acordei sentindo-me como se um caminhão monstro tivesse passado em cima de minha cabeça umas trezentas vezes.

Fiz minha rotininha e constatei que no guarda-roupa tinha roupas. Como eu ia dizendo antes da Apryl me interromper... lá no guarda roupas tinha roupas do meu tamanho...estranhuuuuuuuu...

Sai pelo corredor e tentei encontrar a escada novamente, eu acabei conseguindo e chegando lá em baixo , eu encontrei um Henry preocupado. E andando para lá e para cá...

– Ainda bem que você já acordou .- Disse Henry com aquela cara de “OMG”. – Eles querem vê-la, venha.

OI, bom dia para você também , ah ...obrigada por perguntar se eu dormi bem...nem precisa notar que está me puxando pelo meu braço machucado...enfim...oi para você também...Henry...

E aquele aloprado saiu me arrastando saguão afora, é claro que eu tentei obter minhas respostas mas (como sempre) ele foi evasivo e eu não entendi nem metade do que ele falou.

Chagamos até uma sala decorada para o café-da-manhã, na ponta da enorme mesa sentava-se um homem de cabelos esbranquiçados e olhos avermelhados...quer dizer...suas íris estavam vermelhas...íris vermelha...repetindo: estranhuuuuuuuu.

– Elizabeth – Disse o homem das íris vermelhas.- Seja bem vinda!

As duas primeiras cadeiras de cada lado seu , estavam vazias e sentados á mesa estavam um pequeno grupo de treze ou quinze pessoas, umas mais velhas que eu , outras aparentavam a minha idade e poucos abaixo da minha idade.

– Venha e sente-se aqui – E gesticulou para a cadeira á sua direita.

E foi lá que eu me sentei, sob os olhares não muito amigáveis do restante do grupo, Henry sentou-se á minha frente, ao lado do senhor Smith...esse era seu nome, certo?

– Então Effy – Disse o senhor Smith – Como vai sua vida?

O que? Quem é esse cara e porque ele acha que pode saber da minha vida? Mas mamãe me ensinou ser boazinha ...só quando eu quero, obviamente...

– Está mudando constantemente – Respondi. – Nos últimos dias.

Tomamos o café da manhã e eu não me senti muito a vontade naquele lugar. Estranhei o comportamento de Henry, ele parecia querer muito conversar comigo, mas não podia, pelo menos não ali...

– Effy , eu sou seu avô – Disse o senhorzinho. – Desculpe não poder ter ido lhe visitar , seus pais não me deixaram.

Eu estava entorpecida demais para poder fazer as perguntas histéricas que eu normalmente faria...

– Você? Meu avô? Está de brincadeira? – Falei.

– Mas é sério , Effy - Diz Henry pela primeira esta manhã

– Existe um segredo que seus pais guardam de você desde o dia em que você nasceu – Disso eu já sei e também já sei o grande segredo. – Você tem que saber, sua mãe não pode fazer isso, mas você sim e eu agora lhe peço que me escute com atenção.

Eu assenti para o senhor Smith.

–Você é minha única herdeira, Effy – Disse ele. – Você tem que saber que...