O Sonho

Capítulo 4 - Henry Cromwell


– Então – Falei. – Henry, não é?

– É – Disse Henry. – E você é Elizabeth.

– Uhum – Concordei.

Parecia que o tempo estava passando mais lentamente naquele momento...as pessoas davam passos mais lentos...as vozes me passavam despercebidas...mas algo me trouxe de volta á realidade...

– Elizabeth? – Chamou Henry.

– Prefiro Effy – Repeti.

– Ok. Effy – Disse ele.

Fiquei olhando – e lembrando o caso do “banho de sangue“... muito estanho...e familiar.

– De onde você é? – Perguntei.

– Los Angeles – Respondeu Henry.

Ai minha nossa senhora... o Henry do “banho de sangue” também era de L.A... droga...

– E você? – Perguntou.

– N.Y- Respondi.

– Soube que você está morando na casa da banheira ensanguentada ... – Disse ele.

Emily e July já devem ter espalhado a noticia pela cidade...postado em um blog...contado minha historia e postado na internet...vai saber... essas duas...

– Eu nem sabia que morava na casa do “banho de sangue” á sete anos – Contei.

– Eu já morei lá – Disse Henry.

Já é? Ai meus deuses...#tenso...

Agora só falta eu começar á achar que esse cara na minha frente é Henry Cromwell e que ele simplesmente voltou à vida todo e completamente perfeito...perfeito...ok, foco Effy, foco. Quantas vezes será que eu vou ter que repetir isso para mim mesma? Ah, muitas vezes ...pelo que vejo...– Calado subconsciente - penso eu.

– Effy – Disse Henry. – Queria lhe contar uma coisa...

– Pode falar – Disse eu. Parecia que eu já o conhecia á tempos... ok...ok...eu estou delirando...chamem um psiquiatra...

–Eu sei que isso pode parecer meio estranho – Disse ele. – Sinto como se já nós conhecêssemos ...

Não diga... se isso for uma cantada, saiba que é muito tosca... prefiro aquela do sixpence none the Richter (N/A: se você sabe qual é a cantada...comente)

– Não se assuste ...mas – Começou Henry .- Eu sou Henry Cromwell e já te salvei milhares de vezes – E ele apontou para minha mão enfaixada.

No meu sonho alguém ou alguma coisa sempre impedia que eu morresse... acho que era alguém... ou melhor...Henry

–Isso não é possível, se bem me lembro... você não deveria ter morrido á 30 anos? - Resolvi entrar na brincadeira.

– Deveria ... mas não sei como...parece que sou imortal e posso ter a idade que eu quiser – Contou-me ele.

Eu ri internamente com essa, mas a vontade que me deu foi realmente rir histericamente afinal... desde quando pessoas podem ser imortais?

– Henry – Falei. – Você esta brincando, certo?

Esperei Henry gritar :primeiro de abril, bobinha.

...mas ele não o fez.

Lá estamos nós, eu e Henry, conversando já á algum tempo...e pelo que ele me contou...ele poderia mesmo ser Henry Cromwell...poderia ser imortal...

A ficha estava começando a cair...

– Você sabe onde está minha mãe? – Perguntou ele.

– Soube que ela está numa casa de repouso para... idosos – Falei meio relutante.

E mais duas horas de conversa... e troca de olhares suspeitos...

– Te vejo depois, Effy – Disse ele.

...e beijou-me a bochecha...

– Tenho que ir fazer uma coisa - Disse ele. - Até mais.

– Até - Falei.

Senhor...ele era lindo...e irritantemente misterioso