O Sonho

Capítulo 10 - O beco


Lá estava eu saindo do casarão para dar uma volta, afinal não aguentava mais ver todo aquele pessoal treinar, ter que ir à biblioteca ver Harmonia naquele estado e trombar com alguém á cada 5 segundos.

Então arranjei um modo fácil e rápido de encontrar Emily e July para esfriar a cabeça e talvez conseguir esquecer por pelo menos 3 minutos quem eu sou e todas as coisas que ouvi na última semana, como é bom ter amigas loucas!

– Qual é o destino desta vez? – Pergunta July.

– Ah, sem rumo hoje, por favor – Falei.

As duas se entreolharam e sorriram, um sorriso do tipo “ai tem coisa”. Não sei por que fizeram essa cara, elas sabem que tem alguma coisa “ai” e sabem muito bem, obrigada!

Primeiro fomos tomar milk-shake, o que foi ótimo. Depois as loucas quiseram ir numa casa de jogos eletrônicos, jogamos guittar hero e Emily ganhou, Jogamos quase que todos os jogos que tinha lá e rimos e nos divertimos... foi demais...

– Nossa – Disse July. – Que dia, hein?

– Pois é – Disse July. – Acho que vou querer uma revanche no guittar hero com você – e ela apontou para Emily – E depois quero vencer você, vou até deixar você escolher qual jogo vai ser - Disse ela apontando para mim

Estávamos andando e rindo, mas de repente Emily parou e ficou com aquele olhar estampado na cara... outra visão...se eu não me engano

E então Emily voltou a focar o olhar e puxou ar como se eu tivesse tentado afoga-la. Ela olhou para mim e depois para July, para mim e para July.

Aquilo não estava sendo muito legal, sabe?

– O que foi dessa vez? – Perguntei.

– Uma visão – Disse ela.

Eu revirei os olhos.

– Disso eu sei – Falei pausadamente. – Mas o que você viu?

– Nós – Anunciou ela.

Eu não acredito!!! Ela fez uma pausa dramática!!!

– estávamos correndo e algo nos perseguia, tinha uns bichos muito esquisitos.

Bichos muito esquisitos? É, disso eu entendo

– Por acaso esses bichos esquisitos eram cinza e tinham asas nas costas?

Ela me olhou como se eu tivesse dito que queria me jogar do monte Everest

– Como você sabe? – falou Emily

–É uma longa história – Falei.

– Então nos conte – Disse July.

Assim que ela disse isso ouvi um trovão soar alto, alto demais até para um trovão comum, mas eu sei que aquele não era comum, Afinal o céu nem estava cinzento, estava azul, um azul límpido.

O que foi que ele disse mesmo? Ah é! Quando o céu sem raios trovejar, resista!

O céu já trovejou, hora de resistir... seja lá o que isso queira dizer

– Não há tempo – Falei. – Temos que ir

E então e comecei a empurra-las para que começassem á andar.

– O que? – Disse July indignada. – Não há tempo para o que? E sempre há tempo, até mesmo para explicações de última hora de certo alguém (N/A: notaram a indireta?)

– Vamos – Tenho que improvisar logo agora? – Me fale o resto de sua visão.

– Não tenho muitos detalhes, só uma coisa geral – Disse Emily.

– Para mim isso já está ótimo – Falei.

– O mesmo para mim – Disse July.

– Era a gente correndo de um bicho esquisito, como a Effy disse: cinza e com assas nas costas. E ai o chão começa á tremer e ai... eu voltei a realidade.

Mais um trovão e o céu limpinho

Eu comecei a correr, não deixando outra opção para minhas amigas além de me seguir.

Eu não iria ser atacada por aquelas coisas de novo, sem chance! E muito menos deixaria minhas amigas presenciarem algo como aquilo. Eu tinha que achar algum lugar onde pudéssemos nos esconder... mas onde? Não havia um beco sequer, bem quando eu mais preciso eles desparecem... muito obrigada – Ironia. Algum estabelecimento comercial, qualquer coisa...

Só podia ser coisa da minha mente, pois eu jurava que podia ouvir o bater de assas daqueles infelizes, seu rosnar... que horror...

Virei-me para trás enquanto corria só para me cerificar, ao fundo, bem lá no fundo, quase que na linha do horizonte eu podia ver 5 criaturinhas cinzas e...com assas você sabe onde. Pernas, para que te que quero , comecei a correr ainda mais rápido, puxando Emily e July pelos punhos, elas nada entenderam além de: “tem alguma coisa haver com a visão da Emily”

Eu diria: “Não diga” Mas tinha coisas mais importantes com que me preocupar... tipo...a minha vida e de minhas amigas correndo um risco enorme!

Um beco! Finalmente! Nós adentramos o beco sem saída e nos escoramos na parede; ofegantes.

Não nos achem, não nos achem – era o que passava pela minha mente.

Mas deve ter alguém lá em cima que realmente não gosta de mim, pois os Magdores nos acharam, e vieram em nossa direção bem rápido. July e Emily gritavam tão alto que eu mal podia ouvir meus próprios pensamentos. Tá! Eu tenho que admitir, apesar de todo aquele treinamento que recebi e sem falar daquela luta com Alanisia...bem...não serviu de nada, eu entrei em pânico mesmo assim.

Comecei a suar frio e minhas mãos ficaram suadas, odeio quando isso acontece, então passei as mãos pela minha roupa, na esperança de seca-las. E só vejo duas colunas de terra saindo do chão e se entrepondo entre nós e os Magdores

E depois uma tromba d’água atingindo em cheio dois dos cinco Magdores, e depois eu vi que estava girando minha mão, formando um circulo e nem notei, a tromba d’água fazia o mesmo movimento. Será possível que... não...

Bem...eu não tinha muitas opções no momento...apelar não faria mal, certo? Então eu joguei minha mão para trás e a água fez o mesmo movimento e então joguei minha mão para frente e a água a seguiu.

Eu sorri.

Fechei minha mão num punho e coloquei a outra mão sobre esta e fui pondo minha mão para frente, aos poucos e quando a bola de água estava bem perto dos Magdores , eu abri minhas mãos bem rápido e com uma explosão a água jorrou para cima daqueles monstrinhos. Quando a fumaça formada pela água baixou, eu vi uma coisa que fez meu queixo cair: eles não estavam mais lá, tinham desaparecido... puf...sem mais nem menos, se foram. Ai eu olhei para o chão e vi: eles não haviam esfumaçado; haviam virado pó.

Incrível

Aproveitei essa adrenalina que corria pelas minhas veias e puxei Emily e July , elas estavam paralisadas.

Saímos daquele beco e nunca mais pisaríamos ali

– Como você fez aquela coisa maneira com a água? – Perguntou July

– Não faço ideia – Falei – Mas adorei.

– Aquilo foi muito louco – Disse Emily.

– Eu sei – Falei.

Então foi assim que a visão de Emily se cumpriu e foi assim que nós ficamos correndo feito loucas uns quatro quarteirões e eu...sem acreditar no que tinha acabado de fazer