Passos ecoavam de uma caverna escura e sombria – os cabelos longos e prateados reluziam uma luz mística; o rosto escondia-se sob uma máscara de gesso cheia de pinturas; olhos fixos que reluziam um vermelho sangue. Era um homem alto, com o corpo todo escondido sob tatuagens; trajado com uma Mänskjol* essencialmente vermelho-escura, com entalhes e detalhes minuciosos em preto. Aos ombros da vestimenta, descia uma capa negra cheia de inscrições e runas. A profunda caverna só tinha um caminho, que levava à superfície. O homem caminhava rapidamente das profundezas dela afora sem hesitação, ele sempre focava à frente, sem nunca desviar o olhar. Ele seguia em direção à luz – seus olhos ansiavam vingança, seu corpo ainda se acostumava a se mexer novamente. Seu coração batia cada vez mais rápido, sua ansiedade crescia; ele estava próximo, conseguira sair do buraco. Ele conseguira libertar-se da mágica a qual estava preso. Seus batimentos cardíacos refletiam sua respiração ofegante; seus pés doíam pela falta de uso, suas mãos coçavam depois de milênios paralisadas. Vingança. Seus pensamentos focavam em sua vingança – ele era ninguém mais do que o mestre do mundo, ele era o senhor das dimensões! – não podia controlar-se, a ansiedade tomou-lhe conta de cada parte de seu corpo. Um sorriso tomou-lhe o rosto. Ele deixou a caverna escura. A luz do sol queimou-lhe os olhos, mas ele estava feliz. Estava livre! Ele riu. Seu corpo tremia de excitação – respirou fundo, e viu-se rodeado por florestas verdes e vivas. Ele as amava; aproximou-se de uma das árvores, tocou-a, sentiu-a, cheirou-a. Agora ele também estava vivo, tão vivo quanto essa árvore. Um calafrio percorreu seu corpo – num impulso, pulou alto e refugiou-se dentro dos densos galhos da árvore. Ele sentira a presença – deusas, portadoras do sangue daquele que o trouxera todo aquele amargor. Vingança – seu sangue fervia –, vingança! – O suor percorria seu rosto. Ele precisava vingar-se, ou jamais se libertaria da lembrança das eras que passara trancafiado naquela escuridão cavernosa. O misterioso homem desceu da árvore, tocou-a mais uma vez, e foi embora. Seus pensamentos focavam uma palavra, seu coração repetia uma palavra – vingança. E o silêncio tomou a floresta, com a partida do homem.

*“Mänskjol” é um tipo de roupa criada por mim; seu significado é “vestido de homem,” e a roupa compõe-se de, da cintura para cima, um Chainmail ou uma camiseta normal (masculina), e da cintura para baixo, uma saia que alonga-se até os pés. O objetivo desta roupa é oferecer uma maior flexibilidade às pernas (considerando que não há calça nem nada que incomode no movimento delas). É uma roupa focada na agilidade.