Sirius dava uma aula sobre a tapeçaria dos Black para os seus parentes mais próximos, isso era, Harry seu afilhado e Johnny seu filho. Os dois estavam admirados com a extensão da tapeçaria que se estendia por uma enorme sala.

—Porque o senhor não está na tapeçaria dos Black? – Perguntou John.

—Eu costumava estar ali! – Disse Sirius apontando para um pequeno detalhe arredondado, como um remendo que mais parecia uma queimadura. – Sua doce avó me expulsou após eu ter saído da casa.

—Você saiu de casa? – Perguntou Harry.

— Quando eu tinha uns dezesseis anos... – Disse Sirius. – Eu não aguentava mais.

— E para onde você foi? – Perguntou Harry, encarando-o.

— Para a casa do seu pai! – Disse Sirius apontando para Harry. – Seus avós ficaram realmente satisfeitos com isso; Eles praticamente me adotaram como um segundo filho. Sim, eu ia com o seu pai nos feriados da escola e quando eu tinha dezessete consegui um lugar só para mim. Meu tio Alphard me deixou uma boa quantidade de ouro. Ele também foi retirado da árvore, e provavelmente foi por ter feito isso. Em todo caso, depois disso eu fiquei por minha conta. Mas eu era sempre bem vindo à casa do Senhor e Sra. Potter para o almoço de domingo. Foi na época em que batalhamos em Hogwarts, e aí eu conheci Julia... Perfeitamente estávamos muito satisfeitos...

— Mas... Por que você...?

— Saí? – Sirius sorriu e correu seus dedos por seus longos cabelos despenteados. – Por que eu odiava todos eles: meus pais, com sua mania por puro-sangue, convencidos que ser um Black fazia de você praticamente da realeza... Meu irmão idiota, gentil o suficiente para acreditar neles... Aqui está ele.

Sirius apontou o dedo para a parte mais baixa da árvore, no nome "Régulos Black". Uma data de morte, por volta de quinze anos atrás, estava escrita ao lado da data de nascimento.

— Ele era mais novo que eu... – Disse Sirius. – E um filho bem melhor, motivo pelo qual sempre me chamavam a atenção.

— Mas ele morreu - disse Harry.

—Ele não é o pai de Paul? – Se perguntou John.

— Sim – Disse Sirius. – Estúpido e idiota... Ele se uniu aos Comensais da Morte. E ainda por cima deve ter matado Peter...

—Quem é Peter? – Perguntou Harry.

—Se eu não me engano é o irmão de Paul... – Falou John. – Acho que ele falou isso pra mim...

— Você está brincando! – Falou admirado.

— Qual é Harry, você não viu o suficiente nessa casa para dizer o tipo de bruxos que minha família era? – Disse Sirius impaciente.

— Eram... Seus pais também eram Comensais da Morte? – Perguntou John.

— Não, não, mas acreditem em mim, eles achavam que Voldemort tinha a ideia certa, eles eram a favor da purificação da raça dos bruxos, livrando-se dos nascidos trouxas e tendo apenas puros-sangues no lugar. Eles não estavam sozinhos, além deles havia algumas pessoas, antes de Voldemort mostrar sua verdadeira forma, que pensavam que ele tinha a ideia certa sobre as coisas... E vacilaram quando viram o que ele estava disposto a fazer para chegar ao poder. Mas eu aposto que meus pais achavam que Régulos era um herói por se unir a ele.

— Ele foi morto por um Auror? – Perguntou Harry.

— Não, não. – Disse Sirius. - Não, ele foi assassinado por Voldemort. Ou por ordem dele, pois Kathellen o protegia com alma e dentes... Provavelmente; eu sempre duvidei que Régulos fosse importante o suficiente para ser morto por Voldemort em pessoa. Pelo que eu soube depois que ele morreu, ele havia ido tão longe que entrou em pânico sobre o que estavam pedindo para ele fazer e então tentou sair. Bem, você não pode simplesmente pedir demissão a Voldemort. É um serviço para a vida inteira ou então a morte. – Ele respirou fundo e observou a tapeçaria de longe. – Há muito tempo eu não olhava isso. Tem o Phineas Nigelu; meu tataravô está vendo?... O menos popular diretor que Hogwarts já teve... A Araminta Meliflua... Prima da minha mãe... Tentou fazer um projeto de lei para tornar a caça aos trouxas legal... E a querida tia Elladora... Ela começou a tradição da família de decapitar os elfos domésticos quando eles ficavam velhos demais para carregar a bandeja de chá... É claro, qualquer um da família que produzisse algo que parecesse decente ele deserdavam. Estou vendo que Tonks não está aqui. Talvez seja por isso que Monstro não aceita ordens dela. Ele supostamente faz qualquer coisa que alguém da família lhe peça...

— Você e Tonks são parentes? – Perguntou Harry surpreso.

— Ah, sim, a mãe dela, Andrômeda, era minha prima favorita - disse Sirius, examinando a tapeçaria mais de perto. - Não, Andrômeda não está mais aqui, veja...

Ele apontou para outra marca de queimadura entre dois nomes, Bellatrix e Narcisa.

— As irmãs de Andrômeda ainda estão aqui porque tiveram um respeitável casamento puro-sangue, mas Andrômeda casou com um trouxa, Ted Tonks, então...

Sirius imitou disparar um feitiço com sua varinha contra a tapeçaria e sorriu com mau humor. Harry, entretanto, não sorriu; ele estava muito ocupado olhando os nomes à direita da queimadura sobre o nome de Andrômeda.

Uma linha dupla bordada ligando Narcisa Black e Lúcio Malfoy e uma linha simples vertical saindo de seus nomes e levando ao nome Draco.

— Você é parente dos Malfoy! – Falou John impressionado. John mostrou com náuseas só de pensar que era parente dos Malfoy!

— As famílias de puro-sangue são todos parentes... – Disse Sirius. – Se você só vai deixar seus filhos e filhas casarem com puros-sangues as escolhas é muito bem limitado; dificilmente há algum de nós sobrando. Molly e eu somos parentes por causa de um casamento e Arthur é um tipo de primo segundo meu. Mas nem tente encontrá-los aqui. Se alguma vez uma família teve um ramo de traidores do sangue eles são os Weasley.

Mas Harry agora estava olhando para o nome à esquerda da queimadura sobre o nome de Andrômeda: Bellatrix Black, que estava ligada por uma linha dupla a Rodolfo Lestrange.

— Lestrange... – Disse Harry bem alto. O nome mexeu com algo em sua memória; ele o conhecia de algum lugar, mas por um momento não podia lembrar-se de onde, sentiu um estranho arrepio em seu estômago.

— Ele está em Azkaban. – Disse Sirius.

Harry o olhou com curiosidade.

—Bellatrix e seu marido Rodolfo vieram com Bartô Crouch Jr. – Disse Sirius, com a mesma voz apressada. – O irmão de Rodolfo, Rabastan, estava com eles também.

— Você nunca se referiu a ela como sua...

— Faz alguma diferença ela ser minha prima? – Rebateu Sirius. – Até onde eu considero, eles não são minha família. Ela certamente não é minha família. Eu não a vi desde que eu tinha sua idade, a menos que você conte um relance que tive dela vindo para Azkaban. Você acha que eu tenho orgulho de ter parentes como ela?

— Desculpe. – Disse Harry rapidamente. – Eu não queria... Eu apenas fiquei surpreso, só isso...

— Não importa não se desculpe... – Murmurou Sirius. Ele ficou de costas para a tapeçaria, com as mãos enfiadas nos bolsos. – Eu não gosto de estar aqui! – Disse, olhando através da sala. – Eu nunca pensei que pudesse ficar preso nessa casa outra vez. É ideal para o Quartel-General, sem dúvida... – Disse Sirius. – Meu pai colocava todo tipo de medidas de segurança conhecidas nela enquanto viveu aqui. São praticamente invisíveis, então os trouxas nunca puderam vir e tocar a campainha. Se é que eles iriam querer isso. E agora Dumbledore adicionou sua proteção, será muito difícil encontrar uma casa tão segura como esta em qualquer outro lugar. Dumbledore é o Fiel do Segredo da Ordem, você sabe ninguém pode encontrar o Quartel-General a menos que Dumbledore em pessoa diga onde ele está aquele bilhete que Moody lhe mostrou a noite passada era de Dumbledore... – Sirius deu uma risadinha. – Se meus pais pudessem ver o uso que a casa está tendo agora... Bem, o retrato de minha mãe pode te dar uma ideia.

—Mas como Manuela pode entrar?

—Ela é a gênio das Damas de Copas... Se ela não encontrasse isso aqui, diria que ela perdeu a inteligência principal e não é mais uma Dama de Copas. Afinal ela já veio aqui, quando... Quando... – Ele hesitou.

—Quando Severo Tiago morreu! – Falou John. – Não foi Sirius?

—Sim!

Ele fez uma cara feia por um momento e então suspirou.

— Eu não me importaria se pudesse sair ocasionalmente para fazer algo de útil. Eu pedi a Dumbledore para poder escoltar você, em sua audiência, como Suflês, certamente, para poder te dar um pouco de apoio moral, o que você acha?

Com as palavras de Sirius, no entanto, a pressão e o medo voltaram a ele. Olhou para Hermione e os Weasley, todos enfiados entre os sanduíches, e pensou como se sentiria se voltassem para Hogwarts sem ele.

— Não se preocupe – Disse Sirius. Harry olhou e percebeu que Sirius o esteve observando. – Eu tenho certeza que eles vão limpar sua barra, sei que existe algo no Estatuto Internacional da Magia sobre ser permitido usar magia para salvar sua própria vida.

— Mas se eles me expulsarem – Disse Harry calmamente – Eu posso voltar aqui e viver com você?

Sirius sorriu tristemente.

— Nós veremos.

—Posso dividir meu quarto com você... – Falou John, mas Harry o ignorou.

— Eu me sentiria bem melhor sobre a audiência se eu soubesse que não teria que voltar para os Dursley! – Harry o pressionou.

— Eles devem ser realmente maus se você prefere um lugar como esse – disse Sirius com tristeza.

— Apressem-se, vocês dois, ou não vai sobrar nenhuma comida – Disse a Sra. Weasley.

John engoliu seco, não sabia o que fazer atualmente... Então respirando fundo falando para Harry.

—Potter, eu quero conversar com você... – Falou John se aproximando dele.

—Diga...

Sirius deu um sorriso e se retirou do quarto dizendo.

—Não demorem... Senão realmente não vai sobrar nada.

—Vou te pedir desculpas... – Falou John. – Eu estava sendo ridículo!

—Ridículo? – Perguntou.

—Sim...