— Não use seus Legados! – Henry me adverte.

Mas já e tarde demais. Uso meu Lúmen para iluminar o espaço a nossa frente e vejo 8 soldados mogadorianos nos esperando. Rapidamente sinto uma vertigem, o efeito do sal lórico já se extinguiu do meu sangue. Vejo meu Cêpan se apressar e pegar mais um punhado de estava guardando e me ajudar a ingerir.

— Este é o último John. – Ele me diz. – Tome cuidado, se usar seus Legados sua força vai acabar de novo.

Estou aninhando Bernie Kosar em meus braços todo ferido. A batalha na escola de Paradise foi intensa. Quase não acredito que chegamos tão longe, mas agora só somos eu, Henry e BK. Seis está ferida na caminhonete de Sam, Mark está sumido e espero que Sarah ainda esteja escondida. Estamos sozinhos.

— Não perderia isso por nada no mundo garoto. – ele fala como se lesse meus pensamentos.

— Nem eu, Henry. – forço um sorriso e me controlo para não chorar na sua frente.

Estamos encurralados por um muro e o único caminho para a floresta é aquele que está bem a nossa frente cercado por mogadorianos. Vai ser quase impossível de conseguirmos com Henry sem sua arma e eu sem meus Legados, teremos que correr, e eu não tenho forças para isso. Caminhamos para morte mesmo assim.

Quando os mogs nos vem ficam em alerta por um momento, mas depois eles relaxam ao notar nosso estado. Vejo um deles ficar brincando com a adaga dele e a arremessa na direção de Henry. Eu a desvio usando minha telecinese, mas minha força acaba na mesma hora e quase tombo no chão. Ouço um chiado.

Uma outra besta, esta é pálida. Não tão colossal quanto a outra, parece ter metade do tamanho daquela e aparenta ser cega, mas também aparenta estar faminta. Vou tentar fazer uma jogada arriscada, mas ouço um barulho de carro aproximando. Meu desespero aumenta, só podem ser mais mogadorianos.

Os mogs de viram para olhar o carro que vem de dentro da floresta na direção deles. Eles também parecem achar que são reforços até que o carro não reduz indo na direção do grupo atropelando um deles o arremessando na direção de Henry o obrigando a ter que se jogar no chão para não ser atingido.

— Sam! - grito de felicidade.

Por um momento acho que minhas forças voltaram ao ver que meu amigo voltou, mas ao olhar melhor o carro, vejo que não é a picape do pai dele. É um SUV preto todo escuro que por um momento me faz acreditar que o FBI veio nos ajuda.

O SUV dá um cavalinho de pau fazendo um barulho ensurdecedor para provocar os mogadorianos. Vejo os dois que tem canhões começarem a prepara-los para atirar e a besta soltar um guincho de raiva quando a porta do motorista se abre com o carro ainda em movimento e um homem de porte forte sair com uma escopeta atirando.

O primeiro mog que estava com canhão mais próximo dele teve sua cabeça explodida e em seguida seu corpo se desfez em cinzas, ele recarregou a arma tão rápido que mal pude notar o segundo bang e o segundo mogadoriano com canhão estava com um rombo do tamanho de uma bola de basquete na barriga.

— Hey, Brandon. – Ele fala pegando uma metralhadora das costas e arremessando para Henry. – Tenta acertar na cabeça.

Brandon? Por que ele chamou Henry desse nome, mas esse nome não me é estranho.

A besta parte furiosa na minha direção e ouço BK na minha cabeça querer se levantar para lutar. O contenho forte nos meus braços. Não irei deixa-lo morrer, irei usar meu corpo como escudo. Ouço barulho da metralhadora de Henry em cima do monstro, mas ele parece nem sentir direito os projéteis, até que duas rajadas paralelas vermelhas a atingem o arremessando contra as árvores. E vejo uma pessoa me ajudar a levantar.

É uma menina. Ela tem cabelos ruivos cacheados, embora seja menor que eu, conseguiu me levantar com facilidade.

— Você, é uma de nós. – Consigo murmurar.

— Isso. – ela sorri. – Não foi como sair por aí levitando dois cachorros né?

— Você chega lá... – digo rindo, e em seguida começo a tossir.

Ela me ajuda a entra no banco traseiro do SUV. E logo em seguida começa a lutar contra a besta mogadoriana. Agora percebo que ela atira raios dos olhos, de repente começo a me sentir sortudo. Dois Gardes vieram me ajudar. Vejo a outra porta traseira ser aberta e Henry entra terminando de descarregar sua metralhadora.

— Hoje é nosso dia de sorte. – Eu digo rindo para ele.

— Garoto. – ele fala ofegante e depois sorri para mim. – Não sei o que está acontecendo aqui, mas por Lorien, é bom Conrad ter uma boa explicação.

Não entendi o que Henry quis dizer com isso. Mas supus que Conrad deva ser o homem que acabou de nos salvar. De repente sinto o efeito do sal lórico sair do meu corpo a energia que ele havia me dado começa a se esvair até não sobrar mais nada.

Meus olhos começam a pesar, sinto BK sob meus braços e caio de lado em cima de Henry exausto de tanta energia que gastei hoje.

Dois

Ouço o barulho ensurdecedor da escopeta de Conrad e me irrito. Quanto mais ele atira, mais mogadorianos chegam, a ideia era fazer uma extração rápida e silenciosa, mas eu entendo o lado dele. Nós ficamos muito tempo escondidos treinando. Principalmente depois que eu forjei minha morte e ficamos numa espécie de bunker subterrâneo esperando essa hora que segundo nosso mentor mogadoriano do futuro é o momento de começarmos a nos unir.

Um soldado corre para cima dele com uma espada com um brilho sinistro pulsante. Conrad explode a mão do mogadoriano, fazendo a espada do alien voar e acertar a cabeça do companheiro mais próximo dele. Em seguida ele recarrega arma e explode a cabeça do bicho com um tiro fazendo ele virar cinzas.

Não posso dizer que também não estou empolgada, a emoção é diferente de quando eu leio. Como a sensação de conhecer Quatro, que por sinal, mesmo estando coberto de fuligem, sangue e arranhões, até que é gatinho. Foco Maggie!

Uso meu Legado de Raios para explodir um mensageiro que vinha correndo pra cima de mim, dois buracos paralelos surgem nos esterno dele de uma ponta a outra e ele cai no chão gritando de dor e escorrendo sangue negro até virar cinzas.

Vejo o piken se levantar. Por mais que adore animais, essa besta mogadoriana foi treinada para matar, então não tenho escolha. Eu uso minha telecinese para prendê-la contra as árvores e uso me Legado de Raios de novo, dessa vez só paro quando o monstro para de se debater imóvel.

Ouço os barulhos de recarregar e atirar da escopeta de Conrad pararem e temo o pior. Meu estomago gela quando viro em sua direção, mas noto que ele apenas está sem balas, típico. Ele nunca me avisa isso. Ele xinga e guarda sua “arma da sorte nas costas e saca duas pistolas.

Percebo o que parece ser o último grupo de mogadorianos chegar. São seis, dois soldados e quatro mensageiros, vai ser difícil para Conrad abatê-los com pistolas comuns, eu vou ter que derrotar esses caras praticamente sozinha, mas tive uma ideia. Acho que ele também vai entender.

— O que acha de tirar a luz deles? - eu pergunto sorrindo.

— Quando você quiser. – ele fala de volta preparando a mira na direção do inimigo.

Concentro meu Legado de manipulação da luz e faço o ambiente ao redor daqueles mogadorianos ficar completamente escuro, me concentro para mesmo que eles andem, continue escurecendo aonde eles ficam. Os mogs ficam confusos e nervosos. Noto que os mensageiros começam a ficar desesperados.

Conrad começa a atirar. As pistolas ironicamente possuem silenciador, então isso só aumenta mais o desespero deles os únicos que conseguem se esquivar das balas são os soldados, mas todos os mensageiros estão mortos. Tento usar os dois Legados ao mesmo tempo e lanço uma rajada dupla de raio que consegue acertar bem no peito de um dos soldados mogadoriano e ele caio no chão virando cinzas.

— Escória da Garde. – ele ruge pra mim e logo em seguida aparece um buraco na testa dele.

— Ele esqueceu de mim. – Conrad fala girando a pistola e soprando o cano.

— Sabe que eles fazem isso é com um revolver né? – eu explico.

— Ah, quem não tem cão caça com gato. – ele dá de ombros e entra dentro do carro.

Entro logo em seguida. Noto que quatro desmaiou no banco de trás. Fico constrangida, com a adrenalina esqueci completamente deles. O Cêpan de Quatro olha para Conrad com uma cara de poucos amigos. – Eu esperava mais de alguém que acabou de ser salvo, mas eu acho que sei o motivo, ele se lembra do meu número.

— Então, Conrad... – Ele fala com um tom acusatório. – Se importa em me dizer como a número Dois e você estão vivos.

Conrad arranca na para dentro da floresta. Até finalmente sairmos numa estrada, tomamos muito cuidado para não chamar atenção desnecessária caso ainda aja mogadorianos o que com certeza ainda há possam suspeitar de nós. Dirigimos mais cinco minutos até que meu Cêpan finalmente responde.

— Quando estivemos num local seguro meu amigo, primeiro. Precisa me dizer onde encontrar a número Seis e os amigos de Quatro.

Noto que o homem fica espantando com tudo que sabemos. É, eu também ficaria no local dele, nós somos as peças que estavam fora do tabuleiro que alguém resolveu trapacear e pôs de volta, mas quem disse que era para ser justo? Agora vamos nos unir e reerguer Lorien.

Quatro

Quando eu finalmente acordo mal posso acreditar que estou vivo. Tudo aquilo não pareceu real, dois Gardes apareceram para me ajudar. Só de lembrar eu rio, embora isso me faça sentir dores da região das costelas. Noto que estou cheio curativos e vejo que alguém se aproxima de mim.

— Olha só quem acordou. – é Sarah.

Ela está linda. Com seu suéter vermelho, parece que não se feriu nada, e parece que não viu nenhum tipo guerra alienígena na escola dela. Que descobriu que o namorado é um alien super-poderoso caçado por uma raça sociopata de outros alienígenas que querem colonizar a galáxia. Ela só está ali sorrindo pra mim.

— Oi, o que eu perdi? – digo me fazendo de desentendido.

— Bom... – ela faz um gesto com as mãos como se quisesse enumerar depois as joga para o ar. – Tirando o fato que tem um monte de gente nova querendo falar contigo e eu disse que ninguém faria isso primeiro a não ser eu, então tcharam.

Ela me dá um beijo.

Vejo um movimento por entre minhas pernas e quando levanto o cobertor vejo Bernie Kosar subir e me lamber. Ele está uma tala improvisada na pata traseira dele, fico tão feliz de vê-lo vivo que meus olhos ficam mareados.

— Hey, façam menos barulho! – a voz de Henry soa na cama ao lado. – Eu quero dormir mais um pouco.

— Henry! – Dessa vez eu choro. – Conseguimos.

Sarah começa a fazer carinho na minha cabeça e sorri para mim. Eu não acredito eu sobrevivi há minha primeira batalha contra os mogadorianos e ainda por cima não sofremos baixas. Nosso treinamento surtiu realmente efeito e tivemos muita sorte, quero ver Seis logo, e a outra Garde, não sei o número dela, não consegui perguntar. Já estava exausto, mas ela e seu Cêpan chegaram na hora certa.

Noto um pouco melhor o quarto. Ele parece ser uma espécie de bunker de aço, mas o quarto é todo pintado de branco. Sinto uma sensação claustrofóbica. Alguém bate na porta, mas noto que ela já está aberta, noto os pelos de Bernie Kosar se eriçarem.

O homem que está parado na frente dela é assustador. Ele tem uma aura negra de maldade e sua aparência é meio assustador, embora não pareça com os outros e seja igual há um humano assim como eu. Sei que é um mogadoriano. Ele parece já ter uns trinta anos e usa uma barba, escura que combina com os olhos negros e o cabelo escuro.

— Parece que sempre que nos conhecemos, você está sempre acabando de acordar, John. – ele diz e sorri para mim.