O Peso do Elmo

Capítulo 5 - Cuidado! Uma ideia surge na mente do Deus da Trapaça e da Mentira


Pov. Ágda Freirdóttir

Durante o almoço reparei na mulher vestida de guerreira e no seu olhar era possível ver a desconfiança do seu lado o midgardiano desajeitado, constantemente arrumava os óculos. Meu pai ria da piada do loiro que parecia como alguém encontrado numa taverna, o tapa olho dava uma aparência feroz que combinava com o Deus do Trovão. Fui surpreendida pela gargalhada do moreno à minha frente, mas o sorriso não chegava aos olhos. Dos poucos momentos de interação, já tinha notado que mesmo que seus olhos tivessem um brilho malicioso, eles nunca sorriam.

—Compartilhe conosco essa história, Doutor Banner. Deve ser uma história muito engraçada para fazer o Príncipe Loki rir.

Olhos verdes do príncipe se viraram para mim, o sorriso tornando-se forçado.

—Não acho que encontrariam graça nas mesmas coisas que eu, princesa. - Me encarava Loki por cima da taça.

—Por que diz isso príncipe? - Minha sobrancelha levantando em irritação, que só cresceu com a resposta enigmática acompanhada do sorriso presunçoso.

—Tenho gostos que a maioria não entenderia. -Sua resposta dando a entender que ele estava acima das pessoas comuns agravando minha irritação

Nossa pequena interação chamou a atenção do Deus do trovão que bateu com a mão na mesa empolgado intervindo na conversa.

—Loki tem um senso de humor horrendo, uma vez ele se transformou em uma cobra...-

Animado igual criança, Thor lançou-se a contar histórias da infância ao lado de Loki, que afinal não era conhecido como deus da trapaça atoa, pensei escutando sobre as traquinagens. Atrás de mim, Klaus soltou um risinho sarcástico com uma das histórias que fizeram o deus lançar um olhar malicioso.

Minutos depois, uma enorme águia adentrou o salão, e logo planou acima da cabeça de Klaus onde defecou uma quantidade absurda dum liquido branco. Então um sorriso ainda mais presunçoso apareceu em Loki.

—Alguns povos acreditam que é sorte, guarda. - disse ele com divertimento e desdenho.

Estava incrédula, era por isso que eu tinha passado semanas inquieta? Com borbulhas no estomago, por um ser arrogante assim? Decepcionante.

POV. Loki

Thor passou o restante do jantar me lançando olhares raivosos, mas nada se comparava ao olhar de decepção que eu recebia agora.

—Eu quero ajudar, mas minha responsabilidade é com o povo de Pailteas. É arriscado recebe-los, quando entre vocês há um deus da trapaça. Que por sinal, já tentou destruir o universo.

—Meu irmão está mudado, Freir.- A voz de Thor não passava segurança alguma.-Ele não será uma ameaça.

—Não tenho garantias príncipe. - O Deus da prosperidade estava decidido. - Darei abrigo temporário ao povo Asgardiano, mas devem partir.

Sem permitir argumentações, o Deus voltou para seu castelo nos deixando no jardim, onde Thor me encarava.

—Isso não pesa? - Levantei as sobrancelhas em questionamento. - É culpa sua que o povo não terá abrigo, espero que o Elmo que você usa lhe pese com a culpa sobre sua cabeça irmão. - Dito isso, ele partiu para o castelo.

As palavras de Thor me deixaram com raiva e sai caminhando a esmo pelo jardim, sem perceber que Banner teve a audácia de me acompanhar. Parei subitamente em frente a três estátuas que estavam no centro, figuras femininas representando as irmãs deusas, Freia, Iduna e Frigga. Encarei a figura que representava minha mãe e senti o peso do fracasso, eu era uma decepção como vilão, como herói e fui uma decepção como filho para Frigga

—Thor me contou uma vez- Banner me sobressaltou. - que Frigga nunca dividiu a magia dela, mas dividiu com você.

'Onde estava o monstro verde quando precisávamos?'

—Qual a sensação de ser a maior decepção dela? - cerrei os punhos com a pergunta. - O Deus da trapaça, versado na magia, não consegue pensar em uma saída para o bem do povo?

Voltei a ficar sozinho e encarando a estátua de Frigga, um peso no estômago, meus punhos cerrados com força e ao mesmo tempo eu me sentia mais impotente do que um midgardiano quando a verdade que me atingia; eu era a decepção de Thor, de Frigga e minha maior decepção.

Num momento de fraqueza, toquei a estátua de Frigga deixando meus ombros pesarem com o gosto amargo da decepção. E então escutei uma risada vinda do outro lado do jardim. A princesa Ágda passeava ao lado do guarda de mais cedo. Um sorriso malicioso aparecendo em mim, afinal eu podia estar no caminho da redenção, mas ainda era o Deus da Trapaça pensei enquanto uma ideia surgia na minha mente