O Peso do Elmo

Capítulo 6 - Que ela não ouse dar um sorriso sequer


POV. Loki

Eu tinha que concertar as coisas a falta de solidariedade do Deus Freir para com o povo de Asgard era devido a minha pessoa e, portanto, cabia a mim pensar em uma solução. Com a visão da Princesa Ágda passeando no jardim, me veio a cabeça que após a perda da esposa Freya, aquela criança de cabelos cacheados era a única família que o Freir tinha e sendo assim ele não negaria morada a ela, na verdade ele faria tudo por ela. "E afinal para que serviam casamentos senão bem da diplomacia?" Pensei a vendo se afastar em direção a aldeia próxima ao castelo.

Sozinho novamente, voltei a encarar a estatua que representava minha mãe, nem de longe lhe fazia juz, mas foi o suficiente para que a culpa me corroesse.

—Se eu tivesse compreendido antes, minha mãe, pelo que valia a pena lutar. Será que você ainda estaria viva?

O rosto de pedra virado para o sol continuou impassível diante do meu questionamento. Queria eu poder dizer que a amava agora, mas eu nunca tive a chance, não reconhecia o amor então e cá estava eu agora, formulando um plano mirabolante para bem do meu povo, finalmente desprovido de todo meu orgulho e tudo em nome de Frigga que me amará, mesmo quando eu não merecia. Se eu tivesse a chance por ela eu imploraria perdão, mas isso não era possível e eu teria que fazer o melhor que podia com as cartas que eu tinha na mão, e como supremo da trapaça eu sabia muito bem como manipular as cartas ao meu favor, pensei sorrindo mais uma vez ao encarar o local por onde a princesa tinha partido.

POV. Ágda Freirdóttir

Mesmo após quase um ciclo da lua eu me sentia estranha em volta do príncipe Loki. Óbvio que ele fazia de propósito alguns comentários que me deixavam sem graça, com o dia da minha anunciação chegando, tudo girava em torno de qual benção eu receberia.

Como filha de dois deuses, eu também era uma, mas deusa do que eu só saberia no dia da anunciação. O rito de passagem enraizado na família Asyr da minha mãe, Freya, onde no meu vigésimo primeiro aniversário eu comeria pela primeira vez a maçã sagrada e então seria anunciado a todos os cantos do universo que tipo de divindade eu era. Eu escutava especulações de todos os tipos, mas eram as de Loki as que mais me deixavam sem graça, ele chegou dizer que eu seria a Deusa das caminhadas sem rumo, pois eu andava muito por ai, e depois que eu seria a Deusa das amizades porque não largava de Klaus, ele falou isso com um tom que queria dizer mais e eu ficava vermelha de raiva.

—Você tem que aprender a ignorar aquele projeto de Deus Asgardiano.- Falou Klaus me seguindo em direção a cachoeira, meu refúgio, em todos os meus ataques de raiva.

—Falou a pessoa que volta e meia eu preciso segurar para não acabar virando uma formiga nas mãos daquele príncipe idiota.

Me sentei a beira do rio, molhando a ponta dos pés e meu vestido. Bufei exageradamente e joguei uma pedra no rio o que só fez Klaus rir mais ainda do meu estado.

—Princesa, eu seria o primeiro a voluntariar para tirar o ar arrogante daquele principezinho, mas você não pode se estressar com isso agora. O dia da sua anunciação é depois de amanhã e a rainha ficaria tão feliz por você se ela estivesse aqui.

—Mas ela não está! - raiva falava mais alto no momento. - Nada está saindo do jeito que imaginei que seria, ela não está aqui, ela me deixou, ela nem tentou lutar!

Klaus parecia surpreso demais para reagir ao meu rompante que tinha mais do que apenas raiva transbordando.

—Eu não quero que ela fique feliz.- Levantei meus punhos cerrados em direção ao céu.- Se eu terei que passar por isso sozinha, eu não quero nem que ela ouse a dar um sorriso sequer, seja la pra onde deuses vão quando morrem.