Capítulo 51

- Ok, vou considerar seu silencio como uma oportunidade para eu falar – ele disse.
O ignorei mais.
- Olha, sobre aquilo que você me falou... – pausa – Eu acho que você está certa. Eu vou me decidir sabe. Mas, fique sabendo, que minha decisão vai ser melhor pra todo mundo ok? E, eu te amo. E eu te quero.
Olhei pra ele e ofeguei.
- Me quer? – tentei não rir.
- Sim, muito.
- Pra que? Pra me usar de novo, como sempre faz?
- Não... – ele se aproximou mais – você anda sendo uma garotinha muito difícil ultimamente Julia, muito difícil...
- Difícil? Você acha? – pausa – não quero papo com você Emilio Eric - me virei ficando de barriga para cima, sentindo o sol no meu rosto. Fechei os olhos e tirei os óculos.
Senti um peso na minha cintura, e duas pernas me prendendo. Abri os olhos, Emilio estava sentado em cima da minha barriga, me olhando.
- Emilio, tá me esmagando seu gordo! – disse dando um belisco de leve na barriga dele. Aquilo me seduzia, como não reparei nisso antes?

- Aham, muito gordo – ele disse com um sorriso malicioso no rosto. Seus dentes eram... perfeitos. Combinados com sua boca, eram piores. Como nunca reparei nisso antes?
- É serio Emilio, vai me machucar – disse tentando o empurrar.
- Não vou – ele segurou meu braço. Seus cabelos com o reflexo do sol ficam castanho-claro. Melhores ainda quando balançados. Como nunca reparei nisso antes?
- Emilio, para! Eu vou gritar – disse o ameaçando.
- Não vai não – ele prendeu meus braços no chão com suas mãos. Seus olhos olhando assim, profundo nos meus... Eram tão lindos. Como nunca reparei nisso antes?
- Cara, o que você quer? – perguntei o fuzilando, e tentando soltar minhas mãos .
- Eu quero você Julia – ele chegou mais perto. Sua boca perfeita se mexendo me fazia delirar.
- Não Emilio. Você não vai me ter. Eu desisto de você até terça. – puxei minha mão com força conseguindo soltar, mas ele segurou de volta. Estava ofegante. Não iria mais conseguir resistir a ele me seduzindo tanto daquele jeito.
- Julia... – ele me deu um selinho, e eu involuntariamente retribui – vou te soltar, mas só dessa vez. – ele disse, liberando minhas mãos.
- Que bom – o empurrei e ele se levantou. – Já estava sentindo ilusões com você em cima de mim, fazendo coisas sem pensar, idiota! – me sentei de volta.
- Mas Ju, me da só um beijinho ? – ele disse com cara de cachorrinho pidão. Minhas ilusões já estão voltando, eu preciso resistir a isso.
- Não! Tem muita gente e... e... eu não vou te beijar, desisti de você. – disse cruzando os braços e o ignorando.
- Não Ju, só um, olha, num dói nada – ele chegou mais perto – e mais, os outros ainda vão demorar – chegou mais perto. Só de pensar que nossos lábios estavam a menos de cinco centímetros de distancia eu enlouquecia.

- Não Emilio – tentei me afastar – não posso.
- Pode sim. O ultimo. Por favor – seus olhos, em direção aos meus brilhando, não consigo.
- Emilio...
- Julia, só um olha. Eu roubo e você começa... – chegou mais perto.
- Não Emil... – não consegui terminar de falar, assim que ele selou nossos lábios. Eu não resistia a aquilo, não mesmo. Descruzei os braços, e passei em volta de seu pescoço, num ato involuntário. Ele agarrou minha cintura com uma mão e minha perna com a outra. Ele forçava sua língua contra minha boca, mas resolvi de vez resistir aquilo.
O afastei, mordendo meus lábios inferiores.
- Ah não Julia! – ele resmungou.
- Olha Emilio, não posso. Se decida, enquanto isso aguente até terça feira sem mim, ok? – disse o encarando.
- Julia!
- A partir de agora não converse comigo Emilio Eric Surita – disse e peguei minha camiseta, vestindo. Terminei de vestir, e peguei meus fones de ouvido. Me deitei de barriga na esteira, coloquei a toalha sobre minhas pernas por causa do sol, e encostei o queixo no antebraço. Fechei os olhos.
(...)