O Namoradinho Da Minha Mãe
Capítulo 12
– Tá, isso é serio. Mas então, só liguei pra saber se estava tudo bem. Não te achei no recreio hoje.
– Eu estava, é... – parei de falar. Na verdade eu estava me trancando dentro do banheiro por uma certa causa ne, mas enfim – eu estava na biblioteca.
– Caham – olhei para trás, Emílio estava atrás de mim no sofá – tem certeza que estava na biblioteca? – ele sussurrou.
Revirei os olhos, e voltei para meu telefone.
– Julia? Quem está ai? – Ele perguntou.
– Seu irmão.
– Sério?
– Não. Tá, é serio sim. Ele e minha MÃE são NAMORADOS, esqueceu? – disse dando ênfase nas duas palavras, mãe e namorados, para Emilio ouvir. Ele levantou uma sobrancelha.
– É, eu não me esqueci. Vou ter que desligar.
– Já?
– É. Se cuida, juízo ai tá? – ele disse.
– Pode deixar. – desliguei o telefone.
Telefone off
– Era o Dudu? – Emílio perguntou, vindo e se sentando ao meu lado no sofá.
– E se fosse? – disse, me virando para o outro lado.
– Legal... Agora vai me tratar mal também é? – ele perguntou.
– Se você merecer.
– É, vai...
– Cadê minha mãe? – Perguntei notando sua falta.
– Foi se arrumar pro trabalho.
– Ah... – me levantei, e ele ficou olhando para mim. Para minhas pernas!
– Emilio, se for pra olhar, olha discretamente – falei.
– Hum... não sei não... prefere que eu fique discreto mesmo?
– Acho que seria melhor – revirei os olhos e sai.
– Aonde vai? – ele perguntou. O que? Ele querendo saber aonde vou?
– Pro meu quarto, pra onde mais seria?
– Hum... não sei. Não prefere ficar aqui na minha companhia?
Não respondi, apenas balancei a cabeça.
Sai pelo corredor, e dei de cara com minha mãe.
– Vou trabalhar filha, beijo – ela me deu um beijo na testa, e saiu correndo. – Amor, to indo – ela chegou perto dele dando um beijo – Até mais.
– Amor, acho que vou ficar aqui hoje... Preciso sair mais tarde, e daqui é mais perto.
– Tudo bem, a casa é sua – ela respondeu. Nossa, porque minha mãe nunca pensa besteira com as coisas?
Ela saiu, correndo, estava atrasada.
Estávamos agora apenas eu, Emilio e o Willi(meu cãozinho) na sala. Na verdade na casa inteira. Hum, nada bom.
Continuei andando pelo corredor, subindo as escadas, e entrando no meu quarto. Deixei Emilio para trás, não pretendia conversar com ele hoje, pelo menos na ausência de qualquer ser vivo.
Entrei no quarto, fechando a porta. Olhei pela porta do banheiro, e tinham algumas roupas espalhadas no chão.
– Se eu deixar isso aqui minha mãe me mata quando chegar, ah, vida. – resmunguei para mim mesma.
Me abaixei, e peguei a roupa, colocando no cesto de roupa suja. Sai pelo quarto, com uma certa dificuldade para carregar, e fechei a porta de volta, indo pelo corredor. Desci as escadas, e fui em direção á cozinha.
Não resisti, e dei uma olhadinha na sala. Emilio estava lá, esparramado no sofá, sem sapatos, sem camisa, assistindo TV. Resolvi ignorar, e continuei indo em direção á lavanderia.
Cheguei lá, e joguei as roupas dentro da maquina de lavar, separando algumas para lavar na mão. Liguei a maquina, e enchi o tanque de água.
Estava esfregando uma blusa de uniforme, quando percebo alguém atrás de mim. Olhei rapidamente.
– Emilio? – perguntei.
– Não, papai Noel. – ele respondeu.
– Ah tá, então isso é uma ilusão, já, já passa – me virei de volta para o tanque, tentando prestar atenção no que estava fazendo.
– Isso parece cansativo, quer ajuda? – o ignorei mais. – Tudo bem, não quer, mas eu fico aqui te olhando, afinal, não tem nada de interessante pra fazer lá fora mesmo.
– E eu por acaso sou interessante? – perguntei revirando os olhos.
– Dependendo... acho que sim – ele mordeu o lábio.
Ignorei, sua resposta. Esfreguei com mais força a minha blusa, tentando descontar a raiva daquele garoto me cantando.
– Que tal fazermos alguma coisa legal? – ele perguntou, chegando mais perto.
– Emilio, ainda bem que eu não ouço o que não quero.
– Tá bom, eu falo mais alto – ele falou – QUE TAL FAZERMOS UMA COISA LEGAL? – ele gritou, mas não tão alto.
– Emilio, seu tomate, já escutei. – falei, agora enxaguando a blusa.
– Pensei que não tivesse escutado, desculpa... e a resposta é...?
– Não. – respondi, torcendo a roupa.
– Ah, mas, eu digo a resposta pra você então. – pausa – Sim! – ele fez vozinha de mulher. Me deu vontade de rir.
– Emilio, seu besta! – falei.
– Mas é assim que eu te conquisto – ele disse, juntando seu corpo ao meu, e me dando um beijo na bochecha. Peguei a blusa que estava na minha mão, e dei uma “chicotada” no ombro dele.
– Ai! – ele fez voz de gay, passando a mão pelo ombro, que estava vermelho.
– Seu gay – respondi, tentando me soltar.
– Gay nada, olha que eu te mostro o gay tá? – ele disse, tentando não rir.
– Não quero ver – respondi, jogando a blusa nele de novo, mas dessa vez, apenas o molhando.
– É assim é? – ele respondeu, colocando a mão no tanque de água, com a mão em forma de concha, e jogando em mim.
– Emilio, para! – peguei água com as duas mãos, e joguei em cima do seu cabelo.
– Não paro – ele pegou com as duas mãos grandes que pareciam dois baldes de água, e jogou em mim.
– Eu vou ficar toda molhada cara, por favor – implorei, batendo a mão na água.
– Ui, então eu continuo – ele continuou jogando água em mim, e minha blusa já parecia uma poça de água.
Continuei molhando ele, e nos ficamos ali, naquela brincadeirinha infantil ridícula, por um bom tempo, até que já estávamos os dois encharcados.
– Acabou? – perguntei, levantando uma sobrancelha, quando ele não revidou minha jogada de água.
– Não sei... – ele respondeu.
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