– Que bom, porque agora preciso me secar – eu disse, andando em direção é porta.

– Ah, não vai não! – ele disse, me puxando pelo braço. Escorreguei com o pé no chão, tentando me apoiar na bancada, mas sem sucesso. Me agarrei nele, e cai no chão, de bunda. Soltei um grito, e ele caiu ao meu lado, quando puxei seu braço tentando não cair de cara.

– Minha bunda, cacete! – gritei, deitada no chão. Ele apenas estava rindo, e eu tentando evitar isso.

– Você falando palavrão? O que é isso? – ele perguntou.

– É a dor, sabe o que é isso? – gritei de volta levantando a cabeça. – culpa sua!

– Eu faço melhorar, olha – ele veio para cima de mim, prendendo meus braços no chão, e encostando seus lábios no meu queixo.

– Emilio, nem pense! – gritei conseguindo tirar um dos braços e dando um tapa no ombro dele.

– Ah, nem vou pensar, vou fazer mesmo – ele falou, não me dando oportunidade de retrucar, e já começando a me beijar de cara. Eu cedi, mas por alguns instantes, até ele ter a ousadia de puxar minha blusa para cima.

– Emilio!

– O que foi? – ele perguntou, olhando para mim.

– Que mão idiota! – dei um tapa na mão dele.

– Ah, isso é natural. – ele se gabou – se quiser mais calma, tá, eu tenho mais calma, afinal temos todo o tempo do mundo...

– Eu não quero calma nem tempo, quero que você pare de fazer isso.

– Isso? Isso o que?

– Isso, me beijar a força, cara, é quase um assedio! – ele riu.

– Assedio não é quando a pessoa gosta...

– Mas eu não gosto.

– Vamos tentar de novo – ele voltou a me beijar. Me envolvi novamente em seu beijo, e por mais que eu tentasse, não conseguia evitar. E também ele me segurava, e me beijava com força. Me envolvi tanto, que me dei conta com a mão na sua nuca, e resolvi continuar, eu estava gostando daquilo, apesar de ser meio surreal.

Continuamos nos beijando, quando ele novamente colocou a mão na minha blusa, a puxando para cima. Resolvi deixar, mesmo sem perceber. Eu arranhava suas costas de leve com minhas unhas, e ele se arrepiava quando eu fazia isso, soltando um risinho quebrando nosso beijo, mas logo voltando. Ele parou de me beijar, e foi até minha blusa, que estava molhada e grudada no meu corpo, puxando ela com os dentes até a altura do meu abdômen, e dando alguns beijinhos de leve na minha barriga. Quando ele via que eu me arrepiava, ele diminuía o contato de seus lábios, me fazendo arrepiar até a espinha, e ria.

Ele terminou de tirar minha blusa rapidamente, e voltou a me beijar. Nos levantamos, e ele me encostou na parede, beijando meu pescoço, descendo até minha barriga, e voltando até minha boca, e eu cada vez mais o arranhava.

Ele colocou a mão na alça do meu sutiã, fazendo ela cair sobre meus ombros, e logo seguido com a mão até minhas costas, tentando desabotoar.

Percebi aonde havíamos chegado, e o empurrei rapidamente.

– Cara, qual é? - ele perguntou.

– Qual é eu deveria falar, não devíamos estar fazendo isso - coloquei de volta a alça, e peguei minha blusa no chão, tentando vesti-la.

– O que custa?

– O que custa a lealdade que você não tem. Por mim, isso acaba por aqui e não se repete mais - disse saindo, bufando de raiva, e deixando ele com uma cara de bobo alegre na lavanderia, olhando para a parede.

Subi até me quarto, trancando a porta, e me trancando novamente no banheiro. Tirei aquela roupa molhada, jogando dentro da pia para escorrer. Entrei no chuveiro, e tomei um banho muito quente, pois estava fazendo muito frio. Sai e me enrolei na toalha, ainda congelando. Resolvi enrolar um pouco para me trocar, então liguei a TV e me sentei na cadeira, encolhendo as pernas para ver se eu esquentava.

Estava passando alguma coisa nada interessante, então, depois de passar por todos os canais por mais ou menos 5 minutos, me levantei.

Peguei uma roupa no armário, uma calça de moletom e uma blusa de frio fina e colada preta, e joguei em cima da cama.

toc toc toc, ouvi batendo na porta.

– O que é? – gritei.

– Você quer que eu pegue uma pneumonia e morra? – Emilio gritou, e se escorou na porta, mexendo na maçaneta tentando abri-la. Não encostei na chave.

– Acho que você não vai gostar da resposta.

– Vou sim, eu sei que você não quer...

– O que eu posso fazer por isso?

– Me deixar entrar.

– Não, meu quarto está na mesma temperatura ai de fora.

– Mas nós podemos esquenta-la – ele respondeu. Não disse nada, a partir de agora vou ignorar essas cantadas – tá, eu sei que você vai me ignorar, mas pode pelo menos me deixar tomar um banho ai? – ele gritou.