Na verdade eu queria era chorar, por pensar que era para o Gabriel estar aqui discutindo comigo sobre qual o sexo do bebe. Mas ele não está. Senti meus olhos arderem, e uma lagrima escorrer pelo meu rosto.

- O que houve? – a medica me olhou assustada.

- Nada apenas... lembranças – disse, tentando dar um sorriso, mesmo que de canto.

- Acho melhor voltarmos a discutir Emilio – Rafaela disse, puxando seu rosto – o bebe será uma menina e pronto final!

- Não vai ser, vai ser menino! – ele disse, cruzando os braços.

- Então vamos apostar – Rafaela lançou um olhar desafiador á ele.

- Então tá apostado – ele disse – quem perder, vai ter que pagar um jantar pro outro – Emilio disse rindo.

- Beleza, valendo um jantar e uma roupinha de bebê – Rafaela disse rindo.

- Então... quem ganhou a aposta foi... – a medica disse, rindo e olhando para a tela.

- FUI EU! – Emilio gritou levantando da cadeira ao meu lado e apontando para a bunda do bebe, que tinha um pipis.

- GANHEI, GANHEI, É MENINO, PERDEU RAFAELA! – Ele disse rindo. Rafaela se levantou, e aproximou o rosto da tela.

- Não é possível! – ela disse com a mão na boca.

- É menino – a medica disse – parabéns Julia – ela sorriu.

- Uhul, menino, uhul! – Emilio disse ainda pulando.

- Nossa, calma Emilio – disse rindo.

- Eu ganhei, eu falei que ia ser menino, eu queria menino, e é menino, tá vendo? É menino, ele vai ser lindo, vai ser perfeito, vou ensinar ele a jogar futebol, a jogar carta, ele vai jogar videogame comigo, nós vamos ser uma família perfeita! – ele disse eufórico.

- Nós? – perguntei confusa.

- Que historia é essa de nós? – Rafaela olhou confusa.

- Não entendi – disse olhando para ele.

Ele se ajoelhou, e pegou minha mão. É, eu ainda estava deitada.

- Julia, tá, eu sei que esse não é o melhor lugar, nem a melhor hora, e que nem você está totalmente bem, mas eu queria saber se você... – pausa – queria namorar comigo, casar comigo – ele disse, direcionando seus olhos a mim – eu quero ser o pai dessa criança, eu quero ser seu Ju – ele sorriu – você é a coisa mais preciosa que eu tenho na vida. É você que me faz ficar noites acordado, é você que me faz delirar, foi você que deu um jeito na minha vida, é você que me deixa louco todos os momentos, eu vivo por você, eu respiro por você – ele disse – eu preciso de você comigo, ao meu lado. Eu quero fazer parte da sua vida, do mesmo jeito que você fará parte da minha.

Não consegui me controlar, e comecei a chorar.

- Aceita ser minha? Para sempre? – ele sorriu, sem tirar seus olhos da direção dos meus.

Seu sorriso encantador, me fazia tranquilizar no mesmo momento. Seus olhos brilhando, sua mão quente sobre a minha, sua sinceridade eram incríveis.

Eu queria mais que tudo Emilio. Eu queria ser dele. Eu queria que ele fosse meu. Ele era a pessoa que faltava, para fechar o enorme buraco que estava formado em meu coração. Eu precisava dele mais do que qualquer outra pessoa. Sempre foi. E sempre será.

Puxei sua mão, e ele se levantou.

- É claro que eu aceito – disse tentando sorrir, sendo interrompida pelas lagrimas.

Ele se abaixou, e me deu um selinho.

Rafaela e a doutora começaram a bater palmas, e nós dois começamos a rir.

- Awn que lindos – Rafaela disse olhando para a doutora.

- Que gracinhas, parabéns – ela sorriu.

- Ai gente, assim eu fico constrangida – disse rindo, e Emilio segurou minha mão.

A médica terminou o exame, e eu me levantei. Peguei minhas coisas, e meu envelope assim que chegamos em sua mesa.

Saímos, e assim que chegamos na rua, Emilio me abraçou de lado com força e sorriu.

- Minha Ju – ele sorriu, me dando um selinho.

- Emilio, que loucura foi aquela? – Rafaela perguntou assustada.

- É o amor sabe – ele sorriu – mas é que eu ia fazer isso... hoje mais tarde. Mas ai eu falei de mais lá na hora, e resolvi falar logo, mas valeu a pena – sorriu.

- Você é louco – disse rindo.

- Por você – ele sorriu. Isso me lembrou o Gabriel. Muito, ele era a única pessoa que dizia isso para mim. – mas ainda não é oficial.

- o que?

- Eu ainda tenho que fazer uma coisa... – ele sorriu.

- O que? – perguntei novamente.

- Surpresa, hoje a noite – ele sorriu.

- Fala pra mim Emilio? – Rafaela disse piscando.

- Não, hoje a noite – ele sorriu, e abriu o carro. Entramos, e eu coloquei meu cinto.

- Bom, primeira vez que você entra nesse carro e eu posso fazer isso – ele disse assim que se sentou, e chegou perto de mim, e encostou seus lábios nos meus, começando a me beijar.

- Será que dá pra parar? – Rafaela disse rindo – tem uma pessoa de família e uma criança dentro desse carro – ela sorriu.

- Aham, sei – disse desgrudando meus lábios dos de Emilio e rindo.

- Vamos então Ju, eu sei um lugar onde podemos fazer isso a sós – Emilio riu, e ligou o carro.

- Ah é? Aonde?

- Na nossa casa – ele sorriu.

- Nossa?

- Logico, você vai morar comigo ne – ele sorriu – e vamos criar nosso bebe, juntos. Nós vamos nos casar – ele olhou pra mim.

- Casar?

- É. Bom, a menos que você não queira...

- Acho que é meio cedo pra casar não gente? – Rafaela disse – sem querer me intrometer, mas a Julia só tem 16 anos, quase 17 – ela disse assustada.

- É, tá cedo pra casar.