O Mundo Dá Voltas.

Uma tarde (super) agradável.


Sábado de Sol, dia lindo, radiante. Ah, eu amava isso, me lembrava demais o Brasil. Acordei cedo e arrumei minhas coisas antes mesmo de Bruno acordar. Ele estava livre aquele sábado, isso era realmente muito bom. O que marcar? Um almoço? Uma praia? Ou uma tarde de filmes em casa mesmo? Essa era a dúvida.

O dorminhoco não quis saber de acordar cedo, nem eu tive coragem de acordá-lo também... ele precisava mesmo de um bom descanso. Onze horas da manhã e nada de Bruno acordar, já estava na hora né?! Fui até o quarto e fiz uma travessura: me joguei com tudo em cima da cama, Bruno deu um pulo na hora, foi engraçado.

– Quer me matar é?! - Ele falou jogando um travesseiro em mim.

– Talvez... - Gargalhei devolvendo a travesseirada.

– Faz mais isso não, pensei que estava havendo um terremoto. - Ele esfregou os olhos e sorriu.

– Bobo... já tá na hora de acordar né?! 8 hrs, muito cedo, 9 hrs... cedo, 10 hrs... só mais um pouquinho, mas 11 hrs e nada de ver você acordado?! Ah eu tinha que aprontar, desculpa. - Sorri de um jeitinho meio sapeca.

Bruno me olhou de um jeito engraçado, como se quisesse dizer "você é terrível", sorriu e foi para o banheiro.

– O que temos pra hoje? - Falei alto enquanto arrumava a cama.

– Meu corpo nu. - Ouvi gargalhadas de dentro do banheiro.

– Boa tentativa seu bobo, mas não vou tomar banho com você agora porque já tomei muito antes de você acordar, preguiçoso. - Prendi o riso que insistia em sair.

– Malvada. - Ele riu. - Então... tá calor né?! Vamos à praia?!

– Estava pensando nisso hoje mais cedo. Então fechado, almoçamos algo light aqui mesmo e depois vamos pra praia. - Concordei felizmente, era isso que eu queria mesmo. - O que acha de chamar a Lili?

– Por mim tudo bem, liga pra ela. - Ouvi o chuveiro desligando-se.

Peguei o telefone e sentei-me na cama para ligar pra Lili.

– Alô?! - Ouvi a voz ainda sonolenta dela.

– Acordou agora? - Perguntei.

– Sim.

– Então... vamos dispertar na praia? - Falei animada.

– Tá louca é? Britt não tá 100% ainda pra ir à praia. - Que corte...

– Ah... esqueci desse detalhe. - Falei desanimando totalmente minha voz.

– Divirtam-se. - Ela falou parecendo despertar-se.

– Tá bom. Beijos.

Desliguei o telefone e continuei sentada na cama. Minutos depois Bruno me abraçou por trás com o corpo ainda gelado do banho.

– Ela vai? - Ele perguntou me fechando ainda mais em seus braços.

– Não... disse que a Britt nãp tá 100% ainda pra ir à praia... - Falei desanimada.

– A tarde é nossa então. Runaway baby... - Ele disse irônico.

– Idiota. - Soltei um risinho abafado.

– SEU idiota. - Ele completou.

Levantei e fui preparar algo para nós comermos antes de sair. Sempre que íamos à praia sozinhos acontecia algo... paparazzi's enchendo o saco (não nasci pra ser fotografada à todo momento!), fãs com seus gritinhos histéricos espalhando pra praia toda que Bruno estava ali, curiosos que não o conheciam querendo interagir... era engraçado.

Chegamos à praia por volta de 14 hrs, o sol estava fortíssimo, mas sabe essas pessoas que vão à praia só pra pegar sol e tomar banho de chuveirão? Então, eu sou dessas. Eu e Bruno ficamos num lugar quase que isolado da praia, era o único modo de termos nem que fosse um pouquinho de privacidade...

Estendi minha canga e me deitei de frente pra tomar um bom sol, estava mesmo precisando. Bruno, moleque como é, foi logo pro mar. Aquele som do mar, junto com uma leve brisa que passava raramente pela praia era maravilhoso. Fechei os olhos e fiquei pensando em cada coisa que aconteceu comigo desde que resolvi mudar aquele meu antigo hábito de vida, de derrotada... eu tinha feito a escolha certa. Estava realmente tudo muito calmo pra ser verdade... de repente sinto aquele corpo molhado e cheio de areia de Bruno sobre mim.

– POXA BRUNO, VAI TIRAR TODO O PROTETOR QUE ACABEI DE PASSAR. - Falei encarando-o.

– Eu passo de novo. - Ele falou maroto. - Isso aqui é o paraíso e você não quer se molhar?

– Não queria, mas você já molhou né. - Falei mostrando a língua pra ele.

– Adoro quando você fica assim. - Ele falou me roubando um beijo rápido e salgado.

– Assim como? - Arqueei as sobrancelhas.

– Birrenta. - Ele falou saindo de cima de meu corpo e deitando-se ao meu lado.

– Não sou birrenta. - Ahaan... até parece que não hein Jessie.

– Birrenta, mimada, um pouquinho possessiva... - Ele riu.

– Mimada? Você que me mimou. Possessiva? Aprendi com Lili. Agora BIRRENTA? Eu não sou e ponto final. - Falei séria, porém, morrendo de rir por dentro.

– Tá, vou fingir que acredito. - Ele falou rindo descaradamente.

– Sabe o que eu estava pensando aqui?! - Dei uma pausa para pensar no que dizer. - Se eu não tivesse entrado em sua vida, o que você provavelmente estaria fazendo agora? Numa piscina rodeado de mulheres talvez?

– Eu provavelmente estaria te procurando. - Ele riu.

– Ah por favor né Peter. - Falei num tom de ironia.

– É estranho quando alguém me chama de Peter. - Ele olhou pra mim com um jeito engraçado.

– Mas eu não sou alguém, sou sua esposa. - Virei-me para ele apertando sua boca em formato de 'peixinho'.

– Ok Sra Hernandez. - Tinha como não rir quando ele me chamava assim?

– Não muda de assunto. Responde minha pergunta. - Falei concentradamente.

– Hm... eu estaria numa piscina rodeado por uma loira, uma ruiva, uma morena e uma negra, bebendo algo bem gelado, com muita música e beijo na boca. - Bruno falou gargalhando alto.

Dei um tapa tão forte no abdomen dele, que ficou a marca de minha mão.

– Você que perguntou. - Ele falou rindo ainda mais e passando a mão por cima do local 'espancado'.

– Você é um idiota.

– E você é a mulher da minha vida. - Ele falou me puxando para perto dele.

– Não venha com esse romantismo barato agora. - Falei irritada. - Vou mergulhar, tchau.

– Não é romantismo barato, é verdade. Espero que o sal da água lave esse seu lado ciumento. - Bruno falou ironicamente.

Eu não conseguia ficar com raiva dele, por fora banquei a durona, ou melhor, a Lilian... mas por dentro queria me jogar pra cima dele quando disse que sou a mulher da vida dele, por mais clichê que isso tenha sido. Na verdade, eu nem queria mergulhar, só saí de perto dele pra conter minha louca vontade de beijá-lo... não queria ser tão... tão assim, não mesmo. Eu podia ser um pouco mais como Lili, né?! Ou não, rs... vai saber. Mergulhei naquela água gelada e salgada o mais rápido que pude. Voltei para a areia e vi Bruno quase cochilando, era a hora do contra-ataque! Fiz o mesmo que ele, só que um pouco pior. Além de me jogar toda molhada em cima dele, peguei um punhado de areia e joguei em seus cabelos. Sim, eu fiz isso.

– Woooow! Voltou louca do mar foi? - Ele falou meio desorientado passando as mãos nos cabelos.

– Eu?! Louca?! Nunca fui e nunca serei. - Ri da cena que estava vendo.

– Ah é?! - Bruno me olhou com um jeito brejeiro.

Mal pisquei e já estava rolando na areia com Bruno. Canalha! Meu cabelo ficou pura areia, ia dar um trabalhão pra lavar...

– Isso é o modo Mars de sujar o cabelo de alguém. - Ele falou com o corpo em cima do meu.

– Por que eu não consigo ficar com raiva de você? - Falei unindo as mãos dele com as minhas.

– Porque ... você ... me ama ... e eu sou ... bonito demais pra você ficar com raiva de mim. - Ele falou me dando vários selinhos.

– Esqueceu do convencido também. - Sorri disfarçadamente. - Tô com um pouquinho de dor de cabeça, vamos pra casa?

– Vamos, deixa só eu me molhar ali no chuveiro pra tirar o excesso de areia da cabeça né...

– Também vou. Olha o estrago que você fez com o meu cabelo. - Falei sacudindo as madeixas.

Nos olhamos por uns segundos e começamos à rir. Parecíamos dois adultos sem infância... Por incrível que pareça, não fomos fotografados e nem veio ninguém pedir autógrafos à Bruno. Foi uma bela tarde...