—Eu estou aqui para me juntar a Guilda dos Ladrões, Armand.- respondeu Leodius.

—Guilda dos Ladrões? De onde tirou essa ideia louca?

—Eu encontrei com um membro da Guilda, Zartta, e ela me convidou a entrar e me disse para te encontrar aqui a meia noite.

—Ok. Então você foi convidado a entrar, tudo bem, espere que os outros cheguem e vamos começar o teste.

Não demorou muito e logo chegaram mais dois aspirantes a entrar para a Guilda. Um deles era uma Khajiit, de pelo marrom e liso, trajava uma armadura de couro e carregava nas costas um arco e uma aljava cheia. O próximo a chegar era um Breton de pele bem clara, com vestes de mago. Christophe então começou a dizer:

—Vocês três estão aqui pelo mesmo motivo, se juntar a Guilda. Mas a pergunta é, qual de vocês está mais apto a entrar, qual possui melhores habilidades? O teste hoje não vai ser fácil. No caminho vocês devem ter percebido o navio recentemente atracado. Ele veio de Solitude e está carregado com diversas coisas. O objetivo de vocês é encontrar na cabine do capitão um documento que contém informações sobre o nosso braço da Guilda aqui em Cyrodiil. Um traidor de Skyrim revelou algumas informações, nos vendeu para Hieronymus Lex, o capitão da Guarda Imperial que mais nos procura. Entre no navio sem ser detectado e pegue esses documentos. Traga-os para mim e não os abra, caso abram, não entram. Muito simples, mas não muito fácil. Que o melhor ladrão vença!

Nesse momento todos se viraram e correram. A Khajiit subiu no alto muro ao lado, algo que requeria muita habilidade, já que os muros da Cidade Imperial são incrivelmente altos. O Breton continuou correndo em frente e movimentando suas mãos, num instante estava lá e no outro não, e não fazia mais barulho algum. Leodius continuou a correm em direção ao navio. Tinham três guardas na frente do navio e mias alguns no convés. Não daria para entrar normalmente, passar furtivamente entre eles não era uma opção viável. Mas Leodius havia andado pela cidade o dia todo e repara em muitas coisas, assim como um bom ladrão deve fazer e ao olhar para o navio, viu que a janela da cabine estava aberta. Era um bom acrobata, mas não tanto quanto a Khajiit, que ao olhar para cima viu que estava no topo de um dos mastros. Rapidamente, o Imperial pulou na agua e nadou em direção a parte de trás do navio. Estava decidido a escalar o navio e entrar pela janela aberta. E assim o fez, com certa dificuldade, já que se encharcou por completo. Assim que entrou começou a procurar os documentos. Nada na escrivaninha, nem na mesa de canto, claramente também não estava visível em lugar algum. Com o tempo correndo, seus adversários provavelmente estavam perto já. Foi aí que viu uma fechadura no teto.

—Pelos Nove! Justamente no teto? Tomara que esteja lá.

Leodius subiu na mesa e começou a tentar arrombar a fechadura. Primeira gazua quebrada. Tentou de novo. Track. Estava aberta. Cuidadosamente abriu-a e viu uma porção de papeis. Antes de poder olhar qual era o certo, ouviu alguém se aproximar. Pegou todos rapidamente e fechou o cofre do teto. Correu para o parapeito da janela e ficou esperando para ver quem era. A porta se abriu e ninguém entrou. Leodius se lembrou do Breton que havia ficado invisível e soltou um suspiro de alivio. Mas não poderia voltar pela agua, iria molhar os documentos. Já havia pego seu objetivo, só faltava sair de lá com eles, secos de preferência. Escalou mais o navio, a roupa já seca, com os documentos guardados nela. Por sorte, o convés estava mais vazio agora do que antes, mas ainda haviam muitos guardas nele. Começou a procurar por um meio de sair dali. Haviam barris num canto e dentro deles encontrou uma corda, guarde o suficiente para ir de lá até o cais. A pegou e jogou. No mesmo instante que ia pendurar-se na corda para sair do navio, uma flecha passou zunindo na sua orelha. Olhou para traz e viu a Khajiit no mastro, com a feição fechada, mas com raiva. Com medo de que ela tivesse errado de proposito, correu para a corda e tentou atravessar o mais rápido possível e correu de volta para o quintal onde Armand estaria por esperar um deles. A Khajiit em sua cola, corria rapidamente gritando que ele não ia tralhá-la a entrar, que já bastava de tentar e alguém a fazer falhar. Zartta estava certa. O trabalho é realmente excitante.

Mas ela não poderia matar Leodius, iria ser contra as regras da Guilda, mas Leodius não sabia disso e simplesmente correu como nunca, chegando bem depressa ao quintal.

—Aqui. - Disse Leodius entregando os papeis a Armand e arfando em busca de ar- Mas tem uma gata louca atrás de mim.

—Fique calmo, ela não vai te machucar, ela não pode. Acontece que ela anda tentando entrar a tempo e não consegue, só está frustrada por causa disso. Mas lhe devo os parabéns. Conseguiu não só os documentos que pedi, mas também alguns outros que podem ser bem uteis para a Guilda. Por falar nisso, bem-vindo à Guilda dos Ladrões! – Disse Armand apetando a mão de Leodius. – Venha, vou lhe mostrar nosso esconderijo e conversaremos mais sobre sua iniciação na Guilda e treinamento avançado.