Capítulo 4 – Reencontros.

Já tinha se passado um mês, mais uma vez James entrou em depressão, por que que tudo que ele conseguia na vida tinha que ser tirado dele? Por que quando ele conseguiu uma família que gostava dele de verdade, ela foi totalmente destruída? Ele só queria ficar em um lugar onde era querido por alguém, um lugar que ele poderia chamar de lar.

Ele ficou pensando nessas coisas por duas semanas nos destroços da cidade, mas então ele pensou no que a Fernanda iria falar do que ele estava fazendo, provavelmente ela o xingaria e daria um soco na cara dele, com esse pensamento ele riu e voltou a se focar no importante, cuidar da Andrea.

Com seu poder de localização, que só poderia ser usado em pessoas que ele já tinha tocado, descobriu onde Andrea estava, por costume foi localizando todas as pessoas que ele conhecia, quase todos que antigamente moravam na mesma cidade que ele não foram localizados, por estarem mortos, quando terminou de localizar todos os conhecidos ficou satisfeito e decidiu procurar algo para comer.

Deu o primeiro passo, ele tinha a sensação que ele estava deixando alguma coisa importante de lado, deu o segundo passo, ele revisou mentalmente tudo que tinha feito, quando iria dar o terceiro passo ele estacou.

Para confirmar o que ele tinha pensado, usou seu poder de localização de novo, descobrindo alguém que não deveria estar vivo.

Duas semanas e muito planejamento depois, James estava na frente de uma grande construção, ela era muito bem vigiada, mas, para alguém com poderes, não seria grande coisa.

Usando suas habilidades marciais, James conseguiu nocautear um guarda sem fazer nenhum barulho, tirou a roupa dele um pouco contrariado, não era normal para ele tirar a roupa de outro homem, vestiu a roupa e escondeu o corpo do guarda em um lixo próximo.

Com as memórias do guarda desacordado ele conseguiu entrar facilmente na fortaleza, e foi direto para a sala dos faxineiros, sondando a mente de todos que estavam ali dentro encontrou o que era mais compatível com o seu plano e se aproximou dele, quando chegou perto o suficiente fingiu um tropeço e encostou no braço do zelador com a mão direita.

- Cuidado. – resmungou o zelador.

- Desculpe. – respondeu James sorrindo.

Com essa parte do plano feita ele foi direto para a onde a pessoa que ele queria ver estava presa.

- O que você esta fazendo aqui soldado? – perguntou um homem com uma farda diferente dos soldados que guardavam o perímetro do prédio.

- Desculpe senhor. – falou batendo continência totalmente errada por vontade própria. – Eu me perdi.

O “superior” suspirou, balançando a cabeça e murmurando algo como :’esses novos recrutas’.

Sem o outro perceber, James se aproximou e com um único golpe apagou o inimigo.

- Ainda bem que ele era idiota o suficiente para cair nessa, só tenho mais três poderes que posso liberar. – falou pensando no que ia fazer com o corpo.

Andando um pouco pelo corredor ele viu uma porta de madeira, abrindo ela se deparou com um pequeno banheiro.

- Acho que vai servir. – falou arrastando o oficial para dentro do banheiro e o trancando lá.

Ele continuou seu caminho, parou em frente a uma porta com senha e colocou a mão em cima da mini tela.

- Só faltam mais dois agora.

A porta se abriu com um estalo, passando por essa porta ele entrou em um corredor tinha um elevador e varias portas, sorrateiramente ele ficou embaixo de uma câmera de vigilância, quando viu que não estava sendo filmado abriu uma porta do lado da câmera e apoiando nela tocou na câmera, até agora ele não tinha sido incomodado por esse tipo de vigilância, pois estava em um andar que só serviçais trabalhavam, mas agora ele iria para um andar onde a segurança era muito mais reforçada.

Depois de entrar no sistema de vigilância e colocar todas as câmeras que ele queria em loops (a câmera passa o mesmo vídeo repetidas vezes) ele parou de se apoiar na porta e foi para o elevador, ao invés de apertar o botão para chamar o elevador ele somente colocou a mão sobre o botão.

Alguns segundos depois as portas do elevador se abriram e ele entrou, não se preocupando com a câmera interna, pois ela não estaria filmando ele.

Ele chegou na parte critica da missão, não poderia errar em nada agora, o tempo era cronometrado com o zelador que ele estava monitorando pelo poder de localização.

Ele saiu do elevador em um corredor com algumas portas de ferro, foi fácil demais entrar na prisão, mas esse ainda era o primeiro nível dela, ele precisava ir ao terceiro para chegar onde queria.

Andando calmamente ele chegou no primeiro lance de escadas sem encontrar nenhum guarda, ele estranhou isso, chegou no segundo nível e sentiu um cheiro estranho, continuou andando.

Quando chegou no terceiro nível descobriu o porque de ser tão fácil de passar pelos outros níveis, todos os guardas estavam desmaiados por causa de um gás do sono.

Meio tonto por causa do gás James não percebeu que não era o único de pé por ali.

- Não se mexa – disse alguém atrás que empunhava uma arma e apontava ela para a nuca do James.

James, ainda tonto, levantou as mãos em sinal de rendição, aos poucos o seu corpo se adaptava ao gás do sono, e com isso a tontura desapareceu.

- Ele não deveria estar dormindo agora? – perguntou outra pessoa.

- Acho que o gás já se dissipou o suficiente. – disse uma voz feminina.

James conhecia essa voz, com o seu poder de localização confirmou quem era a pessoa e se virou rapidamente.

- Fique quie... – disse a pessoa que estava com a arma apontada para James, foi interrompida porque o mesmo arrancou a arma de suas mãos e deu um soco no estomago do dono da arma.

Agora James estava com uma arma na mão encarando cinco pessoas armadas e com mascaras de gás.

- Solte a arma e levante as mãos novamente. – falou um dos mascarados.

James largou a arma no chão, mas não levantou as mãos, ele olhou com raiva para uma das pessoas que estava ali e falou:

- Por que você está aqui?

A pessoa com quem ele estava falando abaixou a arma imediatamente.

- James? – perguntou meio abobada.

- Me responde Andrea, o que você esta fazendo aqui? – repetiu a pergunta em um tom totalmente reprovador.

- Andrea, você conhece ele? – perguntou um dos mascarados.

- Sim, ele era aquele que cuidava de mim, o dono da oficina. – respondeu ainda abobada.

- Ele não tinha morrido na explosão? – perguntou outro mascarado.

Por causa dessa pergunta, Andrea levantou a arma de novo e apontou para James, o que tinha sido acertado já tinha recolhido a sua arma.

- Quem é você? – perguntou um dos mascarados.

- Droga. – disse James, o tempo dele estava acabando, sem dar importância para as armas, ele caminhou até uma cela e colocou a mão sobre o cadeado eletrônico dela, esperou o momento certo e abriu ela, suspirou e olhou de volta para sua “irmãzinha” – Vocês também querem conversar com ele certo? – os mascarados depois de um momento de hesitação confirmaram com a cabeça. – Vamos entrar então, quando sairmos daqui vou querer saber o porquê de você estar em um lugar assim tão perigoso. – falou olhando diretamente para a Andrea.

James pode sentir que por debaixo da mascara ela estava sorrindo.

Nada pôde preparar eles para o que tinha dentro da cela.

- Mesmo preso não recusa as mordomias. – falou James debochado.

A “cela” era simplesmente magnifica.

Tinha varias estantes com livros, TVs, computadores, uma cama gigante, sofás, uma lareira, um closet, um banheiro luxuoso.

- É o costume. – respondeu um senhor que estava sentado em um dos sofás lendo um livro. – Você demorou muito, o que andou fazendo? – perguntou com um ar entediado.

- Invadir uma das fortalezas mais bem guardadas do planeta não é uma coisa que se pode fazer de uma hora para a outra, se bem que foi fácil demais. – James parou pensando um pouco. – Para que serve essa lareira?

- A lareira é só decorativa mesmo, quando era pequeno sempre quis ter uma dessas em casa, mas meu pai não deixou colocar. – explicou Vilão. – Você acha que eu não facilitaria a minha própria fuga?

- Achei que você estava meio ocupado para mexer uns pauzinhos. – falou apontando para os livros ao redor.

- Ei vocês dois querem parar de falar como se estivessem se encontrando para o chá das cinco?! – quase gritou um dos mascarados.

O antigo Vilão bufou.

- Esses moleques de hoje em dia, não respeitam conversas civilizadas, a propósito porque você veio com esses rebeldes?

- Eu não vim com esses rebeldes, eu os encontrei aqui tentando invadir. – respondeu James.

- Essa garota não era aquela que morava junto com você? – perguntou Vilão apontando para Andrea.

- Você colocou câmeras na privada também? – perguntou James curioso.

- Não sou tão indiscreto de colocar câmeras na tua casa, só fiquei vigilante, o que aconteceu com a outra garota, Fernanda, não? – perguntou Vilão, James ficou com um olhar sofrido. – Você sempre foi muito sentimental, não deveria ficar assim por coisas tão pequenas.

- Como vamos sair daqui? – perguntou James mudando de assunto.

- Nós temos uma rota de fuga... – começou um dos mascarados.

- Que provavelmente já foi bloqueada, os alarmes já dispararam. – falou Vilão calmamente. – Vocês fizeram muita bagunça vindo aqui.

- Como você sabe? – perguntou Andrea.

- Que os alarmes estão tocando? Eu conectei meu cérebro diretamente com o computador central de todas as minhas bases, mesmo sendo bloqueado por meu “filho”, eu consigo saber dessas coisas. Vamos andando, que daqui a pouco vão vir soldados para nos deter. – falou marcando a pagina do livro e colocando ele de volta a prateleira.

Os rebeldes estranharam a tranquilidade do antigo Imperador, mas nada falaram.

- Vocês fizeram uma grande bagunça aqui. – falou Vilão sentindo o cheiro do gás do sono e vendo os guardas no chão. – Sistema de ventilação, ativar.

Com um barulho mínimo o sistema de ventilação tirou todo o gás do ambiente.

Vilão foi para frente de uma parede e colocou a mão nela, depois de alguns segundos a parede se abriu mostrando um elevador.

- Vamos logo. – falou Vilão entrando.

Os rebeldes se entreolharam, tentando adivinhar o que iria vir agora, James simplesmente entrou no elevador, como os mascarados não queriam ficar sozinhos entraram também.

O elevador desceu durante algum tempo até que parou em um lugar do subsolo, quando saíram do elevador as luzes se acenderam mostrando um moderno metrô.

- Plano de fuga? – perguntou James.

- Sempre tenho dois ou três. – respondeu Vilão sorrindo.