O Herói Caído

A líder rebelde.


Capítulo 5 – A líder rebelde.

- Aonde isso vai nos levar? – pergunta Andrea olhando para o metrô.

- Vai nos levar para a minha cidade natal, - respondeu Vilão. – A mesma onde vocês moravam e tinham uma base.

- Mas por que você tinha uma rota de fuga para lá? – perguntou um dos mascarados.

- Por causa dele. – falou apontando para James. – Vocês não acham que já está na hora de tirar essas mascaras? É irritante falar com alguém assim.

Os seis tiraram as mascaras, tinham duas garotas, Andrea e uma de uns 20 anos, cabelos castanhos e olhos verdes, e quatro garotos de mais ou menos 20 anos também.

- Eu sou Lissandra. – falou a garota. – e esses são Marco. – falou apontando para um garoto corpulento, cabelos negros. – Leonard. – um rapaz franzino e com cara de nerd da computação. – Alan. – apontou para um rapaz de estatura mediana, loiro, e que pela postura era um bom lutador. – Vinicius – disse apontando para o que estava perto da Andrea, ele era moreno, parecia se exercitar muito. – e Andrea que vocês já conhecem.

- Não precisava apresentar todo mundo, só disse para retirarem a mascara, melhor entrarmos logo, não quero ser pego por incompetência desses jovens – falou Vilão diretamente para James.

James se limitou a dar um sorriso sarcástico e entrar no vagão metro logo atrás do seu antigo inimigo, os rebeldes não querendo ser deixados para trás entraram também.

A aparência da parte de fora do metrô não revelava que dentro dele era mobiliado, tinha vários sofás, um frigobar e alguns livros. Os rebeldes sentaram um perto do outro enquanto James sentava no fundo do metrô, se concentrando em seus poderes procurando inimigos e o Vilão foi para a parte do maquinista.

Com um pequeno ruído, o metro começou a andar e Vilão se sentou nos sofás perto dos rebeldes.

A viagem passou tranquila, sem nenhuma conversa e sem nenhum obstáculo.

- Eu ainda não entendi o que o todo poderoso Imperador tem a ver com um simples mecânico? – perguntou Alan interessado.

- Nada. – respondeu Vilão. – mas tem tudo a haver com o que ele era antes.

- O que ele era antes? – repetiu Andrea. – Ele nunca falou do seu passado, James trabalhava para você? – perguntou desgostosa.

Por essa fala Vilão riu.

- Não se preocupe garota, ele não conseguiria fazer mal a uma mosca se ela não tivesse explicitamente feito algo de errado. – explicou Vilão.

- E então por que ele foi te salvar? – perguntou Lissandra.

- Porque ele me devia um favor, não pergunte qual. – respondeu Vilão.

- Você planejou a fuga toda só por que ele te devia um favor? – perguntou Alan.

- Por incrível que pareça, sim. Ele é uma das pessoas mais previsíveis que eu já conheci. – comentou Vilão.

James estava sentado em silencio sem prestar a atenção à conversa, ele sabia que Vilão não iria contar seu segredo. Ele estava pensando no que fazer agora, ele precisava de objetivos, esse era o único jeito que ele encontrou para seguir em frente toda a vez que ele caía, agora que ele já tinha resgatado o Vilão o que ele iria fazer?

- James. – chamou Andrea.

James olhou para sua “irmãzinha” e decidiu que iria protege-la a qualquer custo, ele sorriu, já tinha um objetivo na vida.

- O que foi? – perguntou James.

- Estamos falando com a base, para eles mandarem um veiculo nos pegar, você sabe onde seria melhor para o ponto de encontro?

- Na estrada para o antigo ferro velho, é um ótimo ponto de encontro, o bosque de lá é bem fechado, podemos escapar se algum inimigo tiver nos seguindo. – falou James.

- Concordo com ele. – disse Andrea.

Leonard, que estava com o comunicador, passou a informação.

- Só espero que não tenhamos que correr. – disse Marco. – pois esses dois nos atrasariam – disse se referindo a Leonard e Vilão, que não tinham nenhuma aptidão para exercícios físicos.

Os dois mencionados fizeram que não ouviram a ofensa.

- Estamos chegando. – avisou Vilão.

O metrô foi diminuindo a velocidade até que parou completamente.

Eles tinham chego a uma antiga estação de metrô, ela estava abandonada, tinha várias pichações, bancos quebrados, lixo no chão e uma parte o teto tinha desmoronado.

- Muito bonito. – comentou Vinicius, essa era a primeira vez que ele falava. – Em que ponto da cidade estamos? – perguntou ele.

- No norte, perto da antiga praça centenária. – respondeu Vilão.

- O ferro-velho não fica muito longe daqui – falou James. – Em menos de 10 minutos chegaremos lá.

Quando saíram do metrô encontraram a cidade em ruinas, o ataque tinha detonado toda a cidade, nada foi poupado, Vinicius abraçou Andrea, que estava com os olhos lacrimejando.

James foi o primeiro a sair do transe de ver a sua cidade destruída, ele já tinha se acostumado com a vista, mesmo assim ela era assustadora, o que a humanidade podia fazer por simples ganancia.

Eles saíram da cidade e caminharam por uma pequena estrada de barro, até chegarem perto do ferro velho.

- Melhor esperar em um esconderijo, alguém pode passar por aqui e chamar o pessoal do imperador. – falou Alan ironizando a ultima palavra.

Tirando James, todos ficaram esperando uma reação do antigo Imperador, que não veio.

- Vamos entrar um pouco na mata. – falou James apontando para a parte mais arborizada dali.

Suspirando, por causa do cansaço, o grupo foi caminhando vagarosamente para a mata e mais uma vez ficaram em silencio.

- James, como você conseguiu entrar na fortaleza sem ser notado? – perguntou Andrea receosa.

- Não foi muito difícil. – comentou James. – Eu mandei um vírus para a fortaleza, depois de duas semanas inativo o vírus ficou indetectável para o sistema. Você ajudou nisso? – perguntou para o Vilão.

- Não, nem tinha notado que aconteceu isso, acho melhor atualizar as defesas dos computadores da fortaleza quando voltar. E o que esse vírus fazia?

- Ele encobria um acontecimento o transformando em outro, com esse vírus eu conseguiria fazer uma duplicata de registros, e como a duplicata ocorre de vez em quando em computadores, ele só guardaria na memoria um deles, ocultando totalmente a minha passagem pela porta.

- Mas isso só ocorre quando os registros são feitos ao mesmo tempo. – falou Vilão.

- Por isso coloquei um rastreador em um dos serventes da fortaleza, enquanto ele abria as portas para ir trabalhar eu abria para entrar na masmorra.

- Isso precisa de uma precisão de no mínimo 0,5 segundos para o meu computador. – comentou. – Plano simples e brilhante, pena que foi estragado por eles. – falou apontando para o sexteto de mascarados.

James deu um pequeno sorriso, enquanto todos os outros bufaram.

- E como seria a continuação dessa rota de fuga? – perguntou James. – Já que agora estamos aos cuidados deles.

- Essa rota foi planejada quando a cidade ainda estava inteira, mas eu tinha outros planos de fuga para o caso de ocorrer algo assim. – falou apontando na direção da cidade. – Mas como eles vieram, usei esse plano que gerava menos aborrecimento para todos.

James concordou com a cabeça e ficou em silencio, como os rebeldes não confiavam no Imperador, se distanciaram um pouco, longe o bastante para nenhum dos dois escutassem e perto o suficiente para prevenir uma possível fuga.

Alguns minutos depois uma Van estacionou no meio da estrada e começou a piscar os faróis em uma sequencia, depois de terminada a sequencia os Rebeldes, com uma lanterna, responderam.

- É a nossa carona. – falou Andrea.

Vilão, gemendo por causa do esforço, se levantou e acompanhou os outros para a Van.

Quando estavam todos acomodados, o motorista deu a partida e simultaneamente um gás se espalhou pelo veiculo, rapidamente os Rebeldes colocaram as mascaras.

- Desculpem, mas não queremos que vocês saibam a localização da nossa base – Falou Andrea.

Para a surpresa de todos dentro do carro...

- Isso não é meio clichê? – pergunta Vilão. – Colocar a pessoa dentro do carro e usar um gás sonífero para apagar a pessoa?

- Verdade, até me lembra aqueles filmes antigos da máfia. – respondeu sarcasticamente James.

- Poderoso Chefão, foi o melhor filme desse estilo que eu já vi. – comentou Vilão. – Eu me inspirei muito nele.

E os dois continuaram conversando sem ligar para o gás sonífero que deveria apagar eles.

- Como vocês continuam acordados? – pergunta Leonard.

- Quando vocês foram me resgatar e usaram o gás na frente da minha cela, por precaução eu o analisei e fiz um antidoto para ele. – falou Vilão como se não fosse nada.

Para não perder o costume, eles ficaram surpresos.

A viagem não foi agradável, os olhares de desconfiança para cima do James aumentaram, parecia que as teorias de como os dois se conheciam estavam ficando cada vez piores, James não ligava para isso, a única coisa que o machucava era ver alguns olhares desconfiados vindo da sua “irmãzinha”.

Depois de uma hora e meia de viagem a Van reduziu a velocidade, parando na frente de um prédio antigo, o motorista falou alguma coisa em um comunicador e o portão da garagem do prédio se abriu, o carro entrou e ficou parada bem na entrada da garagem, depois que o portão fechou, o motorista confirmou alguma coisa no comunicador.

Um pequeno tremor aconteceu e a van começou a descer, James olhou pela janela e viu as paredes subindo, a Van tinha entrado em um elevador.

- Vamos ficar no lado de fora, procedimento padrão. – disse Vinicius.

Quando o elevador parou, todos já estavam fora do carro, cinquenta homens armados estavam apontando suas armas diretamente para Vilão.

- Vamos. – disse Vinicius, começando a andar.

Guiados pela escolta armada, James e Vilão andaram por vários corredores, até chegarem na frente de uma porta dupla.

- Façam qualquer coisa, mas não falem do cabelo dela. – avisou Andrea.

Dois guardas abriram a porta.

O aposento era uma sala de inteligência, cheia de computadores e pessoas andando de um lado para o outro.

Os dois foram guiados por um corredor entre os computadores, até uma mesa comprida, provavelmente onde os lideres se reuniam.

- Senhora, eles chegaram. – disse Vinicius.

Uma das cadeiras, que estavam de costas para os recém-chegados se virou, uma mulher de uns 30 anos, pálida, corpo atlético e...

- Cabelos azuis? – perguntou James abobado.

Todos os rebeldes fizeram uma careta, a mulher fez uma expressão de puro desprezo.

- Floco de Neve? – perguntou James, quase sorrindo.

A mulher de cabelos azuis olhou confusa para ele, mas depois de algum tempo fechou a cara.

- Há quanto tempo Herói.