22º Ano De Llane Wrynn– 17º Dia do Verão

Três dias se passaram após a revelação. Staypuft assumiu durante quase o tempo todo, escolheu a dedo todos os guerreiros e magas que irão lhe acompanhar, planejava as defesas para quando a guerra iniciar, e no tempo livre duelava com Hadggar para manter suas magias afiadas.

Naquela noite, a cúpula da bastilha foi formada na sala de reuniões, para serem tomadas as últimas decisões. Na mesa estavam Jaina Proudmore, Uther, Hadggar e Muradin Barbabronze, que era um dos membros do Conselho Dos Três Martelos, de Altaforja. Nas pontas da mesa estavam Staypuft Luximos e Sir Sirius Tyrell.

—Que loucura é essa? Ir além do portal? Nós não sabemos o quem tem do outro lado. Ir em frente com esse plano é o mesmo que ser sentenciado à morte! – Exclamou Sir Sirius ainda indignado.

—Concordo plenamente. – Disse Hadggar, todos concordaram com acenos de cabeça.

—Todos vocês estão certos, a grandes chances de nós morrermos para lá do portal, por isso eu disse a todos que irão me acompanhar que a morte deles é certa. – A frieza das palavras de Staypuft assustou alguns daquela mesa. – Medivh não está agindo sozinho, algo além do portal também está envolvido, é obvio. Temos que cortar o mal pela raiz. Mas não os chamei aqui para esse assunto, precisamos estabelecer os últimos detalhes do plano, decidi fazer algumas mudanças. Muradin sei que é um guerreiro lendário, que sua força vale mais que mil homens, porém recuso seu pedido de se unir a nós na invasão. A Aliança enfrentara problemas no norte, coisas estranhas têm acontecido por lá, sua sabedoria e força será necessária, e é claro, todos os anões de Altaforja, só vocês conseguem se sair bem na neve. – Muradin deu um sorriso de canto de boca – Jaina mudei de ideia a respeito de você, quero que fique aqui e tome conta da bastilha. Quero que Hadggar venha comigo.

—Por quê? Acha que não sou forte o suficiente? – Disse Jaina inquieta.

—Não, pelo ao contrario. Sei que é forte, e é por isso que deve ficar. Antônidas já não tem mais forças para liderar o Kirin Tor. Sei que ele ama de cuidar dos jardins e dos animais a sua volta, peço que assuma o Kirin Tor e deixe nosso amado mago terminar os seus últimos dias fazendo algo que ame. Tem que ser você, as magas não ouviriam as palavras de Hadggar, e também não quero que lhe aconteça mal algum. – Terminou o mago sem jeito e com duvida, o que será essa emoção que eu sinto perto dela?

Sem pensar e nenhum argumento melhor, Jaina consentiu. Staypuft continuou:

—Preciso de um grande mago ao meu lado durante a invasão, para que juntos conseguirmos abrir o portal novamente para retornar a Azeroth.

—Deixe Hadggar, eu vou com você. – Disse Sir Sirius.

—Aceito. – Disse Staypuft de imediato, todos se assustaram. – Sei que pode parecer loucura, pois talvez não conseguiremos voltar, mas sempre quis lutar ao seu lado, mestre.

Todos ficaram em silêncio, absorvendo o que foi dito.

—Tenho uma pergunta a você, mago. – Disse Uther.

—Diga.

—Por que escolheu guerreiros e magos tão fracos para lutar ao seu lado? Disse que só iria pegar os melhores.

—Eles não são fracos. Quando disse a eles o plano, eles não questionaram e não hesitaram nem por um segundo. São homens e mulheres que defendem a Aliança com tudo que podem e conseguem, nem que isso lhe custe à vida. É ao lado dessas pessoas que eu quero lutar. – Respondeu Staypuft.

—Que assim seja, terminamos essa reunião. – Exclamou Sir Sirius Tyrell.

Todos se levantaram, fizeram leves reverencias e foram à porta.

Após andar sobre os corredores de pedras com portas de madeira aqui e ali, subir escadas, e passar por salões cheios de documentos a mesa, Staypuft que agora era Dovahkiin chegou à entrada do pequeno castelo que foi construído encostado na colina ao norte da bastilha. Ao sair, avistou Montres trabalhando em uma pequena oficina, provavelmente mexendo em suas próprias peças de armadura. Foi até ele.

—É como disse, não é um bom ferreiro. – O anão o olhou.

—Eu não sou um bom ferreiro, e nem um bom membro da A.V.I.N, ao contrario de você, que é ótimo nos dois. – Disse o anão. Apesar das palavras, ele não parecia triste, nem exibia nenhuma expressão de sentimentos ruins.

—Você ainda bebe melhor que eu, e tem mais senso de humor. – Disse Dovahkiin.

—É a única coisa que me restou.

—E a única coisa que me restou foi minha palavra. Em alguns lugares isso vale menos que um rato morto. – Disse o mago tentando animar Montres.

—Olha a sua volta Dovahkiin, veja o que sua palavra fez. Entramos em uma guerra, construímos uma bastilha, e agora iremos para outro mundo.— Disse o anão.

São feitos de Staypuft e não meus. Pensou, mas não quis dizer, e contrariar Montres.

—Não entenda errado mago, eu estou muito feliz assim. Sou um ninguém aqui, e isso me agrada. A vantagem em ser um ninguém.

—Que tipo de vantagem? – Perguntou Dovahkiin.

—Eles não confiam tanto em mim para me colocar em cargos responsáveis, por isso vivo minha vida sem preocupações. Eles também não esperam nada de mim, então qualquer coisa que eu faço os impressiona, já que eu não demonstro altas expectativas sobre mim mesmo.

—Bom, vendo por esse lado você esta certo. Fico noites sem dormir pensando nessa guerra.

—Você acha que nossa invasão será fácil? — Perguntou Montres.

—Creio que não. O ser que está do outro lado é poderoso, provavelmente suspeita de alguma coisa, ou até mesmo tem certeza. – Disse Dovahkiin, ainda não acostumado com o clima do deserto, calor de dia e frio à noite. – Posso te contar um segredo Montres? O que me amedronta não é o que está do outro lado desse tal portal, e sim o que nos iremos deixar pra trás. Tenho certeza de que a Horda tentará algo, é quase certo de que tem Corvos deles entre nós, e sei que os Lazúlis venderiam a metade de Ventobravo que lês pertence como se fosse um porco. E também temos o problema no norte.

—Qual é esse problema de que tanto falam? Não me parece que os elfos causaram problemas, pelo menos não por enquanto.

—O problema está ainda mais ao norte, meu amigo. – Disse Dovahkiin.

—Ainda mais? – Perguntou Montres.

—Sim, em Nortúndria.

Assim que a palavra terminou de ser dita, Montres já compreendeu o que era e sentiu um frio na espinha, e o medo lhe assustando. E então o refrão de uma das suas musicas preferidas fez sentido:

Quando o inverno chegar

E o frio se levantar

Morrer duas vezes não será impossível

Minha vida acabara ao lado de uma criatura imbatível

Seu nome será Lich, e será chamado de Rei.

E sobre o peso de sua espada

Eu perecerei.

22º Ano De Llane Wrynn– 27º Dia do Verão

Passado dez dias, a hora finalmente chegou. Há três dias Medivh começou os seus preparativos para abertura do portal, e a Aliança ergueu um pequeno posto a uma tarde a pé de distância do mesmo, com não mais do que trinta pessoas e uma frota de grifos.

O sol que pairava em cima de suas cabeças estava tão quente, e a areia tão vermelha, que o nome Barreira do Inferno reforçou seu sentido.

Montres estava em uma mesa bebendo, Não quero estar são quando isso acontecer, ele dizia. Staypuft estava preparando os soldados e as magas, e Sir Sirius Tyrell estava fazendo suas ultimas preces. E em um instante, Staypuft sentiu um poder imenso vindo do sul. Está na hora! Os próximos vinte minutos se passaram rápido como um segundo. Os soldados e magas correram e montaram em seus grifos, criaturas com cabeça e asas de águia e corpo de leão, as penas da cabeça eram brancas e do resto do corpo e asas cor de caramelo, chamavam esses de Grifos Dourados. Os grifos de Staypuft e Sir Sirius Tyrell eram todos negros com assustadores bicos pontiagudos, o chamavam de Grifos de Ébano, e o grifo de Montres era todo branco e belo, o chamava de Grifo Nevado, Montres lhe deu o carinhoso apelido de Água Ardente. Todos os vinte e três grifos tinham armaduras que protegiam a cabeça e o peito.

-Vamos voar! – Exclamou Staypuft.

Então os vinte e três grifos dispararam, e após alguns metros, levantaram voo. Depois de alguns minutos, os Vinte Três Suicidas, nome dado a esse batalhão, estavam alto no céu.

Montres olhou a sua volta e viu que todos estavam sérios e concentrados, porem um dos soldados, o mais novo, estava com um sorriso no rosto, podia se ver pela abertura do capacete.

-Ei você, por que está tão alegre? – Gritou Montres curioso.

-E como poderia não estar? Estou indo em uma missão ao lado dos melhores guerreiros da Aliança. – Respondeu o jovem.

Então Montres se viu quando era mais novo.

-Diga-me, qual seu nome rapaz? – Gritou Montres por cima do barulho do vento e das asas batendo.

-Feliz Lazúli, senhor.

-Sorri diante da morte soldado, é mesmo um tolo.

-Não estamos diante da morte, sei que iremos retornar com vida.

-É, realmente é um tolo. – Então Montres olhou para Dovahkiin, Assim como você era há dois anos, pensou.

Os vinte e três membros do batalhão seguiram ao sul em silencio, e então viram, de longe, o portal. Tinha vinte metros de altura e dez de largura, era retangular e tinha estatuas de dragões dos lados. Quando se aproximaram viram alguém conjurando uma corrente de poder que ia dele ao portal.

Então você finalmente chegou, jovem mago, hahaha, Dovahkiin ouviu em sua cabeça, Já que está tão determinado em tal burrice, não vou impedi-lo. Esperava mais do Grande Mago da profecia hahahaha. As gargalhadas deram calafrio em Dovahkiin, e encheram-lhe de ódio.

E, por fim, adentraram o portal.