25º Ano De Llane Wrynn– 27º Dia do Verão

Dovahkiin acordou com um susto, não conseguia se mexer e nem mesmo abrir os olhos ou a boca, mas sentia os músculos. Era como se tivesse em um casulo.

-Ah, então finalmente acordou. – Ouviu de uma voz rouca.

Um clarão veio em seus olhos logo em seguida, e só depois de alguns segundos conseguiu recuperar a visão e notar que estava enrolado em muitas faixas. Tentou desenrolar-se, mas sentiu uma enorme dor em todo seu corpo, então o anão fez o serviço.

-Onde estou? – Perguntou Dovahkiin.

-No acampamento de um marginal chamado Ariden, na Trilha do Vento Morto. Mas pode ficar tranquilo, nem ele e nem sua corja estão por aqui. – Respondeu Montres.

-O que estamos fazendo aqui? Temos de ir para o portal!

-Ah é uma longa história. A pergunta é, você está pronta para ouvi-la? – Disse o anão sem rodeios.

Dovahkiin acenou com a cabeça, ainda recuperando suas forças.

-Bom, então lá vamos nós. Quando entramos no portal, tudo aconteceu muito rápido, os grifos com algum tipo de feitiço em poucos segundos já estavam no castelo do Titã das Duas Irmãs, Staypuft o chamava de Illidon Tenespuria ou algo do tipo. Quando chegamos lá, lutamos com batalhões e mais batalhões de soldados dele, e à medida que íamos entrando também íamos enfrentando alguns de seus generais, soldados de elites, sei lá o que aquelas coisas eram, um deles eram uma bola de cristal com três rostos, você tinha que ver, era horrível. Quando chegamos ao tal Illidon, boa parte da nossa tropa já tinha morrido então Staypuft começou a lutar contra ele em uma batalha tão intensa que nós do resto da tropa não ousamos interferir. No final dela, Illidon em um golpe desesperado, fincou uma das armas irmãs em Staypuft, e ele em resposta ficou sua espada no Titã, então algo estranho aconteceu.

Pela sensação que Dovahkiin tinha, ele já suspeitava o que tinha acontecido, mas não conseguia acreditar.

-O que aconteceu? – Perguntou o mago.

-Muitas luzes e energias rodearam o local, sei lá, era algo místico muito poderoso, que quando olhei minha cabeça quase explodiu. No fim de tudo, o Titã tinha morrido, pelos menos eu acho. E você? Bom, todos acharam que tinha morrido também, porem eu tinha minhas suspeitas e resolvi enfaixar você em tudo isso ai e trazer de volta pra Azeroth.

-Há quanto tempo foi isso?

-Três dias. Creio que foi uma recuperação rápida até. – Respondeu Montres sobre o estado de Dovahkiin.

-Me sinto estranho, não estou sentindo ele.

- Eu tenho minhas suspeitas. Naquela hora, aquelas coisas místicas, talvez tenha sido Staypuft saindo do seu corpo, agora se foi vivo ou morto eu não sei, e o que ele era também não.

-Vivo, disso eu sei. E porque ainda estamos aqui? Onde estão os outros? – Perguntou Dovahkiin ainda desnorteado.

-Você estava certo, os Reinos do Leste está um caos. A Horda de Ferro atacou Ventobravo, e os Lazúli os ajudaram como você disse que fariam. Do lado de cá, a Bastilha de Etergarde não conseguiu conter o exercito que veio do portal. Ventobravo foi ataca pelos dois lados, mas o exercito vil logo caiu após a queda de Illidon. O Rei Llane foi ferido, mas conseguiu levar boa parte dos cidadãos em rumo a Altaforja. Já o que restou do nosso esquadrão, Balthier, Karen Crackerssyn, Chunder Ruim e Flander Ruim foram aos arredores de Ventobravo para ver mais de perto o que está acontecendo, e Wander Ruim, Trinta Yam, Sete Yam e Feliz Lazúli foram para a Floresta do Crepúsculo em busca de ajuda ou algo do tipo.

- E onde está Sirius?

-Boa pergunta, não o vejo desde quando entramos no portal, ele não estava lá lutando conosco. – Respondeu Montres.

-E como sabe de tudo isso? – Questionou o jovem.

-Ha, nessas terras o vento fala, e como fala Ha. – Respondeu o anão, e logo depois tomou um gole de algo.

-Precisamos sair daqui... Ai. – Reclamou o mago após sentir uma pontada de dor ao tentar se levantar.

-Calma você ainda não está em condições. Água Ardente foi em busca de comida, coma e logo estará forte.

-Você realmente não sabe de Sirius? – Perguntou Dovahkiin.

-Ha, olhe ele lá! – Respondeu Montres.

Dovahkiin virou o pescoço e viu um grifo todo branco trazendo uma ave grande no bico, ele logo ele pousou próximo aos dois.

-Vamos comer logo, agora que acordou precisamos nos mover. Estamos ao leste o suficiente para ser atacado pelo o que restou do exercito de Illidon, e ao norte demais para ser encontrado pela Horda ou seus aliados.

-É Illidan, Illidan Tempesfúria. – Corrigiu Dovahkiin.

-É, é, tanto faz.

Montres rapidamente limpou a ave e assou na fogueira, Dovahkiin ficou em silêncio ainda confuso com tudo aquilo. Depois de algum tempo, eles comeram, o anão arrumou suas coisas e colocou Dovahkiin no lombo de Água Ardente e logo depois partiram. O jovem mago após alguns instantes de viagem desmaiou de dor e cansaço.

Ao acordar, já era noite. Dovahkiin olhou a sua volta, e em meio às ruinas de uma torre alta e velha, viu um rosto conhecido.

-Ei, Wander, como está? Onde estamos? – Perguntou o mago.

Assim que o suicida o avistou, saiu a passos largos para fora da torre em silencio. Dovahkiin ouviu pessoas conversando do lado de fora, e depois de instantes viu Sir Sirius Tyrell, Wander Ruim e Trinta Yam adentrarem ao recinto.

-Ora, ora, ora, quem acordou. Vamos, algemem-no. – Ordenou Sir Sirius. Então os outros dois obedeceram.

-Como assim? – Disse Dovahkiin incrédulo enquanto ia sendo algemado com correntes presas a parede sem forças para resistir. – Sirius, o que está acontecendo?

-Ah, muitas coisas estão acontecendo. Quer saber, mudei de ideia, podem solta-lo. – E então os outros dois obedeceram.

-Poderia me explicar o que esta acontecendo? Por que iria me acorrentar?

-Ah Dovahkiin, só sua presença já me repulsa. Não vou me explicar pra você. Rapazes fazem o que quiserem, mas sejam rápidos, já estamos partindo. – Respondeu Tyrell e logo depois se retirou da ruina.

Então Dovahkiin recebeu dois socos na cara, o que fez sangrar seu nariz e sua boca, e um chute na barriga de Wander Ruim, o jovem estava tão debilitado que as agressões pareciam mais cutiladas.

-Olhe rapaz, não tente bancar o herói agora, vamos deixar você vivo, mas não se atreva a nos seguir. – Disse Trinta Yam.

A ultima visão de Dovahkiin foi dos dois indo embora, e então voltou a desmaiar todo ensanguentado.

25º Ano De Llane Wrynn– 28º Dia do Verão

Já era de manhã quando voltou á acordar, levantou-se quase sem conseguir, “não era para eu estar de pé, não era para eu me recuperar tão rápido de uma batalha intensa, não era nem mesmo para eu estar vivo”, pensou, e foi se arrastando até a porta. Ao sair sentiu o vento fresco que vinha da floresta sinistra onde o silencio predominava. A torre era rodeada por um chão elevado pavimentado por pedras e pequenas muralhas nas bordas, havia uma rampa larga em frente à porta que dava para uma trilha escura mesmo de dia.

-Eles foram para Vila Sombria para se encontrar com os outros. – Disse uma voz.

Dovahkiin olhou para o lado e viu um velho também ensanguentado.

-Se os encontrar, mate-os, todos eles. – Continuou o velho.

-Quem é você? – Perguntou o jovem.

-Não há tempo, vá. – Respondeu o velho.

Mas que desgraça, ninguém nessa porra de reino pode me responder uma única pergunta?”

-Há tempo sim, na verdade há uma eternidade. Agora me responda quem é você? – Questionou Dovahkiin já irritado.

-Perdão, meu nome é Abercrombrie, sou um pequeno alquimista e moro aqui nesta ruina. Eles chegaram aqui á algumas horas, me espancaram e quebraram minhas coisas. Quando perguntei o porquê, ele, o tal Sirius, disse que eles tinham marcado um encontro aqui e que seus soldados precisavam fazer alguma coisa para passar o tempo. E então chegou um anão trazendo você em um grifo. Nunca tive muitas coisas morando aqui, e o pouco que tinha eles destruíram tudo. Muitas pessoas diziam que eu nunca seria alquimista e me expulsaram da vila por ser uma boca inútil para eles alimentarem, e graças a esses desgraçados que vieram aqui, eu perdi todas minhas pesquisas e minhas ferramentas. Por favor, eu lhe imploro, se encontrar com eles novamente, mate-os, por favor.

Dovahkiin sentiu uma revolta, e isso o ajudou a se recuperar, “Quando saiu, Staypuft me abençoou para me recuperar mais rápido, pelo menos isso ele fez por mim”. O jovem acenou para Abercrombrie e seguiu seu caminho. Ele estudou mapas tempo suficiente na Catedral para saber onde ficava Vila Sombria, tendo em visto que também sabia que aquela torre se chamava Refúgio dos Mendigos e que estava na Floresta do Crepúsculo.

Durante toda a caminhada pela trilha, sentiu suas forças voltando e uma pequena pergunta não saia de sua cabeça. “O que está acontecendo?”

Após algum tempo de viagem avistou a vila, quando chegou, suas forças já haviam incrivelmente sido recuperadas. Viu um grupo de pessoas e grifos no centro da vila próxima a um chafariz. O lugarejo era composto por construções feias feitas de madeira escura, e todas elas pareciam abandonadas, o nome fazia jus àquele lugar.

E então, tomou coragem e foi em direção aos antigos companheiros.

-Olham só rapazes, acho que vocês fizeram um péssimo trabalho. Deviam ter espancado mais. – Disse Sir Sirius Tyrell com um sorriso zombeteiro.

-Agora a situação está diferente, eu quero respostas. O que infernos está acontecendo? – Perguntou Dovahkiin.

-Mas que caralhos Dovanin, você só pergunta, pergunta, pergunta. – Disse Montres atrás de Sir Sirius.

-É Dovahkiin. – Corrigiu Sete Yam.

-Que seja. – Resmungou o anão.

-Bom Dovahkiin, vou te explicar de forma bem rápida. A Horda atacou Ventobravo, o que foi fácil, pois a Catedral e os Lazúli já tinha tudo preparado. Nós da bastilha ajudamos o exercito de Terralém a chegar à capital para não ter dúvidas sobre a conquista. Agora Reino do Leste está abalado, o que pra mim não importa, pois um bom cargo está me esperando hahaha, e pra vocês também, meus companheiros. – Explicou Sirius.

-Então vocês se venderam para Horda? Todos vocês? Ajudaram eles a matar milhões de pessoas em troca de cargos? – Disse Dovahkiin, com raiva.

-Haha, sim, era uma questão fácil de resolver, era simplesmente responder sim ou não quando foi me proposto, foi o dinheiro e o cargo mais fácil de conseguir na história hahahahaha. – Riu o anão, seguidos por todos os outros.

-Enfim, agora iremos partir, temos assuntos a resolver. E você, jovem desprezível, vá arranjar algo pra fazer, amolar umas facas, sei lá, só desapareça da minha frente. – Disse Tyrell.

-Haha.........hahahaha.........HAHAHA.........HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH – Começou a gargalhar histericamente Dovahkiin – HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA.

-O que foi? – Perguntou Sirius.

-Eu estou sozinho, não tenho nada, perdi metade da minha vida sendo usado por alguém, os companheiros que eu achei que tinha conquistado se tornaram traidores, e aposto que até mesmo a família que abandonei está morta nesse exato momento, e mesmo depois de tudo isso, eu irei encontrar com vocês em Ventobravo e vou matar um por um. Por mim, por Abercrombrie e por todos os outros. Um jovem inútil e sem nada vai derrotar o incrível Batalhão dos Vinte e Três Suicidas da Bastilha Etergarde, isso não é engraçado? Hahahahahaha.

-Engraçado é você acreditar que vai conseguir fazer isso hahahahaha. – Zombou Sirius, enquanto subia em seu grifo acompanhado pelos outros.

-Mas eu vou, Sirius, vou matar todos vocês, um por um. – Disse o jovem mago enquanto via os traidores partirem.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.