O Equilibrio Entre Os Mundos

Um Último confronto pela Pedra.


–Você? – perguntou Harry.

Ao soar de nossos passos a pessoa se virou para nós, mas não, não era o professor Snape, era alguém que não esperávamos ver:

–Professor Quirrel?

–Não, não pode ser. Snape, era ele... era ele que... – gaguejou Lukas.

–Ele faz bem o estilo não é? Perto dele quem suspeitaria do po-pobre gagui-guinho do professor Quirrel? – zombou ele imitando a voz que conhecíamos, mas ele estava diferente, sua voz que normalmente sempre ouvíamos soar bem fraca e gaga, agora era nítida e forte, devo dizer ate mesmo imponente.

–Não, mas no jogo de quadribol, Snape tentou matar a Melissa e o Harry. – contrapos Lukas.

–Não meu caro, eu tentei matar eles! O balaço teria acertado você Flanning se Snape não estivesse conjurando aquele contra feitiço, e a vassoura teria lhe derrubado Potter se não fosse ele.

–Snape tentou nos salvar? – eu perguntei. Mas não tive resposta, ele apenas se virou para um espelho, e Harry murmurou para mim:

–O espelho de Ojesed.

–Então você deixou o trasgo entrar! – estar u Lukas.

–Muito bem senhor Darwin. Mas naquele dia, Snape desconfiou, enquanto todos iam para as masmorras ele veio para o terceiro andar me deter. E desde então ele nunca mais me deixou sozinho, mal ele sabe que nunca estou sozinho. – ele quase murmurou esta ultima parte mas eu pude ouvir.

Algo dentro de mim me puxou para frente, fui arrastando meus pés para frente do espelho, Lukas tentou me segurar:

–O que está fazendo?

Eu não respondi, apenas continuei caminhando, espiei por detrás dos ombros de Quirrel, não vi nada alem do seu próprio reflexo:

–Curioso este espelho, estou tentado a saber o que ele faz. Me vejo segurando a pedra mas não sei como consegui-la.

Ele deu um passo para o lado e perguntou:

–O que você vê Flanning?

Eu olhei para o espelho por uns instantes e me vi no centro de um lugar muito bonito, nunca havia visto nada assim, três poderosos homens estavam as minhas costas, olhavam para mim, sorrisos triunfantes, ao meu lado com as mãos em meus ombros, uma mulher de cabelos loiros e ondulados me sorria, os olhos azuis eram como os meus “ mãe “ eu pensei, lhe devolvi o sorriso, era como Harry havia descrevido, você podia ver o que quisesse pelo espelho, e no momento, queria saber onde minha mãe estava e o porque de eu ser tão famosa e diferente, eu não entendi a presença dos homens ao fundo, caminhando em nossa direção, um homem de longos cabelos loiros se aproximou e abraçou minha mãe colocando uma mão sobre meus ombros, seu sorriso terno me preencheu ele tinha a pele alva, e em algum lugar em meu subconsciente eu pensei “pai” me perdi nas imagens que via até Quirrel me chamar em tom autoritário:

–O que vê?!

Eu pisquei algumas vezes, minha mãe e meu pai ainda estavam na imagem, levaram os dedos a boca como se pedissem que eu não falasse o que realmente via, tinham uma pedra na e apontaram para Harry, eu não ousei me virar, mas sabia que aquela era a pedra filosofal, mas não entendi o que Harry tinha haver com o contexto, antes que o silencio se prolongasse eu disse:

–Me vejo de pé em minha casa, meus primos todos a mesa, estamos conversando e brincando, minha tia trás um assado e almoçamos como uma família.

Quirrel esbravejou:

–Saia da frente!

–Potter, o que este espelho faz? Eu quero a pedra, me vejo a segurando mas não sei como pega-la.

–Use os garotos, ela vai falar...

Deixei o ar faltar nos meus pulmões, eu olhei para todos os lados, de onde viera aquele voz, que mais se assemelhava com um sibilo de uma cobra.

–Venha cá Potter! – ordenou Quirrel, Harry olhou para mim em duvida, eu apenas assenti e ele deu passos curtos até o espelho, não sei o que ele viu, mas levou sua mão para tocar no bolso, o bolso... mas é claro! Agora entendi o que meus pais queriam dizer, a pedra! Ela estava com Harry em seu bolso, olhei aturdida para Lukas, que parecia atônito, ele vira o que eu vi, eu fui aos passo lentos e quietos até ele e sussurrei em seu ouvido:

–A pedra.

Ele arregalou os olhos.

–O que você vê Potter?

Harry exitou por alguns instantes, devia estar pensando em uma boa mentira:

–Estou apertando a mão de Dumbledore, eu ganhei a taça das casas.

Suspiramos em alivio.

–É mentira...

Olhei para Lukas atônita, e sussurei:

–Precisamos dar um jeito de sair.

Mas Quirrel notou algo de errado, se virou para nós e gritou:

–O que? O que estão tramando?!

Não respondemos, ele subiu os degraus e antes que pudéssemos correr, um circulo de fogo se acendeu em toda a nossa volta, não havia saída, estávamos cercados pelo fogo.

–A garota, ela sabe sobre a pedra...

–De onde vem essa voz?! – eu perguntei assustada, ma não me responderam, Quirrel se virou para mim e disse:

–Onde está a pedra Flanning?

–Eu... eu não sei, vi apenas o que eu lhe disse. – respondi meio tremula. Harry e Lukas já estavam ao meu lado, olhei de relance para Harry que mantinha as mãos perto do bolso.

–Eles mentem...

–Diga a verdade! – gritou Quirrel.

–Deixe que eu fale com eles...

–Mestre o senhor não está tão forte.

–Estou forte o suficiente pra isso.

Quirrel começou a tirar o turbante que envolvia sua cabeça e ficou de costas para nós enquanto o fazia, eu não estava entendendo, mas para minha surpresa, quando ele terminou de tirar o turbante havia um rosto onde deveria estar a sua nuca, levei as maos a boca para evitar o som agudo que saia de minha boca, abaixei o braço até alcançar a mão de Lukas, estava com tanto pânico que nem me importei com o que acabara de fazer, meu pulso parecia estar em chamas, Lukas estava tao pálido quando o rosto na nuca de Quirrel, e Harry esfregava freneticamente sua cicatriz.

–Harry Potter, Melissa Flanning e Lukas Darwin. Nos encontramos outra vez. Vêem só no que me transformei! Sangue de unicórnio pode me manter vivo, mas não pode me dar um corpo só meu! – sua voz saia rouca – Mas existe algo que pode, algo que convenientemente está no bolso do senhor Potter.

Demos passos para trás, mas o fogo ja estava bem próximo, não podíamos nos distanciar mais.

–Nunca vamos lhe entregar a pedra! – gritou Lukas.

–Aaah senhor Darwin... O único dos três que eu não pude atingir, sua mãe... Ela sabia ministrar muito bem feitiços de proteção, ela deu parte de sua vida para te proteger, e cá está você arriscando sua vida, a vida que ela se sacrificou para salvar, vamos diga para seu amigo senhor Potter me dar a pedra, que eu deixarei você ir, sua mãe não terá morrido em vão...

–Lukas não dê ouvidos a ele! - gritei.

–Flanning, me lembro de sua mãe, ela era uma das bruxas mais poderosas que já vi, mas teve o infeliz e inevitável erro de se apaixonar por aquele rapaz, você é a mais especial de todos sabia? Protegida pelos mundos... Bom não devo lhe contar sobre isso, voltemos ao assunto. Eu sei o que você viu no espelho, você que tanto é diferente de todos o que ja conheceu, deseja imensa e insanamente saber as verdades sobre você, e quer mais que tudo, ter uma familia de verdade. Posso trazer sua mãe de volta, naquela noite em que fui a Grodics Hollow ela lutou mais que todos, ela foi a ultima a sobreviver, protegeu você e esses meninos com corpo, e ate mesmo alma... Você acha que sabe o que houve naquela noite? Eu posso lhe contar, mas antes dêem me a pedra.

Eu não sabia o que responder, parei estática os olhos meio marejados, comecei inconscientemente a caminhar a passos lentos em sua direção, então, como um choque de realidade, algo me puxou para trás, "Lukas":

–Não lhe dê ouvidos, olhe para mim, ele não diz a verdade.

Pisquei algumas vezes como se acordasse de um transe, vi as coisas com mais clareza, me virei para Voldemort e disse em um tom até meio soturna:

–Eu nunca faria isso... Você mente para nós.

–Mas você não possui a pedra, vamos la Harry, seus pais lutaram para lhe proteger, não quer vê-los outra vez? Eu posso trazê-los de volta, é só me dar a pedra!

Harry pos a mão no bolso, eu olhei para ele e balancei a cabeça freneticamente em sinal de negatividade, ele tirou a pedra do bolso e a observou por alguns instantes, nos encarou e se virou para Voldemort:

–Mentiroso!

–Mate os! - suas feições se contorceram de ódio, Quirrel vôo ao encontro de Harry enquanto eu e Lukas corríamos em sua direção para impedi-lo mas ele noa fez voar longe, deslizei pelo chão e o mais rápido que pude me levantei, mas logo senti uma dor em minhas costelas, Harry estava sendo sufocado por Quirrel enquanto Lukas tentava tirá-lo de cima, me arrastei até perto o suficiente do espelho a ponto de ver meu reflexo, naquele momento concentrei me em um único pensamento. Precisava salvar meus amigos. Deveria colocar isso acima dos meus desejos mais profundos, olhei para o espelho, mas a única coisa que vi foi um dos homens robustos que havia visto da primeira vez, era inútil, não fazia sentido, apenas o que via era um homem de pé no meio do mar... Espere. O mar! Era isso! A água! Eu poderia usar água, olhei para os lados a procura de água, não havia água ali, caminhei o mais rápido que pude até Lukas e Harry, estava no pé da escada, o maximo que consegui fazer foi gritar para os meninos:

–Preciso de água!

–O que?! – Lukas gritou de volta para mim.

–Preciso de água! – repeti, e fiz um gesto com as mãos, Lukas ainda não havia entendido, mas Harry entendeu o que eu quis dizer:

–Canos! Canos passam acima de nós!

Canos! Era isso! Olhei de volta para o espelho e o homem ainda estava la, porem desta vez ele parecia fazer a agua se mover em círculos formando bolas d'água, agora eu sabia o que fazer, estiquei as mãos para cima e me concentrei o maximo que pude, mar, rios, água correndo, cachoeiras, chuva, ate mesmo torneiras. E como um soco no estômago senti os canos explodirem, a agua parou antes de me atingir, pairou acima de mim, e na verdade não sei como descrever isso, mas círculos de agua se formaram em volta de mim, eu não podia jogá-las em Quirrel sem atingir Harry e Lukas, joguei algumas bolas no circulo de fogo que logo se apagou:

–Lukas! Corra e peça ajuda!

Ele se separou de Quirrel que tentou agarrá-lo mas Harry pulou em suas costas o impedindo, Lukas correu para fora do nosso campo de vista.

–Idiota! Pegue a pedra!

Quirrel foi em cima de Harry que, na tentativa de se proteger o empurrou com as maos, não sei como, mas ao toque de Harry Quirrel urrou de dor, seus pulsos estavam em chamas, ele virava cinzas, então eu vi a oportunidade:

–Harry afaste-o!

Ele o empurrou no peito e Quirrel começou a queimar, suas roupas pegavam fogo, antes que ele se aproximasse novamente de Harry comecei a atacá-lo com bolas de água, ele foi se afastando de Harry e mesmo com a agua que eu jogava nele o fogo não se apagava, ele continuava a queimar, e aos poucos, virou cinza.

Suas roupas estavam no chão junto com as cinzas ainda meio molhadas, me aproximei de Harry que assustado perguntou:

–Como fez isso?

Me virei para encarar o espelho e disse:

–Eu vi no espelho.

Sorri para Harry então, ele arregalou os olhos, me virei para ver o que o assustava, um vulto coberto de cinzas se levantava, o rosto de Voldemort se formou, ele soltou um urro horrendo e seu espirito nos atravessou, senti um enjôo e uma pontada no estomago, Harry não parecia muito melhor, então fui de encontro com o chão e tudo se escureceu.