O Diário das Irmãs Martins

Simpatia para os parentes


"Psicólogos acreditam que todo aspecto de nossa vida, todos os pensamentos e padrões de comportamento são resultado direto de nossa relação com nossos pais.. Que toda relação que temos é só uma outra versão daquela primeira relação.. Somos nós tentando várias vezes acertar..

[…]

Já era sábado novamente e Carlos Daniel ainda não havia chegado á cidade, semana que vem eu começaria o curso com Saul Juanes e então Paola daqui há 2 dias teria uma aula preparatória na faculdade, nossa mãe comprou para ela elegantes roupas de advogado... Minha mãe fazendo compra? Bom, foi isso o que Paola me falou. Eu e Carlos Daniel nos falávamos todo dia a tarde que era o tempo livre dele nas gravações. Estava passeando pelo mercado outro dia com Jilian que tinha muita vontade de comer doce e encontrei Mark, não exitei em conversar com ele que sempre foi muito educado comigo.

— Como você está? - Ele me perguntou segurando duas latas em sua mão e na outra leite.

— Estou bem e você? - Dou um sorriso e respondo a ele.

— Bem. Escuta, hoje vai ter uma festa na minha casa, não quer ir? - Ele me pergunta. - Não se preocupe não estou mais morando com minha mãe. - Ele sorri, dou uma gargalhada e encosto minha mão em seu braço. Iria dar alguma desculpa não estou no clima para festas, porém Jilian chegou bem na hora e atrás dele perguntou "Festa?" ele olhou para trás e eu me curvei um pouco.

— Sim, na casa dele. Opa, perdão. Mark essa é a Jilian, Jilian esse é o Mark. - Eu os apresento, e Mark segura o leite junto com as duas latas pequenas em suas mãos e num cumprimento, Jilian aceitou o convite da festa que ele replicou a ela.

— Estaremos lá ás 20h. - Jilian responde, eu olho para ela nervosa. Não queria ir para festa, adoro ficar no apartamento me envolvendo nos livros e ouvindo as músicas mais românticas possíveis. Assim que Mark saí dali, Jilian se aproxima. - Uau, ele tem uma bundinha excelente. - Jilian brinca e se vira para mim que estou encarando.

— O que você fez? - Pergunto.

— O que? - Ela retruca a pergunta.

— Eu não quero ir pra festa. - Respondo. - Não estou no climpa para festas.

— O que torna isso bem melhor. Olha só Paulina, ficamos dentro de casa todos os dias, eu não saio mais, não posso mais fazer uma faculdade porque agora eu carrego um bebê dentro de mim. Não vejo mais pessoas novas, não transo há quase 1 mês, Joe foi embora novamente, e eu não posso beber. Então, nós vamos sair. Nós vamos conhecer pessoas novas e você vai beber por mim. - Respiro fundo depois do seu argumento, ela fica parada me olhando esperando por uma resposta, olho para o carrinho de compras que só há porcarias nele.

— Tudo bem... - Respondo e Jilian dá um sorriso. - Mas, só vou se tiver tequila. - Eu brinco.

— Ok, se não tiver tequila nós compramos. Olha, vamos ali no corredor pegar uma garrafa para você. Afinal, aquele é o Mark que você me contou certo? Ele é bobo. - Jilian responde, passamos pelo corredor e pegamos uma garrafa.

Paola...

Há três dias briguei com meus pais para que me deixassem morar com Douglas e eles não estão falando comigo, Adelina ficou no meio da briga e toda vez que tentava argumentar algo meus pais a cortavam na hora, típico deles. Meus avós Piedades e Victor mandavam nós fazermos algo e rapidamente eles aceitavam, mas quando não era isso, eles amavam mandar em nós. Meus pais nem passam tempo comigo e com Paulina, se preocupam demais com as empresas poderosas deles. Ao fim da noite no final da briga, meu pai cedeu que eu morasse com Douglas e assim foi feito. Fiz minhas malas e fui para o apartamento que o pai de Douglas havia comprado para ele. E terminamos de guardar as coisas ontem e hoje pela manhã ele me ajudou na faxina sem termos ideia alguma do que fazer o resto do dia Havia entrado para tomar banho e Douglas disse que esqueceu seu carregador portátil lá dentro, então saí coberta com a toalha mas deixando o chuveiro ainda ligado que enchia a banheira e abri a porta. Ele adentrou e a fechou trancando-a.

— Por que está trancando, só está eu e você aqui. O que teme? - Pergunto e dou uma risada fazendo um coque em meu cabelo para o banho.

— Cale a boca. - Ele responde e joga a chave no chão do banheiro, olho para onde a chave foi e faço um rosto zangado.

— O que está acontecendo? - Pergunto, Douglas chegou perto de mim e me puxou para mais perto dele, segurou firme em meus cabelos e me beijou. Logo nossos corpos muito perto um do outro, Douglas apontou para cada canto do banheiro. - Ali, ali ali ali... - Eu olhei para todos os cantos que ele apontava e dava um sorriso sem entender.

— O que tem? - Pergunto.

— Os lugares que faremos sexo. - Ele responde. - Vai querer opções?

— Eu não quero opções. - Respondi a ele e minha mão estava em seu quadril, sentia os músculos dele mas o que mais me deixava paranóica era o meu coração que batia desesperadamente. Douglas segurou meu rosto e deu um sorriso não consegui mexer minha cabeça, estava atônita.

— Douglas? - Sussurro com dificuldade, ele solta meu queixo e eu dou meia volta para entrar na banheira. - Não vai sair? - Pergunto a ele com a mão na toalha.

— Eu te amo. - Ele me diz eu dou um sorriso e desligo o chuveiro me virando para ele novamente.

— Eu sei, mas eu preciso mesmo tomar banho agora. - Respondo, ele retira sua camisa e a joga no chão e logo retira seus chinelos e se aproxima da banheira, coloca o primeiro pé e depois o segundo. - Nã - eu tento me opor, mas Douglas colocou sua mão em minha cintura e foi suavemente subindo-a e então numa surpresa agarrou meu cabelo para mais perto dele desfazendo o meu coque eu podia sentir a raiva dele enquanto a boca dele encontrava a minha resistência passiva. "Você está pensando demais". Eu estremeci quando os dentes dele morderam o lóbulo da minha orelha. - Vamos fazer isso. - Eu respondo e então abro o zíper de sua calça que já estava um pouco molhada por ele ter entrado na banheira. Ele me encosta na parede e então puxa a toalha que estava enrolada ao meu corpo e a joga no chão e me puxa para mais perto e aperta minha bunda, aperta com muita força. Coloquei minhas mãos em sua volta e ele me joga em seus braços totalmente nua e me deita na água da banheira, sua cueca boxer já estava totalmente molhada deixando visível seu pênis ereto. Senti as pontas do meu cabelo molharem, mas minhas mãos estavam agarradas ao seu corpo, me levantei um pouco da banheira enquanto ele beijava meu corpo de joelhos.

— Douglas, pare! - Eu digo a ele e meu coração acelerava mais ainda.

— O que foi? - Ele pergunta confuso, mas suas mãos permaneciam firmes ao meu corpo.

— É que... Eu nunca fiz isso.

— Amor, relaxe. Apenas relaxe. Se não quiser mesmo paramos! - Ele me responde, eu nunca havia feito sexo oral. Lentamente Douglas introduz um dedo em minha vagina e olha para cima vendo minha reação, dou uma gemida bem baixinho e logo sinto outro dedo, num movimento vaivém ele com sua outra mão segura em minha cintura e encosta em minha vagina, sinto sua língua [...]

Paulina...

Me arrumei para a festa de Mark que deveria começar daqui a pouco e Jilian me esperava no andar de baixo, desde que falou com Joe na semana passada ela mudou sem comportamento. Come mais e quer sair para conhecer pessoas mas nunca conhece, talvez essa seja a oportunidade. Soube por ela que Joe voltou a viajar com o pai pois ele não estava preparado para ser pai. Ela havia chegado dois dias depois de ter falado com ele dizendo que o encontrou na loja de discos e seu pai estava fechando a loja.

— Eu e meu filho vamos viajar, ele não merece ficar numa cidade onde uma mocinha engravida de qualquer um e o culpa e o pressiona. - Foi o que o pai de Joe disse, e depois de discutir com o pai dele, Joe chegou e afirmou não estar pronto para ser pai. Sem dar pistas da onde ir, Jilian voltou mudada.

— Paulina vamos nos atrasar ainda mais. A festa começou há 1 hora. - Jilian gritou a mim que estava terminando de me arrumar, passei uma boa maquiagem e fiquei sentada na ponta da cama uma mensagem do Carlos Daniel dizendo que estava vindo ou chegando pois assim havia um motivo para eu não ir e deixar Jilian sozinha. Porém, mesmo que fosse assim, eu não deixaria Jilian ir sozinha, eu pediria a Carlos Daniel que fosse comigo e com certeza ele diria não, bom... eu iria com Jilian uns minutos, ela precisava ver pessoas novas. A campainha tocou, desci correndo para ver quem era, Jilian abriu a porta e era minha irmã e Douglas. - Olha, tem camisinha na gaveta do banheiro, mas não transem no meu quarto. Eu e Paulina estamos saindo. - Jilian disse e pegou seu celular do sofá e voltou para a porta de saída, fiquei ao lado de Jilian que estava prestes á sair.

— Onde vocês vão? - Paola pergunta e joga sua bolsa ao sofá. E segura a mão de Douglas.

— Mark nos convidou para uma festa. - Eu respondo a ela, Douglas e Paola se olham e então ela pega sua bolsa novamente e os dois saem para ir a festa conosco. Caminhamos até a casa de Mark que ficava a dois quarteirões. Passamos por uma loja de bebida e Douglas nos parou para comprar umas garrafas de bebida para levar. Comprou cinco garrafas de bebida e dois maços de cigarro. Pagou R$67 ao todo e então ao virarmos a esquina já conseguiamos ouvir o som alto. Ao chegarmos, Mark nos recebeu e guardou a bebida e todos nos olhavam estranho querendo saber quem éramos, Paola não demorou e fez amizade com o pessoal junto com Douglas, era normal os populares fazerem mais amizade, fui na mesa da bebida e enchi meu copo de tequila.

— Você é a Paulina ou a Paola? - Mark me perguntou, somente nessa noite soube que eu tinha uma irmã gêmea.

— Paulina. - Respondi e tomei um copo de tequila. Conversamos por pouco tempo e eu pedi licença para ligar a Carlos Daniel, quatro doses de tequila já estava me deixando um pouco mal.

"Eu ia ligar depois. Você está bem?" - Carlos Daniel pergunta.

"Quando você volta, estou com saudades" - Respondi a ele.

"Que som alto é esse Paulina? Onde você está?" - Ele me perguntou mas não entendi e gritei ao celular "O QUE?" ele replicou sua pergunta e depois complementou "VOCÊ ESTÁ BÊBADA?"

"Não estou bêbada. Estou numa festa. Casa do Mark, cansei de te esperar." - Respondi e desliguei o celular.

— Paulina!!! - Jilian me chama, ela estava em cima da mesa de Mark junto com Paola e Douglas, Jilian tomava refrigerante, Douglas estava com um cigarro em sua boca, e Paola com uma garrafa de vodca na mão. Dei um sorriso de canto e todos ao meu lado dançavam, caminhei até a mesa e subi nela dançando com Jilian, uma menina segurava uma garrafa de tequila puxei de sua mão e tomei na garrafa mais tequila. Sentia tontura, mas podia me sentir mais viva. Fazia tempo que eu não curtia desse jeito, desde os 15 anos quando eu ia para festas com Ian. Paola e Douglas depois de um tempo desceram da mesa e foram dançar com o pessoal, com dificuldade vi no canto da sala Mark beijando uma menina. Bom para ele! Olhei para Jilian que ficava pulando sem se importar com nada ou ninguém. Depois que a música acabou, descemos da mesa e tentamos nos misturar, estava tão bêbada que tentei fazer amizade o que era difícil. Eu e Jilian não éramos pessoas sociaveis. Encontramos uma menina que estava lá com sua amiga, porém a amiga era a mesma que estava beijando o Mark, Jilian a chamou para dançar conosco. Estava começando a me sentir presa e decidi ir tomar um pouco de ar, ainda com minha garrafa de tequila em mãos saí da sala e fui para fora. Havia algumas pessoas ao lado da casa e muitos copos jogados no gramado, conseguia sentir o cheiro da maconha, mas depois havia sumido o cheiro e não tinha mais ninguém ali, somente eu que estava dançando com minha garrafa de tequila. Tomei mais um gole e um carro estacionou em frente. Carlos Daniel saltou para fora do carro e usava um casaco social, olhei para ele depois de um tempo enquanto ainda dançava. - Ei! Você veio. - Eu disse contente a ele que deu um sorriso e se aproximou de mim, desci as escadas da casa de Mark e me aproximei de Carlos Daniel que segurou em minha cintura.

— Você adora tequila, isso posso ver. - Ele comentou e pegou a garrafa, coloquei minhas mãos em seu peito dando um sorriso contente por vê-lo sem dizer uma só palavra. Carlos Daniel toma um gole da tequila e dá um sorriso para mim também o retribuindo. Ele se aproximou de mim, calmo. Antes que eu pudesse pensar em alguma coisa ele já abria espaço entre meus lábios cerrados com sua língua quente e macia, que logo adentrou em minha boca, ele virou um pouco o rosto e nossos lábios se encaixaram com perfeição. Sentia o gosto da tequila.

— Tequila é maravilhoso. - Respondi. E voltei a beijá-lo e mordi seu lábio inferior. Carlos Daniel pegou minha mão e me levou até o seu carro e fomos para atrás de uma árvore o carro dele, a tequila havia acabado, olhei para ele e dei um outro sorriso ligando o som do carro. - Estou feliz em te ver. - Digo a ele e depois olho para os outros carros ao lado. Retirei minha blusa e fiquei de sutiã e então ele olha para os meus seios dando um sorriso.

— Ah, Paulina... - Ele me diz e depois volta a olhar para o meu rosto, me sento ao seu colo, ele mexe em meus cabelos. - Eu estou apaixonado por você. Eu estive apaixonado por você desde... sempre. Eu estou um pouco atrasado. Eu sei que estou um pouco atrasado falando isto a você. Eu só quero que você tire o tempo que precisar. Sabe? Tire o tempo que precisar. E você provavelmente não se lembrará disso amanhã depois de tomar uma garrafa inteira de tequila. Mas, você tem uma escolha... Porque você tem uma escolha a fazer. E quando eu tive uma escolha a fazer, eu escolhi errado. - Ele me disse, em sua última frase entendia que era por Leda sua ex esposa. Dei um sorriso e o beijei sem exitar, passando minha mão em seu rosto quente senti sua mão em minha cintura, e antes que isso pudesse levar a um outro nível. Bateram no vidro, ele olhou para ver quem era e logo eu cerrando os olhos tentando reconhecer, era Mark que queria tirar o carro da garagem mas para isso Carlos Daniel teria que sair para ele encostar ali pois era o único local seguro.

— Paulina? - Mark pergunta e olha para Carlos Daniel. Olhei para o Carlos Daniel que respirou fundo e voltei a me sentar no banco fechando a minha blusa. Mark não disse mais nada e saiu dali, Carlos Daniel retirou o carro e estacionou na esquina, desci do carro e ao bater a porta ouvi ele resmungando se Mark o teria reconhecido, chamei por Jilian na festa mas havia perdido ela, assim que saí a vi sentada no gramado, disse que eu estava indo embora.

— E sua irmã? - Ela me perguntou.

— Paola nunca vai embora cedo de uma festa. - Respondi, Jilian estava super estranha. Ela se levantou e foi comigo até o carro, Carlos Daniel nos levou até o apartamento e se certificou de colocar o carro em frente a livraria, e subiu conosco. Jilian estava muito apertada para usar o banheiro e eu não estava conseguindo colocar a chave na porta, assim que consegui ouvi Jilian reclamar - PORRA! - Ela gritou e olhou para suas calças, fez xixi nela, eu abri a porta e ela correu para dentro, Carlos Daniel deu passos largos para não pisar no xixi e eu comecei a rir muito, ele fechou a porta e eu me joguei no sofá. Não disse nada a ele, Carlos Daniel foi a cozinha e logo me trouxe um copo d'água, assim que tomei, ele se sentou ao meu lado e eu coloquei minha cabeça em seu ombro. - Carlos Daniel? - O chamo, ele passa a mão em meus cabelos.

— O que foi? - Ele pergunta.

— Eu estou mesmo muito feliz por tê-lo aqui comigo novamente. - Eu digo a ele, ele sorri e retira os sapatos colocando seus pés na mesa de centro da sala, agarro minhas pernas por cima das dele. - Eu também estou apaixonada por você. - Sussurro e não me lembro de mais nada que houve naquela noite.

No dia seguinte...

Ao acordar senti muita dor de cabeça, me levantei e senti uma perna em cima da minha quando olhei para o lado vi Carlos Daniel, o acordei e cocei meus olhos em seguida.

— Para com isso! - Ele respondeu e virou para o outro lado. Me levantei e corri para o banheiro, Jilian estava o limpando depois de ter tomado banho quando fez xixi na roupa. Desci e preparei um café para nós, bem forte e Paola estava lá também, havia acabado de acordar.

— Que horas chegou? - Perguntei a ela e me sentei de frente para ela.

— Ás 3h, vocês já estavam dormindo. Tive que pedir carona para uma menina da festa porque eu não lembrava o caminho daqui enquanto eu e Douglas andávamos.

— E vocês estão bem? - Novamente pergunto e me levanto para pegar uma xícara para nós e colocar o café.

— Ontem fizemos sexo antes de vir para cá. E depois de um tempo ele me disse algo que não saiu da minha cabeça e não sei se posso conviver com isso.

— O que ele disse? Quer que eu bata nele?

— Ele disse que nossos filhos vão ser lindos. Agora me diz, isso é algo que depois de um sexo maravilhoso se diga? - Fiquei surpresa ao ouvir aquilo, tomei um gole do café e coloquei a xícara no balcão, Jilian desceu as escadas em seguida e se serviu e depois se sentou.

— Carlos Daniel também me disse algo que me deixou... Não sei.

— O que ele disse? Quer que eu bata nele? - Paola brincou.

— Disse que estava apaixonado por mim. Olha, sei que isso não é nada demais, mas eu não sei se consigo conviver assim, sinto que estou me apegando muito a ele.

— Mas, falaram isso depois do sexo que fizeram? - Paola me pergunta, eu dou uma tossida surpresa ao ouvir. - Depois que saíram, Mark nos disse que viu você e um homem dentro do carro quase transando.

— Não! - Eu respondi a ela e me levantei pegando o cereal e o leite.

— Eles não fizeram sexo ainda. - Jilian responde a Paola.

— O que? Como assim? - Paola pergunta.

— Não me venha com essa, você demorou 1 ano e 7 meses para transar com Douglas. - Respondo a ela e Jilian dessa vez que tosse surpresa ao ouvir aquilo.

— Você demorou 1 ano para transar com o gostosão lá em cima que está apenas de cueca no chão do meu quarto? - Jilian pergunta e coloca o cereal na tigela, Paola olha frustrada para mim.

— E você Jilian, sumiu depois da festa. O que aconteceu? - Paola pergunta tentando revirar a história. Jilian começa a gaguejar sem saber o que responder e troca o assunto falando que teria uns exames para fazer amanhã bem cedo. Todas trocamos o assunto, mas depois Paola voltou a falar de Douglas. - Olha, crianças são fofas, bonitas, fico imaginando a sensação de tê-los no colo e sentir a mão pequena em meu pescoço. Mas, crianças choram, berram, gritam, só dão dor de cabeça. Não estou preparada para isso, tenho quase 19 anos. Não pretendo ter filhos tão cedo.

— Obrigada! - Jilian responde e Paola se desculpa com ela e eu dou risada. Quando o relógio marcou 10h Carlos Daniel desceu sem camisa e pegou uma xícara para tomar café, me deu um beijo em minha testa.

— Bom dia! - Ele diz todo alegre a todas, Paola responde um bom dia e sobre para acordar Douglas, Jilian coloca os fones de ouvido e dá um sorriso para ele e volta a comer o cereal. - Como dormiu? - Ele me pergunta.

— Bem, e você?

— Bem. - Carlos Daniel encosta no balcão e dá um sorriso e toma um gole em seguida.

— Carlos Daniel tivemos alguma relação ontem a noite? - Perguntei a ele que abaixou sua cabeça e depois voltou me olhando e mexe em seu cabelo.

— Não tivemos. Você apagou quando chegamos e nos sentamos ao sofá. - Carlos Daniel responde e depois toma mais um gole e me observa e dá um sorriso.

— O que? - Pergunto e coloco mais cereal na minha boca.

— Está apaixonada por mim. - Ele brinca e eu engasgo.

- Estou comendo, mais atenção ao que diz. - Eu também brinco, ele fica ao meu lado e dá um beijo em minha bochecha e vai para a sala. Paola e Douglas ficam no quarto de Jilian conversando e quando subo para ao meu quarto ouço os dois falarem sobre a faculdade, arrumo minha cama e desço. Quando desci novamente Jilian estava pensativa e Carlos Daniel estava assistindo, depois de um tempo ele colocou sua camisa e disse que deveria ir para sua casa preparar a poesia pois nessa noite era o dia que teria o evento que ele me chamou. Me deu um beijo e saiu, me sentei ao lado de Jilian e esperei ela reagir, mas não houve nenhuma reação, normalmente ela ficaria quieta por muito tempo olhando fixamente para alguma coisa, mas assim que Carlos Daniel saiu, ela encostou sua cabeça ao sofá e começou a cantar uma música (What Can I Say?) então percebi que era o momento de me preocupar com ela.

— Jilian fale comigo! O que aconteceu, sabe que pode sempre falar. - Digo a ela me apoiando no sofá também, ela para de cantar e suspira fundo.

— Eu... Eu... normalmente colocaria minha tia Rosie ou o próprio Carlos Daniel como minha lista de emergência no hospital. Até conhecer você Paulina, você se tornou minha melhor amiga, irmã, bom você é a única em que mais confio no mundo. - Ela responde ainda sem olhar para mim, eu encosto minha cabeça em seu ombro e respiro fundo. Era a primeira vez que a via daquele jeito.

— Me apaixonei por Carlos Daniel e eu sei que você já sabe, mas.... não sei o que isso pode acontecer. E eu não quero dizer isso para Paola porque ela sempre quis que eu ficasse com alguém.

— Eu beijei uma menina Paulina. Bom, na verdade ela me beijou. - Jilian me diz e eu suspiro fundo pensando no que dizer.

Paola...

Eu e Douglas conversamos ao quarto e eu decidi dizer a ele que talvez não estivesse mais preparada para ser mãe porque não tinha o apoio necessário da minha. E sabia que talvez não fosse tão fácil assim.

— Eu não quero pressionar você, não disse para termos filhos agora. Mas, quando digo isso é porque eu quero passar minha vida com você, e ter filhos com você. Sim, filhos no plural. Mas, temos tempo ainda. Eu te amo Paola! - Douglas me disse e se sentou de frente para mim.

— Sabe de uma coisa? - Pergunto. - O que? - Ele responde com uma outra pergunta mexendo em meu cabelo e dá um sorriso. - Nossos filhos vão ser lindos mesmo.

— Isso é um sim? - Ele me dá um selinho. Eu balanço a cabeça em concordância.

É o trabalho mais importante do mundo.. Você provavelmente deve precisar de uma licença para fazê-lo, mas a maioria de nós nem sequer passa no exame escrito.. Algumas pessoas são naturais.. Eles nasceram para isso.. Alguns têm outros dons.. Mas a boa notícia é a biologia dita que você não precisa fazer isso sozinho.. Você pode desperdiçar sua vida inteira se perguntando, mas a única maneira de descobrir que tipo de pai você seria.. É se finalmente você parar de falar sobre isso e apenas fazê-lo."