O Diário das Irmãs Martins
E se.../ Então
"O bebê que você tem é o bebê destinado a ter.. “Era para ser assim”. Isso é o que todas os assistentes sociais dizem.. Enfim… Eu gosto de pensar que é verdade. Mas tudo no mundo parece tão completamente aleatório. E se uma pequena coisa que eu tivesse dito ou feito pudesse fazer tudo desmoronar? E se eu tivesse escolhido outra vida para mim? Ou outra pessoa? Talvez nunca nos encontrássemos. E se tivesse sido criada de modo diferente? E se a minha mãe nunca tivesse deixado eu em segundo plano? E se eu realmente tivesse um bom pai? E se…
[...]
Paulina...
— Não mamãe depois da aula iremos voltar para casa. - Digo a minha mãe que está tomando café conosco, meu pai dá um beijo em minha mãe e se senta a minha frente.
— Sua irmã deve vir com você, certifique-se que ela não irá fugir. - Meu pai me diz e logo sorri.
— Ok papai. - Respondo, Adelina a nossa empregada que vivia triste se aproxima da mesa me comunicando sobre a hora.
— Dona Paulina, a senhorita deve se apressar ou perderá a hora.
— Ok Adelina, eu já vou. - Respondo a ela que abaixa sua cabeça e volta para a cozinha, ela era a nossa cozinheira. Nunca gostei muito dela porque vive triste e a vida deve ser vivida muito feliz, sempre. Olhe para mim, 18 anos, logo irei para a faculdade de Artes Visuais, namoro com Ian ahhh, como eu o amo. Ele é o melhor namorado do mundo! Não há motivos para se estar triste, bom a não ser pela minha irmã... Paola, viciada em heroína, bebida e sexo. Logo irá morrer, mas a clínica de recuperação não ajudou muito.
Fui para a escola e Paola como sempre chegou depois, na segunda aula atrasada e fedendo não havia ido para casa na última noite, se continuar assim desperdiçará a oportunidade de entrar na faculdade de Direito, que o nosso avô sempre sonhou para ela.
Na última aula todos foram para a quadra iria ter um jogo de basquete, e Ian era o capitão do time, então... Meu coração acelerava cada vez que eu o via em ação correndo atrás da bola, suado e aquele uniforme do time.
No segundo tempo do jogo o teto da quadra caiu, quando acordei todos estavam ao chão, alguns sangrando estavam no canto sendo recolhidos para ir ao hospital, procurei por Ian por imediato e ele estava aparentemente bem, e então fui procurar minha irmã Paola e não a achei, uns rapazes da ambulância me chamaram e nos levaram para o hospital próximo.
— Liguem para os meus pais. - Peço, a moça pega no bolso da minha calça o celular e procura na minha agenda o número deles.
Quando chegamos ao hospital fizeram um exame rápido em mim, mas eu não iria sair até que Ian saísse, ele esperou os pais dele chegar, ele me abraçava e me beijava ali juntinhos na cama de hospital.
— NÃO LEDA, EU NÃO VOU FUGIR! - Um homem grita no meio do hospital.
— CARLOS DANIEL, SE QUISER FUGIR PORQUE NÃO QUER O NOSSO TERCEIRO FILHO VOCÊ PODE! VOCÊ NUNCA QUIS FICAR AQUI. - A moça replica, Ian segura em minha mão e a beija.
— EU NÃO QUERO TER QUE VIVER NA SITUAÇÃO QUE ESTAMOS! NÃO ACEITARAM O MEU LIVRO NOVAMENTE, O QUE VOCÊ QUER? - Ele gritou ainda mais alto, um médico se aproxima e os manda se acalmar.
— Nunca seremos um casal assim não é amor? - Pergunto a ele que me beija novamente e com a cabeça discorda.
— Serei bom para você. - Ian me responde.
— Sabe amor, eu estava pensando se você e eu no próximo ano não devíamos noivar. - Digo a ele que para de me beijar no pescoço e me olha e dá um sorriso em seguida.
— Claro! Vamos casar o mais rápido possível.
— Eu te amo amorzinho.
— Eu te amo chuchu. - Ele replica, uma médica aparece na maca dele - Dra. Campbell.
— Bom dia! Eu sou a dra. Jilian Campbell, me disseram que você - se referia ao Ian - sofreu algumas fraturas no tornozelo, deixe-me ver.
— Ah, cuida do meu benzinho. - Eu peço a ela que me olha de lado e olha para o tornozelo totalmente roxo e inchado de Ian. - Ah meu Deus! - Eu grito.
— Olha, devo pedir que você se retire agora. - Ela diz a mim num tom totalmente ignorante.
— Não! Não vou sair do lado do meu bombom. - Respondo e abraço Ian que sorri e beija minha mão.
Ainda não haviam achado Paola, e meus pais mais tarde chegaram no hospital e perguntaram por ela, eu ainda não sabia o que responder, disse que iriam continuar resgatando as pessoas do colégio.
— Como você pode fazer isso? Qual o seu problema? - Minha mãe me pergunta e saí para fora do hospital indo fumar, ela fumava quando estava muito nervosa, olhei para o meu pai que estava nervoso.
— Esse é o problema Paulina, você vive com seu namorado e esquece de sua irmã.
— Ela é problemática, o que você quer papai? Por que você e a mamãe preferem ela?
— Ninguém disse isso.
— Olha o jeito como a mamãe gritou. - Comecei a chorar, ele me abraçou.
— Ela não quis dizer isso filha. - Ele responde.
— Com licença, alguém ajuda aqui! - Um moço entra carregando minha irmã no colo desacordada, os médicos correm e pede para ele coloca-la ali na cama.
— QUal o seu nome senhor? - Aquela dra. Campbell pergunta.
— Douglas. Meu nome é Douglas. - Ele respondeu, eu me aproximei e o puxei de lado.
— Onde achou minha irmã? - Perguntei aflita.
— Estávamos numa rua conversando com uns amigos e ela de repente apagou.
— É você que vende drogas para ela? - Perguntei exaltada. E o Douglas não respondeu nada, saiu do hospital as pressas, meus pais rapidamente chegaram e perguntaram o que estava acontecendo. Paola estava tendo uma overdose.
— Há quanto tempo ela usa drogas? - A dra pergunta.
— O que? Ela voltou a usar drogas? - Minha mãe pergunta.
— Mamãe, é que... - Eu me viro assustada para falar com ela. - Ela não conseguiu ficar muito tempo sem heroína.
— A PACIENTE ESTÁ COM DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA, BIPA O DR. KYLE DIAZ. - A médica grita e nos pede para sair logo dali. Minha mãe começou a chorar e saiu de perto de mim, e meu pai foi atrás dela.
Quando Ian voltou dos exames ele ficou num quarto e eu fui atrás dele conversar, pois precisava muito do abraço dele, mas ao chegar no quarto lá estava parada a Megan o beijando. Eu não disse nada, saí de fininho do quarto e decidi que precisava beber.
Jilian...
Estou no meu terceiro ano de residência num dos melhores programas do país, minha tia Rosie fica em casa cuidando dos meus filhos, Nathan e Jackson de apenas 2 anos. Meus pais vivem trabalhando na livraria que eles tem, e o meu marido Joe é dono do bar aqui perto do hospital.
O nosso casamento de 3 anos estava ótimo se não fosse pelo outro filho que estou esperando, ontem a noite ele chegou em casa bêbado dizendo que eu não estava mais gostosa como eu era antes e que eu deveria procurar um outro alguém. Mas, ele só estava bêbado, não posso levar essas palavras em consideração.
Depois de atender a paciente com overdose de heroína, e o outro rapaz o tal de Ian que namora aquele menina grudenta e insuportável um rapaz chegou machucado.
— Oi! Eu sou a dra. Jilian Campbell, e eu preciso te examinar agora. Diga para mim exatamente o que aconteceu.
— Eu estava trabalhando e escorreguei de uma escada e caí de costas.
— Olha, o senhor teve fraturas na costela e deve haver sangramento no seu abdômen, não se preocupe, a dra. Linda Klein virá te avaliar logo.
— VocÊ ficará aqui também, não é? - O moço pega em minha mão e me puxa.
— É que eu tenho outros pacientes, mas eu prometo vir aqui para ver como o senhor está.
— Senhor não! - Ele afirma. - Pode me chamar de Mark.
Peter...
Bati numa enorme mansão e uma senhora se não me engano do nome Adelina me disse que ninguém estava em casa e sim no hospital, eu procurava por meu pai biológico que eu nunca conheci mas sempre tive vontade. Minha mãe disse que eles mantiveram um caso por um tempo e depois ele a largou. Só quero saber quem é, mais nada.
Fui até o hospital com a minha namorada Sophia, quando chegamos no hospital que estava completamente lotado porque ao que parecia um teto do colégio havia caído. Uma das médicas pediu para que eu e Sophia aguardasse, nos sentamos ao lado de uma menina que chorava muito, Sophia se levantou e foi usar o banheiro.
— O que aconteceu? - Pergunto a ela.
— Peguei meu namorado me traindo, meus pais não querem falar comigo e minha irmã está entre a vida e a morte. - Ela me diz e continua chorando.
— Nossa... Bom, hoje de manhã eu levantei e viajei três horas para conhecer meu pai e parece que eu tenho duas irmãs, mas ele não estava, e me disseram que eu o encontraria aqui. - Digo a ela que limpa as lágrimas e olha para mim.
— Qual o seu nome? - Ela pergunta.
— Peter, e o seu?
— Paulina. - Ela respondeu, e a dra. Cara Emburrada chega dizendo que Paola acordou e quer me ver. Peço licença ao Peter e desejo "boa sorte" para quando ele encontrar o pai e as irmãs.
Paulina...
Quando chego na cama de minha irmã, há um rapaz ao seu lado e ela me apresenta dizendo que ele se chama Jeremy e é o amigo dela e que ajudará ela a escapar do hospital, eu recuso dizendo que não era para fazer aquilo, pois nossos pais estavam muito nervosos.
— Eu vou sozinha então. - Paola me diz e retira todas as agulhas do seu corpo, Nicole minha amiga chega ao meu lado e me chama rapidamente dizendo que Ian teve uma parada cardíaca.
Vejo de longe Megan que estava no quarto dele, ela chorava e de repente sumiu, fiquei de fora do quarto observando todos ressuscitarem ele, e quando o fizeram, entrei no quarto, Ian ao me ver sorriu, mas eu estava com muita raiva e vontade de chorar que dei um tapa em sua cara e saí do quarto Nicole ficou assustada. E a médica cara emburrada deu uma risada de canto.
Quando saí do hospital fui até o bar próximo e precisava beber, mas eu nunca bebi na minha vida, pedi uma tequila achei que seria legal começar assim a beber.
— Me vê um uísque. - Um rapaz ao meu lado pede.
— Ah não, só me faltava essa. - Eu digo. - Sua namorada ou esposa não chegará aqui gritando também não é? - Pergunto.
— Desculpe? - Ele responde.
— Você estava gritando hoje mais cedo no hospital, reclamando do seu terceiro filho. Como você pode não gostar de um filho?
— Eu trabalho numa loja de pescaria, e eu sou escritor. OU achei que era, recusaram o meu livro pela 20º vez.
— Ah que vida triste... - Ironizo e bebo a tequila, mas não consigo terminar e a largo. - Vou largar o meu namorado traidor.
— Ah que vida triste... - Ele brinca. - Então deve tomar toda a tequila e não só um pouco. E agora me diz, o que acontece com vocês mulheres? Minha esposa acaba de me largar.
— Nós? Vocês fazem a besteira. - Respondo... E sem eu saber...
— Qual o seu nome? - Ele pergunta.
— Paulina.
— Prazer, meu nome é Carlos Daniel. - Ele me responde.
Jilian...
Os pais daquelas gêmeas acharam a paciente de overdose pouco tempo depois e a trouxeram de volta, e então quando tratamos ela, fui conversar com Joe em casa e só vi gavetas vazias, ele havia me deixado. Como eu poderia sobreviver a aquilo? Com três filhos?
Voltei para o hospital porque era o meu único porto seguro e para a minha sorte lá estava ele, o tal paciente Mark, havia prometido que voltaria e então voltei...
— Achei que não voltaria. - Mark me diz.
— Prometi que viria.
— Como foi seu dia então dra. Campbell? - ELe pergunta.
— Atendi duas irmãs extremamente chatas e um rapaz que levou um tapa na cara porque traiu uma das irmãs e depois ajudei em duas cirurgias. Mas, vejo que o seu dia foi um pouco pior... Mark.
"Sua vida é um benção. Aceite isso. Não importa quão ferrada ou sofrida pareça ser. Algumas coisas irão acontecer como se estivessem destinadas a acontecer. Como se fosse destino.
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