Capítulo IV – Ossos Mágicos

07 de novembro de 2009

Matthew, Matthew, Matthew...

Por que eu tenho a impressão de que você está mentindo sobre algo na minha cara, hein, Matthew Harris?

Era uma hora da manhã e eu estava no sétimo sono, quando ouvi o plástico, que papai colocara na janela até a vidraça nova chegar, se abrir. Como se já não bastasse o vento forte para fazer barulho, agora havia alguém em meu quarto. Levei instintivamente a mão para baixo do travesseiro e segurei a estaca que havia colocado ali para casos de emergência (não é medo, mas sim prevenção). Pude sentir alguém se aproximar da cama e, sem perder tempo, empurrei o cobertor com o pé (não sei como consegui ser tão rápida) e saltei pra cima de...

Okay, ganha um doce quem adivinhar que eu estava em cima de Tristan.

-Você não sabe usar uma porta, que droga! – exclamei, deixando a estaca de lado ao ver sua cara apreensiva.

-Na verdade, não – ele sorriu cínico, colocou as duas mãos na minha cintura e me jogou no chão, montando em cima de mim – O que eu posso fazer? Gosto de uma entrada bem feita.

Só eu percebi os segundos, terceiros e quartos sentidos nessa frase? Oi?

-Eu sei que preciso fazer a patrulha, não precisa vir aqui toda noite – mudei de assunto, quase tendo um infarto.

-Aí é que está a novidade: eu vou patrulhar – Trip soltou de minha cintura e prendeu meus pulsos ao chão, quando viu que eu estava pronta para virar o jogo – Você vai ver o Matthew.

-Façamos o seguinte – sorri, o mais cara-de-pau possível – Você vai patrulhar, certo? E eu vou dormir. Falo com Matthew amanhã.

-Qual é, Anne! – ele revirou os olhos, seus joelhos apertando meus quadris, impedindo que eu me virasse.

Ah, até parece que eu iria querer virar quando o tinha em cima de mim.

-Querida – sussurrou, fazendo todos os pêlos da minha nuca se arrepiarem -, você é a Caçadora e Matthew é seu sentinela. Você precisa seguir o que ele lhe diz, entende? É pra isso que os malditos guardiões existem.

Foi a minha vez de revirar os olhos.

-Tristan, paixão – eu fui irônica, mas isso não significa que eu não me apaixonaria por ele se já não namorasse Nathan – A sua querida Caçadora está morrendo de sono. E ela não consegue fazer nada com sono.

-Consegue chegar até a casa dele, porque eu vou te levar até lá – ele sorriu – Vamos lá, coração.

Fiz um bico indignado, quando ele saiu de cima de mim. É claro que não foi por ele ter saído, mas porque eu teria que sair àquela hora da noite.

-Eu vou trocar de roupa – resmunguei; ele deu de ombros e se sentou na cama, confortavelmente erguendo os pés – Tristan, amorzinho?

-O que foi, chuchu? – ele me encarou, confuso.

-Eu disse que vou trocar de roupa – repeti, sentada no chão.

-Eu ouço bem, Anne – ele sorriu de uma forma irritante.

-E não vai ser na sua frente – fui mais específica, arqueando uma sobrancelha.

-Por que não? Anne, meu docinho de coco, não é como se fosse a primeira que eu vejo... Hei! – eu o soquei, sem paciência, fazendo-o segurar o nariz.

-E então? – cruzei os braços.

Trip me encarou, os olhos estreitados, visivelmente frustrado.

-Eu espero no jardim.

No momento seguinte, vi-o saltar pela janela. Então, veja bem. A casa é de dois andares – ou seja, meu quarto e o de meus pais ficam na parte de cima, há aproximadamente quatro ou cinco metros do chão. Eu, com o meu medo de altura (combaterei vampiros todas as noites de minha existência, mas não me peçam para subir em cima de uma cadeira), não podia ficar pulando janelas assim. Certo, eu a pulei na noite anterior, mas foi só porque eu não tive tempo para lembrar que tinha medo.

Coloquei uma calça jeans, uma blusa de lã e o casaco por cima – e daí se eu tenho frio? – e me aproximei do parapeito da janela. Lá embaixo, Trip caminhava de um lado para o outro. E quando eu digo \"lá embaixo\", quero dizer \"eu não vou sair por aqui de jeito nenhum\".

-Trip – falei, sabendo que apesar da distância, ele podia me ouvir – Trip, eu não vou pular, okay?

Vi-o revirar os olhos e saltar de volta até meu quarto.

-Vamos lá, você já fez isso antes – disse, me estendendo a mão.

-Uma única vez e eu sabia que você iria me pegar antes que eu chegasse no chão. Tristan, eu morro de medo de altura – resmunguei, o lábio tremendo.

Ele me olhou de cima a baixo, pensando no que faria.

-Que seja – resmungou.

Trip me pegou no colo, em meio aos meus protestos, e pulou. Fechei os olhos, o vento frio chicoteando-me no rosto, balançando meus cabelos. Três segundos depois, pelas minhas contas, ele me pôs no chão suavemente.

-Assim está melhor – ele sorriu, cínico.

-Minhas pernas estão bambas – mentira, elas estavam perfeitamente normais.

-Mentira. Elas estão perfeitamente normais – Tristan deu palmadinhas leves no meu ombro – Você vai superar.

Estreitei os olhos e balancei a cabeça, vendo que de nada adiantaria discutir, uma vez que o pior já havia passado. Começamos a caminhar lado a lado, somente a rua deserta à nossa frente.

-Isso é trabalho escravo, sabia? – perguntei, abraçando-me contra o frio.

-Nem me fale – ele crispou os lábios – Está com frio?

Se eu disser que sim, ele vai me dar calor humano?

-Um pouco – eu mordi o lábio para não rir da idéia.

-Tome – ele tirou a capa preta e me ofereceu – Ela vai te esquentar.

Soltei um muxoxo desapontado, sentindo que parecia mais o Conde Drácula do que uma Caça-Vampiros (N/Fani: o Drrrrácula *-*). Estranhamente, não parecia que a capa havia sido usado por ele, tão gelada estava. Mesmo assim, fiquei mais quente com ela – blusa de lã, casaco, capa.

-Obrigado – notei que a parte interna da capa estava cheia de coisas – O que traz aqui?

-Armas – deu de ombros – É bom estar prevenido. Falando em prevenção, não precisa dormir segurando uma estaca, a não ser que queira matar um ladrão a estocadas. Nenhum vampiro entra na casa de um mortal sem ser convidado.

-Sério? Que educados – zombei – Algo como \"por favor, posso entrar aí e te matar?\", hilário.

Tristan me encarou, num ar de \"isso não é brincadeira\" que me fez encolher os ombros e calar a boca. A casa de Matthew era pequena – apenas um andar, graças ao bom Deus... Imagina se acontece alguma emergência e eu sou obrigada a pular não só da minha janela alta, mas da dele também? Aí eu morro de uma vez -, pintada de bege e com uma janela enorme, que certamente dava para a sala, pois era a única luz acesa.

-É aqui? Não parece a casa de um sentinela – murmurei, esticando o pescoço para tentar ver mais além da janela.

-Você quer o quê, um letreiro estilo Vegas com as palavras \"Casa do Guardião da Caçadora\"? – resmungou Trip, estranhamente grosseiro.

-Estúpido – assoviei, batendo à porta.

Ouvi passos apressados e então a cara de Matthew apareceu. Ele passou a mão pelos cabelos de um modo nervoso, me deixando apreensiva.

-Entre, Anne – aquele era um convite restrito a mim ou é só impressão?

-Obrigado pela consideração – reclamou Tristan, bufando.

-E então, o que aconteceu de tão terrível assim? – perguntei, sentando-me no pequeno sofazinho de couro e cruzando as pernas.

-Minhas costas estão melhores, obrigado por perguntar – ouvi Tristan tossir, ainda do lado de fora, escondendo o riso.

-Eu sei – abri um sorriso forçado – Tristan, é impressão minha ou você tem vampiros para matar no cemitério?

Ele estreitou os olhos e passou a mão pelos cabelos loiros sedosos.

-Certo – Matthew bateu a porta, ignorando que ele ainda estava parado ali – Eu pesquisei sobre aquele demônio.

-Como eu posso matá-lo? – indaguei, ansiosa.

Matt pigarreou, olhando para baixo. Aquilo não podia, de jeito nenhum, ser uma coisa boa.

-Aí está o X da questão, Anne. Você não pode.

Okay, eu quase tive um ataque do coração quando ouvi aquilo. Eu sabia que seria difícil, desde o começo, mas nunca imaginei que seria impossível. Jurei que precisaríamos de um ingrediente raro, tal qual o coração de uma Caçadora, ou oitenta e nove vampiros, balas forjadas com uma mistura mística poderosíssima, sacrifício de uma virgem, sei lá.

Não, não é possível que seja impossível.

-Você não pode vencer tudo – eu ergui os olhos, sentindo-me mais fraca do que me sentira a vida toda.

-O que mais? – perguntei, os dentes cerrados.

-Registros. Ele havia estado na Terra, há mais ou menos duzentos anos atrás – continuou, pigarreando freqüentemente – Mas não há nada sobre o motivo pelo qual foi invocado.

-Invocado? Alguém chamou essa coisa pra cá? – arregalei os olhos.

-Ou alguma coisa – corrigiu-me, dando um suspiro cansado – Digamos que uma criatura daquele porte deixe, bem, rastros...

-Corpos – assoviei; minha cabeça deu uma pontada – Mas ela não quer matar.

-Eu sei que não. Pretende algo maior, se é que me entende.

-O quê?

-Não tenho idéia.

Ele sabia, é claro que ele sabia.

-O que ele é? – e não, eu não queria saber o que aquela coisa queria, muito obrigado.

-Um demônio invencível, mandado pelo próprio diabo – murmurou ele, caminhando em círculos pela pequena salinha.

Eu deitei a cabeça no braço do sofá, os olhos fechados, massageando lentamente as têmporas. Em algum lugar naquela cidade – na minha cidade -, havia uma coisa maligna, que com certeza estava planejando algo maligno que mataria várias pessoas inocentes. Pessoas e animais. Oh meu Deus, e se matasse os cavalos? Como seria o mundo sem os cavalos? Meus olhos lacrimejaram com a idéia de um mundo sem cavalos nem pessoas.

\"E a Caçadora?\", todos perguntariam. Mas a Caçadora não viria, por mais que eles chamassem. O monstro nunca seria levantado, porque a Escolhida não podia segurá-lo, uma vez que ele estava na Terra.

-Ele já foi derrotado uma vez – eu lembrei, sem me mover.

-Não exatamente – Matthew sentou-se numa cadeira – Ele foi mandado de volta para o inferno. Só isso.

-O que ele pegou? Me diga – pedi.

-Ossos. Ossos mágicos. É só o que pode levá-lo de volta para onde veio.

-Ossos da pessoa que o mandou para o inferno da primeira vez?

-A pessoa que o mandou para o inferno ainda vive. Não, não nos termos de viver, exatamente, mas...

-Vampiro – eu coloquei a mão na testa, respirando fundo – Tem certeza de que ainda não virou fumaça?

-Tenho – ele franziu o cenho.

-Os ossos, de quem são, então?

-Não se sabe.

Ele sabia, é claro que ele sabia.

-Matt, você precisa me contar essas coisas – reclamei, abrindo meus olhos e sentindo-os arderem – Eu não posso tentar lutar com aquela coisa quando não sei o que ela está planejando ou o que tem nas mãos.

-Já está tarde. Por que não vai para casa? – perguntou, sem me encarar.

-Não fale assim comigo – levantei-me de um pulo, irritada – Eu não vou admitir que você não me conte o que está acontecendo.

-Pessoas deveriam ser vampiros – ele murmurou, me fazendo revirar os olhos – Vá para casa, okay? Vou ver o que mais consigo descobrir.

Eu bufei e, sem dizer mais nada, sai e bati a porta atrás de mim com força, sentindo o chão tremer sobre meus pés. Marchando, cheguei até a esquina, então, quando um carro passou buzinando para mim, foi que percebi o que estava fazendo. Sentei-me no meio-fio e enfiei a cabeça entre as mãos.

-O que aconteceu? – ouvi Tristan perguntar, já sentado ao meu lado.

-Nada – murmurei, rouca, erguendo a cabeça e piscando várias vezes para não começar a chorar.

-Quer que eu te leve pra casa? – perguntou, passando a mão por meus ombros.

Se a situação fosse outra, eu teria um ataque histérico, mas não. Eu simplesmente o afastei, me levantando e continuando a caminhar.

-Anne – ele chamou, me segurando pelo braço e virando-me de frente – Tenha calma, okay? Tudo vai se resolver...

-Tudo? Minha vida está uma bagunça, eu sou a Caçadora, há uma criatura invencível que planeja alguma coisa que o meu sentinela não quer me contar e...

Não tive tempo para falar que Nathan me enchia de perguntas idiotas sobre ser a Escolhida, porque nesse instante, senti os lábios de Tristan nos meus.

Foi no mínimo estranho sentir sua língua fria como uma pedra de gelo pedindo passagem para minha boca fervente. Fiquei um tempo sem decidir se abria a boca ou o afastava, quando por fim passei os braços por seu pescoço e deixei-o me beijar. Pude notar quando ele me levantava do chão, beijando-me com uma intensidade que Nathan não me beijava – em um ou dois dias de namoro é meio difícil de dizer como ele beijava, mas com certeza não era do mesmo jeito de Trip.

Oh meu Deus, Nathan!

-Tristan, Tristan – murmurei, entre beijos, suas mãos me apertando fortemente contra seu corpo forte – Tristan.

-Você sabia que tem uma boca grande demais para alguém do seu tamanho? – ele me encarou, um sorriso travesso nos lábios vermelhos.

Eu estreitei os olhos, lhe empurrando para que ficasse longe de mim. Ele cambaleou (eu realmente preciso aprender a usar melhor a minha força) e segurou-se numa placa de trânsito para não cair.

-Você precisa parar de tentar me matar! – falou, frustrado.

-Cale a boca – resmunguei, bufando.

-Quer que eu te leve para casa? – voltou a perguntar.

-Pode me deixar na casa de Nathan? – eu arqueei uma sobrancelha, cruzando os braços.

Ele revirou os olhos e concordou com a cabeça. Se eu precisasse definir aquele trajeto em uma palavra, eu definiria em silêncio. Se pudesse adicionar outra palavra, adicionaria constrangedor. Eu pensava em algo útil para falar, mas sabe como é, quando mais precisamos de nossos cérebros, menos eles colaboram. Diga-se de passagem, Tristan também não fazia nada para ajudar. Não era como se ele estivesse tentando pensar em algo para falar.

-Você sabe? – perguntei, me virando para ele, de repente.

-Eu sei o quê? – franziu o cenho.

-O que Matthew está me escondendo – desviei os olhos, a cabeça voltando a latejar.

-Eu não estou autorizado a contar – ele deu de ombros.

-Qual é, você não parece o tipo de cara que respeita regras idiotas – sorri o meu sorriso mais convincente.

-Eu já disse, há razões místicas por trás da minha, digamos, disposição – ele jogou os cabelos para trás – Quando eu digo que não posso contar, não quer dizer que eu não sinta vontade. O que, bem, eu não sinto.

Mordi o lábio, mais confusa do que antes.

-Isso é tão injusto – reclamei, fazendo bico.

-Nós estamos quase chegando – avisou, enquanto dobrávamos uma esquina – Acredite em mim quando eu digo que é melhor que você não saiba.

-Eu prefiro morrer com o choque do que morrer sem saber do que morri – eu exclamei, extremamente impaciente – Me conte, Trip.

-Queridinha, eu realmente não posso. Se eu começar a falar, vou engasgar. O que seria uma má idéia, uma vez que... Deixe pra lá – okay, eu fico cada vez mais confusa com as coisas idiotas que ele fala.

-Se você pudesse, me contaria? – perguntei, encarando-o ansiosa.

-Bem... – ele fingiu pensar – Não.

Meu sorriso murchou e eu funguei, indignada.

-É aqui – disse, lhe dando as costas para entrar na casa.

-Hei, hei, hei – Trip me puxou de volta, quase me fazendo perder o equilíbrio – Você vai entrar na casa do cara assim, às cinco da manhã?

Nem preciso dizer que ele estava certo.

-O que sugere que eu faça? Suba pelos buraquinhos na parede? – estreitei os olhos, cínica.

-Você tem medo de altura – ele sorriu – Eu te levo até lá.

Respirei fundo, indignada comigo mesma por meus lábios ainda estarem gélidos e por saber que não tinha outra alternativa. Concordei, sentindo-o me erguer do chão e me colocar em seu colo como se fosse um bebê.

-Tenha cuidado – pedi.

Não senti confiança alguma quando ele sorriu torto, uma mão firme sobre minha cintura, a outra apoiando-me pelos joelhos. Fechei os olhos com força e senti seu queixo roçar minha testa, enquanto dávamos um salto e íamos parar na sacada da janela de Nathan.

-Te deixo aqui – Tristan virou-se para ir embora, voltando ao chão.

-Não olhe para baixo – disse para mim mesma, abrindo lentamente a janela.

Nathan roncava alto, deitado de bruços na cama, a boca aberta de encontro ao travesseiro, um monte de cobertores sobre ele. Suspirei, olhando ao meu redor e me sentando na ponta do colchão.

-Nathan – chamei, baixinho – Nathan, acorde. Nathan.

-Eu sei – ele balbuciou, sem se mexer.

Haja sono pesado.

-Nathan! – toquei seu braço.

Ele se virou de costas e esticou o braço, sem acordar. Eu revirei os olhos, ignorando o fato de que ele ainda estava no mundo dos sonhos e me deitando com a cabeça encostada em seu peito. Senti-o, abaixo de mim, prender a respiração.

-Sou eu – murmurei, me aconchegando melhor.

-Ah – ele bocejou, me puxando para mais perto – O que aconteceu?

-Eu posso ficar aqui um pouco? – sentei-me, encarando-o.

Então, uma idéia terrível me veio à mente.

Aqueles olhos castanhos clarinhos que eu tanto gostava... Ele iria morrer, não é? Aquela coisa lá fora iria matá-lo assim que soubesse que ele era importante para a Caçadora. Eu sou do tipo que põe em perigo as pessoas que ama, não é? Essa importância toda do meu papel na sociedade. Aquele demônio estava planejando algo cruel e eu era a última esperança da humanidade. E eu sabia disso.

-Nathan, eu vou chorar – avisei, voltando a me encostar nele.

As dimensões daquela história com o demônio eram enormes demais. Naquele momento, eu percebi que tinha duas opções: morria tentando impedi-lo ou morria quando ele chegasse ao ápice, assim como todas as outras pessoas. Nathan me abraçou, deixando que eu chorasse em seu ombro.

-Tenha calma, okay? Tudo vai se resolver...

E, no momento mais melancólico de minha vida, enquanto eu chorava tudo o que tinha direito abraçada a Nathan, minha cabeça estava... Nos lábios de um certo loiro de olhos verdes.

Por: Anne White.