* Floresta Clevend.


Já anoitecia, o ar ficava cada vez mais frio. Não sabia que direção estava indo, sentia-se cansada, com frio e fome. Seus pés doíam de tanto andar. Ela calculara que devia ter andado umas 12 horas sem parar e com a ajuda da lua que fazia pequenas iluminações na floresta.
Amanda conseguiu achar um bom lugar para descansar. Sentou-se num canto de uma árvore que era cercada por arbustos e adormeceu rapidamente.
No meio da madrugada ela ouvia de longe um barulho de motor. Foi abrindo devagar os olhos, quando viu entre as árvores os faróis das motos. No mesmo instante ela se levantou e voltou a correr no meio da escuridão, desperadamente sem saber para que direção fosse. Depois de algum tempo ela parou para tomar um fôlego, então quando olhou para trás viu o moto vindo em sua direção. Eles haviam visto ela.
Antes eles estavam procurando, agora ela havia sido encontrada. Como estava escuro, ela não viu uma raiz saliente da árvore e acabou tropeçando e caiu perto da ponta de uma ribanceira, que dava direto para um rio.
Caiu, então, para um lado e suas pernas rolaram para a beira do barranco, enquanto as suas mãos procuravam algo como apoio na superfície lisa da pedra. Amanda agarrou à pedra com as unhas lutando para se segurar alguma coisa, enquanto seu corpo balançava no abismo. Embaixo dela havia um grande rio com enormes correntezas.
Ela agarrou a pedra, sentia a correnteza do vento batendo nas pernas. Desesperadamente ela se segurava com as unhas se dilacerando, enquanto escorregava para a extremidade da rocha. Até que não agüentou e caiu no rio.
Amanda se viu caindo, despencando no espaço. Viu a correnteza erguendo-se a sua frente, um frio a envolveu quando mergulhou no rio e afundou na escuridão. Com esforço ela chegou à superfície, mas tudo o que via foi água e pedras.
Sentia a correnteza puxando para baixo. Erguia a cabeça por todos os lados, mas era imensa a força da água. O movimento da correnteza a levava para um lado e para outro, ela não tinha força para resistir. Não via, mas o seqüestrador, só via água. Lutou com a tremenda sensação de pânico, tentou bater as pernas contra a correnteza, mas seus tênis pareciam chumbos.
Mergulhou outra vez e voltou a superfície respirando avidamente. Precisava tirar o tênis. Respirou, prendeu o ar, mergulhou a cabeça e tentou desatar os cordões do tênis. Seus pulmões queimavam. Tirou um dos tênis, voltou a respirar e mergulhou a cabeça outra vez. Com os dedos rígidos de frio e de medo, começou a desatar o cordão do outro pé.
No fim de que para ela pareceu horas, suas pernas estavam livres e leves e ela começou a mover os braços e as pernas.Amanda não conseguia chegar perto da margem, sentiu um pânico invadindo sua mente.
Até que depois de alguns segundos ela começava a chegar perto da margem. Ela tentou nadar, mas era quase impossível não tinha muita força para fazer nenhum movimento naquele rio. Só sentia a força do rio levando-a para o rochedo, ela tentava se segurar nas pedras, mas estavam escorregadias de demais.
O pânico acelerou seu coração. Ela sabia que seria morta instantaneamente. Ela ia para cima e para baixo e no meio dessa confusão engolia água e tossia. Sua vista começava a ficar turva, sentia náuseas.
Abaixou a cabeça na água e começou a nadar, uma braçada depois outra. Batendo os pés com a maior força possível. Não tinha a sensação de movimento só à força da correnteza puxando ela para o lado, não ousava olhar para cima. Continuou a nadar. Quando ergueu a cabeça para respirar viu que estava próxima da margem. Isso animou, mas continuou a nadar.
Mesmo com a cabeça na água ela ouvia o rugido surdo das águas batendo nas rochas. Nadou com toda sua força. A correnteza a levou para frente era inútil, mas mesmo assim Amanda tentou. Aos poucos a dor aguda nos músculos se transformou numa dor surda e contínua. Era como se tivesse vivido com ela a vida toda. Já não notava mais, continuou a nadar sem pensar em nada.
Estava cada vez mais perto da margem, mais algumas braçadas. Então ela abaixou a cabeça e nadou, usando suas últimas forças e de repende a correnteza apanhou erguendo-a e levando ela para as pedras. Já não tinha forças para resistir levantou a cabeça e viu que estava escuro.
Exausta e dolorida, estava escuro e ofegante tentou nadar numa direção, mas não conseguia. Bateu as costas contra as pedras, sentiu uma dor lascinate e ficou alguns segundos desorientada. Ainda zonza ela viu que estava perto da margem, só faltava dois metros.
Reunindo as forças que restavam, ela nadou para a margem e agarrou os arbustos cerrados. Fraca demais passou o braço em volta de uma raiz e deitou de costas olhando para o céu, tentando fazer a respiração voltar ao normal.
Não sabia quando tempo ficou assim até que sentiu suas forças voltarem. Segurando nas raízes, subiu para a margem até chegar a uma abertura na folhagem que dava para uma área lamacenta adiante.
Quando se arrastou para o alto da margem escorregadia, notou marcas de pneus e pegadas. Já imaginava o que poderia significar. Mas estava fraca demais para reagir, até mesmo se levantar.
A última coisa que viu foi uma moto. Então de repende dominada pela exaustão ela fechou os olhos e desmaiou.

Amanda estava deitada de costas na margem do rio com os olhos fechados e seu coração martelando freneticamente no peito.
- Levanta! Ela ouvia a voz vindo do desconhecido. Amanda ergueu-se com as pernas bambas.
Ela não recordava o resto do percurso, a próxima lembrança clara que teve foi de estar deitada de braços sobre a cama de seu cativeiro novamente.
Quando acordou sentia-se zonza e seu corpo estava dolorido e com muita dificuldade conseguiu se sentar. Olhou para baixo e viu suas mãos estavam cobertas de sangue, provenientes das unhas destruídas. Havia farpas de cascalho nas unhas.
Amanda mergulhou a cabeça entre as mãos e começou a chorar. Em seguida, um par de mãos a estavam virando e o rosto do homem a olhava friamente. Ele pegou o braço dela e esticou, e depois abriu a sua caixa de medicamentos. Sabendo o que ele ia fazer ela tentou se soltar, mas não tinha força. Aos poucos sentiu a droga percorrer seu corpo até que desmaiou.
Amanda ficou deitada, tomada por uma dor aguda que se irradiava da cabeça para o pescoço. Tentou se levantar, mas a escuridão era tão grande que a deixou desorientada até que desmaiou novamente.
Uma luz tênue a despertou. Ela piscou diversas vezes tentando afugentar a confusão mental. Estava deitada no chão, sentia sua cabeça latejar e tinha dificuldade para respirar, provavelmente machucou costelas nas pedras do rio. Tentou se levantar, mas acabou desmaiando novamente.
Amanda abre os olhos. Respira profundamente, como estivesse emerso de um abismo líquido e pequenas mãos invisíveis ainda a puxassem para baixo. Mas fez um esforço para permanecer equilibrada naquela consciência.
A dor é insuportável, mas acaba lhe restituindo um pouco a lucidez. Tentou lembrar onde estava. Perdeu a orientação. Está deitada de costas, isso ela sabe. A cabeça gira e está cercada por uma cortina de escuridão. Sem dúvida, está com febre e não pode se mexer: sente-se pressionada para baixo. Apenas duas sensações conseguem permear as névoas daquela semiconsciência. O cheiro da umidade e de pedra, parecido com o de uma caverna. O eco repetido de uma gota que cai.
- O que aconteceu?
As lembranças reafloram uma a uma o seu redor.Tinha voltado para o cativeiro e agora estava machucada e impossibilidada de tentar fugir novamente. Lágrimas quentes começaram a deslizar ao longo das faces, banhando os lábios secos. É assim que descobre que tem sede.
Amanda olhou em sua volta e viu que não estava mais no seu quarto. Nesse a janela era apenas um pequeno buraco e não havia nenhuma mobília. O chão era úmido e frio. Sabia que o sequestrador estaria zangado com ela. Tinha que tentar fugir novamente, mas agora estaria na desvantagem.
Depois de algum tempo Kevin e Peter aparecerem. Olhou para ela e ficaram observando.
- O que vocês querem de mim. Disse ela.
_ Você não devia ter fugido. Disse kevin
Eles olharam no quarto para ver se ela não estava tramando algo, Quando Kevin passou Amanda viu que ele carregava um celular. Depois os dois saíram ,ela soube que único jeito era pegar o celular para poderem rastrear a ligação. Tinha que pensar direito no seu plano, pois se falhasse novamente eles iriam matá-la.
Tinha que primeiramente tentar descansar, reunir as poucas forças que lhe restava para tentar fugir. Depois de um longo tempo finalmente conseguiu dormir.
Uma escuridão profundíssima.