Peguei a primeira roupa que combinava (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=88806974&.locale=pt-br) e, assim que terminei de ma arrumar, a campainha toca. Peguei a minha bolsa e abri a porta pra ele. Ele estava lindo, com uma camiseta branca que realçava a cor do bronzeado dele, uma bermuda jeans e um all star branco. Não é por nada não, mas sempre o achei lindo de morrer, e depois que voltou da Austrália, ficou ainda mais bonito. Ele sorria.
- Oi Manu. Vamos?
- Vamos – eu disse, saindo e trancando a porta atrás de mim. Nós descemos a rua e o sol estava muito quente, e então o Diego começou a falar que na Austrália é quente assim no verão, e as praias são lindas e ficam lotadas, de turistas de dos próprios australianos.
- Eu fiquei em uma casa á uns 10 minutos da praia, então passava por lá todos os dias. Ver o por do sol é simplesmente incrível.
- Nossa, que legal. Mas e ai, aprendeu a surfar? – perguntei, empolgada com o que ele me contava.
- Aprendi. Manu, o mar de lá é de um azul tão lindo! E as ondas são enormes.
- Isso explica o bronzeado. – eu disse, rindo.
- Haha verdade, não saia da praia. Gostei muito dessa viagem.
- Pretende voltar pra lá algum dia? – eu perguntei, quando chegamos a sorveteria. Escolhi a mesa de sempre, uma perto da porta.
- Sim, é um lugar incrível pra morar. Você iria adorar.
- Acha isso?
- Acho – disse ele, abrindo o seu melhor sorriso. – e o Baile de Máscaras? Já está ansiosa?
- É, não sei se vou, minha mãe não deixou...
- Como assim não sabe? Manu, você tem que ir nesse baile! – disse ele. Diego teve uma reação tão desesperada que até me assustou.
- Nossa Diego, por que o desespero?
- É que... é que eu sei o quanto você gosta dessas coisas que tem relação com contos de fadas e... e quando fiquei sabendo do baile, lembrei na hora de você...
- É, eu sei – eu disse. Ainda estava desconfiada dele, mas não adiantava tentar arrancar alguma coisa dele agora. – eu vou dar um jeito de ir nessa festa, nem que eu tenha que sair escondida.
- Ah, que bom – disse ele, tentando controlar o alívio na voz. O que ele estava aprontando? Por que eu teria que ir nesse baile?
Antes que eu conseguisse pensar em mais alguma coisa, o garçom chegou, então ele não me deu mais chances de saber o que ele queria.

--------------------------------------------***---------------------------------------------

O Diego me deixou na porta de casa e foi embora. Fingi que entrava e então sai e comecei a descer a rua pra sorveteria novamente, mandando uma mensagem pra Mari avisando que o Diego já tinha ido. Fiquei na porta da sorveteria esperando ela, e nem cinco minutos depois, ela já estava atravessando a rua.
- E ai, como foi com o Diego? – perguntou ela, quando começamos a andar pela praça
- Normal, tirando a parte que ele surtou quando eu disse que talvez não ia pro baile.
- Como assim ele surtou? – disse ela, parando.
- Ele ficou inconformado e disse que eu tinha que ir de qualquer jeito.
- Ele ta tão na sua...
- Não ta não! – eu disse, batendo o pé. – e não me interessa ele agora. Quero saber como eu vou pra esse baile, o V. vai me encontrar lá!
- O que? Jura? Até que enfim ele vai aparecer.
- Nossa, não vai dizer que ele é um maníaco pervertido?
- Não. Eu li as mensagens, dá pra saber que ele te conhece e te ama só pelo jeito que ele escreve. Já até imagino quem ele é.
- Quem? – eu perguntei, quase pulando em cima dela.
- Nossa, calma ae! Fico surpresa que você não tenha percebido. E não vou te contar quem eu acho que é. Vai descobrir no dia.
- Ah, qual é...
- Nem vem. – disse ela, de um jeito que pôs um ponto final na discussão. Odeio quando ela faz isso – Agora vamos resolver um assunto mais importante. Como pretende ir ao baile?
- Não tenho nem ideia, por isso que te chamei aqui.
- Nossa, será que sou eu que tenho que pensar em tudo? Que bom que eu já sei o que fazer...
- O QUE? – eu disse, já ansiosa.
- Calma menina! Falei com a minha mãe, pra ver se ela poderia ajudar, e ela me deu uma idéia incrível. Ela vai fazer uma festa de ano novo, chamou vários amigos dela, inclusive coroas solteiros, lá pra minha casa, e ai ela vai chamar você e sua mãe. Acha que ela aceita?
- Claro que aceita, ela odeia os jantares da minha tia. E se ela hesitar, eu convenço ela.
- Certo. E dormir lá em casa? Ela deixa?
- Se a festa acabar tarde...
- Ah, as festas da minha mãe costumam durar até ás 4 da manhã. – disse ela, rindo. A mãe dela engravidou da Mari aos 15 anos, e teve metade da adolescência roubada por causa disso, então ela adora fazer festas incríveis em datas especiais, e entende o que se passa na nossa cabeça de 17 anos, então sempre que algum amigo da Mari precisava de alguma coisa, ela sempre ajudava bolando os esquemas, o Arthur já foi um ajudado. – então, vocês vão até a festa e a minha mãe apresenta alguns caras pra sua mãe, ela vai distraí-la, ai, quando der umas 22hs, a gente diz que vai ver alguma coisa no meu quarto e saímos pela janela. Deixamos travesseiros embaixo dos lençóis pra fingir que estamos dormindo, pro caso da sua mãe querer ver.
- Mari... ESSA IDEIA É BRILHANTE!!! Assim não se sinto culpada por estar deixando a minha mãe sozinha, e ela ainda descola um namorado! Você é a melhor amiga do mundo! – eu disse, abraçando-a.
- Awn, eu sei disso. Eu não sei nem com que cabeça eu to fazendo isso.
- Como assim? O João de novo?
- É. Ele ta aprontando alguma coisa.
- Mari, olha pra mim. – eu disse, parando e olhando pra ela. – eu conheço o João tanto quando você, você sabe, ela é meu amigo também, e eu sei que ele não ia te trair. Ele gosta muito de você, e se não gostasse mais, ele terminaria de uma vez, ele não te trairia. Ele não é assim.
- Eu sei que não, mas... não sei, ele ta tão diferente.
- Não to negando que ele esteja aprontando algo, mas te traindo...
- Perai. Você não sabe de nada, não? – disse ela, olhando pra mim. Nada escapa dela...

Flashback On

Eu estava no Facebook, babando as fotos do Renato, quando meu celular começa a tocar. Pego-o e olho pro visor. Era o João.
- Alô? – atendo. Faz muito tempo que o João não me ligava
- Oi Manu! Tudo bem?
- Tudo sim, e você?
- To bem, mas preciso de um enorme favor seu.
- Favor? Que favor?
- Bom, eu e a Mari já estamos namorando há quase um ano, e eu acho que já é a hora da gente ter uma aliança.
- Awn, que lindo João! Mas onde eu entro nessa idéia?
- Bom, eu não faço idéia de que aliança comprar pra ela, e nem o tamanho do dedo dela. Você pode ajudar?
- Claro que posso! Ontem ela me emprestou um anel, fica perfeito no dedo dela, e eu acho que sei qual a aliança perfeita pra ela...
- Ah, que bom! Tem como você vir me encontrar no shopping? Agora?
Olhei no meu relógio, ainda era cedo.
- Tem sim. To saindo de casa. Te encontro na frente do cinema?
- Ok. Obrigado Manu!
- Que isso. Tchau
- Tchau. – ele desligou. Peguei a minha bolsa e liguei pra um taxi, e 20 minutos depois estava no Center Norte. Encontrei com o João na frente da bilheteria do cinema e fomos para uma loja de alianças, vimos todas que tinham lá e não achei nenhuma perfeita pra Mari. Então a dona da loja disse que tinha um catálogo, que ela poderia mandar encomendar a aliança, e começamos a olhar no catálogo. Depois de 3 páginas, vimos a aliança perfeita pra ela. Era de ouro branco e nem muito fina, nem muito grossa. Tinha uma faixa preta no meio da aliança e uma pedra branca no meio. Era a cara dela!
- É essa! – dissemos eu e o João, juntos.
Ele encomendou a aliança, que chegaria daqui a apenas um mês, um pouco antes do Réveillon.
- Como vai entregar pra ela? – perguntei
- Não sei, estou pensando eu fazer uma surpresa... – disse ele.
- Tipo, colocar no meio de um bolo ou alguma coisa assim? – eu disse, e nós dois rimos.
- É, mas tem que ser algo criativo e especial. Eu tenho um mês pra pensar, não?
- É, você tem. Bom, agora tenho que ir. Até outro dia. – eu disse. Me despedi dele e voltei pra casa, desejando um namorado tão fofo quando o João era pra Mari.

Flashback Off

- Não, eu não sei de nada. – disse. Lembrei do V. e peguei meu celular. Digitei que era confirmada a minha presença no baile, e ele logo respondeu:

Ótimo. Serei o cara de terno preto, gravata branca, máscara preta e uma rosa vermelha na mão.
V.